quarta-feira, 31 de agosto de 2022

A Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia - Bessarabia Farain - no Bom Retiro

Foto disponivel na Enciclopédia Judaica
volume 1 páginas 120 e 121
Editora Tradição, 1967, Rio de janeiro

Você, ou a sua família, frequentou a Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia - Bessarabia Farain, no Bom Retiro, nos Chaguim, ou em outras ocasiões?

Segundo a Enciclopédia Judaica, publicada em 1967 pela Editora Tradição do Rio de Janeiro (vejam o volume 1, páginas,  120 e 121),  a Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia, em São Paulo,  foi fundada em 18 de outubro de 1949, com a finalidade de “manter um centro beneficente para ajuda ao correligionários oriundos da Bessarabia, prestando-lhes assistência médica, jurídica, financeira, etc”. Incorporou o “Comite de Auxílios”, então sob a presidência do sr. José Teperman. Esta Associação funcionava, no ano da publicação da Enciclopédia Judaica, em sede própria, à Rua da Graça, 89, também como núcleo social, com reuniões entre seus 600 membros, além dos “ofícios religiosos”. Faziam parte da primeira diretoria os senhores Emílio Berezovsky, como presidente, José Snitcovsky e Abraão Zaguer. Na foto aqui compartilhada, grupo de diretores, em 1947 (data a confirmar): Abraão Zaguer, Nelson Vainer, Mauricio Grobman, Isaac Berezovsky, Carlos Vainer, Isaac Teperman, Alfredo Vainer, Isaac Snitcovsky, David Krasilchik, David Sosman e Samuel Salomão, entre outros. 

A busca pelos detalhes acima ocorreu a partir de informações fornecidas pela Marcia Cytman, no Facebook, em “Judeu Empreendedor”, na publicação relacionada às sinagogas e comunidades judaicas da capital e do interior paulista. Marcia escreveu: “Minha avó materna também era de Sucaron, e meu avô de Britshon. Eles falavam muito na Bessarabia. Não tenho muito para contar, falavam dos amigos, e como vieram para cá, em 1922. Depois, já aqui, meu avô foi presidente e diretor da sinagoga “Bessarabia Farain”, no Bom Retiro, e por muitos anos nós fomos nos Chaguim lá, ele era muito feliz com isso. Era um lugar pequeno, na Rua da Graça,  no Bom Retiro. O nome deu avô era Moisés Beinichis z"l, conhecido como Moishe Kopel, e minha avó Sara Beinichis z"l . Acho que amigos do meu avô, não restou ninguém.. Vou pesquisar em casa fotos antigas, na foto estão exatamente os amigos do meu avô. Pode compartilhar, creio que sem problemas”.

No artigo: “Gênero, resistência e identidade: imigrantes judeus no Brasil”, da Prof. Dra. Eva Alterman Blay, publicado em 02 de fevereiro de 2010, (disponível na internet em https://www.scielo.br/j/ts/a/LPNJmwvc7LjzHBjj7jZ7bGL/?lang=pt e https://doi.org/10.1590/S0103-20702009000200011 ), lemos que “no começo do século XX, avultam os imigrantes judeus da Europa Oriental (Bessarábia, Romênia, Rússia, Polônia e territórios vizinhos), da América Latina (Bolívia, Argentina, Uruguai, Peru) e alguns da América do Norte... Fundam-se associações de ajuda, sinagogas, escolas, e só em 1923 vai ser criado o primeiro cemitério judaico... Concomitantemente, as pessoas de mesma origem territorial e histórica se aproximam, organizando associações de caráter social como o poilicher-farband (associação dos judeus poloneses), o bessarabe-farband (associação dos judeus da Bessarábia), e assim por diante. Essa busca de se relacionar com pessoas de mesma origem se reproduz na construção das sinagogas (cf. Blay, 2002”.

Sobre a publicação anterior neste blog, e que compartilhei também no Instagram e no Facebook, na página “Rubin Editores”, Eduardo Csasznik comentou: “Acredito que a família do Daniel Wertheimer frequentou esta sinagoga” (da Rua Augusta). E, em “Torah Judaismo e Sionismo”, Erwin Sternberg compartilhou que é romeno, mas fez Bar-Mitzvah nesta sinagoga da Rua Augusta. Eduard Barasch escreveu: “Securon é Secureni em romeno. Bessarabia, que mudou de país varias vezes, eram três aldeias próximas, de onde vieram muitos judeus para o Brasil, sou amigo de diversos descendentes. Seguramente um chamava um outro para cá. Os que lá ficaram acabaram em Auschwitz. Cerca de quatrocentos mil...” Já na página “Hebraica”, Liana Gottlieb comentou: “Eu me lembro de uma festa de fim de ano, da Escola Israelita do Cambuci que foi lá na Sinagoga da Rua Augusta, há quase setenta anos. Era a sinagoga dos húngaros, não é? A família do meu pai era do Império Austro-Húngaro, então ele conhecia as pessoas que frequentavam aquela sinagoga”. Na minha página, Roberto Strauss comentou:Sem falar nos Strauss, que tinham uma fileira inteira de cadeiras, nesta sinagoga. E o Aron Hakodesh foi doado pelo meu tio-avô Paulo Strausz. Mas isso já está no Blog da Myrinha”.

Você teria alguma informação relacionada à comunidade judaica e respectivas sinagogas, nos diversos bairros da capital paulista? E das cidades do interior de São Paulo? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha de cada cidade em que se estabeleceram? Como era a comunidade judaica, e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...

quarta-feira, 24 de agosto de 2022

Detalhes sobre as sinagogas e comunidades judaicas na cidade de São Paulo e interior paulista

Placa da Sociedade Israelita Brasileira
 Talmud Thora
à Sociedade Israelita de Bauru

Agradeço a cada um que tem participado deste estudo sobre as Sinagogas e comunidades judaicas do Estado de São Paulo, encaminhando informações, detalhes e histórias, ou enviando textos, fotos e documentos, tanto neste blog que escrevo, como através do meu e-mail, Instagram e Facebook:

Por exemplo, neste blog, na página: "História da família Kauffmann em Santos - texto de Rosa Strauss", sr. Boris Padron Kauffmann, em 29 de julho de 2022 escreveu: “Sou filho de Bariz (mais conhecido como Boris) Kauffmann e de Bertha Padron Kauffmann. Aparentemente, meus avós paternos José e Laura Kauffmann vieram de uma cidade, na Bessarábia, chamada Securon - hoje situa-se no sul da Ucrânia, junto à divisa com a Moldávia. Esta conclusão decorre de um depoimento de Elisa Tabacow Kauffmann, publicado no livro "Passagem para a América", que menciona que conheceu seu marido Moysés Kauffmann em São Paulo, acrescentando "Nossos pais já eram amigos lá na Europa, de onde eles moravam - me parece que em Securon...". Moysés era primo de meu pai Bariz, filho de Rosa Kauffmann. E Lucila comentou na publicação "Santos, Hotel Brickman e comentários sobre a comunidade judaica santista", em 19 de julho de 2022: “Meu avô, Elias Saidenberg, se hospedava lá com a família (meu pai, tio e esposa) quando em férias em Santos”.

Por e-mail, sr.Waldir Jacob Rotband Marchtein contou:Em 1984  o sr. Boris Resninchenco  me procurou muito preocupado com a assimilação judaica, e sugeriu que fizéssemos alguma coisa, foi plantada a semente, e passamos a contatar cada um da comunidade judaica pessoalmente e por telefone, procurando sobrenomes ‘suspeitos” na Lista Telefônica na época. Fomos muito bem aceitos e a receptividade foi ótima, pois todos se encontravam muito carentes de judaísmo. Fiz contato com a Resenha Judaica, e a sra. Tânia Tarandach colocou, à disposição, uma coluna chamada “Gente do Vale”. E passou a mandar, gratuitamente, o jornal para as pessoas. Fiz contato com a Federação Israelita, que muito me ajudou, enviando material informativo para as pessoas, assim como com a Bnai Brith, que forneceu muitos livros. Contatei a Organização Sionista, que enviou o seu sheliach Isaac Udler, de Israel, para nos ajudar. Tenho todos esses fatos documentados, e irei te mandar anexando por arquivos. Meu nome é Waldir Jacob Rotband Marchtein, sou psicólogo, e Bacharel em Direito, e moro em Taubaté. Meu avô chegou em Taubaté em 1926, vindo da Ucrânia. Meu avô materno, Rotband, chegou em Taubaté em 1936, vindo da Polônia. Havia muitas famílias aqui em Taubaté, que foram se mudando, e falecendo, o que diminuiu em muito a comunidade judaica. O Projeto “Pequenas Comunidades” fui eu que sugeri à Federação, meu primeiro contato foi com o Knoplich, e depois com o sr. Rolf. Aqui em Taubaté ainda há algumas famílias, como a do médico Dr. Roberto Waissman, Oswaldor Rotband, Karina Rotband, Berta Beznosai, Claudia Beznosai, Salomão Beznosai, Helena Rotband, Roberto Rotband, Rosângela Marchtein, Sandro Marchtein, Sergio Marchtein, Mario Marchtein, Eugenio Mester, e há outros, aos poucos vou te mandando os nomes. Em São José dos Campos há muitas famílias, os Roissman, eu tinha uma relação de todas as famílias, só que não estou encontrando. Meus pais me contavam que o Shil onde havia uma Torah, e eram realizados as cerimônias, era na casa de meu avô, sr. Luiz Marchtein. Vou tirar as fotos dos jornais em que havia a Coluna “Gente do Vale” e vou te mandar. Aos poucos vou me recordando, e te contando tudo”.

Também por e-mail, Miguel Angelo Napolitano, de Bauru, no interior de São Paulo, escreveu: “Para mim, foi surpreendente saber que Bauru já teve uma Sinagoga. A fim de tentar ajudá-la nas pesquisas, encaminhei seu texto  https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/2020/05/bauru-e-comunidade-judaica-da-cidade.html?m=1 ao Jornal da Cidade, https://www.jcnet.com.br/ , nos seguintes termos: *Sugestão de pauta*: Achei surpreendente a notícia de que Bauru já teve uma pequena comunidade judaica que, inclusive, até chegou a construir uma sinagoga na cidade. Acredito que esses fatos possam render uma reportagem interessantíssima e que o JC poderia, inclusive, contribuir com as pesquisas de Myriam Szwarcbart. Espero, sinceramente, estar ajudando e, de quebra, no futuro, vir a saber mais dessa história. Em maio, visitei o Museu Judaico, em São Paulo, e saí de lá curioso sobre se em minha cidade haveria judeus e como viveriam. Acredito que essas histórias devam ser registradas, catalogadas e divulgadas, como faz o museu paulistano. Creio que o conhecimento mútuo uns dos outros seja fator preponderante para que haja tolerância entre as pessoas”. 

No Facebook, Eliane Zlotnic Kalmus contou: “Meus avós maternos, Benjamim e Eugenia Plut, moraram em Jaboticabal com as quatro filhas, Elisa, Maria, Rosa, e a mais nova Guita, a Zizi, que faleceu no 02 de maio de 2022, aos 101 anos, em São Paulo. Meu avô, Elias Zlotnic, foi gabe na sinagoga da Newton Prado, no Bom Retiro. Sua mulher Ana , seus filhos José, Marcos e Schil, e famílias rezaram nessa sinagoga enquanto viveram”. Potasz Rotband compartilhou que os avós vieram da Polônia e da Rússia, para Taubaté, em 1925. E Edgar M Paim, sobrinho de Mário Pedro Lagus, por parte de mãe, perguntou onde teria sinagoga no interior de São Paulo, na região de Bauru, pois mora em Botucatu há 18 anos. Conversamos por telefone, Edgar comentou que estudou e fez Bar-Mitzvah no Beit Chinuch, e contou que a família era proprietária de fábrica de guarda-chuvas, no Bom Retiro. A família Paim, ou melhor, Pajen, é de origem polonesa, tendo se mudado para a Alemanha e França, antes de chegar ao Brasil. Edgar comentou que a avó Ethel Paim, era húngara.

Joao Jacob Eitan escreveu: “Tenho informações sobre a Comunidade do Vale do Paraíba, Taubaté, São José dos Campos, Jacareí, Guaratinguetá, e outras...” E assim, recebi o contato do sr. Waldir, aqui relatado no início desta publicação...

E você, teria alguma informação relacionada à comunidade judaica da capital e das cidades do interior paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceram, como era a da comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Você e sua família frequentavam a Sinagoga Israelita Paulista, situada na Rua Augusta? Possuem fotos, documentos, memórias, histórias a compartilhar?

Você e sua família frequentavam a Sinagoga Israelita Paulista situada na Rua Augusta? Possuem fotos, documentos, memórias, histórias a compartilhar?

Alguns detalhes sobre esta sinagoga e seus frequentadores foram encaminhados por e-mail ou compartilhados no Blog, assim como no Facebook. Por exemplo, Jorge Appel deixou um comentário na postagem "Detalhes sobre a comunidade judaica paulista e a Sinagoga da Rua Augusta". Jorge escreveu: “Fiz Bar-Mitzvah, há 43 anos, na sinagoga da Rua Augusta,e tenho fotos que posso disponibilizar”. Roberto Strauss também comentou na mesma postagem: “Dr. Francisco Reiszfeld é meu avô materno. Será que estas pessoas que o conheceram tem fotos?” Esperamos receber novas fotos e divulgá-las. Na mesma publicação, Elisabeth Ratzersdorf escreveu: “Olhem meu avô Armando Ratzersdorf, no quadro maior, na parede dos presidentes! 

Na página do Guisheft: Olga Regina Hadel contou: “Meu avô, Eugênio Hadel, frequentava esta sinagoga, junto com a comunidade húngara, depois de chegar ao Brasil, infelizmente não tenho informações, pois perdi meu avô quando tinha oito anos. Nossa convivência foi muito curta, e soube muito pouco sobre ele, através do meu pai, que também já faleceu”. Lia Strauss, comentou no Facebook: “Meu avô, Dr. Francisco Reiszfeld!! E Roberto Strauss, irmão de Lia, comentou também: “Super! Dr. Francisco Reiszfeld era meu avô materno” Nelson Graubart enfatizou: “Era médico do meu pai”.

Conversei com sra. Rachel Berger Simis em 01 de agosto de 2022, a qual relatou lembranças de tempos atrás. E ficou de selecionar fotos e escrever um texto sobre estas memórias, para que seja publicado neste blog. Seguem algumas informações, relatadas pela sra. Rachel:

O pai de sra. Rachel, sr. Israel, chegou ao Brasil em 1926, aos 22 anos, proveniente de uma aldeia na Galícia, no sul da Polonia. Estabeleceu-se inicialmente em Paranaguá, no Paraná, onde um irmão já vivia.  O avô materno, sr. Eliás Altschüler, um dos fundadores da Sinagoga Israelita Paulista, chegou ao Brasil em 1922. A avó materna, sra. Antonia Taub (Klein) Altschüler, em Pest(Hungria), local onde viviam, possuía uma confeitaria. E chegaria ao Brasil, no navio “Astúrias”, somente em 13 de julho de 1925, com os três filhos: a mãe de sra. Rachel, Helena (Altschüler) Berger, nascida em 1921, era a caçula dos irmãos.O irmão era nove anos mais velho e a irmã, dez anos mais velha. Moraram inicialmente na Rua Conselheiro Nebias, e, depois, no bairro da Mooca, onde os avós possuíam uma loja de roupas masculinas. A mãe estudou na Escola Alemã.

Sra. Rachel comentou que frequentavam tanto a Sinagoga Talmud Torah, no Bom Retiro, pelo lado paterno, como a Sinagoga Israelita Paulista, pelo lado materno. E lembra-se desta sinagoga, quando esta se situava na Rua General Osório, ocasião em que visitava os avós, e das Grandes Festas no pavimento superior do Clube de Ginástica. 

 Sobre esta sinagoga, neste local, podemos ler o texto publicado anteriormente no blog: “Em 1932 foi alugado o salão de um clube, num prédio caiado de amarelo, localizado em frente ao edifício do jornal “A Gazeta”. 

A mudança da congregação para uma casa no outro lado da rua, à Rua dos Andradas nº 40, não trouxe grandes modificações à administração da congregação. Em 1934 as festas também ocorreram ainda “fora de casa”, no salão de ginástica do Clube de Ginástica Turnerschaft, à Rua Couto Magalhães nº40. Porém, a festa já ganhou em majestade, pois o serviço religioso, celebrado pelo senhor Mermelstein, contou com a participação de um coral de oito vozes...”

Em relação ao sr. Éliás Altschüler, avô de sra. Rachel, também há uma publicação no blog. Sr. Tomaz Kovari havia escrito: “Os judeus húngaros foram convocados para o dia 29 de novembro 1931, um domingo, no Sportklub, sito à rua Brigadeiro Tobias, para participar da assembleia de fundação da Congregação Húngara. Compareceram József Fürst, Lajos Nébel, Vilmos Steiner, József Boros, Károly Gábor, Dezsö Gábor, Zsigmond Pollák, Zsigmond Havas, Ernö Balázs, Alfréd Krausz, Bernát Róth, Géza Zsupnik, Jenö Vágó, Bernát Borgida e Éliás Altschüler.  Proclamaram a fundação da Congregação Israelita Húngara e elegeram a primeira diretoria. Presidente: Jenö Spivák; secretário: Alfréd Krausz; escrivãos: Lajos Nébel e Richard Tolnai; tesoureiro: Jenö Vágó; gabes: Élias Altschüler e Jenö Klein. Membros do conselho deliberativo: Bernát Róth, Károly Gábor e Bernát Slamovitch”. Sr. Eliás foi gabay da sinagoga.

Sra. Rachel lembrou-se de vários frequentadores da sinagoga, da comunidade judaica húngara: Suzana Yara Guttmann Ines Czillag, sr. Hartman, Dr. Feher, família Gabor, as irmãs Reisner, Vera Miklos, famílias Reiszfeld, Wessel, Nebel, Molnar, Neufeld, Gross, Farkas.

Sra. Rachel Berger Simis casou-se na Sinagoga Beth-El sendo o rabino Diesendruck quem celebrou o casamento. O marido era de família judaica proveniente da Russia, que inicialmente estabeleceram-se em Recife.

Vamos aguardar mais detalhes, fotos e um texto com as memórias de sra. Rachel, para que sejam publicadas neste blog.

E você, teria alguma informação relacionada à comunidade judaica da capital e das cidades do interior paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceram, como era a da comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...

segunda-feira, 15 de agosto de 2022

Resgate de memórias e histórias em época de pandemia - as comunidades judaicas do interior paulista e suas sinagogas

Inscrevi, no ano de 2021, na 34. Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco De Andrade, promovido pelo IPHAN, meu trabalho relacionado ao “resgate de memórias e histórias em época de pandemia - as comunidades judaicas do interior paulista e suas sinagogas”, visando a divulgação das informações obtidas no ano de 2020.  

Quero compartilhar, aqui, com vocês detalhes do trabalho apresentado:

O objetivo geral da ação desenvolvida no ano de 2020, no contexto da pandemia, visou a adaptação, e a continuidade de um projeto que já vinha ocorrendo, de resgate e perpetuação das memórias e das raízes das comunidades judaicas e suas sinagogas.  Em anos anteriores, o estudo teve como foco as sinagogas na cidade de São Paulo, já em 2020, este estudo englobou as demais cidades do Estado de São Paulo, adotando um novo caminho, considerando o isolamento social e a idade dos participantes.

Os objetivos específicos visaram dar continuidade à pesquisa já iniciada sobre a origem e histórias das sinagogas de São Paulo, divulgar e compartilhar o conhecimento em redes sociais, site e blog, possibilitando a participação, envolvimento e contribuição das comunidades judaicas do interior paulista.

A presente pesquisa considera a possibilidade de difusão de bens culturais imateriais e de valor universal, formadores de conhecimento, cultura e memória, e também a preservação destes bens imateriais de nossa cultura. Também faz parte deste estudo a proposta estimular o interesse da população como um todo, em época de pandemia, pela história e valores universais de uma comunidade que contribuiu – e continua contribuindo – para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do país, tornando-se parte importante da sua construção como uma nação plural. Permite-se, assim, difundir a arte e a cultura judaicas na sociedade como um todo.

Escrevi, em março de 2020, no blog em que divulgo meu estudo, que não precisávamos aguardar a continuidade da pesquisa que eu vinha realizando, de divulgação das sinagogas da cidade de São Paulo, para buscarmos informações e resgatarmos a memória, as histórias das comunidades judaicas do interior paulista e de suas sinagogas, para conhecermos quem foram seus fundadores, seus frequentadores, os que construíram estas sinagogas, qual era a configuração de cada uma, suas fachadas e disposição interna. E, se tais edifícios ainda existem ou foram demolidos, quais os motivos que levaram a isto. Sendo assim, propus, naquele momento, nas mídias sociais e no blog, a participação dos interessados em compartilhar histórias, memórias, documentos e fotos nesta nova fase do estudo.

Desta forma, o material obtido foi sendo compartilhado, em 2020, no blog https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/ . Abaixo, vejam as cidades pesquisadas e o número de postagens:

1) Sorocaba: 7 em abril e 2 em maio

2) Bauru e Marília: 5 em maio e 3 em junho

3) Araraquara: 3 em junho e 1 em julho

4) Núcleos coloniais paulistas: 2 em julho

5) Botucatu: 4 em agosto

6) Rio Claro e Limeira: 1 em agosto

7) Jundiaí: 1 em setembro

8) São Carlos, Franca, Jaboticabal: 4 em setembro

9) Ribeirão Preto,  Bragança Paulista, Atibaia, Batatais:1 em setembro

10) Campinas: 3 em outubro e 1 em novembro

11) Piracicaba: 4 em novembro e 5 em dezembro, 1 delas incluindo Novo Horizonte e Ribeirão Preto.

Durante este período, outros textos foram compartilhados como o de uma “live”, ou bate-papo, e o texto "O estudo das Sinagogas em São Paulo em época de isolamento social".

Como justificativa, a iniciativa deste projeto partiu da percepção do fato de que a comunidade judaica em São Paulo, sua existência, embasamento e permanência, deu-se a partir da criação das sinagogas de cada cidade aonde esta comunidade se estabeleceu, muitas vezes, vinculadas ao país de origem.

A situação atual, onde muitas sinagogas já deixaram de existir, foram demolidas ou desativadas e o fato de que muitos membros das comunidades judaicas mudaram de cidade, a necessidade de resgate da história destas e de suas famílias favoreceu a continuidade da realização desta pesquisa, possibilitando uma "religação" com o passado e suas histórias.

Em relação ao desenvolvimento deste estudo, as ações foram realizadas com familiares e antigos frequentadores das sinagogas do interior paulista, assim como com as comunidades judaicas que a compunham, muitos deles já na terceira idade. Participaram também destas ações moradores destas cidades, que não faziam parte destas comunidades, mas que as conheciam, ou que desejaram colaborar. Pode-se citar, neste contexto, o caso de Piracicaba, onde a antiga sinagoga da cidade foi vendida e que, apesar da abertura do Processo de Tombamento, foi demolida. A questão a este respeito ainda não está finalizada. Neste caso, e em um momento de abertura, foi possível visitar o local onde a sinagoga estava situada, hoje um terreno, assim como obter a Matrícula do Imóvel no Cartório de Registros da cidade. Foram realizadas entrevistas através de ligações por celular, ou por vídeos de whatsapp, através de agendamento de horários e envio de e-mails, com questionamentos e respostas, assim como 3 "lives", com diversos participantes: no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo, na Unibes e no Clube A Hebraica de São Paulo, estas duas últimas com participantes da terceira idade e interessados no assunto. A comunidade judaica enviou, também, por e-mail, whatsapp ou Facebook, fotos, documentos e textos que puderam ser compartilhados, motivando, inclusive, a participação daqueles que ainda não haviam se manifestado.

Antes do início da pandemia, visitas eram realizadas, tanto às sinagogas como aos arquivos e centros de memória, e muitas das entrevistas ocorriam de forma presencial, assim como as rodas de conversa. O foco, antes do isolamento social, era a cidade de São Paulo. Durante o ano de 2020, foi possível expandir e ampliar o estudo que vinha sendo realizado.

Como resultado, pode-se dizer que, durante o ano de 2020 foi possível expandir o estudo que vinha sendo realizado, antes focado principalmente na cidade de São Paulo, possibilitando um olhar mais amplo da formação da comunidade judaica no Estado de São Paulo como um todo, e sua integração com os moradores locais, que contribuíram, ativamente com desenvolvimento econômico, social e cultural de cada cidade.

Foi possível durante o ano de pandemia, a divulgação das diversas "Histórias Orais" e das memórias das comunidades judaicas e respectivas sinagogas, que existiram no interior paulista (suas histórias, arte e arquitetura), através do compartilhamento dos conhecimentos obtidos, no blog https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com.br/, editado semanalmente, no Instagram, assim como no Facebook, https://www.facebook.com/sinagogasemsaopauloarteearquiteturajudaica/ ,  nas páginas da comunidade judaica e em páginas relacionadas com patrimônio histórico. 

É interessante ressaltar, também, a reconexão de familiares e pessoas que durante muito tempo conviveram nestas cidades, e que ao longo do tempo haviam perdido o contato.

Este trabalho e pesquisa continuam neste ano de 2022. Caso queiram, participem e compartilhem, aqui ou pelo e-mail myrirs@hotmail.com, informações, fotos, histórias e documentos. Vamos resgatar nossas memórias e raízes!

quinta-feira, 11 de agosto de 2022

A pesquisa sobre as comunidade judaicas em São Paulo, suas sinagogas e os vídeos no YouTube

Criei, há algum tempo, dois vídeos no YouTube para compartilhar o que talvez muitos de vocês já saibam: Uma pesquisa sobre as Sinagogas e comunidades judaicas tanto da capital, como do interior paulista está sendo realizada como uma forma de resgatar as memórias e também preservar as raízes da comunidade judaica de São Paulo. 

Meu nome é Myriam Szwarcbart, e iniciei esta pesquisa há mais de dez anos, quando ainda não havia facilidade de acesso a informações, e contatos pela internet e redes sociais, como nós temos hoje. Retomei este estudo em 2016, a partir do bairro da Vila Mariana, em São Paulo, o bairro onde nasci e em que vivi por um bom tempo. Minha família fazia parte da comunidade deste bairro, frequentávamos a Sinagoga Cilly Dannemann, conhecida como a sinagoga do Lar dos Velhos e também a Sinagoga Mordechai Guertzenstein que era a sinagoga vinculada ao Colégio I.L. Peretz, onde estudei. Meu avô Chiel Leib era o schochet e professor de Bar-Mitzva nos anos 1950/60. Cursei a FAUUSP, e formei-me arquiteta. 

Pensando no nosso passado, no nosso presente e também no nosso futuro, esta é uma ótima oportunidade de conhecermos o nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e também arquitetônico.

Sendo assim, venho divulgando histórias, lembranças, fotos e documentos em meu blog e também no Facebook e Instagram, e tenho contado com a participação das pessoas que frequentaram, ou que ainda frequentam, as sinagogas em São Paulo. Sempre que possível, agendávamos uma visita a estas sinagogas.

Continuo em busca de material sobre as sinagogas e comunidades judaicas paulistas, das quais já divulguei vários detalhes. Vocês possuem alguma informação, algum material, fotos, documentos, histórias, memórias relacionadas à comunidade judaica e suas sinagogas, da capital e do interior paulista??? Poderiam contar histórias de suas famílias, o motivo da escolha da cidade em que moraram, a integração no local, como comemoravam as festas? Vamos compartilhar?? Divulguem aqui nos comentários ou escrevam para mim: myrirs@hotmail.com . E anotem o e-mail de vocês, para receberem novidades! Participem! 

Quando puderem, vejam os dois vídeos do YouTube, sendo um deles explicando esta pesquisa, e, o outro, relacionado à Sinagoga Mordechai Guertzentein:  https://www.youtube.com/watch?v=i9tTWRP80Go e https://www.youtube.com/watch?v=js6_mxwRW0w e visitem meu blog: https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/





segunda-feira, 8 de agosto de 2022

Detalhes sobre a comunidade judaica paulista e a Sinagoga da Rua Augusta

Torah 
Sinagoga Israelita Paulista

Nesta postagem compartilho informações relacionadas à comunidade judaica paulista, assim como sobre a Sinagoga Israelita Paulista, recebidas tanto por e-mail, como pelas redes sociais, e em uma conversa por telefone.

Por exemplo, no Facebook, na página Guia Judaico, ao perguntar se alguém teria detalhes relacionados à comunidade judaica das cidades do interior paulista, Ricardo Nimitz De Souza Oliveira escreveu: “Sim, várias!” Ricardo ficou de encaminhar um texto com detalhes das histórias e memórias sobre a comunidade judaica de São Paulo.

Já em Torah Judaismo e Sionismo, Regina Vaz comentou: “Sei que sua pesquisa é dos tempos atuais para a região paulista, mas gostaria de comentar contigo: recentemente vimos que desde o início, o Brasil não teve um estudo sobre a vinda e vida individual, e coletiva, dos judeus e que uma tentativa pioneira foi feita por Salomão Serebrenick. Ele propôs que a migração antiga, de 1500 a 1575, foi crescente (exílio, largados, fugitivos, náufragos); sendo 1500 a 1515 a fase das primeiras explorações; 1515 a 1530 a fase de colonização; 1530 a 1570 quando sofreram sistemática perseguição; 1570 a 1630 tumultuada discriminação; 1630 a 1654 o desenvolvimento no período holandês; 1654 a 1700 perseguições e acentuado êxodo; 1700 a 1770 contínuas perseguições; 1770 a 1824 progressiva queda da imigração judaica; 1824 a 1835 a assimilação profunda e quando cessa a imigração judaica. E, a partir de 1835 a 1900, a vienda de judeus de Marrocos e de 1840 a 1930, de outros países. Sobre a migração antiga, no atual Estado de São Paulo, há outros estudos, informando que, pelo litoral e alcançando o sertão, chegaram possivelmente, antes de 1500, João Ramalho, Rodrigues e Bacharel; e sobre a maioria dos desbravadores bandeirantes paulistas, muitos judaizavam, eram criptojudeus, marranos, sendo os tempos de perseguições e do estatuto da limpeza de sangue. Hoje, em terra paulista, algumas pessoas descobriram-se descendentes seja pelo folclore familiar ou por estudos mais recentes. Contudo sobre a fase moderna, aqui em minha cidade, existiu o Sanatório Ezra, 1930 a 1965, e há estudos no Arquivo Publico deste Município, de São José dos Campos".

Ex-Presidentes 
Sinagoga Israelita Paulista

Ines Fenyves Sadalla, a quem conheço, encaminhou-me algumas informações, relacionadas a judeus húngaros em São Paulo. Ines, neta do sr. Andras Fenyves, conversou por whatsapp com sr. Jorge Weiser. Sr. Jorge Weiser é judeu húngaro de 89 anos, engenheiro físico, formado em Budapest e sobrevivente da Shoa. Seguem alguns detalhes que foram informados por sr. Jorge Weiser, para a Ines:

Dr. Francisco (Ferenc) Reiszfeld foi universitário na Itália (Padova) junto com Andras Fenyves, era originário da cidade Györ. Estudou medicina em Roma em 1926, via cotas raciais. Sr. Jorge Weiser diz ter encontrado uma fotografia de Andras Fenyves, como diretor (ou presidente) na Sinagoga Israelita Paulista, e uma fotografia dos sogros, num evento (talvez um casamento?) nesta Sinagoga. Diz que irá fornecer os caminhos para acessar estas imagens. O nome do sogro é Eugenio Csillag e, da sogra, Lili Blau Csillag.
Ex-Presidentes 
Sinagoga Israelita Paulista

Ines informou-me que o consultório de András Fenyves (ou Andréa) ficava na Rua Marquês de Itú, próximo da Santa Casa onde ele trabalhava como médico. E a Rua General Osório situa-se muito próxima deste local. Diz acreditar que esse grupo, de judeus húngaros, ficava entre a Augusta e o Centro (todos próximos). Eram os médicos e profissionais judeus húngaros apátridas que estudaram na Itália, Áustria, França, Suíça, e que emigraram para o Brasil entre 1934-1947.

Sr. Tomaz Kovari comentou que também se lembra do Dr. Reiszfeld, acredita que era medico familiar e que visitou Sr. Tomaz, em sua casa, há mais de 50 anos atrás. Sobre Andras Fenyves, não se lembra, e talvez não tenha sido presidente. Sugeriu entrar em contato com Sr. Jorge

Por e-mail Rachel Berger Simis contou que acessou, pelo Google, os vários tópicos referentes à Sinagoga Israelita Paulista, com a assinatura deste blog. E escreveu: “Aguardando um ônibus na parada em frente ao n°250 da R. Augusta, vieram, à minha lembrança, várias passagens vividas naquele espaço. Tenho pensado se ainda é válido acrescentar algo ao seu magnífico trabalho de registrar a história desse grupo de judeus que, imigrantes de várias ondas, procuraram reunir seus confrades, conterrâneos e descendentes, para conviver dentro de sua cultura original. Caso haja interesse de sua parte em ouvir um pouco mais sobre os "primórdios" dessa comunidade, poderemos nos contatar”.

Conversei com sra. Rachel em 01 de agosto de 2022, a qual relatou lembranças de tempos atrás. E ficou de selecionar fotos e escrever um texto sobre estas memórias, para que seja publicado neste blog. Aguardem detalhes sobre esse bate-papo. Aguardo também o texto com fotos que será encaminhado pela sra. Rachel.

E você, teria alguma informação relacionada à comunidade judaica das cidades do interior paulista? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha da cidade, como era a da comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...