segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Comunidades judaicas e sinagogas no Estado de São Paulo

O ano de 2022 já começou, estamos no dia 17 de janeiro, e pretendo dar continuidade à divulgação de informações, histórias, resgate de memórias, fotos e documentos das diversas comunidades judaicas e sinagogas no Estado de São Paulo, tanto da capital como do interior paulista.

Desde março de 2020, com a necessidade de isolamento e distanciamento social, fruto da pandemia da Covid-19, comecei a compartilhar detalhes relacionados ao caminho percorrido pela comunidade judaica em direção ao interior de São Paulo, quando da chegada ao Brasil.

Naquele momento, escrevi que muitos imigrantes seguiram para diversas cidades, trabalhando como “klientelchiks” ou não, em busca de oportunidades e mercado de trabalho. Imigrantes que aqui chegaram a partir do final do século XIX, provenientes inicialmente da Alsácia-Lorena após a Guerra Franco-Prussiana, ou vindos da Bessarábia, Polônia, Alemanha, Lituânia, Letônia, Bélgica, Turquia, Itália, Bulgária, de países do Oriente Médio e tantos outros locais nas mais diferentes épocas...

Seguiram para diversas cidades além da capital de São Paulo, fundando e promovendo o desenvolvimento inclusive de algumas destas. Cidades como Sorocaba, Piracicaba, Rio Claro, Marília, Bauru, Franca, Catanduva, Barretos, Jaboticabal, Jundiaí, Campinas, Cafelândia, Guaratinguetá, São José dos Campos, Ribeirão Preto, São Roque, Santa Barbara D´Oeste, as cidades de Santos, São Bernardo, São Caetano, Santo André. Imigrantes que se estabeleceram e se fixaram em cidades do interior paulista, ou nos bairros da capital, atendidos em sua maioria pelas estações das estadas de ferro.

Durante estes últimos dois anos, a participação de quem fez ou faz parte das comunidades judaicas do interior paulista, frequentadores das sinagogas destes locais e seus familiares possibilitaram, a quem pode ler este blog, a compreensão de uma situação pouco conhecida.

Sra. Anna Gedankien cita, em seu livro “Coragem, trabalho e fé- A história da comunidade judaica na região do ABC paulista” diversas famílias que viveram e se estabeleceram no interior paulista. Como a família Braganik, em Barretos, o sr. Wolf Kleiman, que em Santa Rita do Passa Quatro casou-se com Berta Finguerman, a família de sr. Salomão Katz, em Lençois Paulistas, família do sr. Marcos Berger, que vivia em Catanduva, os Goldfarb, que se estabeleceram em Novo Horizonte, os Gedankien que moraram em Franca, a família Waisberg, estabelecida em Cafelândia. Sr. Salomão Waisberg nasceu em Cafelândia, filho de Mayer e Mariasse, e irmão de Manoel. Estudou na cidade, e com a família se mudou para Santo André, nos anos 1950, onde completou seus estudos.

A Enciclopédia Judaica (Ed. Tradição, vol.3, R. Janeiro, 1967), na época em que foi publicada, apresenta a Sociedade Israelita Brasileira de Mogi das Cruzes, então situada à "Rua Deputado Deodato Wertheimer, 421 e presta relevantes serviços a toda coletividade judaica da cidade”.

Roberto Borenstein, há tempos, buscou informações sobre a comunidade judaica em Campinas, e sobre o túmulo do avô materno (José Gelman), nascido na Bessarábia, por volta de 1880, e falecido em Campinas em 1916. Roberto havia recebido informação de que o avô fora enterrado no Cemitério da Saudade, em Campinas. Quando ele faleceu, a mãe de Roberto tinha um ano de idade, então não chegou a saber praticamente nada sobre a vida do avô. Alguém teria alguma informação?

Também há algum tempo, buscaram informações sobre comunidade judaicas do interior Noa Leal, quanto a Leme SP e Israel Lachter sobre São José do Rio Preto.

E você teria alguma informação sobre as comunidades judaicas do interior paulista e suas sinagogas? Escreva para myrirs@gmail.com

quarta-feira, 5 de janeiro de 2022

Cemitério Israelita de Cubatão

Portão da entrada
Cemitério Israelita de Cubatão
A partir da foto do site da Chevra Kadisha
https://www.chevrakadisha.org.br/campos-santos/cubatao

Quando se fala de Santos, é importante citar o “Cemitério Israelita de Cubatão”. De acordo com o site da Chevra Kadisha de São Paulo - Associação Cemitério Israelita de São Paulo, “O Cemitério Israelita de Cubatão foi fundado pela Associação Beneficente e Religiosa Israelita de Santos em 1929. Em 1996, em precárias condições, foi assumido pela Associação Cemitério Israelita de São Paulo - Chevra Kadisha, que restaurou as sepulturas ali presentes e passou a zelar pela sua preservação. O Cemitério Israelita de Cubatão está situado nas dependências do cemitério municipal e é considerado um Patrimômio histórico de Cubatão, tombado em 2010. As visitas eram agendadas previamente.”

O livro de Guilherme Fainguenboim, Paulo Valadares e Niels Andreas, “Os Primeiros Judeus de São Paulo - Uma breve história contada através de Cemitério Israelita da Vila Mariana” apresenta, à página 282, o “Cemitério Israelita de Cubatão - 1923-1965”, com algumas fotos e uma descrição: “presume-se com bases em indícios materiais e tradição oral que os primeiros sepultamentos foram em territórios santista...” E acrescenta: “é possível perceber o que pensava esse grupo por meio das inscrições nas lápides...” Há uma listagem, com os nomes dos sessenta e oito túmulos que sobreviveram às mudanças. Uma foto de uma placa identifica que “o cemitério foi restaurado e reformado pela Sociedade Cemitério Israelita de São Paulo (Chevra Kadisha), com a colaboração da Prefeitura Municipal de Cubatão, em 1997”.

Já em “Gênero, resistência e identidade: imigrantes judeus no Brasil” (Blay, E.A. 2009. Tempo Social21(2), 235-258. https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/12600  ), Dra. Eva Alterman Blay registra: “Em 17 de janeiro de 1981, no início desta pesquisa, visitei o Cemitério Israelita de Cubatão, pertencente à Sociedade Beneficente e Religiosa Israelita de Santos. Era então pouquíssimo conhecido. Em Santos não havia um cemitério judaico e os corpos dos judeus eram trazidos para o Cemitério Israelita de São Paulo, localizado na Vila Mariana, exceto os de homens e mulheres ligados à prostituição. Prostitutas e rufiões constituíram um tipo de "irmandade" para garantir o ritual judaico do sepultamento, já que não lhes era permitido usar os cemitérios israelitas da comunidade”.

Por mensagem no Facebook, Silvio Naslauski compartilhou a publicação da página de Paulo Valadares: “morreu Fulana, com nome da aristocracia paulistana e foi sepultada no cemitério israelita neste mês. Curioso busquei a sua filiação e vi que era filha de Elisa Haleband, Lifcia b. Abraham (1911 - 2004), que fizera o percurso das “polacas”: saíra da Polonia casada com um rufião mais velho, passara pela França, fizera dinheiro na Argentina e radicara-se em Santos (o marido ficou por lá). A noite santista tinha algumas destas mulheres dirigindo casas conhecidas: Laila, dona da Boate “Night and Day”, Sarita e Cecília, donas do “Bataclan” ou “Tia Sara” de quem tornou-se sócia na Boite “Casablanca”. Em 1952 montou “El Morocco” e tocou o negócio até os anos 1960. O sobrenome quatrocentão da filha é um falso positivo, herdado do Tótó, seu pai argentino, homônimo acidental dos bandeirantes”.

Você teria alguma informação sobre este tema? Escreva para myrirs@hotmail.com