segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

A busca por informações sobre a Sinagoga Israelita Paulista...

Na busca por informações e coleta de material para a pesquisa sobre as Sinagogas em São Paulo, diversos contatos ocorrem também através do Facebook. Desta forma, venho obtendo detalhes sobre a Sinagoga Israelita Paulista em diversas conversas por mensagens ou publicações desta rede social.

Em “Jewish Brasil-Comunidade Judaica do Brasil”, Harry Talans, que não frequentou a Sinagoga Israelita Paulista, comentou que a mãe JulianaTalans é húngara e indicou-a para conversarmos...

Pude conversar, pelo Messenger do Facebook, com Juliana Talans. Ao questioná-la se frequentou a sinagoga, contou: “Não digo que frequentei... mas foi a sinagoga de referência quando viemos para o Brasil em 1949, (minha irmã nasceu em 1944 na Europa). Quem nos trouxe para o Brasil foi sr.Desiderio Farkas, tio do meu pai...”. Sr. Desiderio foi o fundador das Lojas Fotoptica, era pai do fotógrafo Thomas Farkas e um dos ex-presidentes da Sinagoga Israelita Paulista.  Juliana comentou: “Eu acho que havia uma sinagoga na Rua General Osorio também, pois me lembro de ter ido lá algumas vezes para o Shabat. Não sei se era a sinagoga húngara. E morávamos também na rua General Osorio, onde tinha esta sinagoga, se não me falha a memória. Para poder casar na CIP, exigiram um atestado da sinagoga comprovando que éramos judeus. Eu tenho até hoje este papel. O rabino se chamava Karoly ... acho...”. Como já postado, a sinagoga Israelita Paulista esteve situada, de 1935 a 1953 na Rua General Osório,182...

Juliana lembra: “sr. Desiderio Farkas foi um ativista, veio ao Brasil antes da guerra...uma pena que sr. Thomaz não viva mais, mas a ex-esposa vive, ela com certeza sabe de muita coisa...já não é jovem... mas vou falar com o genro dela, que pode eventualmente intermediar, o nome dele é Flavio Bitelman, casado com Bia (Farkas) Bitelman”. E completa: “Tem muita história, tanto que o livro Sonata em Auschwitz fala sobre tudo isto”. Juliana irá procurar fotos e marcaremos um encontro...

Assim sendo, Juliana Talans indicou Flavio Mendes Bitelman, genro do sr. Thomas Farkas para conversarmos. Por sua vez, Flavio Mendes Bitelman indicou a esposa, Bia Farkas Bitelman.

Flavio, cujo pai era do Brás, contou-me que iam com sr. Thomas Farkas, em Yom Kipur, na sinagoga da Rua Augusta, já em uma época com poucos frequentadores cujas famílias eram húngaras e antes desta sinagoga “passar a ser Chabad”. Flavio indicou diversas famílias a entrevistar, entre elas as famílias Borger, Neufeld, Wessel, Montano, Strauss, Schontag, Kovari.

Ivo Kauffman, atual rabino da sinagoga, informou que os nomes de Desiderio Farkas e Ladislau Grunberguer constam da placa dos ex-presidentes.

Sr. Ladislau era pai de Noemi e de Marianne Norma Grunberger. Marianne contou que uma senhora chamada Judith Breuer cuidou por muito tempo da sinagoga. Irá contatá-la...

Sra. Sara Belz contou que o pai, Ignácio Belz, já falecido, era húngaro

Alexandre Dzialowski Diaconescu comentou que a avó materna nasceu na Transilvânia, na Hungria. Posteriormente chegou ao Brasil, fez Aliah com Alexandre e os pais de Alexandre em 2008, e infelizmente faleceu com 95 anos...

Voce fez parte desta sinagoga? Gostaria de relatar alguma história? Conhece quem a frequentou? Possui fotos ou algum documento?

Aguardem novos comentários e mais detalhes nas próximas postagens...

sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Indicando familiares frequentadores da Sinagoga Israelita Paulista!

Sinagoga Israelita Paulista e Museu Judaico da São Paulo
Foto Googlemap-2018
Em busca de material relacionado à comunidade judaica proveniente da Hungria, e sobre a Sinagoga Israelita Paulista, estive em 18/01/2018 no Centro de Memórias do Museu Judaico de São PauloLocalizamos um arquivo com um breve texto sobre a Sinagoga Israelita Paulista, incluindo algumas fotos. Espero em breve poder divulgar tal material. Aguardo autorização. Há também uma Coleção Arquivística Institucional - CI005 - foto 0373, como sendo da Sinagoga Israelita Paulista, assim como em “Acervo-Fototeca-Fotos por Assunto-Sinagoga Húngara”, há indicação de fotos do interior e da inauguração da mesma, inclusive uma foto da fachada... 

Falando no Museu, aqui vai uma dica: aproveitem as férias para visitarem este Centro de Memórias do Museu Judaico, localizado em Pinheiros (vejam na foto acima a Sinagoga Israelita Paulista e também o local do futuro Museu Judaico de São Paulo, aonde situava-se a Sinagoga Beth-El).

Em relação ao último post sobre esta sinagoga Eva Rosenfeld e Marianne Norma Grunberger fizeram comentários no Facebook. Eva, por exemplo, indicou Rosita Klar BlauMary BorgerFlávia Borger. Falei com Flavia, que me sugeriu entrar em contato com a mãe, Gabriela Borger e Tomaz Borger. Já Marianne contou que o pai foi presidente da sinagoga por um tempo.

Regina Igel contou que lembra-se desta sinagoga da Rua Augusta: "passava por ela...lembro de uma tarde de Rosh-Hashaná como fiquei admirada com as mulheres muito bem vestidas, com extrema elegância e até com certa discrição. Elas vinham andando pela calçada, talvez morassem nas redondezas. Seus maridos ou parentes vinham sempre atrás, todos conversando com animação”.

Como já comentado, a Sinagoga Húngara Paulista foi fundada em novembro de 1931, tendo seu nome alterado para Sinagoga Israelita Paulista. Rabino Friedlander e Chazan Emerich (Chaim) Neufeld fizeram parte desta sinagoga, assim como o Rabino Shimon Brand. Hoje em dia, Rabino Ivo Kauffman está à frente da sinagoga. O site do KosherMap chegou a divulgar que “em fevereiro de 2014 ocorreu a abertura do Instituto Nassó e a reabertura da antiga Sinagoga Húngara, sob direção do R. Ivo Kauffman...”


Flora Sheila Grinspan, também no Facebook, indicou-me o Rabino Ivo Kauffman, citado acima, com quem pude conversar. Ivo informou-me que mantem a parte religiosa da sinagoga há mais ou menos 15 anos, com "um Shabat ao mês". Comentou que o presidente possui as atas antigas traduzidas do húngaro e propôs  que localizemos juntos os descendentes dos frequentadores. Quem sabe possamos conversar com estes e conseguir algumas fotos. Ivo entrará em contato com Tomas Kovari...A visita à Sinagoga Israelita Paulista ficou programada para fevereiro de 2018. Você ou algum familiar seu faz ou fez parte desta sinagoga? Teria fotos, documentos, histórias a contar? Gostaria de visitar a sinagoga também?

quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Sinagogas em São Paulo e The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art - Center for Jewish Art - Hebrew University of Jerusalem


Gostaria de registrar aqui que iniciei uma parceria e cooperação com o “Center for Jewish Art - Hebrew University of Jerusalem”, encaminhando dados, fotos minhas com descrições, e material pesquisado, e que venho publicando, neste blog, sobre as Sinagogas em São Paulo.

O principal projeto do Centro, o “The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art” ou Índice Bezalel Narkiss de Arte Judaica (http://cja.huji.ac.il/browser.php) é o banco de dados digital. 

Ou melhor dizendo, o maior banco de dados digital, que contém documentação de monumentos e objetos judaicos de todo o mundo. Atualmente, há mais de um quarto de milhão de imagens no Índice.


O primeiro material enviado, juntamente com fotos, relaciona-se à "Sinagoga Mordechai Guertzenstein" - "Colégio I.L.Peretz" com os seguintes dados: 


• Distrito: Vila Mariana- São Paulo- SP- Brasil
• Localização: Rua Madre Cabrini, 195
• Fundada em 1951
• Projeto: Mauricio Utchitel
• Situação atual: sinagoga já demolida
• Os bancos de madeira pertencentes à Sinagoga Mordechai Guertzenstein foram doados para a Sinagoga da "Sociedade Israelita da Bahia".
• Aron Hakodesh e Parochet foram doados para a "Sinagoga Israelita de Ribeirão Preto".
• Menorót e Kéter provavelmente serão exibidos no Museu Judeu de São Paulo, que está em construção, com finalização prevista para final de 2018
• Anexos: esses objetos estavam no depósito do "Colégio I.L.Peretz" em agosto de 2016 (antes da venda da área - desta escola e sinagoga - para uma empresa de construção).

Dêem uma olhada no link, para visualizarem mais fotos e dados encaminhados...



segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Apresentando a Sinagoga Israelita Paulista

Fachada da Sinagoga- GoogleMaps-StreetView-jun2017


A Sinagoga Israelita Paulista foi fundada em 1931, com o nome de Beneficência Israelita Húngara, quando havia cerca de 50 judeus húngaros em São Paulo de acordo com a Enciclopédia Judaica já citada neste blog. Sediada inicialmente na Rua dos Andradas, transferiu-se em 1935 para a Rua General Osório 182, permanecendo neste endereço até 1953. Adquirido o imóvel da Rua Augusta 259, instalou-se em um salão para as atividades da sinagoga. Contava com 250 famílias.

Consta desta enciclopédia que a primeira diretoria foi composta por Eugenio Spivak, Alfredo Krausz, Ricardo Tolnai, B. Borgina, Luiz Nebel, Elias Allschuller, Carlos Gabor, Eugenio Klein, Sigismundo Pollak, Elemer Trebitsch, Ernesto Balazs.

Por quarenta anos, sr. Emerich Neufeld foi Chazan desta sinagoga. Ivo Kauffman, segundo informações para a pesquisa da Exposição “Mantendo a Tradição: Sinagogas e Chazanim”, realizada em 2017 em São Paulo, também atua/atuou como Chazan nesta sinagoga.

Por indicação de Beatriz Blay, gerente de projetos do Centro de Memórias do Museu Judaico de São Paulo, pude conversar com os sr. Gabor Aranyi, Nascido na Hungria, em Budapeste, chegou ao Brasil depois de 1956. Sr. Gabor informou-me que traduziu do húngaro os registros históricos da Sinagoga Israelita Paulista, a pedido de sr. Tomas Kovari. Como conta, até 1965 os documentos e textos desta sinagoga eram escritos em Hungaro. A Sinagoga Israelita Paulista, como comenta, era tanto um centro religioso, como também um centro social e cultural.

E você, fez parte ou ainda frequenta esta sinagoga? Conhece alguém a indicar? Gostaria de compartilhar e resgatar algum fato, alguma história, alguma memória? Possui alguma foto, documentos? Registre aqui ou entre em contato comigo por e-mail... myrirs@hotmail.com

Grata, Myriam Szwarcbart

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

O distrito da Consolação e a Rua Augusta

Mapeamento 1930-Sara
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
A região da Consolação onde situa-se, entre outras ruas, a Rua Augusta, é um distrito da região central da cidade de São Paulo, compreendendo parte do bairro de Vila Buarque, parte do bairro de Cerqueira Cesar, Higienopolis, e Pacaembu. Permanece uma das regiões históricas e culturais mais importantes da cidade.

As primeiras referências da Rua Augusta datam de 1875, chamando-se primeiramente Rua Maria Augusta, porém, nada de oficial existe a respeito.

Foi parte das terras do português Mariano Antonio Vieira, dono da Chácara do Capão desde 1880 e responsável pela urbanização da antiga trilha. No período, abriu várias ruas no Bairro da Bela Sintra, como a Frei caneca e a Rua da Real Grandeza, no topo do Morro do Caaguaçú atual Avenida Paulista. Naquela época a Rua Maria Augusta era apenas uma trilha de terra batida, que começava na entrada da Chácara do Capão (altura da Rua D. Antonia de Queiroz) e seguia até a Rua da Real Grandeza. Esta trilha foi aberta, (os caminhos eram muito íngremes), para que o bairro tivesse uma via de acesso rápido até o centro da cidade e para posteriormente serem instalados bondes puxados por burros, em 1890. Com a inauguração da luz elétrica em 1891, o primeiro bonde elétrico de São Paulo seria inaugurado em 1900).

Mapeamento 1954-Vasp Cruzeiro
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx
Lê-se que Mariano Antonio Vieira não quis homenagear uma pessoa e sim aplicar algo como um título de nobreza ao chamá-la de "Rua Augusta”. Algumas pessoas dizem que Augusta era uma pianista, outros falam que era uma moça da família Sousa e Castro. A sua representação mais antiga como Rua Augusta encontra-se no mapa da cidade de 1897, onde ela já aparece com esta denominação. Entre 1910 e 1912 ela foi estendida até a Rua Álvaro de Carvalho, sendo oficializada em 1927. Até 1942 a Rua Martins Fontes fazia parte da Rua Augusta. Ela aos poucos virou um grande ponto de prostituição, ocasião em que foi desmembrada (Decreto Lei N.º 153/1942).

O crescimento e desenvolvimento desta rua e região passaram a ocorrer com o surgimento dos loteamentos, das confortáveis residências, de pequenos edifícios de moradia e do comércio e serviços..

Do lado oposto, em direção aos Jardins, o prolongamento da Rua Augusta até a Rua Estados Unidos foi oficializado em 1914.

Até os dias de hoje a Rua Augusta apresenta um grande impacto no desenvolvimento urbano e imobiliário da capital, com suas mudanças de uso, em diversos momentos e de acordo com as diferentes apropriações do espaço por variados grupos sociais e culturais.

Como detalhe podemos ler sobre o Baixo Augusta no site da Wikipedia: “está em projeto a construção de um parque na região, com 23.700 metros quadrados e localizado entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado, onde situou-se por muitos anos o Colégio Des Oiseaux, destinado à elite da época. Em 2008 o prefeito Gilberto Kassab, assinou decreto declarando o espaço como de utilidade pública...”  Na mesma região, e após 20 anos, como indica o mesmo site, “o Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico de São Paulo tombou conjunto de cinco casas do início do sec.XX, na esquina das Ruas Augusta e Marquês de Paranaguá, no centro da capital. O casario antigo teve sua fachada restaurada...O processo foi aberto em 1991, a pedido de associação de bairro...”  

Tanto este conjunto do casario antigo, como a área de 23.700 aonde situava-se o Colégio Des Oiseaux estão muito próximos da Sinagoga Israelita Paulista ou “Sinagoga dos Húngaros”. E também na mesma região da Sinagoga Beth El, ou atual Museu Judaico de São Paulo, já em atividade e com finalização da obra prevista para 2018. Sobre a Sinagoga Israelita Paulista leia mais nos próximos blogs. Voce, ou algum familiar, fez ou faz parte destas Sinagogas? Possui fotos, documentos, alguma história a contar? Entre em contato comigo por e-mail myrirs@hotmail.com

Reedito esta publicação em 15 de janeiro de 2018 a partir deste ponto...

Euler Sandeville , na página da FAU, no Facebook, comenta sobre este post acima: "Integra também um dos dois Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem criados no município, o Paulista/Luz e há um movimento em torno de que seja um Corredor Cultural. O problema é que está faltando nessas aproximações uma visão mais ampla da cidade..."


Na 3.Jornada do Patrimônio, ocorrida em agosto de 2017, o IAB participou com uma roda de conversa apresentando uma discussão sobre os "Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem (TICP)", instrumento criado no Plano Diretor Estratégico de 2014 e integrante do Sistema Municipal de Patrimônio Cultural.
Os territórios foram concebidos para preservar, valorizar, integrar e articular ações e bens culturais em um determinado perímetro urbano.
No site da Prefeitura de São Paulo, Gestão Urbana SP, em Um plano para preservar o patrimônio e valorizar as iniciativas culturaisTerritórios de Interesse Cultural e da Paisagem (TICP) podemos ler as definições:
“1) Territórios de Interesse da Cultura (TICP) - Criação dos Territórios de Interesse da Cultura (TICP) para promoção de iniciativas culturais, de educação e do meio ambiente – através de incentivos urbanísticos e fiscais – em áreas que concentram grande número de espaços, atividades e instituições culturais, paisagem relevantes para a memória e a identidade da cidade, formando polos singulares de atratividade social, cultural e turística. Os TICPs já foram definidos no novo PDE: Paulista/Luz, no centro, e Jaguaré/Perus, na zona norte.

2) Zonas Especial de Preservação Cultural (ZEPEC) - Manutenção do conceito de Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC) com criação de nova categoria: Áreas de Proteção Cultural (APC), territórios com imóveis de produção e fruição cultural destinados à formação, produção e exibição pública de produtos culturais e artísticos a fim de assegurar a proteção e manutenção de espaços culturais, afetivos e simbólicos.”
Veja mais em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rua_Augusta_(S%C3%A3o_Paulo)

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Leitores participam das publicações...a Sinagoga Israelita Brasileira

Diversos leitores têm participado das publicações sobre as Sinagogas da Mooca, como outros fizeram nas publicações sobre as demais sinagogas das quais escrevei... através de comentários, enviando fotos, documentos, escrevendo sobre as próprias lembranças ou de familiares. Enfim, resgatando memórias, contando histórias...  

Aqui, compartilho alguns destes comentários...

Lili Muro Zaitoune Muro lembrou que o pai, Ibrahim Zaitoune, o sr Carlos Nigri e o sr Moisés Simantob se revezavam como Chazanim nas Grandes Festas na Sinagoga Israelita Brasileira...

Adriana Bialski achou as histórias interessantes! Estrella Tapiero e Benjamin Raileanu e Lucy Cohn...escreveram B’H, Mazal Tov...

Nelson Szuster não conhecia e nunca havia ouvido falar das Sinagogas da Mooca. E acrescentou: “Também acho que outros ashkenazim também não conhecem...pretendo fazer uma visita brevemente, pois, aprecio muito a colonia dos sefaradim. Atualmente estou frequentando a Sinagoga Ohel Yacov da Rua Cravinhos, Rabino Pinto”.

Tania Fortes, contou que o avô materno, Benjamin Cohen, foi chazan da Sinagoga Israelita Brasileira. E afirmou: “A Rachel Mizrahi o conheceu, e acredito q ela citou algo sobre ele no livro dela...” E assim, no livro Imigrantes Judeus do Oriente Médio-São Paulo e Rio de Janeiro, de Rachel Mizrahi, à página 77, lemos: “Naturais da cidade de Yafo, os Cohen dedicaram-se ao trabalho religioso para as comunidades judaicas do Rio de Janeiro e São Paulo. Benjamin Cohen, sobrinho de Raphael David Cohen, ocupou as mesmas funções dos tios na Sinagoga Israelita Brasileira, na Mooca...”

Alzira Goldberg, irmã de Rachel, citou o pai Moyses Mayer Mizrahi e enfatizou que a família frequentou a sinagoga Israelita Brasileira. Este fato, e a história da família Mizrahi constam do livro Do Mascate ao Empreendedor - Uma família da antiga Mooca, também escrito por Rachel Mizrahi. Neste livro podemos ler que sr. Moyses Mayer Mizrahi nasceu em 1910, era o mais novo de três irmãos e chegou a São Paulo em 1927, a chamado do irmão Elias. Começou a vida na cidade no comércio ambulante, e aos 27 anos casou-se com Rebecca Fardjoun, do Rio de Janeiro. Ambas famílias eram originárias de Safed(Tzfat). Residiram na Rua Mem de Sá e posteriormente em um sobrado na Rua Coronel Cintra. Tiveram seis seis filhos: Lily, Alzira, Rachel, Mayer, Isaac e Nessim. No Net Shuk, do Facebook, Isaac Mizrahi comentou que o pai Moyses Mayer Mizrahi nasceu em 1910 na cidade histórica de Saffed. Sobre o histórico familiar, sobre cada um dos irmãos e suas famílias, sobre a vizinhança do bairro da Mooca, amizades, depoimentos familiares, além da trajetória empresarial de Mayer M. Mizrahi leiam o livro aqui indicado!!

Em Guisheft Anuncios, também no Facebook, Susi Brandes escreveu: "Me lembro que eu tinha por volta de 10 anos e durante o Yom Kipour eu e minhas amigas íamos de uma sinagoga para outra observar os homens rezando e o traje das senhoras. Boas lembranças..."

E voce, gostaria de divulgar suas lembranças sobre as Sinagogas em São Paulo? Deixe aqui seus comentários...

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

O edifício da Sinagoga Israelita Brasileira

O edifício da Sinagoga Israelita Brasileira está em “constante manutenção”, para que permaneça sempre em uso: paredes pintadas, iluminação excelente, piso reformado. Os bancos desta sinagoga, originalmente em madeira, por terem apresentado cupim e estarem sem condições de uso, foram substituídos por cadeiras plásticas, dispostas ao redor da Bimá, ou no entrono das mesas utilizadas para estudo.  Como nas sinagogas de origem oriental, a Bimá está situada a uma certa distância do Aron Hakodesh, ao centro do espaço masculino. A entrada lateral, através de alguns degraus ladeados por duas colunas, diferencia-a das demais sinagogas já descritas.
Por outro lado, como nas demais sinagogas já visitadas, verificamos uma galeria feminina, com muretas permitindo a visão e acompanhamento das rezas, situa-se no pavimento superior.

Um salão de festas, no subsolo, era utilizado como local para as comemorações, festas e encontros. Como conta Carlos Adissi, este foi o local aonde os pais, David e Amélia Adissi, se conheceram e a sinagoga aonde casaram. Carlos escreve: “Essa era a sinagoga que frequentavam. Para gente da minha geração, traz muitas lembranças das festas que celebramos nas Sinagogas. Meus pais se conheceram numa festa de carnaval no subsolo da sinagoga da Odorico Mendes, e lá se casaram também; lembranças de famílias e familiares que frequentaram a sinagoga, e fatos que servem, também, de referência para a nova geração! Meus pais eram primos de 3a geração. Meu avô Carlos Simão Adissi, porém, frequentava a outra sinagoga.”

Divulgo também neste post a foto antiga, da qual falei, aonde 2 rapazes estão sentados à frente dos portões da Sinagoga Israelita Brasileira. Um dos rapazes é o irmão de Linda Zeitoune e pai de Haim Zeitoune. Os pais de Linda Zeitoune vieram do Líbano, e aqui divulgo, com a permissão desta, algumas fotos...

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Visita à Sinagoga Israelita Brasileira

No dia 27/12/2017 visitamos a Sinagoga Israelita Brasileira, e pudemos conversar com sr. Jamil Sayeg e seu filho, Isaac Sayeg. Estive na sinagoga acompanhada de David Carlessi, Rachel Mizrahi, Linda Zeitoune, Haim Zeitoune e Victoria Hadid.

Sr. Jamil nos contou que esta sinagoga foi fundada em 1930 pela coletividade síria sefaradi de São Paulo, sendo os fundadores o sr. Isaac Sayeg (pai do sr. Jamil) e o sr. Nassim Nigri. Noventa por cento da coletividade israeli síria residia na Mooca. Sr. Jamil comenta: “A sinagoga tinha alta frequência, inclusive de sábado, não só nas Grandes Festas. A frequência aos sábados, com o tempo, foi diminuindo. Mas nas Grandes Festas, por um longo tempo, se manteve. A sinagoga ficava sempre lotada, não havia cadeiras vazias, sempre com muitos cohanim. 

Muitos estão hoje na Mekor Haim, sinagoga mais recente...são os descendentes”. A frequência nesta sinagoga começou a diminuir com a “migração” dos frequentadores para Higienópolis, motivada por problemas com as enchentes no bairro da Mooca, e o enriquecimento desta coletividade. 

Como enfatizam, os sefaradim iam para a Mooca, os ashkenazim para o Bom Retiro. A escolha do bairro pela coletividade judaica oriental está inserida no contexto do fluxo de imigrantes de diversos países à cidade de São Paulo. Os imigrantes escolhiam a Mooca, entre outros motivos, pela proximidade à estação da estrada de ferro, à Hospedaria dos Imigrantes e aos locais de trabalho (o centro da cidade, e a região da 25 de março, aonde tinham comércio, por exemplo). E os novos imigrantes, ao chegarem à São Paulo, estabeleciam-se próximos aos que já haviam chegado anteriormente.

O rio Tamanduateí, na época da chegada dos imigrantes, era limpo e a região “muito bonita e arborizada”. No rio era possível “fazer mikve” e não havia o problema de inundação. A Mooca era um bairro residencial, mas também com diversas indústrias, entre elas a Antarctica e diversos lanifícios, como a Santista e Textil Elizabeth. 

Porém sr. Jamil comenta que a região da Rua Odorico Mendes, aonde situa-se a sinagoga, era totalmente residencial, com casas muito parecidas umas das outras, casas médias e pequenas, provavelmente muitas para moradia dos operários da região. Este perfil residencial “seguia até a Rua Ana Nery, aonde situava-se a Antarctica” (local de um longo muro e um local de eventos). Nesta comunidade, os mais abastados moravam na Av. D. Pedro, ou próximo ao Largo do Cambuci e Aclimação. Como exemplo, a família Nigri morava na Av. Dom Pedro. O Parque D. Pedro, lembra-se Isaac, era muito arborizado, os homens caminhavam bem vestidos, de paletó e gravata, as mulheres de vestidos. Os ônibus trafegavam pela Praça Clovis. Com o tempo, o bairro e o Parque D. Pedro foi tendo seu perfil alterado.

Sr. Jamil lembrou que na Rua Dom Bosco o pai teve uma tecelagem... e era um benfeitor, investiu na comunidade (ganhou o maior prêmio de loteria de São Paulo). 

Mas enfatiza que foi a família Klabin quem doou o terreno com o objetivo de se construir uma sinagoga. Os terrenos da região pertenciam aos Klabin. Porém a construção do edifício da sinagoga coube ao sr. Isaac Sayeg e à coletividade judaica síria que estava chegando à cidade. Os frequentadores desta sinagoga, como comenta, eram originários de Sidon(Seade) e Beirute.

Como já divulgado, a Sinagoga União Israelita de São Paulo foi fundada por safadies...originários de Safad(Tzfat). Frequentadores de ambas sinagogas falavam o árabe, os estilos de reza porém eram diferentes.

Com o crescimento da comunidade judaica do bairro, cogitaram sobre a possibilidade de construção de uma sinagoga maior em um terreno à rua Barão do Jaguara. Porém parte dos frequentadores optou pela construção de uma nova sinagoga à Rua Piauí, denominada Congregação Monte Sinai...

A Sinagoga Israelita Brasileira mantém-se ativa, continuam em atividade. E como comenta Isaac, filho do sr. Jamil: “prometemos ao meu avô que não iriamos fechar!!”  E para tanto, vemos que a comunidade judaica do entorno e bairros próximos está crescendo...

Acompanhem no próximo post detalhes sobre o edifício desta sinagoga e seu interior ...

Um Feliz 2018 para todos voces, leitores deste blog!!!!