sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Congregação Israelita Paulista e a CARIA

A Comissão de Assistência aos Refugiados Israelitas da Alemanha (CARIA) foi fundada em 1933, momento de imigração de famílias de refugiados da Alemanha Nazista. “A entidade angariava recursos de toda a coletividade a fim de prestar ajuda financeira aos enfermos e àqueles que não conseguissem logo um emprego... Em 1934, um grupo de cerca de 40 jovens, os primeiros recebidos pela CARIA, fundou a SIP, Sociedade Israelita Paulista. A nova entidade... funcionava como um ponto de educação, lazer e aproximação de pessoas. Em seus salões foram realizadas os primeiros serviços religiosos na tradição alemã.” ( https://cip.org.br/home-2/historia/ ).

Uma informação sobre a CARIA consta também do artigo “Instituições de assistência social e imigração judaica”, de Roney Cytrinowicz. Na década de 1930, “três entidades foram criadas especificamente para crianças: Lar das Crianças da Congregação Israelita Paulista (CIP), em 1937, Lar da Criança das Damas Israelitas, em 1939, e a Gota de Leite da B'nei B'rith. O Lar da CIP estava ligado à imigração de refugiados da Alemanha nazista, a partir de 1933, ano em que foi fundada a Comissão de Assistência aos Refugiados Israelitas da Alemanha (CARIA).” (Cytrynowicz, Roney. Instituições de assistência social e imigração judaica - História, Ciências, Saúde - Manguinhos, vol. 12, núm. 1, janeiro-abril, 2005, pp. 169-184 Fundação Oswaldo Cruz Rio de Janeiro, Brasil. Disponível em:  https://www.redalyc.org/pdf/3861/386137979009.pdf ).

A Congregação Israelita Paulista, ou CIP, foi fundada em 1936, ano em que imigraram mais de 1.100 refugiados da Alemanha nazista, como consta de informativo da exposição de longa duração do Museu Judaico de São Paulo, “Judeus no Brasil: histórias trançadas”                                            https://museujudaicosp.org.br/wp-content/uploads/2022/12/MUJ_Conteudo_Judeus-no-Brasil.pdf )

Sua primeira sede foi inaugurada em julho de 1937, quando se conduziu o Sefer Torá à sinagoga, em cerimônia oficiada pelo Rabino Prof. Dr. Fritz Pinkuss Z’L. Esteve situada à Rua Brigadeiro Galvão até 1959, ano em que se transferiu para uma sede própria à Rua Antonio Carlos.  

A sinagoga à Rua Brigadeiro Galvão era pequena, realizavam pequenas festas, e havia 2 chazanim (cantores), como comentou há tempos atrás sr. Mario Pedro Lagus, sendo que, ali, o professor Lachman dava aulas de religião e Bar-Mitzvá, e sr. Harry Neufeld tocava piano. Na época em que estiveram na Rua Brigadeiro Galvão, diversos serviços religiosos foram realizados no Cine Odeon, à Rua da Consolação, 40-42, e no Cine Estrela.

A CIP, além de manter serviços religiosos em suas sinagogas, organiza e mantém serviços de beneficência, assistência social, um lar de crianças, departamento de ensino, movimento juvenil, grupo de escoteiros,  campo de estudos, uma colônia de férias em Campos do Jordão, e a Chevra Kadisha fundada em 1937.

Você teria mais detalhes sobre a época da fundação da CIP, e suas primeiras instalações, sobre a sede da Rua Brigadeiro Galvão, sobre seu edifício, disposição interna, como era a sinagoga, informações sobre as famílias fundadoras?

Deixe um comentário aqui no blog, ou escreva para mim no e-mail myrinhars@gmail.com

A foto aqui postada é da CIP, à Rua Antonio Carlos, e de meu arquivo pessoal. 

domingo, 17 de novembro de 2024

A Congregação Israelita Paulista e a Enciclopédia Judaica

A região da Consolação é um distrito da região central da cidade de São Paulo, compreendendo parte do bairro de Vila Buarque, parte do bairro de Cerqueira Cesar, Higienópolis, e Pacaembu. Permanece uma das regiões históricas e culturais mais importantes da cidade. Estas informações já foram divulgadas na postagem de 12 de janeiro de 2018.

O desenvolvimento deste distrito se deu a partir do Caminho de Pinheiros ou Caminho de Sorocaba, a atual Rua da Consolação, principal via do bairro. Em sua formação, constituía-se em uma região distante da cidade, com plantações de hortaliças e frutas. Somente por volta de 1779 que um pequeno povoado começou a se formar na região.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Consola%C3%A7%C3%A3o_(distrito_de_S%C3%A3o_Paulo)

Na região da Consolação situam-se a Sinagoga Israelita Paulista, fundada em 1931, com o nome de Beneficência Israelita Húngara, a Sinagoga Beit Yaacov, ou Congregação Beneficente Sefardi Paulista, fundada em 1959, e a CIP, Congregação Israelita Paulista, fundada em 1936, e situada na Rua Antonio Carlos.

De acordo com a Enciclopédia Judaica, publicada em 1967 pela Editora Tradição do Rio de Janeiro (vejam o volume 1, página 351), a Congregação Israelita Paulista foi fundada em 4 de outubro de 1936, e o rabinato, à época da publicação da enciclopédia sob orientação de Fritz Pinkuss, foi instalado em 1937. “Compunham a primeira diretoria  Luiz Lorch (presidente) Alberto Hofman (vice-presidente), Ernesto Wachtel, Robert Salomon Theodor Rotschild, Leo Seideman, Celina Levi, G.P. Krausz, Salo Wissman, Frederico Zausner e o rabino Fritz Pinkuss”. Pode-se ler, também, que predominavam os israelitas de origem alemã, contando, em 1967, com 2.200 sócios-família. “A Sinagoga da Congregação Israelita Paulista de rito ortodoxo tem o nome de Sinagoga ‘Adass Israel’, enquanto a de rito liberal tem a denominação de Sinagoga ‘Etz-Chayim’.”

A foto desta publicação apresenta a mesa diretora por ocasião do décimo aniversário da Congregação Israelita Paulista, em 1946, e faz parte da Enciclopédia Judaica, volume 1, página 351. No entanto não cita os nomes dos que compõem a mesa. Você reconhece alguém desta mesa?

E pergunto também: você ou sua família frequentaram ou frequentam a CIP e suas sinagogas, o movimento juvenil, o departamento de ensino, ou participam de alguma atividade? Seus familiares fizeram parte de sua fundação? Deixe um comentário aqui no blog, ou escreva para mim no e-mail myrinhars@gmail.com

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A comunidade judaica em São Paulo é diversa, assim como suas sinagogas

bancos de diversas sinagogas em São Paulo

A comunidade judaica em São Paulo é diversa, formada por imigrantes que aqui chegaram em diferentes períodos, e que se estabeleceram tanto na capital como no interior paulista. Fundaram instituições beneficentes e de ajuda mútua, banco de crédito, sociedade de damas, organizações culturais, clubes, escolas, movimentos juvenis, e também sinagogas. 

Estes imigrantes, reunidos inicialmente em grupos, de acordo com seus locais de origem, muitas vezes em pensões ou em residências, construíram suas sinagogas, onde puderam manter não só sua identidade cultural e religiosa, seus ritos e melodias, mas também a arquitetura e a arte que remetiam às cidades ou aos países de procedência. Detalhes como a  configuração do edifício, a disposição dos bancos, o Aron Hakodesh/Hekhal ou a Bimá/Tebah, os rimonim (enfeites da Torá), a capa da Torá, o partido arquitetônico adotado na construção evidenciaram, e ainda hoje evidenciam, as diferenças e semelhanças entre os membros desta comunidade.

Informações sobre as diversas sinagogas paulistas (shil, knis, esnoga) podem ser encontrados neste Blog.

A pesquisa sobre as sinagogas permanece, assim como o estudo sobre as diferentes imigrações judaicas a São Paulo, sejam elas ashkenazim, sefardim, mizrahim, italkim, seja qual for o período que aqui chegaram.

Desta forma, questiono: você, que faz parte da comunidade judaica paulista, é imigrante, filho ou neto de imigrantes? Em que ano você, ou a sua família, chegou a São Paulo? De onde vieram e qual o motivo que os fez vir ao Brasil? Passaram pela Hospedaria dos Imigrantes? Em que bairro moraram, onde estudaram? E também: qual sinagoga frequentam ou frequentaram? Qual sua lembrança em relação às famílias, ao edifício da sinagoga, ao seu interior, à disposição do espaço interno, janelas, bancos, vitrais, mazalot, menorót, ner tamidt, Torot?

Vamos resgatar nossas memórias e raízes. Cada história é única, e ao mesmo tempo cria um sentido de pertencimento, cria vínculos, identidades, conexões. Permite que percebamos que não estamos aqui por acaso. Estamos sim porque nossos antepassados aqui chegaram, construíram uma vida e nos permitiram atingir o ponto em que estamos hoje, o nosso momento atual.

Conte um pouco sobre sua história, crie um texto, escreva para mim nos comentários, ou encaminhe um e-mail para myrinhars@gmail.com