quinta-feira, 29 de abril de 2021

Resgatando memórias e raízes da comunidade judaica de São Caetano do Sul

Jantar de Simcha Torah na Sinagoga
São Caetano do Sul
Foto de Paulo e Bruno Blecher

Paulo Blecher contou, em abril de 2021, que seus avós maternos, Paulo e Sofia Ostrovsky foram os primeiros, da comunidade judaica, a chegarem a São Caetano do Sul, provenientes da região da Rússia. Ao chegarem ao Brasil já casados, foram, incialmente, para uma pensão no Bom Retiro, mudando-se, depois, para São Caetano. A família paterna, que residia em Santana, saiu da Bessarábia, fugindo de perseguições e antissemitismo. Os pais se conheceram no Círculo Macabi, e, casados, foram também morar em São Caetano. Paulo, os irmãos, e os pais moraram na cidade até 1972, quando se mudaram para São Paulo, indo morar no bairro do Itaim, época em que Paulo foi estudar medicina. Os avós possuíam uma loja de móveis, a Casa Paulistânia, onde, ao fundo, havia a marcenaria. À época em que moraram na cidade, a comunidade judaica era muito unida, mas também fechada. 

Bar Mitzvah de Bruno Blecher
Sinagoga de 
São Caetano do Sul
Foto de Paulo e Bruno Blecher

À época em que moraram na cidade, a comunidade judaica era muito unida, mas também fechada. As famílias moravam próximas umas das outras, assim como da sinagoga, e todos se conheciam. Pouco interagiam com os que não eram da comunidade, apesar de estudarem, no ensino laico, em escola particular local, no período da manhã. Em relação ao ensino judaico, a sinagoga possuía uma escolinha, que oferecia aulas no período da tarde Ali, aprenderam hebraico, história e tradições judaicas. Comemoravam as festas, mas também aproveitavam a quadra e espaço livre para jogarem futebol. Para as Grandes Festas, contratava-se um rabino, porém o avô de Paulo conduzia diversas rezas na sinagoga...por exemplo, o Kol Nidrei, na véspera de Yom Kipur, vestido com as tradicionais roupas brancas. Nestas ocasiões, a família reunia-se na casa dos avós e todos caminhavam até a sinagoga. Em Simcha Torah, as crianças dançavam com as bandeirinhas com uma vela, e longas mesas eram montadas para um jantar. Paulo comentou que nunca faltou minian no momento das rezas, e na sinagoga celebrava-se também os Bar-Mitzvot, além de ser um espaço para festas, estudo e escola. O edifício da sinagoga é tombado pelo Patrimônio público. Assim, caso alguém conheça o processo de Tombamento, tenha as plantas do edifício, saiba quem foram os engenheiros que construíram a sinagoga, agradeço se puder entrar em contato. As fotos, que aqui compartilho, foi encaminhada por Paulo e Bruno.

Por e-mail, Bruno Blecher escreveu: “Vale corrigir no seu blog, Lia Strauch, e não Staruch, e pesquisar mais sobre o Eliezer Strauch, brasileiro de SCS que se mudou para Israel e foi correspondente de O Globo durante vários anos. Cobriu as guerras de 1967 e do Líbano. Entrevistou Arafat. Também foi repórter de um jornal israelense. Escreveu o livro Serviço Secreto de Israel. Ele vale um capítulo. Ele era de São Caetano do Sul, não de Santo André”.

Placa na Sinagoga de São Caetano do Sul
Sérgio Ricardo Kagan, neto do sr. Moisés Kagan,
e Marcos Vinicius, bisneto
Foto de Marcia Kagan Amsalem

Relacionada à família Strauch, também podemos verificar detalhes no livro de sra. Anna Gedankien, onde lemos que, no Shabat e principalmente nas Grandes Festas, as reuniões aconteciam na casa do sr. Samuel Strauch. Também na casa do sr. Samuel foi realizada a primeira reunião dos fundadores da Sociedade Religiosa Israelita de São Caetano do Sul foi a partir de uma iniciativa de Zelig Grinberg. Sobre Eliezer Strauch, há um artigo publicado em 19 de outubro de 2020, no Portal dos Jornalistas, em “Memórias da Redação”, por Alessandra Ber, com o título “walesa, o cardeal e uma visita às raízes de Eliezer Strauch”. Vejam https://www.portaldosjornalistas.com.br/noticias/memorias-da-redacao/   

Sebastião Zimerman comentou no Facebook: “Estou conversado com meu pai, sr.Julio Zimerman, e ele disse que meu bisavô, que tem o mesmo nome do meu irmão, Artur Zimerman, foi o primeiro Chazan de lá, em São Caetano do Sul, e um dos fundadores. Acho que ele tem bastante coisa a acrescentar da família Kogan e de outras citadas no blog, esse post tem que ser guardado. Vai lembrando e contando...”

Sinagoga de São Caetano do Sul
Sérgio Ricardo Kagan, neto do sr. Moisés Kagan,
Foto de Marcia Kagan Amsalem

Sr. Julio Zimerman escreveu, também no Facebook: “Boa tarde. Meu nome é Julio Zimerman, atualmente com 82 anos de idade. Nasci em São Caetano e lá vivi até os 32 anos. Conheço a história do ishuv, onde participei ativamente. Minha família descende de Arthur (Alter Shloime) e Eva (Chava) Zimerman. Meu pai, Sebastoão (Shapse) Zimerman e minha mãe Cecília (Tzipora) Zimerman. Tenho duas irmãs, Sara e Eva. Todos nascemos, e nos criamos, em São Caetano, no bairro da Fundação. Meus pais foram residir lá em 1936. Meu pai tinha 4 irmãos, Julio, Isac Jacob, Moyses e Idel. Isac Jacob e Moyses se fixaram também em São Caetano, e lá tiveram filhos. Isac jacob teve os seguintes filhos: Ari, Artur, Eva, Sergio. Todos Timerman. Moyses teve 3 filhos Artur, Eva, Sami. Também nascidos em São Caetano. Todos Timerman. No início, meu pai trabalhava de Klienteltchik, depois montou uma loja de móveis na Av. Conde Francisco Matarazo, perto da estação que deu o nome de “Móveis santa Cecília”. Posteriormente vendeu a loja e, com um sócio, montou uma alfaiataria, também na mesma rua. Meu avô paterno era extremamente religioso e quando não tínhamos ainda sinagoga, nos Iomim Noroim alugavam um salão do Clube Comercial, para os serviços religiosos. 

Foi em 1945, quando as famílias judaicas da cidade se cotizaram, que começou a construção da sinagoga. Ela foi inaugurada em 1946. Meu avô materno Gregorio Kleiman, também começou como Klienteltchik, comprou uma charrete, e, posteriormente, montou uma loja de móveis e outros artigos, também na Avenida Conde Francisco Matarazo, já no bairro da Fundação. Minha avó materna Paulina (Perl) Kleiman, e minha bisavó Clara Kaufman moravam atrás da loja. Passados alguns anos, meu avô vendeu a loja para Samuel Klein. Meu avô paterno Arthur, por ser extremamente religioso foi o primeiro Chazan da Sinagoga. A Sinagoga tinha diretoria que era renovada sempre, sendo que meu tio sac Jacob e meu pai chegaram a ocupar a presidência. Gostaria de falar sobre meus amigos de infância: Isac Gafanovic, Moyses Carolinski, Luizinho Shpizkovski, Bernardo Ber, Matilde, Clara, Sarita, Carlos Guershtel, Sima Ema Skinovski, Pedro Carolinski, e muitos outros que terei oportunidade de falar mais tarde se aceitarem...” A partir deste texto, comentários para o sr. Julio foram publicados no Facebook e por e-mail:

Em maio de 2021, Ana Leia Wajchenberg encaminhou um e-mail, onde relatou: “Não faço parte do ishuv de São Caetano do Sul, porém, tenho um pequeno elo familiar com a família Zimerman. Nasci no Bom Retiro, conheci meus avós paternos (Wajchenberg) mas sou neta de religiosos (avós maternos - Najberg). Meu grau de parentesco direto é com a Sara (mãe do Paulo Wajchenberg), irmã do Julio Zimerman que foi casada com meu primo Bernardo Wajchenberg z'l filho de Moisés Wajchenberg, que era irmão do meu pai Salomão (conhecido como Shloimale) e que cantava no coro do Beth El em São Paulo onde atualmente é o Memorial Judaico e, também, irmão do Julio que foi Chazan. Apesar de poucos contatos, tive oportunidade de conhecer a Eva, outra irmã do Julio.  Cheguei a tomar café em sua residência quando morava no Bom Retiro. Com o Julio, (não sei se tem lembranças minhas) nos conhecemos na casa da Sara (sua irmã) e criamos um vínculo de amizade. E seu Sebastião e esposa z'l casal querido. Muitos detalhes. Se quiser mais informações estou à disposição.”

Sinagoga de São Caetano do Sul em Simchá Torah
Rivka Laya Kagan 
Z’L’, Nicole e Caroline Kagan Amselem
e a filha do Sr Moisés Eliza Kagan Pelcerman

Foto de Marcia Kagan Amsalem

No Facebook, Marcia Kagan Amselem escreveu: “Sou filha do Dodo, o filho mais novo do Sr Moisés, que faleceu cedo, tocava violão e jogava futebol. Os 3 juntos eram terríveis Dodo,Dani e Zé. Sr. Julio Zimerman,  o sobrinho do senhor, o Paulo Wajchenberg é primo do meu primo, Naum Kleiman né? O senhor lembra do meu pai?  O meu pai é o irmão mais novo da Eliza Pelcerman, morava na Vila Zelina quando solteiro, e depois de casado morávamos na Mooca, mas mesmo depois de seu falecimento sempre frequentávamos o shil, depois que me casei, frequento em Higienópolis, mas meus irmãos ainda frequentam...muitas saudades desse tempo. Meu marido Isaac Amselem é muito amigo do seu sobrinho Paulo Wajchenberg, e ele sempre falava dos bailinhos. Minha irmã deve ter mais fotos do shil e vamos postar...

Sr. Julio Zimerman respondeu: “Claro que eu lembro do Dodo. Era um excelente jogador de futebol, só que ele morava na Vila Zelina, e só nos víamos nos finais de semana. Um grande cara...quando solteiro morava na Vila Zelina. E também frequentávamos os bailinhos. Às vezes, na sinagoga, ele tocava violão. Lembranças que devem ser catalogadas e sempre lembradas. Agradeço a você por ter me proporcionado está oportunidade”.

Michele Beer Schwartz também comentou: “Muitas lembranças mesmo...Sr. Julio Zimerman, se quiser contar alguma história do meu pai Bernardo Beer, e minha mãe Sima Emma, ficarei muito feliz.

Sr. Julio Zimerman respondeu à Michele Beer Schwartz: “Com prazer. Seu pai e eu fazíamos parte do time de baskete da sinagoga, quando formamos um clube. Disputamos até um campeonato. Seu pai era um exímio jogador. Sua mãe Sima era muito estudiosa, e, em certa época, fizemos um programa judaico na Rádio Cacique de São Caetano, com a ajuda de alguns comerciantes que patrocinavam. Fazíamos o programa e nossos locutores eram o Pedro Carolinski, que transmitia as notícias em português, e a Sima, que fazia a parte mais difícil, suas notícias eram em Idish, que ela falava muito bem. Este programa esteve no ar aproximadamente 2 anos.

Sr. Julio Zimerman perguntou à Bela Tvorecki , se ela é filha do Jacob.” Tenho também história dele e do Wulf. Se quiser posso contar...” Bela Tvorecki respondeu que é a esposa do Wulf Tvorecki, mãe do Israel e do José Luís. “O Jacob é meu cunhado. Sou nora do Sr. Israel e Raquel Tvorecki Morávamos na Martim Francisco”. Assim, sr. Julio Zimerman escreveu: Prazer em te conhecer. Conheci muito bem o pai do Wulf, Israel que era amississimo do meu pai. Tenho também algumas histórias referentes ao Jacozinho. Logo contarei”. Sra. Anna Gedankien, em seu livro, relata que a Sociedade Israelita também se tornou um ponto de encontro para os jovens com o Gremio Israelita de São Caetano do Sul, cujo primeiro presidente foi sr. Carlos Gerchtel e o vice,sr.  Julio Zimerman...

Sandra Carolinski Gewertz  também escreveu: Sr. Julio Zimerman, sou a Sandra, filha do Moyses Carolinski z’l. Muito bom ler essas histórias! Sempre vamos lembrar das férias na sua casa no Rio. Sr. Julio Zimerman comentou: “Sandra Carolinski Gewertz, foram momentos inesquecíveis . Como vai você? Que bom nosso contato. Onde você está morando? Tem filhos? Vamos sempre nos comunicar. Um grande beijo”...

No site do Wikipedia encontramos informações sobre o Sr. Samuel Klein, fundador das Casas Bahia. Sr. Samuel nasceu na Polônia, em Zaklików em 1923, terceiro dos nove filhos de Sucker e Sveza Klein. Em 1937 a família mudou-se para a aldeia de Lipa. Quando os nazistas invadiram a Polônia, foi levado para Majdanek com o pai, e para Auschwitz-Birkenau em 1944. Sua mãe e cinco irmãos seus mais jovens, foram levados para o Campo de Extermínio de Treblinka. Os irmãos Klein foram para a Alemanha, conseguiram reencontrar vivo o pai em 1946 e viveram em Munique de 1946 até 1951. Na Alemanha, sr. Samuel “ganhou a vida” vendendo produtos para as tropas aliadas, casou-se com Ana, e ali tiveram seu primeiro filho. Em 1950, sra. Ana e sr. Samuel Klein abriram o primeiro negócio em Berlim, a loja Freie Genuss Lebensmittel, ou “Delicadezas e Alimentos”. Sr. Samuel decide-se ir para a América do Sul, onde tinha alguns amigos, conseguindo visto para a Bolívia, e lá chegando com a esposa e o filho. Uma tia vivia no Rio de Janeiro e, assim, sr. Samuel, com a mulher e o filho Michael, embarcaram para o Brasil, chegando ao país em 1952. Em menos de dois meses conseguiu autorização para viver no Brasil. Em 1953 seu pai, Sucher Klein, falece em Israel. Em 1954 Saul Klein, segundo filho, nasceu em São Paulo, e, em 1955, nasceu Eva. A família estabeleceu-se em São Caetano do Sul, onde sr. Samuel tornou-se mascate, vendendo roupas de cama, mesa e banho de porta em porta, com uma charrete e, pouco a pouco, as coisas foram melhorando. Como podemos ler na internet, em Para ser grande: As histórias de sucesso de 20 empreendedores brasileiros”, de Marina Vidigal, sr. Samuel adquiriu a casa para morar e suas ferramentas de trabalho (uma charrete, um cavalo e uma carteira de 200 clientes) do sr. José Nulman. Em 1957 comprou uma loja, do senhor Aarão Wasserman, e batizou-a Casas Bahia, homenagem aos seus clientes. Naquele mesmo ano nasceu Oscar. Em 1958 inaugurou a primeira loja em 1°de janeiro. Também em 1958 chegaram ao Brasil, sra. Marie e sra. Ilse Wangerin, mãe e irmã de sra.Ana. Sra. Ilse ajuda a implantar os setores contábil e de cobrança da loja. Sr. Samuel continua com vendedores de porta em porta. Em 1971 a Casas Bahia abre a primeira filial em São Paulo, no Bairro de Pinheiros, em 1972 a Casas Bahia chega à Baixada Santista, e, em 1984 sr. Samuel Klein encerra as vendas de rua. Sr. Samuel Klein morreu em 20 de novembro de 2014, vítima de insuficiência respiratória. O Instituto foi criado em 2014, por Natalie e Raphael, netos de Samuel Klein. Estas informações estavam disponíveis em https://pt.wikipedia.org/wiki/Samuel_Klein , em https://institutosamuelklein.org.br/linha-do-tempo/  e em https://books.google.com.br/books?id=uMF9kvqgqJQC&pg=PT246&lpg=PT246&dq=judaico+s%C3%A3o+caetano+do+sul&source=bl&ots=3hfGYYuu78&sig=ACfU3U1yHdw8gKJXbta2DquMxXF4o4MkYQ&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwiok7Gr2bLvAhVoKLkGHYidBTU4KBDoATADegQIBhAD#v=onepage&q&f=false

Diversos comentários foram postados também no Facebook:

Clara Beer escreveu:Com tantas lembranças, cheias de emoções, acho que poderíamos compilar tudo isso e mais as fotografias que devemos ter em casa e fazer algo para que essas vivências não se percam. Vamos, na medida do possível fazer isso. Temos essa situação sanitária no meio. Mas, vamos driblar isso e tentar fazer...”

Janete Zalcsztajn escreveu para Marcia Kagan Amselem: “Muito bacana parabéns, linda narrativa...”

Marta Hepner Tkacz escreveu para Marcia Kagan Amselem: “Não sabia que o nome do pai, Dodo, era Jose Marcos. So Dodo, nosso querido violeiro, saudades eternas ...muito alegre...fazia a festa!!! Quando se juntava com meu pai, e o tio Dani, era maior a festa.

Marcia Kagan Amselem indicou Eliza Pelcerman, Janete Zalcsztajn, Gabrielle Pelcerman Sonnino, Sergio Ricardo Kagan, Claudia Kagan, Tania Kogan, Julio Pelcerman, Mauro Pelcerman, Alyssa Rozenbaum, Ariel Kagan, Andre Kagan, Joia Pelcerman, Ariel Kagan, Caroline Amselem, Isaac Amselem, Betty Kagan Drukier, Fabio KD, Adrianne Drukier, Lilian B Lamanna , Wagner Presente, Marcello Eliezer Pelcerman Presente

Alyssa Rozenbaum Kogan comentou: “Que lindas as fotos e a reportagem! Eliane (Z”L) era a cara do pai, de pequena...”

Miriam Jane Carmona Grynberg disse: “Angela Hofnik veja isso. Que lindo.”

Aguardem novas postagens com bate-papos sobre a comunidade judaica de São Caetano do Sul... Você fez ou faz parte da comunidade judaica da cidade? Frequentou, ou frequenta, a sinagoga? Gostaria de escrever um texto, para que eu compartilhe no Blog? Possui fotos, documentos?

Escreva para mim: myrirs@hotmail.com


3 comentários:

  1. Olá Myriam. Tenho muitas histórias e irei contando pouco a pouco
    Obrigado.

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    1. Sr. Julio, muito obrigada!!! Fico no aguardo!!! As histórias e o conhecimento do senhor enriquecem em muito este trabalho que realizo!!

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  2. Mandei algumas histórias

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