quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Você e sua família frequentam ou frequentavam qual sinagoga em São Paulo?

Apresentei na publicação anterior a questão relacionada a patrimônio histórico e arquitetônico, comentando alguns pontos que estão sendo considerados e pensados no andamento das pesquisas e levantamentos que tenho feito e, também, nas postagens deste blog, durante estes últimos anos.

Sobre esta publicação, sr. Henrique Moscovich, na página Shofar Tupiniquim, do Facebook, escreveu: “Acho muito interessante teu trabalho de pesquisa e acredito que a preservação da memória é um legado perpétuo como o Ledor va Dor. Porém para preservar, somente pessoas com " memória" afetiva podem continuar com o legado de quem as fundou e frequentou. Pois em todas as sinagogas, além das rezas, era um espaço de acolhimento em suas múltiplas formas. Aqui em Porto Alegre, em 1987 foi Criado o Instituto Cultural Judaico Marc Chagall, para preservar a memória em forma de depoimentos dos imigrantes e hoje já estão em uma segunda fase, colhendo depoimentos de filhos de imigrantes, que são a primeira geração nascida no Brasil”. Podemos também transmitir nossos sentimentos e conhecimentos, e devemos contar, a cada um, de onde viemos, como aqui chegamos, o que construímos, como vivíamos, como vivemos, quem somos, para onde vamos, de forma a não esquecermos nossas tradições... LeDor VaDor.

Desta maneira, venho recebendo comentários tanto de antigos frequentadores das sinagogas de São Paulo, como de familiares que as frequentavam e ainda as frequentam. Como é o caso da sra. Esther Salo Chimanovitch, na página Turma do Bomra, no Facebook, em que comentou: “Toda minha família, Schneider, e do meu marido, Sr Leiser Parnes, frequentou (a Sinagoga do Bessaraber Farband), de 1962 até o final, mas tenho muitas lembranças.” Na mesma página, sra. Clara Schneider Dangot escreveu, também sobre esta sinagoga:Frequentei muitos anos. Era muito bom, frequentei de 1962 até 1983 mais ou menos. Era um salão, e tinha uma espécie de palco, era espetacular ao meu ver. Gostava muito de ir lá”. Já sra. Amalia Knoploch e família não frequentavam a “Bessarabia Farain”: “Os meus pais eram da Polonia, da cidade de Opole, mas tinham amigos proximos, como os sogros de meu irmão, que eram da Berssarabia”. Sra. Ideli Santos contou: “Meus avós vieram da Bessarabia, meu zeide se chamava Izac Grimberg e minha avó Esther Grimberg”.

Também no Facebook, em Jews, a Profa. Dra. Nancy Rozenchan observou que o nome correto era Bessaraber Farband. E já corrigi a publicação anterior. Na Enciclopédia Judaica temos somente o nome "Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia", e ainda não encontrei documentos relativos a esta associação. Alguém de vocês as possui? E fotos, alguém teria?

Por e-mail, sra. Lea Sotnik escreveu: “Nas festas de  Rosh Hashana e Yom Kipur , a minha avó e meus tios iam ao Salão do Bessarabia, na Rua da Graça por terem vindo desta região da Rússia. Ficávamos o dia todo, até acabarem as rezas. É uma lembrança muito viva quando chega  este tempo das comemorações novamente”.

Em busca de informações sobre o Bom Retiro, a comunidade bessarabe, a sinagoga Bessaraber Farband, e demais sinagogas do bairro, eu entrei em contato, por e-mail, com a Casa do Povo. A Casa do Povo possui um acervo e arquivo composto por mais de quatro mil livros, centenas de fotografias, objetos e documentos que contam parte da história cultural da cidade, do Bom Retiro, da imigração judaica, da resistência à ditadura e da cultura ídishe, como consta do site. Foi possível agendar um horário, e conhecer o material disponível. Ainda não encontrei detalhes, ali, sobre a minha busca, mas registro aqui que a biblioteca de livros em idishe pode ser consultada...agende um horário para conhecer...

Na página Jewish Brasil do Facebook, sr. Duda Auerbach comentou sobre o edifício atual da Sinagoga Knesset Israel, na Rua Newton Prado. Relembrou o belissimo prédio anterior ao existente, sinagoga tradicional fundada em 1916, e o pequeno shil com entrada pela antiga Rua Tocantins. Sr. Duda Auerbach frequentou esta sinagoga, assim como os pais, que tinham assentos, fez o seu Bar-Mitzvah, o pai era dati, e iam todo Shabat, além das festas no decorrer do ano. Frequentou a Knesset Israel até 1992, ano de falecimento da mãe, sra. Hanna, (“dona Chone”). A Knesset Israel era uma sinagoga ortodoxa e, assim, não se fotografava, e não existiam os celulares...

Por outro lado, no Blog, podemos ler um comentário na postagem “História da família Kauffmann em Santos”, um texto de Rosa Strauss:Meu nome é Boris Padron Kauffmann. Sou filho de Bariz (mais conhecido como Boris) Kauffmann e de Bertha Padron Kauffmann. Aparentemente, meus avós paternos José e Laura Kauffmann vieram de uma cidade, na Bessarábia, chamada Securon - hoje se situa no sul da Ucrânia, junto à divisa com a Moldávia. Esta conclusão decorre de um depoimento de Elisa Tabacow Kauffmann, publicado no livro "Passagem para a América", que menciona que conheceu seu marido Moysés Kauffmann em São Paulo, acrescentando "Nossos pais já eram amigos lá na Europa, de onde eles moravam - me parece que em Securon...". Moysés era primo de meu pai Bariz, filho de Rosa Kauffmann. Em resposta a este comentário, sra. Amanda Schwartzmann comentou: “Boris, tudo bom? Essa cidade é a mesma de alguns bisavós meus. O Google a chama de Sokyryany, em Chernivtsi. Você tem uma árvore genealógica montada em algum lugar? Gosto muito desse assunto, se quiser me manda um email”. Sr. Simão Korn acrescentou: “Prezado Boris, fomos colegas no ginásio do Colégio Canadá, incluindo o Raul Wasserman”.

E por e-mail, sr. Simao Korn, em cópia ao sr. Sergio Fang, contou que faz parte da diretoria da Sinagoga de Santos. Estão dando início à elaboração de um Acervo Cultural que preserve e divulgue a história e cultura da coletividade judaica da região. Propõe integrar este acervo ao trabalho que realizo, de resgate das histórias das comunidades judaicas, sinagogas, de memórias, fotos, documentos, a fim de atingir os objetivos de ambas as partes. Coloco-me à disposição para conversarmos, e, assim, podermos prosseguir.

É interessante acrescentar que estas postagens no Blog tem possibilitado a conexão ou reconexão de familiares, de frequentadores antigos das sinagogas paulistas, assim como de pessoas que chegaram aqui a partir de cidades, aldeias ou um shtetl comum.

Você e sua família frequentam ou frequentavam qual sinagoga em São Paulo? Teria alguma informação relacionada à comunidade judaica da capital e das cidades do interior paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceram, como era a da comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...

terça-feira, 20 de setembro de 2022

Sinagogas paulistas, conservação, reforma, restauro, revitalização, retrofit, rearquitetura.

Aqui faço uma pausa para falar um pouquinho sobre a questão relacionada a patrimônio histórico e arquitetônico, que postei há algum tempo... 

Gostaria de comentar alguns pontos que estão sendo considerados e pensados no andamento das pesquisas e levantamentos que tenho feito e, também, nas postagens deste blog, durante estes últimos anos.

Podemos perceber que aprender com o nosso passado, nossas memórias e raízes é fundamental para respeitamos e resgatarmos a nossa história, e indispensável para construirmos nosso presente e projetarmos o futuro.

O resgate destas memórias está relacionado à capacidade de conservarmos o nosso patrimônio, seja ele material ou imaterial, histórico, cultural, urbano. Não somente na preservação ou revitalização dos elementos físicos fabricados pelo homem, mas também na valorização e preservação do conjunto de conhecimentos produzidos e acumulados por este.

Durante estes anos, tem sido abordado não só os elementos físicos das construções, mas também os seus aspectos históricos, sociais, culturais, formais, técnicos, representativos ou afetivos.

Desta forma, tem feito parte deste trabalho o estudo dos espaços internos e externos das edificações, assim como de seus objetos, fotos e documentos, histórias, memórias, além da percepção de nossa identidade, e do momento e realidade em que vivemos. 

Na nossa sociedade e economia, em constante transformação, é fato a mobilidade da população, em suas diversas migrações e deslocamentos, nas mudanças de moradia nos bairros da própria capital de São Paulo, e entre as cidades paulistas.

A situação citada também se dá dentro da comunidade judaica, tendo, como uma das consequências, a diminuição da frequência nas sinagogas de diferentes locais, ou até no desuso, fechamento ou demolição da edificação de muitas destas sinagogas. A manutenção de uso para a qual foi construída, nem sempre é viável, ou está de acordo com a realidade do momento. Mas, quando se torna possível, muitas vezes se faz necessário o restauro, ou a conservação do edifício, revitalização, a recuperação através de um retrofit, de uma reforma.

Retrofit, revitalização, rearquitetura, restauro, recuperação, conservação de edifícios. Pode ser que você pode esteja pensando e se perguntando...como assim???

Para prosseguirmos e podermos entender mais um pouquinho sobre patrimônio arquitetônico, histórico e artístico, seguem abaixo algumas observações relacionadas a estas questões. E caso queira conhecer um pouco mais detalhadamente sobre o assunto, vale uma consulta a livros especializados, e a entidades e órgãos, públicos ou não, voltados ao tema. De forma resumida, seguem alguns detalhes:

O “Restauro” de um edifício recupera e preserva a estrutura e unidade do edifício, através de intervenções técnicas, de acordo com critérios científicos de conservação, devolvendo ao mesmo as características originais. Geralmente em bens tombados...

A “Revitalização” de uma edificação significa realizar intervenções em edifícios ou áreas urbanas a fim de torná-los aptos a terem usos mais intensos, dando nova vida aos mesmos, tornando-os atrativos para novas atividades, e garantindo nova vitalidade da área e região onde se localiza.

Já no “Retrofit”, conceito surgido na Europa e Estados Unidos, a proposta é “colocar o antigo em forma”, através de intervenções em estruturas antigas, estendendo a vida útil destas, readequando às exigências atuais, e as reinserindo na área urbana existente. Através da revitalização, é mais do que uma simples reforma, ela envolve uma série de ações de modernização cujo objetivo é preservar “o que há de bom na construção existente”, considerando o compromisso com as características originais do edifício.  Estes podem receber adaptações tecnológicas, modernizações na rede de água e esgoto, rede elétrica, elevadores, aquecimento/ refrigeração, soluções telefônicas, respeitando as normas vigentes quanto à acessibilidade e segurança.

Outro termo que vem sendo utilizado é a “Rearquitetura”, com soluções de aproveitamento do edifício existente a um novo uso, com a realização de transformações necessárias, reciclagem, demolições e acréscimos significativos, requalificação dos espaços, adequando e otimizando o uso à nova função do edifício...

Exemplos destas situações e/ou alterações em sinagogas estão presentes hoje no Museu Judaico de São Paulo, que sediava a Sinagoga Beth-El; no Memorial do Holocausto e da Imigração Judaica, que sediava a Sinagoga Kehilat Israel; no TenYad , que sediava a Sinagoga Centro Israelita de São Paulo (Knesset Israel); no EretzBio, instalado na antiga Sinagoga Cilly Danemann/“Lar dos Velhos”; na demolição do edifício da Sinagoga Mordechai Guertzenstein, hoje um edifício residencial; na demolição da Sinagoga Israelita de Pinheiros Beth Jacob, hoje em atividade em espaço alugado; no fechamento das sinagogas de São Miguel Paulista e da Penha, e na mudança de uso da Sinagoga do Ipiranga, até a última verificação funcionando como uma fábrica de etiquetas. Exemplos estes somente na capital paulista.

Em relação ao Museu Judaico de São Paulo, citado acima, o projeto foi desenvolvido pela Botti Rubin Arquitetura, vencedor do concurso realizado com o tema “Modernidade e Preservação”. O projeto realizado propôs a integração e restauro dos elementos do projeto original de Samuel Roder às novas e modernas instalações necessárias para o pleno funcionamento do Museu.

Acompanhe mais informações nas próximas postagens neste blog.

Você teria alguma informação relacionada às sinagogas da capital e das cidades do interior paulista, seu uso atual, reformas realizadas, novos projetos, restauros, demolições? Possui fotos, memórias, documentos? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes!

terça-feira, 13 de setembro de 2022

Famílias que frequentaram a "Bessaraber Farband", ou "Bessarabia Farain", no Bom Retiro

Ruas do Bom Retiro

Na última postagem deste blog questionei se você, ou a sua família, frequentou a Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia - Bessarabia Farain, no Bom Retiro, nos Chaguim, ou em outras ocasiões.

Recebi, por e-mail, pelo Facebook e por comentários neste blog, diversas informações e detalhes a respeito.

Por exemplo, no Facebook, a Profa. Dra. Nancy Rozenchan fez uma observação quanto ao nome correto da Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia, a conferir: Bessaraber Farband, Bessarabia Farain? Os dois estão corretos?

Em Guisheft, Clara Beer compartilhou: “Meus pais, Volf e Pérola Beer, frequentavam muito. Saíam de São Caetano, e iam ou de ônibus ou de trem. Vou perguntar para minha irmã, que tem uma memória ótima e porque eu era muito pequena. Assim que tiver mais detalhes, entro em contato”. Marcia Cytman reforçou “Eu era neta do Moishe Beinichis, conhecido por Moishe Kopel, que era diretor do Bessarabia Farain. Muito frequentei, infelizmente hoje meu querido zeide Moishe z"l, só por fotos. Que gostoso relembrar os belos tempos da sinagoga Bessarabia Farain. Não me recordo, era muito pequena quando comecei frequentar o Bessarabia, aonde meu avô Moisés Beinichis z"l era da diretoria, bons tempos! Lembro-me das festas de Simcha Torah, com as bandeirinhas, era muito gostoso. O sr.Jose Snitcovski era muito amigo no meu avô. Shirlei Lizak Zolfan contou: “Meu avô Alberto Goldchmit, frequentava nas Grandes festas, eu era pequena, tenho essas lembranças, vou ver com meus tios se eles têm fotos”. Eva S. Zellerkraut lembrou-se que o tio avô vinha do Rio com frequencia fazer palestras, era escritor de livros em idish, Hersh Schvartz. Eva diz não se lembrar de muito, mas irá verificar com a irmã. E Arnon Thalenberg escreveu:Frequentávamos a sinagoga da Rua da Graça, nas Grandes Festas não porque éramos da Bessarabia, mas porque a minha avó (polonesa) morava quase ao lado da sinagoga...” Algumas indicações foram feitas: Tatiana Gutt indicou Dan Snitcovsky, Iza Mansur indicou Rosa Tarandach, Frida Garbati indicou Roberto Becker, Soninha Morg indicou Jaime Morgensztern e Janette Hodara indicou Marcos Krasilcic Minkoves. Bernardo Melmam solicitou que fosse possível compartilhar a postagem, e indiquei o link do blog.

Já na página Judeu Empreendedor, Arnaldo Diamandi escreveu: “O meu zeide rezava na rua da Graça, nos mamaligues.... eu acho que mamaligues é polenta. Polenta/mamaligues, é barata. Eu lembro que muitos gozavam os beserabes, dizendo que davam mamaligue pros cavalos...Na rua da Graça, em um prédio do outro lado da rua da sinagoga, hoje museu, em uma sala, reuniam-se os beserabes. Eu me lembro que eu ia visitar meu zeide, que Hashem o tenha em bom lugar...”

Em Jewish Brasil, Abrão Hleap contou: “Minha família frequentou bastante. Meu pai, Froim Hleap foi diretor por muitos anos. Eu ajudei afundar o departamento de jovens do Bessaraber Farbant. Chegamos a reunir bastante gente como associados”. E Luiz Fernando Chimanovitch escreveu: “Meu avô e tios-avós eram frequentadores. Ficavam sempre ao fundo, numa mesa comprida. Eu tinha medo de subir lá porque o elevador era velho e tinha uma porta pantográfica. A ultima festa que eu me lembro, de ter ido lá, foi no começo dos anos 1980. Marcos, Rosa, Branca, Abraão, Moishe. De nascimento, eram Schneider. Não me lembro de ter uma mechitsah. A bimah ficava à esquerda de quem entrava e havia bancos nos três lados da bimah (leste, oeste, sul). Mais adiante, e ao fundo, tinha um palquinho pequeno, onde eu encontrava meu avô, e meus tios-avôs e avós, que sentavam juntos.  Encontrei o convite do Bar- Mitzvah do meu tio em 1954, na Sinagoga Israelita do Brás. O nome dele era Ismael, mas traduziram para Samuel. E minha avó era Malye, não Malka, em idish”.

Em Shofar Tupiniquim, Ester Rotter compartilhou: “Meus avós vieram da Bessarabia, a família Kosminsky. Eu acho que frequentaram esta sinagoga, porque um irmão do meu avô foi morar em São Paulo. Quando saiu de Quatro Irmãos (RS), morou em várias cidades, e por último, em Salvador, onde faleceu. Minha avó também veio da Bessarábia, família Lerchtamann”.

Na página Turma do Bomra, Mauro Krasilchik comentou: “Quem não frequentou o Bessaraber Farbant? Lembro muito bem quando o Sr. José Snitcovsky era o presidente. Lembro-me também das festas de Simcha Torah, quando ganhávamos aquela bandeirinha e uma maçã fincada na ponta. Ótimas lembranças!!!!! Frequentei com meus pais, avós e irmã. Acredito que foi na década de 1970. Quando adentrávamos ao prédio, que já era bem antigo, na Rua da Graça, o problema maior era subir de elevador. Quase sempre encrencava. Tínhamos que subir à pé e no caminho, vários idosos subindo devagar. Recordo-me que era um salão enorme com várias mesas enormes e cadeiras. Na entrada tinha uma espécie de escritório. Íamos sempre nas festas e feriados judaicos. Infelizmente não tenho nenhuma foto, mas posso procurar com pessoas conhecidas. Por coincidência minha sogra também frequentou. Caso consiga fotos com pessoas conhecidas...com certeza, se tiver alguém com fotos eu te encaminho”. Shirlei Lizak Zolfan lembrou-se que havia um palco onde as mulheres ficavam sentadas. E também se lembrou de Simcha Torah, das bandeiras com maçã, e do elevador com a porta de ferro. Sara Belz contou: “Eu frequentei os bailes, eternas lembranças do Bom Retiro. Tenho fotos. Vou procurar.” Sra. Sara compartilhou, no Facebook, diversas fotos, como a foto do pai, o violinista Ignácio Belz, que fazia parte da Orquestra do Maestro Leon Kaniefski. E outras fotos do Bom Retiro, da Formatura na Escola Técnica de Comércio Tiradentes, do Clube Macabi, da diretoria do "Bessarabia", do baile aos 16 anos, em 1956, do casamento em 1961, no Bom Retiro, na Rua Prates 209, e na Sinagoga Bethel, e a foto de família do pai, em 1934, em Budapest, morta no Holocausto, na Hungria. “Lembro-me de uma apresentação com meu pai e meu irmão ao violino, em evento beneficente. E quero contar que fui da diretoria do Clube Bessarábia”. Jose Marcos Thalenberg comentou: “Minha avó materna rezava lá. Lembro-me do elevador de porta pantográfica”. Lilian Davidowicz contou que o pai frequentava. E Helena Chachamovits escreveu: “Bom dia, estou lendo a sua mensagem, eu me lembro ter frequentado essa sinagoga com meus futuros sogros. Eles eram da Bessarabia. Lembranças muito boas. Pessia e Abraham Chachamovits, meus sogros, foram maravilhosos fui recebida com muito carinho. Todas as festas eu ia com eles. Aprendi judaísmo com eles, meus pais vieram fugidos, muito jovens, e se conheceram aqui no Brasil. Então, não festejavam nenhuma festa, e nem Shabat. Aprendi tudo com eles, tenho um filho rabino, que mora em N.Jersey, em Monsey, comunidade hassídica. גילה בורובוי escreveu:Jose Snitcovsky era meu tio, e, com orgulho, lembro-me dele, mas vim para Israel, e estou aqui desde ano 1967”. Sergio Abramoff contou : “O meu avô David Krasilchik está na foto! Não conhecia esta foto. Amei! E indicou o avô na mesma: meu avô era o mais baixo na foto. Meu tio Samuel Salomão também está na foto, à esquerda de meu avô.  Vou procurar outras fotos antigas, na casa de minha mãe. Lembro-me muito bem do rabino dando pancadas na mesa, pedindo silêncio. E a criançada toda, do lado de fora, brincando. Eu, inclusive...” E no comentário do blog, também agradeceu por eu ter compartilhado a foto.

Pelo messsenger, do Facebook, João Jacob Eitan contou, sobre a comunidade judaica do Vale do Paraíba: “Antes do Nathan Stulman, foi o Rabino David Azulay que muito nos ajudou...” 

Encaminhei e-mail à Casa do Povo, solicitando informações sobre a comunidade judaica bessarabe do Bom Retiro. A Casa do Povo possui um acervo com arquivo composto por mais de 4 mil livros, centenas de fotografias, objetos e documentos que contam parte da história cultural da cidade, do Bom Retiro, da imigração judaica, da resistência à ditadura e da cultura ídishe. Aguardem mais detalhes...

E você, teria alguma informação relacionada à comunidade judaica da capital e das cidades do interior paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceram, como era a da comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com Vamos resgatar nossas raízes...