domingo, 29 de abril de 2018

“Sinagoga(Synagogue) Israelita de Pinheiros Beth Jacob”- The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art

Bairro: Pinheiros- São Paulo – SP – Brasil
Localização: Rua Arthur de Azevedo
Fundação: 27 de setembro de 1937, por judeus poloneses, russos e romenos, do bairro de Pinheiros. Desde 1925 estes se reuniam em casas particulares, geralmente nos Iamim Noraim
Escola Israelita Brasileira Chaim Nachman Bialik, fundada em 1943, teve seu início nas salas de aula aos fundos da Sinagoga Israelita de Pinheiros Beth Jacob, e funcionou até 1955 junto à mesma. Mudou-se para Rua Simão Alvares e, hoje em dia, funciona no Clube A Hebraica, com o nome de Alef-Peretz
Projeto do edifício: Bruno Cocianovich

Descrição do edifício: Em termos do projeto arquitetônico, esta sinagoga assemelha-se às demais sinagogas de São Paulo, do mesmo período de sua fundação, como as do Brás, Cambuci, Peretz.  Possui um piso para a ala masculina, ao fundo o Aron HaKodesh e sobre este dois leões em madeira ladeando as Luchót Habrit e a Bimá à frente.  Um corredor central, com fileiras de cadeiras laterais substituem os bancos originais, em madeira, de antigamente. Estes foram mantidos somente próximos ao Aron HaKodesh.  
Duas galerias femininas, nas laterias do primeiro piso, estão ocupadas por cadeiras conservadas. Uma mureta, mais alta do que nas demais sinagogas já visitadas, impossibilita, de alguma maneira, a visão de quem venha a ocupar tais lugares. Nos shabatot de hoje em dia, a ala feminina situa-se na parte posterior do setor masculino, separada apenas por uma divisória…a “mechitzá”. Diferentemente dos edifícios das outras sinagogas, o acesso à ala masculina faz-se diretamente pelo piso da entrada, e não através de escadarias laterais. A porta de entrada desta ala, em arco e de folha dupla, é feita em madeira e está bem conservada. 
As janelas, retangulares ou em arco, em vidro martelado, situam-se na lateral, porém é possível notar, na atual sala do rabino, uma janela em arco com uma Maguen David. Um corredor lateral leva ao amplo salão para kidush, situado ao fundo da sinagoga. Um detalhe interessante é o fato de que aqui, não estão presentes os Mazalót. Quanto às “plaquinhas” dos bancos, que identificavam os contribuintes na ocasião da fundação desta, estão guardadas.
Será feito um painel com as mesmas. O que vemos sim é uma ampla placa à entrada, com os nomes dos fundadores, e uma placa da ocasião da reforma desta.

Situação atual: O edifício está conservado e a sinagoga mantém as rezas de Shacharit Shabat. Por um longo período a sinagoga ficou ativa somente nas Grandes Festas. Em 1987, a Loja Maçônica David Iampolski, através de acordo realizado com a Sinagoga, assumiu a manutenção do edifício, revitalizando e reativando a sinagoga, realizando três reformas no período, inclusive com a adaptação do mobiliário: os bancos originais foram substituídos por novas cadeiras. 
Os bancos estavam desgastados e em más condições de uso, por causa de cupins, muito comum no bairro. Aparelhos de ar-condicionado foram instalados e a construiu-se uma cozinha Kasher. As Torót, uma Meguila e um “yad” antigos permanecem em uso, assim como o Ner Tamid, os candelabros com lâmpadas e quadros com algumas rezas como o Yzkor.

Dois leões ladeiam as Tábuas com os Dez Mandamentos, situados sobre o Aron Hakodesh, Setor feminino e masculino, Aron HaKodesh, Bimá, Paróchet, Menorót, Janelas, situadas em uma das laterais da edificação e ao fundo desta, vidros translúcidos, alguns em tons de azul

District: Pinheiros- São Paulo – Brazil
Location: Arthur de Azevedo Street
Foundation: 1937, by Polish, Romanian and Romanian Jews from the Pinheiros district. From 1925 these met in private homes, usually in the Iamim Noraim
Chaim Nachman Bialik Brazilian Jewish School – started in 1943, its beginning was in the classrooms at the back of the synagogue, until 1955. It moved to Simão Alvares Street and, nowadays, works in the Club “A Hebraica”, with the name of Alef-Peretz
Project: Bruno Cocianovich

Description of the building: In terms of the architectural design, this synagogue resembles the other synagogues of São Paulo, from the same period of its foundation, as those of Brás, Cambuci and Peretz. It has a floor for the male sector, in the background the Aron HaKodesh. On this, are two wooden lions flanking the Luchót Habrit. The Bimah is ahead of the Aron Hakodesh. There is a central hallway, with rows of side chairs, that replace the original wooden seats of yesteryear. These were kept only near the Aron HaKodesh. Two female galleries, on the sides of the first floor, are occupied by preserved chairs. 
A wall, higher than in the other synagogues already visited, makes it impossible in any way to see who occupies such places. In today’s Shabbatot, the female wing is situated at the back of the male section, separated only by a partition … the “mechitzá”. Unlike the buildings of the other synagogues, access to the men’s sector is done directly through the entrance floor, not through side steps. 
The entrance door of this sector, arched and double-leaf, is made of wood and is well maintained. The rectangular or arched windows in glass are located on the side, but it is possible to notice in the current room of the Rabbi an arched window with a Maguen David. A side hallway leads to the large hall for Kiddush, located at the back of the synagogue. An interesting detail is the fact that the Mazalót are not present here. As for the small plates of the banches, which identified the donors in the occasion of the foundation of this one, are stored and will be made a panel with the same ones. What we see is a large plaque at the entrance, with the names of the founders, and a plaque of the occasion of the reform of this.

Current situation: The building is preserved and the synagogue maintains the prayers of Shabbat. For a long time the synagogue was active only in Rosh Hashanah and Yom Kipur. In 1987 the David Iampolski Masonic Lodge, through an agreement with the Synagogue, took over the maintenance of the building, revitalizing and reactivating the synagogue, carrying out three reforms in the period, including the adaptation of furniture: the original benches were replaced by new chairs , because they were worn and in bad conditions of use, because of termites, very common in the neighborhood. 
Air-conditioning units were installed and a Kasher kitchen was built. The Torót, an old Megillah and a “yad” remain in use, as well as the Ner Tamid, the candelabra with lamps and pictures with some prayers like the Yzkor.

Two lions flank the Tables with the Ten Commandments, located on the Aron Hakodesh, Menorót, doors, Women’s and men’s sector, Aron Hakodesh, Bimah, Synagogue building, Paróchet, Windows located on one side of the building.



Para mais detalhes visitem o blog https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com.br/ :

sexta-feira, 27 de abril de 2018

A Sinagoga da Abolição...alguns detalhes do primeiro edifício


Como já relatado, em 1924 foi criada a Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo formada por um grupo composto por Jacob Zion, Gabriel Cattan, Victor Sidi e Amadeu Toledano, e a família Hasson... Inicialmente, os serviços religiosos ocorriam em salas da rua Barão de Itapetininga. A definição do local, na busca de um terreno para se construir a primeira sinagoga desta comunidade, foi feita considerando-se a proximidade ao local de trabalho desta, ou seja, o centro comercial da cidade. A escolha da Rua Abolição possibilitou que, antes e após o horário de trabalho, os frequentadores estivessem presentes para Shacharit e Arvit na sinagoga. A Sinagoga da Abolição, como ainda hoje é conhecida, foi construída e reconstruída...porém manteve a disposição interna, dos seus bancos, Bima, e Aron Hakodesh em todas as fases pela qual passou. A iniciativa da construção do primeiro edifício da sinagoga ocorreu por iniciativa de Amadeu Toledano, Samuel Salém, José Couriel, Victor Sidi, Jacob Sion, Gabriel Cattan, tendo como presidente sr. Leon Levy. Sr. Alexandre Algranti era o presidente interino, no momento do lançamento da “pedra fundamental” desta sinagoga, que foi inaugurada em 9 de junho de 1929. Com um recuo ajardinado à frente, escadas laterais uniam-se à entrada da sinagoga, realizada através de uma porta dupla, com arco na sua parte superior. Na fachada, ao alto, um vitrô circular com uma Maguen David, e tres vitrôs verticais nas laterais. A ala masculina situava-se no primeiro piso. Os bancos, em madeira, neste piso, diferentemente das sinagogas ashkenazim já descritas, seguiam o modelo de sinagogas sefaradim: eram voltados para o corredor central da sinagoga, três fileiras de cada lado. A ala feminina localizava-se no piso superior, de onde era possível acompanhar as rezas. Na lateral da sinagoga, um amplo espaço, local em que as crianças divertiam-se ao irem à sinagoga, e onde era possível realizar reuniões. As festas e comemorações, assim como demais atividades aconteciam em um amplo salão, no interior da sinagoga...

Na Chupá da Sinagoga da Abolição
Pais de Jeanne Carmona Fiss

Em relação à esta época, Jeanne Carmona Fiss entrou em contato pelo Guisheft Anúncios, no Facebook. E escreveu: Um dos meus tios-avós, Moises Carmona foi o fundador desta sinagoga, e por muitos anos fomos frequentadores em todos Yom Kipur, principalmente! Meu pai Salomão Carmona (Shelô) e seus irmãos, Eliezer e Leon faziam questão de levar toda sua família! Meu pai já nasceu no Brasil, meus avós vieram da Turquia! Lembro de tudo! Do Rabino Soucar cantando, das cadeiras marcadas com o nome do meu pai e mãe! As cadeiras levavam os nomes de cada família, lugares demarcados! Era tudo com madeira escura e os homens ficavam no salão em baixo e as mulheres em cima! E em baixo na entrada ficava um quintal onde as crianças brincavam! O prédio ficava em uma rua estreita, quando tinham as festas ficava tudo tomado pela sinagoga! 

E Jeanne compartilhou as fotos que aqui vemos "Meus pais casaram lá! A festa do casamento do meus pais foi no salão onde parecia uma biblioteca da sinagoga, cheio de armários com livros... Meu irmão mais velho, Marcos Carmona, e minhas primas, brincamos muito lá! Saudades! Outros tempos!”

Festa de Casamento no salão da Sinagoga
Pais de Jeanne Carmona Fiss

Miriam Jane Carmona Grynberg também comentou: “E como brincamos... Íamos no prédio antigo, antes da reforma. Muita saudade. Meu pai, Leon Carmona, já nasceu aqui...vou procurar fotos no baú...Meus avós paternos eram de Smirna...”

Nos próximos posts leiam algumas histórias, como as contadas por Joe Diesendruck, Marta Maite Sevillano e as que compõem o lindo livro “Lembranças da Família Douek”, que sr. Abramo Douek e sra. Berta Kotler Douek me presentearam...

E você, lembra-se como eram os edifícios da Sinagoga na Rua Abolição? Alguma história a contar? Possui fotos ou documentos? Participe você também!!!

terça-feira, 24 de abril de 2018

Visita à Sinagoga Israelita Paulista em 22 de abril de 2018, e Carl Lutz...



Uma nova visita à Sinagoga Israelita Paulista foi realizada no dia 22 de abril de 2018. Agradeço a todos os que estiveram presentes: Rabino Ivo Kauffman, David Carlessi, Maria Theodora Da Câmara Falcão Barbosa, Roberto Strauss, Andre Molnar, Sheila Flora Grinspun, Elisabeth Ratzerdorf, sra. Sonia e sr. Tomas Ratzerdorf (pais de Elisabeth), sr. Gabor Aranyi, Anderson Rubin. Sr. Gabor contou-nos um pouco sobre sua história, Elisabeth mostrou-nos um álbum com fotos da família de seu pai, e um convite do Bar-Mitzvá de Arnaldo Schattan, realizado nesta sinagoga em 29 de junho de 1963.


Foi um momento para relembrar fatos da sinagoga e de revê-la... Aos que não puderam comparecer, uma novidade: a proposta de um novo encontro, um almoço com comidas judaicas com receitas húngaras. Assim, convido os interessados a se organizarem...Para obterem os contatos, encaminhem-me uma mensagem pelo Facebook, por e-mail ou whatsapp...Entrem em contato e aguardem novidades!!! 

Lembranças diversas... e aqui questiono: Alguém de vocês, conseguiu fugir da Hungria com a ajuda de Carl Lutz, com passaporte suíço? Esta questão foi apresentada a mim por Elizabeth Romano. Como podemos ler em https://www.swissinfo.ch/por/carl-lutz--o-diplomata-corajoso/5621756 :  “Desde 1942 o diplomata Carl Lutz era o chefe do departamento de Assuntos Estrangeiros. Nessa posição ele representava os direitos de países como os EUA, Grã-Bretanha e dez outros países que não tinham mais representação diplomática na Hungria, um país que era aliado à Alemanha nazista. A Hungria era considerada, até 1944, um país seguro para judeus, apesar de várias leis racistas terem dificultado a vida desse grupo. Mesmo assim o cônsul Lutz decidiu ajudar jovens e crianças judaicas dando-lhes, entre 1942 e 1944, salvos-condutos. Essa ação era baseada nos chamados "Certificados da Palestina" e permitia aos portadores do documento de abandonar a Hungria em direção à Palestina, território que era então administrado pela Grã-Bretanha...” Este site explica que em 1944, quando os nazistas ocuparam a Hungria, a situação dos judeus mudou. A representação diplomática da Suíça foi cercada pelos que procuravam se salvar.  Neste momento Carl Lutz começou a distribuir um número muito maior de salvos-condutos. Como o site registra, “Ao mesmo tempo Lutz também colocava o nome dos possuidores desses certificados em passaportes coletivos. Imagine: às vezes eram mais de mil inscritos num só passaporte. Centenas desses portadores de salvos-condutos eram levados para 76 casas suíças... A ação foi apoiada pela esposa de Carl Lutz, seus funcionários e também acobertada pelas representações diplomáticas da Suécia, Vaticano e o Comitê Internacional da Cruz Vermelha... Carl Lutz salvou 62 mil judeus. Os registros mostram que 400 mil judeus húngaros foram aniquilados pelos nazistas...Em 2005, uma exposição permanente sobre o diplomata foi organizada em Budapeste. Um ano depois ele também foi homenageado com uma placa comemorativa. Ele também recebeu homenagens especiais nos Estados Unidos e em Israel ...já na Suíça a situação foi diferente: por ter ultrapassado suas competências, Carl Lutz foi repreendido depois da guerra, mas pôde continuar no serviço diplomático



sexta-feira, 20 de abril de 2018

Algumas histórias...Sinagoga da Rua Abolição


Rua Abolição, 457- GoogleMaps- 2018
Sr. Nelson Benbassat, pai de Luiza Benbassat Krausz, foi o arquiteto que projetou e construiu a Sinagoga da Rua Abolição, após vencer um concurso de projetos para a reconstrução desta sinagoga, em 1958. Podemos ver, inclusive, uma foto dos participantes desta comunidade no lançamento da “pedra fundamental” da reconstrução, em 1959, à página 80 do livro “Imigantes Judeus do Oriente Médio”, de Rachel Mizrachi. Desde criança, sr. Nelson e família frequentaram esta sinagoga, quando da ocasião, ainda, do primeiro edifício, e lá fez seu Bar-Mitzvah. Paulistano, contou que os pais vieram da Turquia, de Ismirna e Istambul. Após casar passou a frequentar a Sinagoga Mekor Haim, acompanhando a esposa, e atualmente participa da CIP.

Casamento de sra. Ruth Sprung Tarasantchi
Sra. Clara encaminhou por e-mail a foto que vemos ao lado, do casamento de sra. Ruth Sprung Tarasantchi, realizada em 15/01/1956 pelo então rabino Diesendruck, na Sinagoga da Abolição. Nesta, vemos que a quebra do copo no ritual do casamento era feita num estojo de madeira com um martelinho. Rabino Diesendruck permaneceu na Sinagoga da Abolição por dois anos, na década de 1950, porém após sair, continuou realizando casamentos e serviços na sinagoga para quem solicitava. Joe Diesendruck, primeiro neto, frequentou a Sinagoga da Abolição quando era muito jovem.

Thais Soltanovitch Druker indicou sra.Ruth Pinto, Natalie Douek, e sra. Berta Kotler Douek. Sra. Berta avisou sr. Abramo Dueck, e questionou-me o motivo da busca de material sobre esta sinagoga... Após conversarmos, contou que a família é frequentadora desde o seu inicio e que com certeza tem muitas histórias para contar! Também comentou sobre o livro que acabaram de publicar, editado pelo marido, após quase cinco anos de pesquisa!Convidou-me para o Cabalat Shabat do dia 20/04/2018, com um Kidush Especial, dedicado aos 70 anos de Eretz Israel. Sra. Berta e sra. Abramo irão presentear-me com o Livro da Sinagoga, e aqui agradeço este lindo presente que receberei!!! Marcaremos, ainda, um encontro para o final de Maio.

Esther Dimenstein também frequentou esta sinagoga por muitos anos, pois, como comenta, é sefaradi...Irá procurar fotos.

Claudia Nigri contou que o pai foi presidente da Sinagoga da Abolição por 25 anos. Irmã de Renata Khafif, do Rab. Shlomo Levy e de Beto Levy, indicou Beto para compartilhar histórias da época em que os pais e eles frequentavam a sinagoga. Espero, ainda, conversar com Beto e assim, compartilhar mem’rias daquela época...

Sr. Alfredo Douek chegou ao Brasil, vindo do Cairo(Egito), em abril de 1962, aos 16 anos. Tendo residido inicialmente à Av. 9 de Julho, a sinagoga mais próxima foi a da Rua Abolição. Assim, começou a frequentá-la...Aguardem a próxima postagem com mais detalhes sobre esta e outras histórias...

Voce gostaria de contar sobre a época que frequentava a Sinagoga da Abolição? Como eram celebradas as festas? O que lembra sobre os edifícios, sobre a ala feminina e masculina? E o espaço onde ficavam as crianças?? Possui fotos da sinagoga, do Aron Hakodesh, das Torot, do espaço interno e externo? Vamos compartilhar?

segunda-feira, 16 de abril de 2018

E você, teria alguma história, lembranças da Sinagoga da Rua Abolição?

Guia da Juventude Israelita- Jacob Mazaltov- 1937

Podemos ler em “Ohel Yaacov, Primeira sinagoga sefaradi paulista”, artigo de Rachel Mizarhi publicado na revista Morashá, e parte do trbalho acadêmico do Depto de História da USP, com apoio do CNPq: “A sinagoga da Rua Abolição foi erguida com recursos próprios e empréstimos de alguns dos diretores-fundadores, como Levy, Salem & Cia. Amadeu Toledano foi um dos líderes que se empenhou por fortalecer a comunidade.” De linha conservadora, os fundadores sefaradim de Esmirna, através de contato com os judeus da Mooca, supriram a ausência de rabinos e chazanim, entre os quais Assilam Cohen, Elias Mizrahi e Habibe Menram e Isaac Hayon. “Jacob Mazaltov também conduziu os serviços religiosos e produziu, preocupando-se com a juventude e para serem compreendidas por todos da sinagoga, livros de liturgia e das festas, em português...” Vejam ao lado fotos do livro Guia da Juventude Israelita, de 1937. Em 1939 organizou na Abolição o primeiro Bat Mitzva na comunidade judaica de São Paulo. A partir da década de 30, judeus sefaradim do Marrocos e de outros locais de origem, como Itália, Bulgária, Grécia, Portugal, Espanha e Ioguslávia foram atraídos para esta sinagoga. Na década de 50, o rabino Mendel W. Diesendruck foi contratado. Outros grupos foram acolhidos para o local, tais como imigrantes procedentes de Alepo, Damasco, Beirute, Cairo e Alexandria, Nesta época, a sinagoga passou a ser conhecida como Templo Israelita Brasileiro do Rito Português. Em 1958, uma nova denominação: Templo Israelita Schaar Hashamaim. Foi ampliada com a ajuda de novos imigrantes, como a família Safra, e passou a ser frequentada, em sua maioria por judeus procedentes do Egito. Neste momento com o nome de Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov... (Ohel Yacov-primeira sinagoga sefaradi paulista- artigo de Rachel Mizrahi para a revista Morashá, pag. 53 a 56; março’99). Atualmente está localizada na Rua Cravinhos...

No Netshuk, Debora Mizrahi Dzialoschinsky comentou que tem muitas memórias dessa sinagoga. O avô Elias Mizrahi veio de Safed Israel e a avó de Beiruth, no Líbano. Conheceram-se no navio Frequentaram durante muitos anos esta sinagoga, até o falecimento do avô em 1982”. Também avisou que Rachel Mizrahi escreveu sobre a história da Sinagoga...

Conversando pelo Facebook, Luiza Benbassat Krausz“Eu era muito pequena quando frequentava a sinagoga da Abolição. Não me lembro de muita coisa. Mas acho que meu pai adoraria contar o que lembra!” Vamos agendar um horário!


Em Memórias Paulistanas, Marcos Penteado contou que “Rabi Melamed também esteve na Sinagoga da Abolição, assim imaginei que a foto da postagem anterior fosse ele mais jovem. Não conhecia o Rabi Mazaltov...”

E você, teria alguma história, lembranças da Sinagoga Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov, na época em que esteve situada na Rua Abolição? Lembra-se como era o edifício, disposição das cadeiras, os vitrais, o setor masculino, o setor feminino? E Shabat, Rosh Hashaná e Yom Kipur, Sucot, Purim, Pessach, Shavuot? Havia atividades para crianças jovens? Possui fotos, documentos? Vamos compartilhar???

quinta-feira, 12 de abril de 2018

Os primeiros tempos da Sinagoga Israelita Paulista


Sr. Tomaz Kovari encaminhou as fotos da “Introdução” do Rabino Jolesz Karoly, em dezembro de 1960, na Sinagoga Israelita Paulista. Antigos frequentadores, muitos pais, avós e provavelmente bisavós da geração atual da comunidade judaica...Talvez, quem sabe, alguém se reconheça nas fotos? Rabino Jolesz Karoly, foi para Israel....Quem gostaria de comentar? 

Sr.Tomaz reuniu este material e o texto abaixo, muitíssimo interessante, e encaminhou-me por e-mail. Como comenta, “uma parte deve ser da Ata em húngaro, ou alguém contou, ou a partir de algum diário, ou saiu num jornal...”

Aqui transcrevo o texto:
“Os judeus húngaros foram convocados para o dia 29 de novembro 1931, um domingo, no Sportklub, sito à rua Brigadeiro Tobias, para participar da assembleia de fundação da Congregação Húngara. Compareceram József Fürst, Lajos Nébel, Vilmos Steiner, József Boros, Károly Gábor, Dezsö Gábor, Zsigmond Pollák, Zsigmond Havas, Ernö Balázs, Alfréd Krausz, Bernát Róth, Géza Zsupnik, Jenö Vágó, Bernát Borgida e Éliás Altschüler.  Proclamaram a fundação da Congregação Israelita Húngara e elegeram a primeira diretoria. Presidente: Jenö Spivák; secretário: Alfréd Krausz; escrivãos: Lajos Nébel e Richard Tolnai; tesoureiro: Jenö Vágó; gabes: Élias Altschüler e Jenö Klein. Membros do conselho deliberativo: Bernát Róth, Károly Gábor e Bernát Slamovitch. 

Sem saber, os fundadores da Congregação Israelita Húngara representavam uma coletividade bastante numerosa. Assim que se espalhou a notícia que a Congregação acabara de ser fundada, houve manifestações de apoio e pedidos de ingresso por parte de pessoas de quem nem se sabia que eram judeus. A recém eleita diretoria também foi à luta para arregimentar novos sócios, obtendo grande êxito. Não se sabe o número certo dos novatos, mas o número que constava da carteirinha de sócio de Lajos Nébel era o nº 83. Ou seja, havia no mínimo oitenta e três sócios pagantes. Quem conhece a história das congregações judaicas húngaras sabe que muitas congregações florescentes contavam com um número menor do que esse de membros pagantes. 

Os primeiros tempos...

Faltava ainda encontrar uma sede, mesmo que provisória. O sr. Bernát Borgida ofereceu um quarto em sua residência situada à rua dos Andradas, à Sociedade Religiosa Húngaro-Brasileira, razão social da Congregação Israelita Húngara.
Em 1932 foi alugado o salão de um clube, num prédio caiado de amarelo, localizado em frente ao edifício do jornal “A Gazeta”.
A mudança da congregação para uma casa no outro lado da rua, à rua dos Andradas nº40, não trouxe grandes modificações à administração da congregação. (Hoje o quarteirão inteiro é ocupado pelo prédio arredondado da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. N. do Org.) 

Em 1933 os serviços religiosos das grandes festas foram realizados novamente num salão alugado, dessa vez à rua Ribeiro de Lima, antigo nº9, nas velhas dependências do Clube Macabi. Pelos mesmos motivos, em 1934 as festas também ocorreram ainda “fora de casa”, no salão de ginástica do Clube de Ginástica Turnerschaft, à rua Couto Magalhães nº40. Porém, a festa já ganhou em majestade, pois o serviço religioso, celebrado pelo senhor Mermelstein, contou com a participação de um coral de oito vozes. 
Finalmente, em 1935 a situação foi solucionada. A congregação alugou todo o primeiro andar, em cima do cinema (o Cine Central), do prédio localizado à rua General Osório nº182...”

Reedito o post acrescentando novas informações, relativas à fotos publicadas!!!

Judit Breuer contou que, abaixo da Chupa, no meio, Rabino Jolesz, na esquerda dele Nebel Luiz, atrás é Emmerich Neufeld. Perto do Sr. Nebel sentado Sr.Csillag.
Paulo Valadares informou: o Rabino era natural de Poroszlo (04/10/1914), filho de Joszef e Etelka (Frank) Jolesz. Chegou ao Brasil em 16/09/1958 e apresentpi-se como "israeliano" e "comerciário". Trocou para "Rabino-mor" da SIP em 29/10/1962.
Suzana Yara Guttmann escreveu: “Sim, Judit Breuer- também reconheci os mesmos, e entre as mulheres, minha mãe Boriska- tias e tios... Acho importante esse resgate, e gostaria pode trocar nossas histórias! Bela iniciativa da Miriam Szwarcbart.” E completou: “Casei em 1961- com o Rabino Jolesz- sendo seu primeiro casamento!
Judit Breuer respondeu: “Parabéns a Myriam pelo trabalho. Suzana voce sabe mais, conhece melhor do que eu”
Roberto Strauss comentou “Na foto das mulheres, a terceira da esquerda para a direita, de blusa preta e colar branco, braço cruzado, minha tia-avó Baby Strausz, mulher de meu tio avô Paulo Strausz. Na Quinta foto, em primeiro plano, terno escuro, quipá e óculos, olhando para direita, acho que é meu avô, Dr. Francisco "Feri" Reiszfeld. Ao fundo a direita, chapeu e batendo palmas, o Neufeld?
E Lili Muro Zaitoune Muro comentou:"Exatamente este Rabino que realizou meu casamento-Karol Yoles
E você, gostaria de comentar, contar algo a respeito???

segunda-feira, 9 de abril de 2018

Informações sobre a Sinagoga da Abolição...

Rabino Jacob Mazaltov

Publiquei um post sobre a Sinagoga da Abolição, “Sinagoga da Abolição e sra. Clara Kochen”, em 01 de setembro de 2017. Naquela ocasião, havíamos visitado a sra. Clara e sr. Majer Chil Kochen. Sra. Clara havia nos mostrado o artigo “Recuerdos”, que escreveu para a Revista Nascente (jul/set’99), o artigo de Rachel Mizrachi, “Ohel Yaacov, "Primeira sinagoga sefaradi paulista”, publicado pela Revista Morashá (março’99), e fotos da Sinagoga da Abolição e do Rabino Jacob Mazaltov... E presenteou-me, naquele momento, com o livro escrito pelo Rabino Mazaltov, em 1937, “O Guia da Juventude Israelita”. Contou-nos também sobre a cerimônia “Siete Candelas”, lembrando-se da cerimonia de suas filhas, celebrada pelo Rabino Mazaltov e pelo sr. Elias Mizrahi (de Safed), que exerceu a função de shochet, e também de chazan, na Sinagoga da Rua Abolição, aonde permaneceu por 35 anos.

Rabino Jacob Mazaltov, escreve sra. Clara em “Rabino Jacob Mazaltov”, nasceu em Istambul, estudou em Alexandria, seguiu para o Rio de Janeiro, aonde casou-se com sra. Dora Hazan, partiu para exercer o rabinato em Buenos Aires, em seguida em uma sinagoga de Montevideu, sendo posteriormente chamado para trabalhar na Sinagoga da Rua Abolição, também chamada “Sinagoga de Rito Portugues”. Nesta permaneceu até 1948, aonde deu atenção especial à “juventude, sua grande preocupação e interesse”, como escreve sra. Clara. Organizou, inclusive, em 1942, o primeiro Bat-Mitzva na comunidade judaica em São Paulo.

Podemos ler à página 24 do Boletim Infirmativo n.37, do Arquivo Histórico Judaico Brasileiro que “a maioria dos sefaradis buscou regiões como o centro comercial da cidade e o bairro da Bela Vista, dispersando-se mais tarde pelos bairros da Consolação e Jardins.

Situada por muitos anos na Rua Abolição, 457, a “Comunidade Sephardim de São Paulo” ou Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo, também recebeu o nome de Sinagoga Israelita Brasileira Shaar Hashamaim a partir de 1958... Anat Falbel informa, em "Como cantaríamos o canto do Senhor numa terra estrangeira? - parte II”, que em 1924 foi criada a Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo, formada por um grupo originário de Esmirna, na Turquia... Estes, em 1492, haviam sido expulsos da Espanha...

Inicialmente os serviços religiosos eram realizados, como comenta Rachel Mizrahi em seu artigo citado acima, em salas da Rua Barão de Itapetininga. O edifício original da sinagoga, acabado em 1928 e inaugurado em 1929, foi reconstruído e aumentado com a ajuda de várias famílias, entre elas a família Safra, em 1961, devido ao fluxo de judeus sefaraditas vindos do Oriente Médio... Passou, naquele momento, a receber a denominação de Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov.

Na ocasião em que publiquei o post “Sinagoga da Abolição e sra. Clara Kochen”, Patricia Golombeck, no Facebook, comentou que “um vizinho, sr. Ely Mizrahi, tinha um avô que foi rabino desta sinagoga. E quem pode passar mais detalhes são os tios e o pai da sra. Meire, prima do sr. Ely Mizrahi”. Já Thais Soltanovitch Druker sugeriu conversar sobre a sinagoga da Abolição com o Sr.Alfredo Douek (pai da Natalie Douek). Também no Facebook, no “Grupo Hebraica”, Luiza Benbassat Krausz, contou que o projeto foi feito pelo pai, arquiteto Nelson Benbassat.

Hoje em dia a sinagoga, que continua ativa, situa-se em um novo edificio à Rua Cravinhos, nos Jardins.

Você gostaria de colaborar com este post? Possui informações sobre a Sinagoga da Abolição? Fotos, documentos, memórias, histórias? Acompanhe mais informações que serão inseridas aos poucos, neste blog...

quinta-feira, 5 de abril de 2018

O bairro da Bela Vista

Mapeamento 1930 - Sara
site http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br

A Bela Vista é um distrito da região central da cidade de São Paulo, que engloba os bairros do Morro dos Ingleses e também o Bixiga, e um dos bairros de imigrantes, inicialmente formado por italianos e posteriormente por imigrantes provenientes de outros países, que contribuíram para sua formação e o desenvolveram no fim do século XIX e início do XX, assim como o Bom Retiro, o Brás, Mooca e Bom Retiro.


Esta região, formada por propriedades rurais, era pouso de tropas, em especial na área próxima ao Córrego Saracura, e também ponto de passagem destas, vindas de Santo Amaro e Itapecerica e que abasteciam a população.

Consta que até 1870, o local, chácara de propriedade de sr. Antônio José Leite Braga, e apelidado de Bexiga (teria sido vítima de varíola, ficava entre os Riachos Itororó (Av. 23 de Maio) e Saracura (Av. 9 de julho), ou seja, um trecho de terra, hoje compreendido pelas avenidas Brigadeiro Luiz Antônio, Paulista e Praça da Bandeira. Assim, o bairro nasceu dos “Campos do Bexiga”, e muitos atribuem o nome do bairro ao apelido de sr. Antonio.

A partir do loteamento do bairro, inaugurado em 1º de outubro de 1878 pelo imperador D. Pedro II, surgiram casas modestas ocupadas, em geral, por artesãos e pequenos comerciantes.

Mapeamento 1930 - Sara
site http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br
Várias das características originais do traçado urbano da Bela Vista ainda permanecem inalteradas, com sua arquitetura e ruelas estreitas, casarões antigos, cantinas, restaurantes e teatros, uma excelente região para conhecermos caminhando a pé. Com fácil acesso a diversas linhas do Metrô da linha verde e azul, na região de Bela Vista estão localizadas importantes atrações paulistanas, como o Museu de Arte de São Paulo. Situavam-se, também, duas antigas sinagogas da cidade: a da Rua da Abolição, hoje em dia situada à Rua Cravinhos, e a Beth-El, hoje funcionando à Rua Caçapava, e cujo edifício sediará o Museu Judaico de São Paulo. Abriga a Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas e também a escola de samba Vai-Vai.

A região é limitada, ao norte, pela Ligação Leste-Oeste; ao leste, pela Avenida Vinte e Três de Maio; ao sul pelo Viaduto do Paraíso e a Rua do Paraíso; a Sudoeste e Oeste pela Avenida Bernardino de Campos, Praça Osvaldo Cruz e Avenida Paulista; a oeste e noroeste pelas ruas Frei Caneca e Avanhandava.


Vejam os sites consultados, onde poderão encontrar mais detalhes da Bela Vista: