Inscrevi, no ano de 2021, na 34. Edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco De Andrade, promovido pelo IPHAN, meu trabalho relacionado ao “resgate de memórias e histórias em época de pandemia - as comunidades judaicas do interior paulista e suas sinagogas”, visando a divulgação das informações obtidas no ano de 2020.
Quero compartilhar, aqui, com vocês detalhes do trabalho apresentado:
O objetivo geral da ação
desenvolvida no ano de 2020, no contexto da pandemia, visou a adaptação, e a
continuidade de um projeto que já vinha ocorrendo, de resgate e perpetuação das
memórias e das raízes das comunidades judaicas e suas sinagogas. Em anos anteriores, o estudo teve como foco
as sinagogas na cidade de São Paulo, já em 2020, este estudo englobou as demais
cidades do Estado de São Paulo, adotando um novo caminho, considerando o
isolamento social e a idade dos participantes.
Os objetivos específicos visaram dar continuidade à pesquisa já iniciada sobre a origem e histórias das sinagogas de São Paulo, divulgar e compartilhar o conhecimento em redes sociais, site e blog, possibilitando a participação, envolvimento e contribuição das comunidades judaicas do interior paulista.
A presente pesquisa considera a possibilidade de difusão de bens culturais imateriais e de valor universal, formadores de conhecimento, cultura e memória, e também a preservação destes bens imateriais de nossa cultura. Também faz parte deste estudo a proposta estimular o interesse da população como um todo, em época de pandemia, pela história e valores universais de uma comunidade que contribuiu – e continua contribuindo – para o desenvolvimento socioeconômico e cultural do país, tornando-se parte importante da sua construção como uma nação plural. Permite-se, assim, difundir a arte e a cultura judaicas na sociedade como um todo.
Escrevi, em março de 2020, no blog em que divulgo meu estudo, que não precisávamos aguardar a continuidade da pesquisa que eu vinha realizando, de divulgação das sinagogas da cidade de São Paulo, para buscarmos informações e resgatarmos a memória, as histórias das comunidades judaicas do interior paulista e de suas sinagogas, para conhecermos quem foram seus fundadores, seus frequentadores, os que construíram estas sinagogas, qual era a configuração de cada uma, suas fachadas e disposição interna. E, se tais edifícios ainda existem ou foram demolidos, quais os motivos que levaram a isto. Sendo assim, propus, naquele momento, nas mídias sociais e no blog, a participação dos interessados em compartilhar histórias, memórias, documentos e fotos nesta nova fase do estudo.
Desta forma, o material obtido foi sendo compartilhado, em 2020, no blog https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/ . Abaixo, vejam as cidades pesquisadas e o número de postagens:
1) Sorocaba: 7 em abril e
2 em maio
2) Bauru e Marília: 5 em
maio e 3 em junho
3) Araraquara: 3 em junho
e 1 em julho
4) Núcleos coloniais
paulistas: 2 em julho
5) Botucatu: 4 em agosto
6) Rio Claro e Limeira: 1
em agosto
7) Jundiaí: 1 em setembro
8) São Carlos, Franca,
Jaboticabal: 4 em setembro
9) Ribeirão Preto, Bragança Paulista, Atibaia, Batatais:1 em
setembro
10) Campinas: 3 em
outubro e 1 em novembro
11) Piracicaba: 4 em
novembro e 5 em dezembro, 1 delas incluindo Novo Horizonte e Ribeirão Preto.
Durante este período, outros textos foram compartilhados como o de uma “live”, ou bate-papo, e o texto "O estudo das Sinagogas em São Paulo em época de isolamento social".
Como justificativa, a iniciativa deste projeto partiu da percepção do fato de que a comunidade judaica em São Paulo, sua existência, embasamento e permanência, deu-se a partir da criação das sinagogas de cada cidade aonde esta comunidade se estabeleceu, muitas vezes, vinculadas ao país de origem.
A situação atual, onde muitas sinagogas já deixaram de existir, foram demolidas ou desativadas e o fato de que muitos membros das comunidades judaicas mudaram de cidade, a necessidade de resgate da história destas e de suas famílias favoreceu a continuidade da realização desta pesquisa, possibilitando uma "religação" com o passado e suas histórias.
Em relação ao desenvolvimento deste estudo, as ações foram realizadas com familiares e antigos frequentadores das sinagogas do interior paulista, assim como com as comunidades judaicas que a compunham, muitos deles já na terceira idade. Participaram também destas ações moradores destas cidades, que não faziam parte destas comunidades, mas que as conheciam, ou que desejaram colaborar. Pode-se citar, neste contexto, o caso de Piracicaba, onde a antiga sinagoga da cidade foi vendida e que, apesar da abertura do Processo de Tombamento, foi demolida. A questão a este respeito ainda não está finalizada. Neste caso, e em um momento de abertura, foi possível visitar o local onde a sinagoga estava situada, hoje um terreno, assim como obter a Matrícula do Imóvel no Cartório de Registros da cidade. Foram realizadas entrevistas através de ligações por celular, ou por vídeos de whatsapp, através de agendamento de horários e envio de e-mails, com questionamentos e respostas, assim como 3 "lives", com diversos participantes: no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo, na Unibes e no Clube A Hebraica de São Paulo, estas duas últimas com participantes da terceira idade e interessados no assunto. A comunidade judaica enviou, também, por e-mail, whatsapp ou Facebook, fotos, documentos e textos que puderam ser compartilhados, motivando, inclusive, a participação daqueles que ainda não haviam se manifestado.
Antes do início da pandemia, visitas eram realizadas, tanto às sinagogas como aos arquivos e centros de memória, e muitas das entrevistas ocorriam de forma presencial, assim como as rodas de conversa. O foco, antes do isolamento social, era a cidade de São Paulo. Durante o ano de 2020, foi possível expandir e ampliar o estudo que vinha sendo realizado.
Como resultado, pode-se dizer que, durante o ano de 2020 foi possível expandir o estudo que vinha sendo realizado, antes focado principalmente na cidade de São Paulo, possibilitando um olhar mais amplo da formação da comunidade judaica no Estado de São Paulo como um todo, e sua integração com os moradores locais, que contribuíram, ativamente com desenvolvimento econômico, social e cultural de cada cidade.
Foi possível durante o ano de pandemia, a divulgação das diversas "Histórias Orais" e das memórias das comunidades judaicas e respectivas sinagogas, que existiram no interior paulista (suas histórias, arte e arquitetura), através do compartilhamento dos conhecimentos obtidos, no blog https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com.br/, editado semanalmente, no Instagram, assim como no Facebook, https://www.facebook.com/sinagogasemsaopauloarteearquiteturajudaica/ , nas páginas da comunidade judaica e em páginas relacionadas com patrimônio histórico.
É interessante ressaltar, também, a reconexão de familiares e pessoas que durante muito tempo conviveram nestas cidades, e que ao longo do tempo haviam perdido o contato.
Este trabalho e pesquisa
continuam neste ano de 2022. Caso queiram, participem e compartilhem, aqui ou
pelo e-mail myrirs@hotmail.com, informações, fotos, histórias e documentos. Vamos resgatar
nossas memórias e raízes!
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