segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Visita à Sinagoga Israelita Brasileira

No dia 27/12/2017 visitamos a Sinagoga Israelita Brasileira, e pudemos conversar com sr. Jamil Sayeg e seu filho, Isaac Sayeg. Estive na sinagoga acompanhada de David Carlessi, Rachel Mizrahi, Linda Zeitoune, Haim Zeitoune e Victoria Hadid.

Sr. Jamil nos contou que esta sinagoga foi fundada em 1930 pela coletividade síria sefaradi de São Paulo, sendo os fundadores o sr. Isaac Sayeg (pai do sr. Jamil) e o sr. Nassim Nigri. Noventa por cento da coletividade israeli síria residia na Mooca. Sr. Jamil comenta: “A sinagoga tinha alta frequência, inclusive de sábado, não só nas Grandes Festas. A frequência aos sábados, com o tempo, foi diminuindo. Mas nas Grandes Festas, por um longo tempo, se manteve. A sinagoga ficava sempre lotada, não havia cadeiras vazias, sempre com muitos cohanim. 

Muitos estão hoje na Mekor Haim, sinagoga mais recente...são os descendentes”. A frequência nesta sinagoga começou a diminuir com a “migração” dos frequentadores para Higienópolis, motivada por problemas com as enchentes no bairro da Mooca, e o enriquecimento desta coletividade. 

Como enfatizam, os sefaradim iam para a Mooca, os ashkenazim para o Bom Retiro. A escolha do bairro pela coletividade judaica oriental está inserida no contexto do fluxo de imigrantes de diversos países à cidade de São Paulo. Os imigrantes escolhiam a Mooca, entre outros motivos, pela proximidade à estação da estrada de ferro, à Hospedaria dos Imigrantes e aos locais de trabalho (o centro da cidade, e a região da 25 de março, aonde tinham comércio, por exemplo). E os novos imigrantes, ao chegarem à São Paulo, estabeleciam-se próximos aos que já haviam chegado anteriormente.

O rio Tamanduateí, na época da chegada dos imigrantes, era limpo e a região “muito bonita e arborizada”. No rio era possível “fazer mikve” e não havia o problema de inundação. A Mooca era um bairro residencial, mas também com diversas indústrias, entre elas a Antarctica e diversos lanifícios, como a Santista e Textil Elizabeth. 

Porém sr. Jamil comenta que a região da Rua Odorico Mendes, aonde situa-se a sinagoga, era totalmente residencial, com casas muito parecidas umas das outras, casas médias e pequenas, provavelmente muitas para moradia dos operários da região. Este perfil residencial “seguia até a Rua Ana Nery, aonde situava-se a Antarctica” (local de um longo muro e um local de eventos). Nesta comunidade, os mais abastados moravam na Av. D. Pedro, ou próximo ao Largo do Cambuci e Aclimação. Como exemplo, a família Nigri morava na Av. Dom Pedro. O Parque D. Pedro, lembra-se Isaac, era muito arborizado, os homens caminhavam bem vestidos, de paletó e gravata, as mulheres de vestidos. Os ônibus trafegavam pela Praça Clovis. Com o tempo, o bairro e o Parque D. Pedro foi tendo seu perfil alterado.

Sr. Jamil lembrou que na Rua Dom Bosco o pai teve uma tecelagem... e era um benfeitor, investiu na comunidade (ganhou o maior prêmio de loteria de São Paulo). 

Mas enfatiza que foi a família Klabin quem doou o terreno com o objetivo de se construir uma sinagoga. Os terrenos da região pertenciam aos Klabin. Porém a construção do edifício da sinagoga coube ao sr. Isaac Sayeg e à coletividade judaica síria que estava chegando à cidade. Os frequentadores desta sinagoga, como comenta, eram originários de Sidon(Seade) e Beirute.

Como já divulgado, a Sinagoga União Israelita de São Paulo foi fundada por safadies...originários de Safad(Tzfat). Frequentadores de ambas sinagogas falavam o árabe, os estilos de reza porém eram diferentes.

Com o crescimento da comunidade judaica do bairro, cogitaram sobre a possibilidade de construção de uma sinagoga maior em um terreno à rua Barão do Jaguara. Porém parte dos frequentadores optou pela construção de uma nova sinagoga à Rua Piauí, denominada Congregação Monte Sinai...

A Sinagoga Israelita Brasileira mantém-se ativa, continuam em atividade. E como comenta Isaac, filho do sr. Jamil: “prometemos ao meu avô que não iriamos fechar!!”  E para tanto, vemos que a comunidade judaica do entorno e bairros próximos está crescendo...

Acompanhem no próximo post detalhes sobre o edifício desta sinagoga e seu interior ...

Um Feliz 2018 para todos voces, leitores deste blog!!!!

3 comentários:

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  3. Olá, vc poderia me dizer porfavor quais os dias e horários de funcionamento da sinagoga?

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