quinta-feira, 29 de abril de 2021

Resgatando memórias e raízes da comunidade judaica de São Caetano do Sul

Jantar de Simcha Torah na Sinagoga
São Caetano do Sul
Foto de Paulo e Bruno Blecher

Paulo Blecher contou, em abril de 2021, que seus avós maternos, Paulo e Sofia Ostrovsky foram os primeiros, da comunidade judaica, a chegarem a São Caetano do Sul, provenientes da região da Rússia. Ao chegarem ao Brasil já casados, foram, incialmente, para uma pensão no Bom Retiro, mudando-se, depois, para São Caetano. A família paterna, que residia em Santana, saiu da Bessarábia, fugindo de perseguições e antissemitismo. Os pais se conheceram no Círculo Macabi, e, casados, foram também morar em São Caetano. Paulo, os irmãos, e os pais moraram na cidade até 1972, quando se mudaram para São Paulo, indo morar no bairro do Itaim, época em que Paulo foi estudar medicina. Os avós possuíam uma loja de móveis, a Casa Paulistânia, onde, ao fundo, havia a marcenaria. À época em que moraram na cidade, a comunidade judaica era muito unida, mas também fechada. 

Bar Mitzvah de Bruno Blecher
Sinagoga de 
São Caetano do Sul
Foto de Paulo e Bruno Blecher

À época em que moraram na cidade, a comunidade judaica era muito unida, mas também fechada. As famílias moravam próximas umas das outras, assim como da sinagoga, e todos se conheciam. Pouco interagiam com os que não eram da comunidade, apesar de estudarem, no ensino laico, em escola particular local, no período da manhã. Em relação ao ensino judaico, a sinagoga possuía uma escolinha, que oferecia aulas no período da tarde Ali, aprenderam hebraico, história e tradições judaicas. Comemoravam as festas, mas também aproveitavam a quadra e espaço livre para jogarem futebol. Para as Grandes Festas, contratava-se um rabino, porém o avô de Paulo conduzia diversas rezas na sinagoga...por exemplo, o Kol Nidrei, na véspera de Yom Kipur, vestido com as tradicionais roupas brancas. Nestas ocasiões, a família reunia-se na casa dos avós e todos caminhavam até a sinagoga. Em Simcha Torah, as crianças dançavam com as bandeirinhas com uma vela, e longas mesas eram montadas para um jantar. Paulo comentou que nunca faltou minian no momento das rezas, e na sinagoga celebrava-se também os Bar-Mitzvot, além de ser um espaço para festas, estudo e escola. O edifício da sinagoga é tombado pelo Patrimônio público. Assim, caso alguém conheça o processo de Tombamento, tenha as plantas do edifício, saiba quem foram os engenheiros que construíram a sinagoga, agradeço se puder entrar em contato. As fotos, que aqui compartilho, foi encaminhada por Paulo e Bruno.

Por e-mail, Bruno Blecher escreveu: “Vale corrigir no seu blog, Lia Strauch, e não Staruch, e pesquisar mais sobre o Eliezer Strauch, brasileiro de SCS que se mudou para Israel e foi correspondente de O Globo durante vários anos. Cobriu as guerras de 1967 e do Líbano. Entrevistou Arafat. Também foi repórter de um jornal israelense. Escreveu o livro Serviço Secreto de Israel. Ele vale um capítulo. Ele era de São Caetano do Sul, não de Santo André”.

Placa na Sinagoga de São Caetano do Sul
Sérgio Ricardo Kagan, neto do sr. Moisés Kagan,
e Marcos Vinicius, bisneto
Foto de Marcia Kagan Amsalem

Relacionada à família Strauch, também podemos verificar detalhes no livro de sra. Anna Gedankien, onde lemos que, no Shabat e principalmente nas Grandes Festas, as reuniões aconteciam na casa do sr. Samuel Strauch. Também na casa do sr. Samuel foi realizada a primeira reunião dos fundadores da Sociedade Religiosa Israelita de São Caetano do Sul foi a partir de uma iniciativa de Zelig Grinberg. Sobre Eliezer Strauch, há um artigo publicado em 19 de outubro de 2020, no Portal dos Jornalistas, em “Memórias da Redação”, por Alessandra Ber, com o título “walesa, o cardeal e uma visita às raízes de Eliezer Strauch”. Vejam https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticias/memorias-da-redacao/   

Sebastião Zimerman comentou no Facebook: “Estou conversado com meu pai, sr.Julio Zimerman, e ele disse que meu bisavô, que tem o mesmo nome do meu irmão, Artur Zimerman, foi o primeiro Chazan de lá, em São Caetano do Sul, e um dos fundadores. Acho que ele tem bastante coisa a acrescentar da família Kogan e de outras citadas no blog, esse post tem que ser guardado. Vai lembrando e contando...”

Sinagoga de São Caetano do Sul
Sérgio Ricardo Kagan, neto do sr. Moisés Kagan,
Foto de Marcia Kagan Amsalem

Sr. Julio Zimerman escreveu, também no Facebook: “Boa tarde. Meu nome é Julio Zimerman, atualmente com 82 anos de idade. Nasci em São Caetano e lá vivi até os 32 anos. Conheço a história do ishuv, onde participei ativamente. Minha família descende de Arthur (Alter Shloime) e Eva (Chava) Zimerman. Meu pai, Sebastoão (Shapse) Zimerman e minha mãe Cecília (Tzipora) Zimerman. Tenho duas irmãs, Sara e Eva. Todos nascemos, e nos criamos, em São Caetano, no bairro da Fundação. Meus pais foram residir lá em 1936. Meu pai tinha 4 irmãos, Julio, Isac Jacob, Moyses e Idel. Isac Jacob e Moyses se fixaram também em São Caetano, e lá tiveram filhos. Isac jacob teve os seguintes filhos: Ari, Artur, Eva, Sergio. Todos Timerman. Moyses teve 3 filhos Artur, Eva, Sami. Também nascidos em São Caetano. Todos Timerman. No início, meu pai trabalhava de Klienteltchik, depois montou uma loja de móveis na Av. Conde Francisco Matarazo, perto da estação que deu o nome de “Móveis santa Cecília”. Posteriormente vendeu a loja e, com um sócio, montou uma alfaiataria, também na mesma rua. Meu avô paterno era extremamente religioso e quando não tínhamos ainda sinagoga, nos Iomim Noroim alugavam um salão do Clube Comercial, para os serviços religiosos. 

Foi em 1945, quando as famílias judaicas da cidade se cotizaram, que começou a construção da sinagoga. Ela foi inaugurada em 1946. Meu avô materno Gregorio Kleiman, também começou como Klienteltchik, comprou uma charrete, e, posteriormente, montou uma loja de móveis e outros artigos, também na Avenida Conde Francisco Matarazo, já no bairro da Fundação. Minha avó materna Paulina (Perl) Kleiman, e minha bisavó Clara Kaufman moravam atrás da loja. Passados alguns anos, meu avô vendeu a loja para Samuel Klein. Meu avô paterno Arthur, por ser extremamente religioso foi o primeiro Chazan da Sinagoga. A Sinagoga tinha diretoria que era renovada sempre, sendo que meu tio sac Jacob e meu pai chegaram a ocupar a presidência. Gostaria de falar sobre meus amigos de infância: Isac Gafanovic, Moyses Carolinski, Luizinho Shpizkovski, Bernardo Ber, Matilde, Clara, Sarita, Carlos Guershtel, Sima Ema Skinovski, Pedro Carolinski, e muitos outros que terei oportunidade de falar mais tarde se aceitarem...” A partir deste texto, comentários para o sr. Julio foram publicados no Facebook e por e-mail:

Em maio de 2021, Ana Leia Wajchenberg encaminhou um e-mail, onde relatou: “Não faço parte do ishuv de São Caetano do Sul, porém, tenho um pequeno elo familiar com a família Zimerman. Nasci no Bom Retiro, conheci meus avós paternos (Wajchenberg) mas sou neta de religiosos (avós maternos - Najberg). Meu grau de parentesco direto é com a Sara (mãe do Paulo Wajchenberg), irmã do Julio Zimerman que foi casada com meu primo Bernardo Wajchenberg z'l filho de Moisés Wajchenberg, que era irmão do meu pai Salomão (conhecido como Shloimale) e que cantava no coro do Beth El em São Paulo onde atualmente é o Memorial Judaico e, também, irmão do Julio que foi Chazan. Apesar de poucos contatos, tive oportunidade de conhecer a Eva, outra irmã do Julio.  Cheguei a tomar café em sua residência quando morava no Bom Retiro. Com o Julio, (não sei se tem lembranças minhas) nos conhecemos na casa da Sara (sua irmã) e criamos um vínculo de amizade. E seu Sebastião e esposa z'l casal querido. Muitos detalhes. Se quiser mais informações estou à disposição.”

Sinagoga de São Caetano do Sul em Simchá Torah
Rivka Laya Kagan 
Z’L’, Nicole e Caroline Kagan Amselem
e a filha do Sr Moisés Eliza Kagan Pelcerman

Foto de Marcia Kagan Amsalem

No Facebook, Marcia Kagan Amselem escreveu: “Sou filha do Dodo, o filho mais novo do Sr Moisés, que faleceu cedo, tocava violão e jogava futebol. Os 3 juntos eram terríveis Dodo,Dani e Zé. Sr. Julio Zimerman,  o sobrinho do senhor, o Paulo Wajchenberg é primo do meu primo, Naum Kleiman né? O senhor lembra do meu pai?  O meu pai é o irmão mais novo da Eliza Pelcerman, morava na Vila Zelina quando solteiro, e depois de casado morávamos na Mooca, mas mesmo depois de seu falecimento sempre frequentávamos o shil, depois que me casei, frequento em Higienópolis, mas meus irmãos ainda frequentam...muitas saudades desse tempo. Meu marido Isaac Amselem é muito amigo do seu sobrinho Paulo Wajchenberg, e ele sempre falava dos bailinhos. Minha irmã deve ter mais fotos do shil e vamos postar...

Sr. Julio Zimerman respondeu: “Claro que eu lembro do Dodo. Era um excelente jogador de futebol, só que ele morava na Vila Zelina, e só nos víamos nos finais de semana. Um grande cara...quando solteiro morava na Vila Zelina. E também frequentávamos os bailinhos. Às vezes, na sinagoga, ele tocava violão. Lembranças que devem ser catalogadas e sempre lembradas. Agradeço a você por ter me proporcionado está oportunidade”.

Michele Beer Schwartz também comentou: “Muitas lembranças mesmo...Sr. Julio Zimerman, se quiser contar alguma história do meu pai Bernardo Beer, e minha mãe Sima Emma, ficarei muito feliz.

Sr. Julio Zimerman respondeu à Michele Beer Schwartz: “Com prazer. Seu pai e eu fazíamos parte do time de baskete da sinagoga, quando formamos um clube. Disputamos até um campeonato. Seu pai era um exímio jogador. Sua mãe Sima era muito estudiosa, e, em certa época, fizemos um programa judaico na Rádio Cacique de São Caetano, com a ajuda de alguns comerciantes que patrocinavam. Fazíamos o programa e nossos locutores eram o Pedro Carolinski, que transmitia as notícias em português, e a Sima, que fazia a parte mais difícil, suas notícias eram em Idish, que ela falava muito bem. Este programa esteve no ar aproximadamente 2 anos.

Sr. Julio Zimerman perguntou à Bela Tvorecki , se ela é filha do Jacob.” Tenho também história dele e do Wulf. Se quiser posso contar...” Bela Tvorecki respondeu que é a esposa do Wulf Tvorecki, mãe do Israel e do José Luís. “O Jacob é meu cunhado. Sou nora do Sr. Israel e Raquel Tvorecki Morávamos na Martim Francisco”. Assim, sr. Julio Zimerman escreveu: Prazer em te conhecer. Conheci muito bem o pai do Wulf, Israel que era amississimo do meu pai. Tenho também algumas histórias referentes ao Jacozinho. Logo contarei”. Sra. Anna Gedankien, em seu livro, relata que a Sociedade Israelita também se tornou um ponto de encontro para os jovens com o Gremio Israelita de São Caetano do Sul, cujo primeiro presidente foi sr. Carlos Gerchtel e o vice,sr.  Julio Zimerman...

Sandra Carolinski Gewertz  também escreveu: Sr. Julio Zimerman, sou a Sandra, filha do Moyses Carolinski z’l. Muito bom ler essas histórias! Sempre vamos lembrar das férias na sua casa no Rio. Sr. Julio Zimerman comentou: “Sandra Carolinski Gewertz, foram momentos inesquecíveis . Como vai você? Que bom nosso contato. Onde você está morando? Tem filhos? Vamos sempre nos comunicar. Um grande beijo”...

No site do Wikipedia encontramos informações sobre o Sr. Samuel Klein, fundador das Casas Bahia. Sr. Samuel nasceu na Polônia, em Zaklików em 1923, terceiro dos nove filhos de Sucker e Sveza Klein. Em 1937 a família mudou-se para a aldeia de Lipa. Quando os nazistas invadiram a Polônia, foi levado para Majdanek com o pai, e para Auschwitz-Birkenau em 1944. Sua mãe e cinco irmãos seus mais jovens, foram levados para o Campo de Extermínio de Treblinka. Os irmãos Klein foram para a Alemanha, conseguiram reencontrar vivo o pai em 1946 e viveram em Munique de 1946 até 1951. Na Alemanha, sr. Samuel “ganhou a vida” vendendo produtos para as tropas aliadas, casou-se com Ana, e ali tiveram seu primeiro filho. Em 1950, sra. Ana e sr. Samuel Klein abriram o primeiro negócio em Berlim, a loja Freie Genuss Lebensmittel, ou “Delicadezas e Alimentos”. Sr. Samuel decide-se ir para a América do Sul, onde tinha alguns amigos, conseguindo visto para a Bolívia, e lá chegando com a esposa e o filho. Uma tia vivia no Rio de Janeiro e, assim, sr. Samuel, com a mulher e o filho Michael, embarcaram para o Brasil, chegando ao país em 1952. Em menos de dois meses conseguiu autorização para viver no Brasil. Em 1953 seu pai, Sucher Klein, falece em Israel. Em 1954 Saul Klein, segundo filho, nasceu em São Paulo, e, em 1955, nasceu Eva. A família estabeleceu-se em São Caetano do Sul, onde sr. Samuel tornou-se mascate, vendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em porta, com uma charrete e, pouco a pouco, as coisas foram melhorando. Como podemos ler na internet, em Para ser grande: As histórias de sucesso de 20 empreendedores brasileiros”, de Marina Vidigal, sr. Samuel adquiriu a casa para morar e suas ferramentas de trabalho (uma charrete, um cavalo e uma carteira de 200 clientes) do sr. José Nulman. Em 1957 comprou uma loja, do senhor Aarão Wasserman, e batizou-a Casas Bahia, homenagem aos seus clientes. Naquele mesmo ano nasceu Oscar. Em 1958 inaugurou a primeira loja em 1°de janeiro. Também em 1958 chegaram ao Brasil, sra. Marie e sra. Ilse Wangerin, mãe e irmã de sra.Ana. Sra. Ilse ajuda a implantar os setores contábil e de cobrança da loja. Sr. Samuel continua com vendedores de porta em porta. Em 1971 a Casas Bahia abre a primeira filial em São Paulo, no Bairro de Pinheiros, em 1972 a Casas Bahia chega à Baixada Santista, e, em 1984 sr. Samuel Klein encerra as vendas de rua. Sr. Samuel Klein morreu em 20 de novembro de 2014, vítima de insuficiência respiratória. O Instituto foi criado em 2014, por Natalie e Raphael, netos de Samuel Klein. Estas informações estavam disponíveis em https://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Klein , em https://institutosamuelklein.org.br/linha-do-tempo/  e em https://books.google.com.br/books?id=uMF9kvqgqJQC&pg=PT246&lpg=PT246&dq=judaico+s%C3%A3o+caetano+do+sul&source=bl&ots=3hfGYYuu78&sig=ACfU3U1yHdw8gKJXbta2DquMxXF4o4MkYQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiok7Gr2bLvAhVoKLkGHYidBTU4KBDoATADegQIBhAD#v=onepage&q&f=false

Diversos comentários foram postados também no Facebook:

Clara Beer escreveu:Com tantas lembranças, cheias de emoções, acho que poderíamos compilar tudo isso e mais as fotografias que devemos ter em casa e fazer algo para que essas vivências não se percam. Vamos, na medida do possível fazer isso. Temos essa situação sanitária no meio. Mas, vamos driblar isso e tentar fazer...”

Janete Zalcsztajn escreveu para Marcia Kagan Amselem: “Muito bacana parabéns, linda narrativa...”

Marta Hepner Tkacz escreveu para Marcia Kagan Amselem: “Não sabia que o nome do pai, Dodo, era Jose Marcos. So Dodo, nosso querido violeiro, saudades eternas ...muito alegre...fazia a festa!!! Quando se juntava com meu pai, e o tio Dani, era maior a festa.

Marcia Kagan Amselem indicou Eliza Pelcerman, Janete Zalcsztajn, Gabrielle Pelcerman Sonnino, Sergio Ricardo Kagan, Claudia Kagan, Tania Kogan, Julio Pelcerman, Mauro Pelcerman, Alyssa Rozenbaum, Ariel Kagan, Andre Kagan, Joia Pelcerman, Ariel Kagan, Caroline Amselem, Isaac Amselem, Betty Kagan Drukier, Fabio KD, Adrianne Drukier, Lilian B Lamanna , Wagner Presente, Marcello Eliezer Pelcerman Presente

Alyssa Rozenbaum Kogan comentou: “Que lindas as fotos e a reportagem! Eliane (Z”L) era a cara do pai, de pequena...”

Miriam Jane Carmona Grynberg disse: “Angela Hofnik veja isso. Que lindo.”

Aguardem novas postagens com bate-papos sobre a comunidade judaica de São Caetano do Sul... Você fez ou faz parte da comunidade judaica da cidade? Frequentou, ou frequenta, a sinagoga? Gostaria de escrever um texto, para que eu compartilhe no Blog? Possui fotos, documentos?

Escreva para mim: myrirs@hotmail.com


terça-feira, 20 de abril de 2021

São Caetano e familiares da comunidade judaica da cidade

Sinagoga São Caetano do Sul
Foto Marcia Kogan Amsalem

Nesta publicação, um pouco extensa, compartilho os diversos comentários e postagens feitos por familiares da comunidade judaica de São Caetano do Sul.

Tanto pelo Messenger do Facebook, como pelo whatsapp, conversei com Marcia Kagan Amsalem, que escreveu:Sou neta do Moisés Kogan (Kagan - houve mudanças no sobrenome), um dos sócios fundadores da Sinagoga de São Caetano, onde frequentávamos, com frequência, e que ainda hoje é frequentada por uma filha dele (minha tia) Eliza Kagan Pelcerman, seus filhos, meus irmãos, netos e bisnetos Tenho algumas fotos da época e da Sinagoga de São Caetano. Atualmente não frequento, pois moro em Higienópolis”. Marcia encaminhou diversas fotos, e aqui compartilho algumas delas. 

Escolinha da Sinagoga
São Caetano do Sul
Foto Marcia Kogan Amsalem
Marcia descreveu-as:  Escolinha por volta de 1972, netas do sr. Moisés Kagan. A primeira do lado esquerdo é a minha querida prima Eliane Pelcerman Presente Z’L’, que faleceu. No meio sou eu, e do lado minha irmã Tânia Kagan. Foto com Eliane e Morá...lembrança boa. Foto do meu irmão Sérgio Ricardo Kagan, neto do Sr Moisés, e Marcos Vinicius, bisneto. Na outra foto, a placa, onde se vê o nome do meu avô, está como Kogan. Mais uma foto, em Simchá Torah, minha falecida mãe Rivka Laya Kagan Z’L’, minhas filhas, hoje grandinhas, Nicole e Caroline Kagan Amselem, e minha tia, única filha viva do Sr Moisés Eliza Kagan Pelcerman. Foto com Eliane,Tânia e Claudia minhas irmãs...passamos a infância... O meu pai, José Marcos Kagan, o filho mais novo do sr. Moisés, (Dodo) todo mundo o conhecia, tocava violão muito alegre. Faleceu com 53 anos, muito novo. Tinha fábrica e loja de beliches na Vila Zelina. Antigamente era mais difícil foto!!” Marcia autorizou compartilhar as fotos...

Conversei com Sueli Raquel Duobles pelo Instagram. Sueli comentou: “Brilhante sua jornada. Vamos ainda combinar uma tarde na casa dos meus pais, para ver os álbuns de fotos do passado, as lembranças.... na vila (onde situa-se o Shil da Vila, no Bom Retiro). E, também, relembrar a delícia que era o shil de S. Caetano, que frequentei desde os anos de 1980, porque meus sogros, Sarah e Rubens Bogomoltz Z’L’, fizeram parte dessa desta história e da comunidade.  Como esquecer das festas de Simchá Torah, onde as crianças, cheias de orgulho e alegria, andavam com bandeirinhas de Israel com uma maçã espetada, e uma velinha acesa, espetada na maçã.  A gente ficava cuidando para ninguém pôr fogo nas cortinas do shil, ou no cabelo da criança da frente. E ganhavam saquinhos fartos de balas.  E, no final das rezas, no salão da Sinagoga, tinha uma mesa lotada de pães pretos e muito hering com cebola, marinados!!!  A criançada, brincando na área externa, onde era o estacionamento de carros, e aquele cheiro no salão, impregnado de hering. 

Eliane Pelcerman Presente Z’L’
e a morá
Foto de Marcia Kogan Amsalem

Sueli conta também: “Minha sogra, e mais senhoras, ficavam no salão pequeno, cortando quilos de cebola e hering, inesquecível. E que depois, era substituído por uma imensidão de bolos e doces de todos os jeitos.  Era uma festa sim!! As mulheres se reuniam todo ano,e cortavam montes e montes de cebola p o hering.  Uma trabalheira só, que era um imenso prazer.  Além de minha sogra, fazia parte também a Sarita Goldemberg, esposa do Isaias (Z’L’). As crianças, que hoje já são pais,com certeza nunca irão esquecer dessas datas e encontros no shil.  Doces lembranças. Tudo registrado na memória. Meus filhos com certeza nunca esquecerão do Shil de São Caetano do Sul. Sueli contou que seu marido e Alberto Fliguel cresceram juntos, “e é capaz que Alberto tenha fotos...” E completou: “Se puder, fale também com Hilton Goldemberg”. Também Vivian Summer Burman indicou Hilton Goldenberg, atual Presidente da Sinagoga de São Caetano do Sul.

Sharon Frances Blecher, no Facebook, escreveu: “Você pode também falar com a  Sonia Ostrovski. Ela era neta de Paulo e Sofia Ostrovsky!!!! Ela é prima do meu marido, Paulo Blecher!!! Sonia Ostrovski comentou: “Meus avós. Paulo e Sofia Ostrovsky, e me lembro de brincar na escolinha da sinagoga. Quantas histórias lindas.

Josebel Rubin comentou: “Acredito que tenha falado, para você, do marido da Lia Strauch... Fiquei na casa dela em Israel, em Kriat Ono, próxima a Tel Aviv. Família dele era de São Caetano do Sul(correção de Bruno Blecher), e tinha um comércio na cidade. O casal fez Aliá. Ele, jornalista, chegou a cobrir atividades de aproximação Israel - Egito à busca de um acordo de paz. Faleceu em Israel. Não consigo ter notícias dela, faz quase um ano. Pois existe essa dificuldade. Ela parece que não responde a ninguém, faz cerca de um ano. Estou tentando localizar algum filho ou neto em Israel. até agora, sem sucesso”.

Julio Jucovsky Boresztein escreveu: “A Sinagoga foi presidida nos últimos anos pelo Sr. Isaías Goldenberg Z’L’, que dedicou muito carinho pelas festividades lá realizadas. A Sinagoga continua ativa e um dos responsáveis é o Hilton Goldenberg”.

Sergio Abramvezt também comentou: “Que trabalho incrível, meus tios, Jacob Blecher e Dora Blecher, primos, Bruno, Paulo e Mauro, moravam em São Caetano e frequentavam a sinagoga, e graças a seu trabalho, descobrimos que os pais da tia Dora, sr. Paulo e dona Sofia foram os primeiros judeus a morar em São Caetano. Eu morava no Ipiranga, a poucos minutos de lá e íamos anualmente, em Simcha Torah, lembro perfeitamente das bandeirinhas de Israel, com as maçãs espetadas, deguel cahol lavan.  E nós frequentávamos a sinagoga da Rua da Graça, o chamado "shil pequeno”, aonde iam os meus avós, e às vezes à sinagoga do Cambuci, na rua Teixeira Mendes, na escola que estudei alguns anos, Escola Israelita e Brasileira do Cambuci. O Percio Wajnsztejn criou um grupo de ex-alunos da escola, que tem muitos dados e fotos da época. Esse grupo do Cambuci chama-se Gibc (Ginásio Israelita do Cambuci) tem muitas fotos da escola e da sinagoga, acho que você vai gostar...a entrada é livre, qualquer dúvida, entre em contato com o Percio. Vou me esforçar para lembrar de alguma história ligada à escola e a sinagoga. Lembro-me de desfilar no Macabi, todo de branco, segurando faixas e a bandeira de Israel, em 1958, 10 anos da criação do Estado de Israel. Eu tinha 5 anos...”

Sarita Toledano contou: “Sou Sarita filha de Luiz block e Maria Block, meu pai tem o nome na placa dos fundadores da sinagoga. Saudades dos velhos tempos, em que eu dançava no palco da sinagoga...”

Michele Beer Schwartz escreveu também: “Eu me lembro bem de Simcha Torah...todas as crianças andando com as bandeiras com a vela acessa... rezando para não pegar no cabelo do amigo da frente...”

Bella Talerman Zilbovicius comentou: “Eu me lembro quando o Alberto e Maria Shoiet doaram uma Torah para a sinagoga, minha bisavó que morava em São Caetano, sentou -se com todos seus bisnetos ao redor. E nos dava de comer delícias que ela havia preparado para a festa no salão da sinagoga. Minha bisavó era mãe da sra. Karlik (Ber de solteira), por sua vez era mãe da Sofia, como dizíamos entre nós, Sofia de São Caetano pois havia duas Sofia Karlik, uma de Santo Amaro, que depois se casou com Abrao Scharff. O nome da mãe da Sofia, que era por acaso minha tia avó, era Sonia... E Maria era prima da minha mãe...”

Zilda Calencautcy escreveu: “Que linda recordação Alberto e Maria Shoiet. Maria, irmã do tio Salomão e mãe da Doroty”.

E Bella respondeu: “Seus avós foram padrinhos de casamento de meus pais, representando nossos tios Salomão e Rosa Melman, que moravam em Paranaguá, e não puderem ir à Campinas para o casamento... devo ter fotos na casa da minha mãe.

Bernardo Melmam completou: “Meus avós paternos, Moyses e Bertha Melman, moravam em Paranagua, onde o meu pai - David – nasceu”.

Clara Beer contou: “Meu pai, Volf Beer (Valdemar), junto aos demais presidiram a Sociedade Israelita de São Caetano. Minha irmã, tem fotos de festas realizadas no Shil. Na nossa sala de Diretoria, temos as fotos dos membros da comunidade que contribuíram para a construção da Sinagoga! Posso também enviar foto da Pedra Fundamental com o nome das pessoas que fundaram a Sinagoga! É realmente nosso orgulho!

Giselle Szpiczkowski Elman também era de São Caetano: “Meu avô foi um dos fundadores da sinagoga (Marcos Szpiczkowski). Meu pai frequentou, e ainda frequenta, a sinagoga até hoje. Eu ia em todas as festas quando pequena.

Sheila Mermelstein escreveu: “Giselle Szpiczkowski Elman você é neta da sra. Sulamita? Eu me lembro dela. Uma senhora muito chique. Eu me lembro da sua mãe também, e do seu pai Luizinho... bons tempos”.

Giselle Szpiczkowski Elman respondeu que sim...

Celso Zilbovicius escreveu para Sheila Mermelstein: “A sra. Sulamita era irmã de minha mãe!”

Sandra Gafanovic Dzialoschinsky comentou: “O pai da Sulamita era primo irmão do meu avô!! Sinagoga de São Caetano está ativa ainda hoje com os descendentes dos fundadores. Meu avô David Gafanovic, e tio-avô Rubens Gafanovith, fizeram parte da fundação, e tem seus nomes na Pedra Fundamental! A maioria dos frequentadores tem algum parentesco. Na verdade, somos todos uma grande família até hoje.

No Facebook também, Dani A Vandor indicou sr. Sami Althman, com quem já conversei, assim como com a sra. Ada, irmã do sr. Sami

Mario Filho, por sua vez, contou: “Sou arquiteto, e há algum tempo eu acompanho e admiro o seu trabalho. Cresci no interior de SP, em Botucatu, e muitos dos seus posts contam histórias para mim desconhecidas. Marquei o meu tio Guilherme porque compartilhamos o interesse por temas relacionados a história, arquitetura e judaísmo; e, em especial, por ele ter vivido boa parte da vida em São Caetano do Sul. Obrigado pelo trabalho incrível!”

Angela Hofnik escreveu: “Frequentei muito. Sou de São Caetano. Meu tio foi um dos fundadores da sinagoga, inclusive o nome dele está lá na placa. Ele nem foi citado. Meu tio chamava-se Jaime Szczupak, e meu pai que tinha loja de móveis, chamava Valdemar Szczupak”.

Susana Hepner contou: “Meu pai e minha mãe frequentaram a sinagoga...nós éramos pequenos, e me lembro muito das festas... meu pai veio com o sr. Samuel Klein da Polônia (eram amigos) e ambos sempre frequentaram lá... lembro-me do salão de festas na parte traseira...lembro-me da família Kogan também!!!!”

Claudio Gawendo contou também: “Eu me lembro de pequeno de ter frequentado essa sinagoga com meus pais, principalmente em Yom Kipur e Simcha Torah. Tinha uma quadra de futebol e ficávamos jogando até o momento em que as crianças eram chamadas para dar voltas segurando uma bandeira de Israel com uma maçã espetada e uma vela acesa em cima, em Simcha Torah”.

Você frequenta ou frequentou a sinagoga de São Caetano do Sul? Saberia dizer quem foram os autores do projeto e quem a construiu? Possui a planta e detalhes construtivos? E quanto à comunidade judaica da cidade, quem eram e quem são os familiares que a compõe? Possui fotos, documentos? Gostaria de relatar suas memórias e histórias? Vamos resgatar as raízes das comunidades judaicas da capital e interior paulista? Entre em contato pelo e-mail myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com ou deixe seu relato aqui...