quarta-feira, 31 de agosto de 2022

A Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia - Bessarabia Farain - no Bom Retiro

Foto disponivel na Enciclopédia Judaica
volume 1 páginas 120 e 121
Editora Tradição, 1967, Rio de janeiro

Você, ou a sua família, frequentou a Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia - Bessarabia Farain, no Bom Retiro, nos Chaguim, ou em outras ocasiões?

Segundo a Enciclopédia Judaica, publicada em 1967 pela Editora Tradição do Rio de Janeiro (vejam o volume 1, páginas,  120 e 121),  a Associação Beneficente Israelita Brasileira Bessarabia, em São Paulo,  foi fundada em 18 de outubro de 1949, com a finalidade de “manter um centro beneficente para ajuda ao correligionários oriundos da Bessarabia, prestando-lhes assistência médica, jurídica, financeira, etc”. Incorporou o “Comite de Auxílios”, então sob a presidência do sr. José Teperman. Esta Associação funcionava, no ano da publicação da Enciclopédia Judaica, em sede própria, à Rua da Graça, 89, também como núcleo social, com reuniões entre seus 600 membros, além dos “ofícios religiosos”. Faziam parte da primeira diretoria os senhores Emílio Berezovsky, como presidente, José Snitcovsky e Abraão Zaguer. Na foto aqui compartilhada, grupo de diretores, em 1947 (data a confirmar): Abraão Zaguer, Nelson Vainer, Mauricio Grobman, Isaac Berezovsky, Carlos Vainer, Isaac Teperman, Alfredo Vainer, Isaac Snitcovsky, David Krasilchik, David Sosman e Samuel Salomão, entre outros. 

A busca pelos detalhes acima ocorreu a partir de informações fornecidas pela Marcia Cytman, no Facebook, em “Judeu Empreendedor”, na publicação relacionada às sinagogas e comunidades judaicas da capital e do interior paulista. Marcia escreveu: “Minha avó materna também era de Sucaron, e meu avô de Britshon. Eles falavam muito na Bessarabia. Não tenho muito para contar, falavam dos amigos, e como vieram para cá, em 1922. Depois, já aqui, meu avô foi presidente e diretor da sinagoga “Bessarabia Farain”, no Bom Retiro, e por muitos anos nós fomos nos Chaguim lá, ele era muito feliz com isso. Era um lugar pequeno, na Rua da Graça,  no Bom Retiro. O nome deu avô era Moisés Beinichis z"l, conhecido como Moishe Kopel, e minha avó Sara Beinichis z"l . Acho que amigos do meu avô, não restou ninguém.. Vou pesquisar em casa fotos antigas, na foto estão exatamente os amigos do meu avô. Pode compartilhar, creio que sem problemas”.

No artigo: “Gênero, resistência e identidade: imigrantes judeus no Brasil”, da Prof. Dra. Eva Alterman Blay, publicado em 02 de fevereiro de 2010, (disponível na internet em https://www.scielo.br/j/ts/a/LPNJmwvc7LjzHBjj7jZ7bGL/?lang=pt e https://doi.org/10.1590/S0103-20702009000200011 ), lemos que “no começo do século XX, avultam os imigrantes judeus da Europa Oriental (Bessarábia, Romênia, Rússia, Polônia e territórios vizinhos), da América Latina (Bolívia, Argentina, Uruguai, Peru) e alguns da América do Norte... Fundam-se associações de ajuda, sinagogas, escolas, e só em 1923 vai ser criado o primeiro cemitério judaico... Concomitantemente, as pessoas de mesma origem territorial e histórica se aproximam, organizando associações de caráter social como o poilicher-farband (associação dos judeus poloneses), o bessarabe-farband (associação dos judeus da Bessarábia), e assim por diante. Essa busca de se relacionar com pessoas de mesma origem se reproduz na construção das sinagogas (cf. Blay, 2002”.

Sobre a publicação anterior neste blog, e que compartilhei também no Instagram e no Facebook, na página “Rubin Editores”, Eduardo Csasznik comentou: “Acredito que a família do Daniel Wertheimer frequentou esta sinagoga” (da Rua Augusta). E, em “Torah Judaismo e Sionismo”, Erwin Sternberg compartilhou que é romeno, mas fez Bar-Mitzvah nesta sinagoga da Rua Augusta. Eduard Barasch escreveu: “Securon é Secureni em romeno. Bessarabia, que mudou de país varias vezes, eram três aldeias próximas, de onde vieram muitos judeus para o Brasil, sou amigo de diversos descendentes. Seguramente um chamava um outro para cá. Os que lá ficaram acabaram em Auschwitz. Cerca de quatrocentos mil...” Já na página “Hebraica”, Liana Gottlieb comentou: “Eu me lembro de uma festa de fim de ano, da Escola Israelita do Cambuci que foi lá na Sinagoga da Rua Augusta, há quase setenta anos. Era a sinagoga dos húngaros, não é? A família do meu pai era do Império Austro-Húngaro, então ele conhecia as pessoas que frequentavam aquela sinagoga”. Na minha página, Roberto Strauss comentou:Sem falar nos Strauss, que tinham uma fileira inteira de cadeiras, nesta sinagoga. E o Aron Hakodesh foi doado pelo meu tio-avô Paulo Strausz. Mas isso já está no Blog da Myrinha”.

Você teria alguma informação relacionada à comunidade judaica e respectivas sinagogas, nos diversos bairros da capital paulista? E das cidades do interior de São Paulo? Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha de cada cidade em que se estabeleceram? Como era a comunidade judaica, e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes...

4 comentários:

  1. Meu avô David Krasilchik z"l está nesta foto, que eu desconhecia. Muito grato por publicar.

    ResponderExcluir
  2. Sei que meu avô Daniel veio no mesmo navio dos Teperman (eram irmãos de navio) e deu aulas de idishe no Renascença e era membro da associação.
    Seu nome era Daniel Nimtzovich, mas seus primos assinavam Nimcowicz

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Agradeço o comentário! Teria mais informações, fotos, documentos?

      Excluir

Agradeço o seu comentário. Anote seu nome e e-mail para receber um retorno...