sexta-feira, 27 de abril de 2018

A Sinagoga da Abolição...alguns detalhes do primeiro edifício


Como já relatado, em 1924 foi criada a Comunidade Israelita Sefaradi de São Paulo formada por um grupo composto por Jacob Zion, Gabriel Cattan, Victor Sidi e Amadeu Toledano, e a família Hasson... Inicialmente, os serviços religiosos ocorriam em salas da rua Barão de Itapetininga. A definição do local, na busca de um terreno para se construir a primeira sinagoga desta comunidade, foi feita considerando-se a proximidade ao local de trabalho desta, ou seja, o centro comercial da cidade. A escolha da Rua Abolição possibilitou que, antes e após o horário de trabalho, os frequentadores estivessem presentes para Shacharit e Arvit na sinagoga. A Sinagoga da Abolição, como ainda hoje é conhecida, foi construída e reconstruída...porém manteve a disposição interna, dos seus bancos, Bima, e Aron Hakodesh em todas as fases pela qual passou. A iniciativa da construção do primeiro edifício da sinagoga ocorreu por iniciativa de Amadeu Toledano, Samuel Salém, José Couriel, Victor Sidi, Jacob Sion, Gabriel Cattan, tendo como presidente sr. Leon Levy. Sr. Alexandre Algranti era o presidente interino, no momento do lançamento da “pedra fundamental” desta sinagoga, que foi inaugurada em 9 de junho de 1929. Com um recuo ajardinado à frente, escadas laterais uniam-se à entrada da sinagoga, realizada através de uma porta dupla, com arco na sua parte superior. Na fachada, ao alto, um vitrô circular com uma Maguen David, e tres vitrôs verticais nas laterais. A ala masculina situava-se no primeiro piso. Os bancos, em madeira, neste piso, diferentemente das sinagogas ashkenazim já descritas, seguiam o modelo de sinagogas sefaradim: eram voltados para o corredor central da sinagoga, três fileiras de cada lado. A ala feminina localizava-se no piso superior, de onde era possível acompanhar as rezas. Na lateral da sinagoga, um amplo espaço, local em que as crianças divertiam-se ao irem à sinagoga, e onde era possível realizar reuniões. As festas e comemorações, assim como demais atividades aconteciam em um amplo salão, no interior da sinagoga...

Na Chupá da Sinagoga da Abolição
Pais de Jeanne Carmona Fiss

Em relação à esta época, Jeanne Carmona Fiss entrou em contato pelo Guisheft Anúncios, no Facebook. E escreveu: Um dos meus tios-avós, Moises Carmona foi o fundador desta sinagoga, e por muitos anos fomos frequentadores em todos Yom Kipur, principalmente! Meu pai Salomão Carmona (Shelô) e seus irmãos, Eliezer e Leon faziam questão de levar toda sua família! Meu pai já nasceu no Brasil, meus avós vieram da Turquia! Lembro de tudo! Do Rabino Soucar cantando, das cadeiras marcadas com o nome do meu pai e mãe! As cadeiras levavam os nomes de cada família, lugares demarcados! Era tudo com madeira escura e os homens ficavam no salão em baixo e as mulheres em cima! E em baixo na entrada ficava um quintal onde as crianças brincavam! O prédio ficava em uma rua estreita, quando tinham as festas ficava tudo tomado pela sinagoga! 

E Jeanne compartilhou as fotos que aqui vemos "Meus pais casaram lá! A festa do casamento do meus pais foi no salão onde parecia uma biblioteca da sinagoga, cheio de armários com livros... Meu irmão mais velho, Marcos Carmona, e minhas primas, brincamos muito lá! Saudades! Outros tempos!”

Festa de Casamento no salão da Sinagoga
Pais de Jeanne Carmona Fiss

Miriam Jane Carmona Grynberg também comentou: “E como brincamos... Íamos no prédio antigo, antes da reforma. Muita saudade. Meu pai, Leon Carmona, já nasceu aqui...vou procurar fotos no baú...Meus avós paternos eram de Smirna...”

Nos próximos posts leiam algumas histórias, como as contadas por Joe Diesendruck, Marta Maite Sevillano e as que compõem o lindo livro “Lembranças da Família Douek”, que sr. Abramo Douek e sra. Berta Kotler Douek me presentearam...

E você, lembra-se como eram os edifícios da Sinagoga na Rua Abolição? Alguma história a contar? Possui fotos ou documentos? Participe você também!!!

5 comentários:

  1. Fiz barmitzva em 18/01/1973.quinta feira. .
    Vou buscar fotos da cerimônia...
    Thomix@terra.com.br

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    1. Que ótimo! Encaminhei um e-mail ao senhor...Aguardo as fotos!!!!! Obrigada desde já!

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  2. Miriam, parabéns pelo brilhante trabalho!

    Você já tem dados do momento em que os judeus da Amazônia , de origem marroquina, começam a frequentar a esnoga da Abolição?

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    1. Oi Elias tudo bem? Estou verificando...E voce, teria alguma informação a respeito? Fotos, historias, documentos?

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  3. Muito legal conhecer as famílias envolvidas na construção da sinagoga.
    Obrigada Miriam.

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