quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

E nos vemos em 2021


Agradeço a todos vocês que, neste ano de 2020 e em anos anteriores, participaram do estudo e pesquisa que realizo sobre as comunidades judaicas e respectivas sinagogas, tanto da capital de São Paulo como do interior paulista.

A todos vocês que encaminharam informações, fotos, documentos, que compartilharam suas memórias, reavivando muitas histórias, resgatando raízes e divulgando este trabalho, muito obrigada!

E nos vemos em 2021... aqui, ou no blog, por whatsapp e, espero, quem sabe, pessoalmente...com muita saúde, alegria e energias boas!


segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

A Comunidade judaica de Piracicaba - por Paulina Ben-Ami

Jornal de Piracicaba 01/08/1994
Foto enviada por Marcelo Rosenthal

Por e-mail, sra. Paulina Ben-Ami, Rosenthal de solteira, escreveu sobre sua história, relacionada à Piracicaba e à comunidade judaica da cidade.

Sra. Paulina conta que leu os e-mails encaminhados e se emocionou muito: “Lembranças dos meus tempos de infância e parte da juventude em Piracicaba! Como todos os outros judeus da comunidade de Piracicaba, meus pais - Pedro e Anna Rosenthal - vieram da Bessarábia ao Brasil (em 1931). Moraram no início em Barretos, e mudaram para Piracicaba em 1941. O motivo da mudança para Piracicaba foram rumores de que movimentos nazistas estavam se fortalecendo na região com a finalidade de atacar os judeus. Meu pai fez o exército na România, e sabia o que era o antissemitismo. Ele fez uma pesquisa de outros municípios e concluiu que Piracicaba seria um local mais seguro e agradável para morar.

Chegamos em Piracicaba em abril de 1941. Moramos inicialmente numa casa na Rua da Boa Morte e meu pai saia todos os dias bem cedo com um empregado de charrete, com 2 cavalos, com mercadorias para vender

a prestação nos bairros de Piracicaba. Tínhamos, também, em casa, um quarto com mercadorias (tecidos, ternos, roupas de inverno) e minha mãe atendia os fregueses que vinham em casa. Mais tarde, meu pai começou a negociar com móveis novos e usados, que ficavam na grande garagem fechada, que fazia parte da casa. Depois de alguns anos, em 1947, meu pai achou uma loja na Rua Governador Pedro de Toledo, perto de Mercado Municipal, com uma residência adequada atrás da loja, e nos mudamos para lá. 

Nós éramos seis filhos: (i) Elias Rosenthal (1932-1970), nascido em São Paulo, terminou o primário no Grupo Escolar Barão do Rio Branco, fez o ginásio e o cientifico conjuntamente com a Escola Normal no Colégio Sud Menucci. Terminado o colegial, mudou-se para São Paulo, onde estudou na Faculdade de Odontologia e Farmácia da USP, e exerceu a profissão de cirurgião dentista durante toda sua vida. Foi também o criador do IMOSP – Instituto Museu e Biblioteca de Odontologia de São Paulo Dr. Elias Rosenthal, localizado em Santana, São Paulo, considerado um dos melhores museus desta classe na América Latina. Outras atividades: atuou na Sociedade dos Jovens Israelitas de Piracicaba (1945-48); na Escola Bialik (1955-1985); Fundo Comunitário (1970-77) e Bnai Brith (1982-1990).  Era casado com Anna Rosenthal, de Jundiai. (ii) Ester (Rosenthal) Weiser (1933-1972) se formou professora no Sud Menucci mas não exerceu a profissão. Era casada com Maks Weiser.  Faleceu num acidente de carro, a caminho de São Paulo com a Glaucia, a filha mais velha. O segundo filho, Roberto Weiser, mora há muitos anos em São Paulo e tem duas filhas, uma delas mora em Israel. A filha mais nova da Ester, Marisa Weiser Carvalho (nascida em 1959), o esposo Pedro Carvalho, e as filhas Gisela e Stella moram em Piracicaba, onde tem uma escola CEL-LEP para ensino de inglês e outras línguas. (iii) Rosa (Rosenthal) Goldchmit (1934) mudou-se para São Paulo quando o Elias se mudou, dirigiu uma loja de roupas feitas que meu pai comprou, até que se casou em 1960 com Dr. Marcos Goldchmit, médico oftalmologista. (iv) Eu, Paulina (Rosenthal) Ben-Ami (nascida em 1936) estudei até o primeiro ano científico no Colégio Sud Menucci e mudei para São Paulo com meus irmãos Elias e Rosa, onde terminei o secundário no Colégio Presidente Roosevelt, e estudei Química na Faculdade da Universidade de São Paulo. Em 1959, mudei para Israel, onde prossegui com o estudo de mestrado em Química, na Universidade Hebraica de Jerusalém, depois trabalhei no Escritório de Patentes de Israel, em Jerusalém, e na Companhia Yeda de Transferência de Tecnologia do Instituto Weizmann de Ciências, e trabalhei para a ONU, administrando cursos sobre patentes no Brasil e em outros países. Em 2001, abri meu próprio escritório de patentes para escrever, e depositar patentes de israelenses no exterior e patentes de estrangeiros em Israel. Fui casada com Dr. Issachar Ben-Ami, professor na Universidade Hebraica de Jerusalém. (v) Jayme Rosenthal (1940-2014) era advogado e comerciante em Piracicaba. Era ativo na Comunidade Judaica de Piracicaba, e foi seu presidente nos últimos anos. Abaixo algumas de suas principais atividades na cidade, com referência à colônia judaica. Sua esposa, Celia, e seus filhos Daniel e Marcelo, ainda vivem em Piracicaba. Sua filha Celita mora em São Paulo. (vi) Mendel Rosenthal (1945), nasceu e estudou até o fim do colegial em Piracicaba. Fez o exército em Brasília, era advogado em São Paulo, e atualmente mora no Guarujá.

Eu vejo que você está em contato com a Dra. Laurisa Cortellazzi, que era vereadora em Piracicaba, e ela iniciou o projeto de tombamento da sinagoga, mas o novo dono do edifício derrubou a sinagoga, logo depois que o projeto de tombamento desta havia sido aprovado na prefeitura. Mais detalhes você poderá obter com meu sobrinho Marcelo Rosenthal, que é advogado e filho do meu irmão Jayme Rosenthal.

O Jayme foi entrevistado muitas vezes pelo Jornal de Piracicaba sobre assuntos judaicos. Eu tenho um artigo muito interessante, publicado no Jornal de Piracicaba no dia 1 de agosto de 1994, no qual entrevistaram o Jayme e ele conta muito sobre a colônia judaica na cidade, com muitos detalhes. Ele fala também sobre a sinagoga, que foi fundada em 1927. O artigo tem uma foto da fachada da sinagoga, que em 1994 era um depósito de moveis usados. Para sua informação, o Sefer Tora veio para o kibutz Bror Chail em Israel, onde havia muitos judeus brasileiros.  No Jornal de Piracicaba há também uma foto do meu irmão Jayme, e uma foto de Adolfo Krasilchik (a esquerda de bigode, que era o chazan na sinagoga), Polacow (não sei qual Polacow) e (David) Becker. A cópia que eu tenho deste artigo é grande e, em parte, amassada. Se você não tem, vou ver se o Marcelo tem, e poderá lhe mandar...

Ah, eu também queria contar que, em 1964, estive com meu marido no Brasil na época dos feriados e passamos Yom Kipur em Piracicaba. A uma certa hora, ele viu que o chazan estava cansado, e se ofereceu para substitui-lo. Todos se admiraram da sua voz e da forma como rezou e cantou, e vieram cumprimentar meu pai. Se você precisar de mais alguma coisa, avise-me. Um abraço, Paulina”

Marcelo encaminhou a foto, tanto deste artigo citado por sra. Paulina, que aqui compartilho, como de outros artigos, além de diversas fotos, que serão compartilhadas nas próximas postagens.

Aliza, ou Laurisa Cortellazzi, também escreveu, deixando um comentário neste blog, na postagem "A comunidade judaica paulista...Piracicaba, Ribeir...": “Fico muito feliz que vocês tenham retomado a história da comunidade judaica de Piracicaba!! Espero, do fundo do meu coração, que este prédio seja reconstruído porque foi muita covardia tê-lo demolido na calada da noite!! Em reconhecimento a todos os judeus que ajudaram a construir a história de Piracicaba!! Com carinho esperança e fé...”

Pelo Facebook, na página do Pletzale, Marcelo Brick comentou: “Você é especial e está fazendo um trabalho impecável desse resgate, nos reconectando com nossas histórias e antepassados, parentes mais distantes e amigos como alguém já citou e você publicou no seu texto. A minha família nuclear (por parte de pai) parou de ir a Piracicaba após o falecimento de meu avô Germano Brick Z'l e de meu tio-avô Anchel Z'l quando minha vó foi morar no Rio, próxima da minha tia Elisa Z'l, sua filha mais velha, irmã do meu pai. Ainda íamos esporadicamente na verdade visitar os tios de meu pai, Elik e Suie, avôs dos queridos primos Mauro Krasilchik  (que contribuiu aqui nesse resgate) e Jane Z'l. Mais uma vez emocionado, só posso agradecer. Vou apresentar esse relato pra minhas filhas, Le Dor Va Dor. Muito obrigado...”

Sheila Tabajuihanski indicou Celita Rosenthal: “Veja o que sua família contribui pra essa história...”

E, em Hasbara & Sionismo, Fausto Leandro Signori escreveu: “Que legal! Marise Hannah Rosenthal é minha mãe e quando solteira era da comunidade de Ribeirão!”

Você gostaria de contar mais detalhes sobre as comunidades judaicas do interior paulista e suas sinagogas? E sobre a comunidade judaica da capital? Possui fotos, documentos?? Vamos compartilhar?? Escreva para myrirs@hotmail.com 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2020

Comunidade judaica de Piracicaba - 1998 a 2015

Foto enviada por
 Mario e Bernette Nusbaum

Sr. Mario e sra. Bernette Nusbaum contaram, por e-mail, sobre a época em que viveram em Piracicaba, encaminhando, também, as fotos ao lado:

“Moramos em Piracicaba no período de 1998 a 2015. Neste período mantivemos amizade com o Rosenthal, que era muito amigo da vereadora Laurisa. Através dela a Câmara Municipal propôs o tombamento do edifício da sinagoga. Na calada da noite e creio que num fim de semana o proprietário mandou demolir o prédio por receio de prejuízos financeiros. Como disse o Marcelo não sabemos o resultado do processo movido pelo ministério público. Temos a foto do prédio da sinagoga onde se vê claramente o Maguen David no topo da fachada. Numa singela homenagem a vereadora Laurisa fizemos uma montagem com ela de corpo inteiro na frente do prédio. Infelizmente não ficamos com cópia desta montagem...

A primeira vez que vivemos em Pira, de 1992 a 1995, não tivemos muito contato com judeus da cidade. Voltamos a viver lá em 1999 até 2015 e estabelecemos contato com o Jayme Rosenthal, que tinha uma revenda de automóveis usados na entrada da cidade. Jayme era muito bem relacionado política e socialmente, desde prefeitos e vereadores passando pela proprietária do Jornal de Piracicaba chegando até o Bispo da arquidiocese. Ele era “o Judeu de Piracicaba”, sem qualquer conotação negativa, pois quaisquer assuntos relativos a judeus e judaísmo eram referidos a ele. Ao chegarmos em Pira, em 1999, havia poucas famílias judias na cidade, talvez umas cinco, mas não mais do que dez, e alguns “passantes”, fossem eles alunos ou professores de alguma faculdade. Através de contatos com a FISESP, que na época tinha um Departamento de Pequenas Comunidades, Jayme conseguiu que uma vez por mês a Federação patrocinasse a vinda de um Chazan para conduzir o Cabalat Shabat. Este evento acontecia no auditório da Associação Paulista de Medicina local, cedida graciosamente, no qual tínhamos um comparecimento de quinze a vinte pessoas, tanto de Piracicaba como de cidades vizinhas próximas. Por volta de 2005 resolvemos realizar o 3º. Seder e este evento foi um feito extraordinário pois conseguimos reunir mais de 80 pessoas: parentes de São Paulo e Campinas, assim como judeus de Limeira, Santa Bárbara do Oeste, Águas de São Pedro e São Pedro. A Federação patrocinou a vinda do Uri Lam, à época Chazan e hoje Rabino do Beth El, para conduzir a leitura da Hagadá de Pessach, em português e produzida pelos nossos filhos. A ideia era motivar a pequena população judaica da região a estabelecer um núcleo judaico permanente com o aluguel de uma casa e reuniões mais frequentes. Infelizmente a ideia não prosperou por falta de apoio de nossos patrícios e pela dissolução do depto de pequenas comunidades da Federação que subsidiaria parte do custo da iniciativa.

Foto enviada por
Mario e Bernette Nusbaum

Após o fechamento do Departamento de Pequenas Comunidades, nossas atividades praticamente desapareceram, pois faltou o apoio logístico e material. No entanto recebemos um pedido diferente da Chevra Kadisha de São Paulo: de alguma maneira descobriram que havia no cemitério mais antigo de Piracicaba, os restos mortais de três crianças falecidas entre 1910 e 1920 e nos pediram para agilizarmos a burocracia que permitisse o traslado para o cemitério do Embu. Outra vez os contatos do Jayme foram valiosos, mas foram necessários vários meses até obtermos todas as aprovações dos inúmeros órgãos da prefeitura. Num dos casos foi necessária a autorização da irmã de uma das crianças, uma senhora de muita idade e quase senil. Seus filhos nos ajudaram e ela assinou a autorização dos traslados. Os outros dois casos não tiveram esta etapa, pois não havia parentes conhecidos. Possivelmente há maiores informações na Federação e no Arquivo Judaico. 

Foi um prazer passar a você algumas de nossas lembranças de nossa vida judaica em Piracicaba. Fique à vontade de usar os textos de forma apropriada. Um abraço...

Mario e Bernette Nusbaum “

Compartilhe você também as histórias de sua família, que moraram tanto na capital de São Paulo, como no interior paulista. Possui fotos, documentos? Encaminhe por e-mail, para myrirs@hotmail.com . Grata, Myriam 

segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

A comunidade judaica paulista...Piracicaba, Ribeirão Preto, Novo Horizonte... e alguns comentários

Rua Ipiranga - Piracicaba
A sinagoga estava situada no terreno
onde vemos o muro de tijolos

Conversei com Roberto Weiser em 12 de dezembro de 2020, por indicação de Marcelo Brick, Corinne Brick Marian, Marcia Landen Burkinski e Alberto Kessel, que escreveram...“Ele deve saber de tudo por lá...”

Roberto contou que nasceu em Piracicaba, filho de sra. Ester Rosenthal e sr. Maks Weiser, e irmão de Glaucia e Marisa. Ester era filha de Anna e Pedro Rosenhtal, e irmã de Elias, Jayme, Mendel, Rosa e Paulina. Como comentou Roberto, sra. Ester era atuante tanto na comunidade judaica como fora dela, conhecida por suas ações beneficentes. Incentivava os filhos a participarem dos movimentos juvenis em São Paulo, e assim, a cada quinze dias, seguiam para a capital. Foi em uma destas viagens que sra. Ester e Glaucia faleceram em um acidente de automóvel. Roberto estava com elas nesta viagem e Marisa encontrava-se em Piracicaba, cidade em que continua morando até hoje, atuando como coordenadora pedagógica (como comentou pelo whatsapp). Roberto estudou em escola pública, e cursou engenharia civil, saindo da cidade somente depois de formado.

Em relação à Sinagoga de Piracicaba, Roberto escreveu no Facebook: “Eu frequentava essa sinagoga na minha infância, me lembro de muita coisa...” E relatou sobre a entrada, as cadeiras, a separação entre homens e mulheres, sobre o fato de comportar mais ou menos quarenta a cinquenta pessoas, e de ser frequentada e conduzida pelos mais velhos da comunidade judaica, pois os mais jovens não a frequentavam.... Comentou que a Torah, depois de desativarem a sinagoga, foi doada para o Kibutz Bror Chail, em Israel. Citou a família Merzel quando questionei sobre outras famílias da comunidade judaica que moravam na cidade.

Sr. Maks Weiser, pai de Roberto, que continua morando em Piracicaba, era filho de sr. Inacio, e possuía um posto de gasolina.

Diversos comentários continuam sendo publicados no Facebook, relativos à comunidade judaica de Piracicaba. Na página JewishBrasil, relacionado ao edifício da sinagoga, Marcelo Rosenthal, que continua morando na cidade, escreveu: “Consultei a ação judicial e o proprietário foi condenado em definitivo a reconstruir o prédio onde foi a sinagoga, com as mesmas características. Atualmente está sendo discutido de que forma isso será feito, sendo que além do Ministério Público, o Município de Piracicaba está envolvido no assunto... Nunca acompanhei ou fiz parte deste processo, por isso não sabia seu resultado. E é justamente isso que estão discutindo agora, ou seja, como fazer a reconstrução. Provavelmente usarão dados do processo de tombamento e fotos, mas é apenas um palpite. passei para a Fisesp acompanhar e ver se ajudam na reconstituição...sem dúvidas eles podem ajudar o MP no processo que mencionei acima”. Marcelo indicou o número do Processo, que está tramitando na 5a vara cível de Piracicaba. Aguardo retorno de e-mail enviado ao CODEPAC, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba, relativo ao Tombamento e das características do projeto de reconstrução da sinagoga, cujo projeto não havia sido aprovado pela Prefeitura. Considero muito interessante poder acompanhar este processo, e ver como irão prosseguir... De toda forma, indiquei  Roberta Sundfeld  e Linda Derviche Blaj, do Museu Judaico de São Paulo, para verem tantos detalhes desta conversa...

Em minha página do Facebook, Laurisa Cortellazzi “falou”: Uma tristeza só!!!!! Fui eu quem, como vereadora, no ano de 2001 pediu o seu tombamento! E na época, o dono do prédio, de uma noite para o dia, o colocou no chão!!!! E solicitei à Laurisa Cortellazzi mais informações do pedido de Tombamento, se saberia onde se encontram os documentos, as plantas e detalhes das fachadas da casa onde funcionava a sinagoga, se estariam na Prefeitura, se foram anexados ao processo de Tombamento aberto, se estão disponíveis em algum arquivo histórico?

Também no Facebook, Marcelo Brick escreveu, sobre foto publicada no Blog: “Meu avô Germano Brick Z'l, minha avó Clara Krascilshik Z'l, e as irmãs do meu pai (que não está na foto), tia Elisa Z'l e tia Mirinha (Miriam Brick) que hoje mora no Rio de Janeiro. Helena KannPaula BrickMyriam Krasilchik. Ao fundo, o famoso Salto de Piracicaba...  Roberto Weiser, ou Beto, Myriam está fazendo um trabalho incrível de recuperar a memória. Cheguei a marcar você numa publicação, mas acho que você não chegou a ver. Se tiver fotos do seu Bar-Mitzvah ou da sinagoga por fora, manda para ela!”

Mauro Krasilchik comentou: “Como é bom reviver todas essas estórias, fotos, e pessoas queridas da nossa família. Queria mencionar aqui o nome da Marina Becker, e da Dna. Zilda Becker, que respectivamente são filhas e esposa do Dr. Luiz Becker e talvez possam compartilhar mais estórias. Além disso o Dr. Luiz Becker Z'L foi amigo de infância do meu falecido pai Abram Krasilchik Z'L, e frequentaram o Colégio Piracicabano.

Bernardo Blumen também escreveu: “Conheci toda a família Brick, íamos muito nos finais de semana à noite, em sua residência. Conheci também o “Chuca Chuca”, que se casou com a Elisa, acho que era a filha mais velha”.

Corinne Brick Marian comentou: “Fiquei emocionada ao ver as fotos da minha família no seu blog. Trabalho lindo este que você está fazendo...” E compartilhou o comentário de sua tia Miriam, que mora no Rio de Janeiro: “Corinne, que ótima descrição, me lembro de muitas pessoas, professores, médicos de família, etc. Há um engano na foto onde estamos, eu, minha mãe, Elisa...foi no hotel Quitandinha, onde passamos umas férias visitando a Elisa e o Chuca, e não em Piracicaba. O outro casal na mesa é tio Jaime e tia Paulina, irmão e irmã de minha mãe. Vou procurar e ver se acho foto da Sinagoga. Obrigada”. E Miriam Brick comentou também: “Adorei o seu texto sobre Piracicaba”.

Em ArteSion Sionismo e Hasbará, após falarmos da fachada da sinagoga, Heleno Hazan escreveu: “Na Amazônia, nos interiores há muitos relatos de descendentes de judeus, que relatam sobre Pequenas Edificações, ainda de pé, onde funcionavam Sinagogas! Tem um documentário, Éretz Amazônia!”

Nos comentários da publicação Histórias da comunidade judaica de Piracicaba deste Blog, David Carlessi deixou um comentário:
“Muitas vezes, um trabalho que exige investigação, seleção de materiais, comparações, resumos, redações, pesquisas em arquivos, entrevistas e que é feito com muita, muita dedicação de energia, horas de trabalho, entre outras atividades, não recebe o devido reconhecimento oficial da comunidade e menos ainda incentivos financeiros para que a pesquisa tenha continuidade. Isso tem acontecido com a pesquisa das sinagogas de São Paulo, que se estendeu para o interior do Estado. Ao estender-se, aos poucos foram sendo descobertas comunidades que viveram, ou ainda vivem, nas mais diversas cidades. Algumas descobertas são surpreendentes. E algo inusitado, inesperado, aconteceu: ao citar as famílias dessas comunidades, pessoas começaram a se reconectar, a descobrir suas origens a identificar vizinhos, amigos de quem há muito não tinham notícia. Este trabalho de pesquisa, portanto, vai muito além da descoberta e descrição das sinagogas, como edifícios ou instituições. Conecta-se intensamente com seres humanos e isso, também é um milagre que ilumina as pessoas. Hanukah Sameah!

Já na publicação do Blog Comentários sobre as comunidades judaicas do interior paulista... Ribeirão Preto, Bragança Paulista, Atibaia, Batatais... Alberto Zeiger escreveu: “Maravilhoso este artigo. Quero o e-mail do autor(a) para, se necessário, trazer mais informações! Também agradeço a lembrança da fundação da SIRP que ocorreu na minha casa com a presença e o apoio da FISESP.  Hanukah Sameach!” E por e-mail, Alberto Zeiger comentou: “Cara Myriam, boa noite. Obrigado pelas referências elogiosas a mim e em especial ao meu saudoso pai Z´´L.  Desculpe a falha em não me identificar na mensagem do teu blog... agora corrigida! Estou à disposição para tudo que você precisar, também sou memorialista e defendo o resgate e a preservação da memória judaica e comunitária em geral (fui o primeiro diretor do MIS de Ribeirão). Hanukah Sameach... Muita luz neste seu trabalho maravilhoso! Todo meu acervo familiar está em Ribeirão, onde eu divido minha vida com S. Paulo. Lá tenho fotos e muito material que precisa ser classificado de forma mais metódica. De qualquer forma, vou te mandar um anexo sobre meu pai no contexto de Ribeirão. Também sugiro visitar o blog "Você Sabia?" do meu amigo Dr. Octavio Verri Filho, na "Plataforma Verri" (acesso pelo Google). Lá você encontrará por ordem alfabética tudo que precisar, você terá um vislumbre da trajetória da família e da nossa ida para Ribeirão Preto. Pode compartilhar todas as informações que você quiser, especialmente se for para perenizar a memória da comunidade!”

Na publicação do Blog Famílias da comunidade judaica em São Carlos, Jaboticabal, Novo Horizonte, Itu, Jacareí, Guaratinguetá, Tatuí, Bebedouro, Barretos, Cafelândia, Andradina, Piracicaba, Franca...Carlos Alberto Baldon escreveu: “Vi sua matéria na net sobre a família Goldfarb de Novo Horizonte. A minha família é árabe, EID, foi a maior família da cidade, e minha mãe disse que conheceu os Goldfarb, que moravam em frente à casa dos meus avós. Meus tios cresceram com os meninos, eram muito amigos. Minha mãe hoje tem 91 anos, e após se formar, saiu cedo de Novo Horizonte, portanto, não temos mais informações. Achei muito legal isso, essa convivência deles, porque eram muito próximos a ponto de almoçarem um na casa do outro, e a relação de amizade era grande entre as famílias. Acredito que você consiga mais informações no Cartório. Boa sorte. Infelizmente, meus tios já faleceram e poderiam ajudá-lo nesta reconstituição. Abraço.”

No Facebook, Ariel Eythan Guedj comentou: “Myriam, gostaria de te parabenizar por todos os artigos que vem escrevendo ao longo do tempo. Aos 36 anos me emociono muito lendo tudo que escreve. É perceptível e notório todo seu empenho e dedicação nestas obras magníficas em relação ao resgate de memórias inesquecíveis, e que certamente não estão perdidas com sua dedicação amorosa. Gosto da sua simplicidade e humildade para com todos. Desejo-lhe muitas bençãos, e que tudo que você fizer ou tocar as mãos seja ricamente próspero com muita saúde. Abraço fraterno.”

E você...qual a sua história relativa à comunidade judaica de São Paulo, tanto da capital como do interior paulista? Frequenta ou frequentava as sinagogas? Conheceu a sinagoga de Piracicaba, hoje demolida? Lembra-se de como era a planta, a disposição dos bancos, os espaços femininos e masculinos, o Aron Hakodesh, a Torah, a bimah? Possui fotos, documentos, memórias, histórias? Poderia compartilhar? Escreva para mim no e-mail myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas memórias e raízes!!!

quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

A Sinagoga de Piracicaba, ou Círculo Israelita Piracicabano

Voltando para São Paulo, na última segunda-feira, 14 de dezembro de 2020, estivemos, David Carlessi e eu, na cidade de Piracicaba. Fomos ao 2°Oficial de Registro de Imóveis e Anexos, à Rua Voluntários de Piracicaba, e seguimos para a Rua Ipiranga, 826, local em que se situava a Sinagoga de Piracicaba, ou, como constava, Círculo Israelita Piracicabano. 

No 2°Oficial de Registro de Imóveis e Anexos, é possível consultar a Matrícula do imóvel em que a sinagoga esteve situada. Consta a data de 13 de setembro de 1979 na identificação do mesmo: “Prédio n°826 da Rua Ipiranga, em Piracicaba, compreendendo prédio residencial e respectivo terreno, com sete metros de frente e igual medida nos fundos, por quarenta e sete metros e quarenta e cinco centímetros de frente aos fundos...” cadastrado na Prefeitura Municipal local. A Matrícula indica como proprietários, naquele momento, o Círculo Israelita Piracicabano, assim como o número da Transcrição da 1° Circunscrição. Dois outros Registros foram realizados, sendo um deles relacionado à venda do respectivo imóvel por escritura, em 04 de setembro de 1979, e o outro também relacionado à venda do imóvel, em 30 de julho de 1980.

O local onde esteve situada a sinagoga, hoje em dia não possui edificação, como podemos ver nas fotos que fiz no dia da visita. Como já divulgado em posts anteriores, o prédio, ativo até 1970, e “demolido sem autorização, em agosto de 2001, encontrava-se em processo de Tombamento municipal desde maio do mesmo ano, e apesar de um auto de embargo encaminhado pela Secretaria de Obras de Piracicaba, a demolição deu-se até o final, lesando assim o direito à memória de toda uma comunidade...” (“Série Patrimônio Cultural de Piracicaba - Volume 2 - Igrejas” - Piracicaba DPH – IPPLAP 2012). Relacionado também a este Tombamento, há informações, na internet, sobre imóveis em processo de tombamento pelo CODEPAC (Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural – Conselho Municipal de Piracicaba). Dentre estes imóveis, podemos verificar detalhes sobre a Sinagoga de Piracicaba: “Antiga Sinagoga (demolida). Localização: Rua Ipiranga, 826 - Centro. Aberto Processo de Tombamento em 04 de maio de 2001”. Mais detalhes podem ser consultados no site:https://www3.faac.unesp.br/patrimonio/Leis/Municipais/piracicaba/Imoveis%20em%20processo%20de%20tombamento%20pelo%20CODEPAC.pdf

Em Ata da 6ª Reunião Ordinária do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Município de Piracicaba (CODEPAC), de 10 de junho de 2016, que ocorreu na sede da Secretaria Municipal da Ação Cultural, em Piracicaba, um Protocolo indica que a moradora da casa vizinha ao edifício onde se situava a sinagoga “solicitou autorização para demolição de prédio vizinho ao Antigo Círculo Israelita de Piracicaba, em razão do dano às suas estruturas após demolição ilegal da Sinagoga. O pedido foi deferido, por considerar que não afetará a realidade daquele local...” Mais informações sobre o Tombamento, já publicadas também no blog, podem ser verificadas: “Edital de convocação de reunião ordinária, de abril de 2018, pela Secretaria Municipal da Ação Cultural e Turismo da Prefeitura do Município de Piracicaba – SP... o Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural do Município de Piracicaba(CODEPAC) se reúne com seus Conselheiros e Conselheiras para a reunião ordinária no dia 13 de abril a fim de se analisar os documentos e assuntos constantes na seguinte pauta...Expediente Item 3...Assunto: comunicado Localização: Rua Ipiranga, 826 (Antiga Sinagoga)”.   http://conselhos.piracicaba.sp.gov.br/codepac/files/2018/04/Ord.-n%C2%BA-04-de-13.04.18-Ed.-Convoca%C3%A7%C3%A3o-FINAL.pdf  

No Facebook, na página “Sinagogas em São Paulo”, como informado anteriormente, Marcelo Rosenthal encaminhou uma foto, de Laurisa Cortellazzi, em frente à sinagoga. Na época em que foi vereadora propôs o tombamento do edifício. Marcelo comentou: “Infelizmente o prédio onde funcionou a sinagoga foi demolido pelo proprietário, que foi acionado pelo Ministério Público. Na época em que a sinagoga funcionava, não sei dizer se o prédio era próprio, mas pelo que me lembro meu pai contar, creio que não. Posteriormente, nos anos 90, foi iniciado um processo de tombamento, o edifício foi demolido repentinamente e, por isso, o Ministério Público entrou com uma ação judicial, cujo desfecho desconheço...

Você teria mais detalhes sobre a sinagoga de Piracicaba, o Círculio Israelita Piracicabano, e sobre o seu respectivo edifício? Como era a sua fachada? E o seu interior? Você ou sua família chegou a frequentá-lo? Como eram as festas na Sinagoga, o Shabat? Quem conduzia a reza? Havia um Rabino fixo? E Chazan? Possui fotos, documentos, memórias que possa compartilhar? Deixe aqui seu comentário ou encaminhe-o para myrirs@hotmail.com