Mapeamento 1930-Sara http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx |
A região da Consolação onde
situa-se, entre outras ruas, a Rua Augusta, é um distrito da região central da
cidade de São Paulo, compreendendo parte do bairro de Vila Buarque, parte do
bairro de Cerqueira Cesar, Higienopolis, e Pacaembu. Permanece uma das
regiões históricas e culturais mais importantes da cidade.
As primeiras referências da Rua Augusta datam de 1875, chamando-se
primeiramente Rua Maria Augusta, porém,
nada de oficial existe a respeito.
Foi parte das terras do
português Mariano Antonio Vieira, dono da Chácara do Capão desde
1880 e responsável pela urbanização da antiga
trilha. No período, abriu várias ruas no Bairro da Bela Sintra,
como a Frei caneca e a Rua da Real Grandeza, no topo do Morro do Caaguaçú atual Avenida
Paulista. Naquela época a Rua Maria Augusta era
apenas uma trilha de terra batida, que começava na entrada da Chácara do Capão (altura
da Rua D. Antonia de Queiroz) e seguia até a Rua da Real Grandeza. Esta
trilha foi aberta, (os caminhos eram muito íngremes), para que o bairro tivesse uma via de acesso rápido até o centro da
cidade e para posteriormente serem instalados bondes puxados
por burros, em 1890. Com a inauguração da
luz elétrica em 1891, o primeiro bonde elétrico de
São Paulo seria inaugurado em 1900).
Mapeamento 1954-Vasp Cruzeiro http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx |
Lê-se que Mariano Antonio Vieira não quis homenagear uma pessoa e sim
aplicar algo como um título de nobreza ao chamá-la de "Rua Augusta”. Algumas pessoas dizem que Augusta era uma
pianista, outros falam que era uma moça da família Sousa e Castro. A sua representação mais antiga como Rua Augusta encontra-se
no mapa da cidade de 1897, onde ela já aparece com esta denominação. Entre 1910 e 1912 ela foi
estendida até a Rua Álvaro de Carvalho, sendo oficializada em 1927. Até 1942 a Rua Martins
Fontes fazia parte da Rua Augusta. Ela aos poucos virou um grande ponto de
prostituição, ocasião em que foi desmembrada (Decreto Lei N.º 153/1942).
O crescimento e desenvolvimento desta rua e região passaram a ocorrer com o surgimento dos loteamentos, das confortáveis residências, de pequenos
edifícios de moradia e do comércio e serviços..
Do lado oposto, em direção aos Jardins, o prolongamento da Rua Augusta até a Rua Estados Unidos foi oficializado em 1914.
Até os dias de
hoje a Rua Augusta apresenta um grande impacto no desenvolvimento urbano e
imobiliário da capital, com suas mudanças de uso, em diversos momentos e de
acordo com as diferentes apropriações do espaço por variados grupos sociais e
culturais.
Como detalhe podemos
ler sobre o Baixo Augusta no site da Wikipedia: “está
em projeto a construção de um parque na região, com 23.700 metros quadrados e
localizado entre as ruas Marquês de Paranaguá e Caio Prado, onde situou-se por
muitos anos o Colégio Des Oiseaux, destinado à elite da época. Em 2008 o
prefeito Gilberto Kassab, assinou decreto declarando o espaço como de utilidade
pública...” Na mesma região, e após 20 anos, como indica o mesmo site, “o
Conselho Municipal de Proteção ao Patrimônio Histórico de São Paulo tombou
conjunto de cinco casas do início do sec.XX, na esquina das Ruas Augusta e
Marquês de Paranaguá, no centro da capital. O casario antigo teve sua fachada
restaurada...O processo foi aberto em 1991, a pedido de associação de bairro...”
Tanto este conjunto do casario
antigo, como a área de 23.700 aonde situava-se o Colégio Des Oiseaux estão
muito próximos da Sinagoga Israelita Paulista ou “Sinagoga dos Húngaros”. E
também na mesma região da Sinagoga Beth El, ou atual Museu Judaico de São
Paulo, já em atividade e com finalização da obra prevista para 2018. Sobre a
Sinagoga Israelita Paulista leia mais nos próximos blogs. Voce, ou algum
familiar, fez ou faz parte destas Sinagogas? Possui fotos, documentos, alguma
história a contar? Entre em contato comigo por e-mail myrirs@hotmail.com
Reedito esta publicação em 15 de janeiro de 2018 a partir deste ponto...
Euler Sandeville , na página da FAU, no Facebook, comenta sobre este post acima: "Integra também um dos dois Territórios de Interesse da Cultura e da Paisagem criados no município, o Paulista/Luz e há um movimento em torno de que seja um Corredor Cultural. O problema é que está faltando nessas aproximações uma visão mais ampla da cidade..."
Na 3.Jornada
do Patrimônio, ocorrida em agosto de 2017, o IAB participou com uma roda de
conversa apresentando uma discussão sobre os "Territórios de Interesse da Cultura
e da Paisagem (TICP)", instrumento criado no Plano Diretor Estratégico de 2014 e
integrante do Sistema Municipal de Patrimônio Cultural.
Os
territórios foram concebidos para preservar, valorizar, integrar e articular
ações e bens culturais em um determinado perímetro urbano.
No site
da Prefeitura de São Paulo, Gestão Urbana SP, em Um plano para preservar o
patrimônio e valorizar as iniciativas culturaisTerritórios de Interesse Cultural e da
Paisagem (TICP) podemos
ler as definições:
“1) Territórios de Interesse da Cultura (TICP) - Criação dos Territórios de Interesse da
Cultura (TICP) para promoção de iniciativas culturais, de educação e do meio
ambiente – através de incentivos urbanísticos e fiscais – em áreas que
concentram grande número de espaços, atividades e instituições culturais,
paisagem relevantes para a memória e a identidade da cidade, formando polos
singulares de atratividade social, cultural e turística. Os TICPs já foram
definidos no novo PDE: Paulista/Luz, no centro, e Jaguaré/Perus, na zona norte.
2) Zonas
Especial de Preservação Cultural (ZEPEC) - Manutenção do conceito de Zona Especial de Preservação Cultural (ZEPEC)
com criação de nova categoria: Áreas de Proteção Cultural (APC), territórios
com imóveis de produção e fruição cultural destinados à formação, produção e exibição
pública de produtos culturais e artísticos a fim de assegurar a proteção e
manutenção de espaços culturais, afetivos e simbólicos.”
Veja mais em
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rua_Augusta_(S%C3%A3o_Paulo)
Excelente informação. Parabéns!
ResponderExcluir