terça-feira, 4 de maio de 2021

A escola do Shil de São Caetano do Sul e a comunidade judaica da cidade

Ao ler o título da postagem, você pode estar se perguntando: escola do Shil de São Caetano do Sul? Como pode ser que já tenha visto nas postagens anteriores, muitas crianças e adolescentes fizeram parte da escola, ou “escolinha” da sinagoga da cidade. Tanto Paulo Blecher, como Marcia Kogan Amselem e, mais recentemente Tania Kogan, Suzy Nayder e Etla Adler, a professora do jardim, nos anos 1967/68 contaram a respeito e/ou enviaram fotos.

Conversei com Etla Adler em 26 de abril de 2021. Emocionada, contou que aquela época foi um tempo bom. Etla nascida na Polonia, morava no Bom Retiro, quando passou a ir de trem a São Caetano, no período da tarde, para “dar” aulas no jardim de infância. Etla estudava no período da manhã, e, também, fazia parte do movimento juvenil Ichud Habonim. O diretor do Ichud era professor de Bar-Mitzvah em São Caetano, e, ao surgir uma vaga para dar aula na escola, como a pessoa que havia sido convidada para tal vaga não pode assumir, Etla acabou aceitando o trabalho. Mais velha das três irmãs, estudou em escola estadual, e deixou esta função no momento em que entrou na faculdade, para cursar química. Gostava de dar aulas em São Caetano e ao sair, recebeu uma homenagem, uma plaquinha... Em São Paulo frequentava a Sinagoga Knesset Israel (Groisse Shil), frequenta o Shil da Vila, é voluntária da Naamat Pioneiras, e coordenadora do bazar. Comentamos da importância das sinagogas como um todo, no Brasil para as imigrações judaicas que aqui ocorreram, tanto na integração como no apoio a estes imigrantes.

Suzy Nayder(Judensnaider) morou, desde que nasceu, até os 8 anos, em São Caetano do Sul. Estudou na “escolinha”, e encaminhou fotos no pátio da sinagoga, no parquinho e das festas que ali comemoraram. Ao final de 1971, já em São Paulo, começou a cursar o segundo ano primário no Sholem Aleichem, no Bom Retiro. Os avós tinham loja de armárinhos em São Caetano do Sul, e os pais, uma loja de móveis em frente ao Cine Baraldi (se puderem corrijam-me). A família morava na “parte baixa” da cidade, que alagava nos momentos de muita chuva, quando o rio Tamanduateí transbordava. Quando isto ocorria, muitas vezes acabavam dormindo na loja. Mesmo morando em São Paulo, permaneceram indo de trem a São Caetano, tanto nas ocasiões em que iam na dentista, como no pediatra ou na costureira...

No Facebook, mais alguns comentários foram escritos:

Marcia Kagan Amsalem: "Emocionada com essa reportagem!!!acabo de achar meu avô na foto Moisés Kagan e meu pai José Marcos Kagan (Dodo)."

Cynthia Schein: "Myriam esse senhor é sobrevivente do holocausto se sim e ainda estiver vivo, peça pra entrar em contato comigo.

Brenda Lichtenberg: "Nossa que foto linda, cresci em São Caetano, meu avo era Jose Nulman. O Bar-Mitzvah do meu irmão Saúl Nolman, e o meu Bat-Mitzvah foram realizados na sinagoga de São Cartano do Sul. Meus pais, Boris e Sarah Nolman, meus tíos Jaime e Ruth Sapira, e Ida e Jaime Szczupak. Sheila Mermelstein escreveu: "Saudades. Por onde você anda?? Nova Iorque. Lembrei com saudades de seus pais e de você".

Alexandre Winer: "Morei em São Caetano até meus 20 anos de idade! Minha mãe foi psiquiatra até o ano de 2002, quando faleceu, era concursada da prefeitura da cidade e tinha consultório lá. Se quiser saber mais, tem a família Timerman, Abramavicus, Raicher... Meus primos, que ainda são médicos e tem consultório por lá. Estudei no Externato Osvaldo Aranha, que era a única escola judaica do ABC. Já fechou e virou Brito Chabad, em Santo André. Conheço um casal de idosos, meus pacientes: Ruth e Nissim Rapini".

Eliahou Kogan: "Falta uma curiosidade. Em outubro de 1977 dois Kagan de uma loja de móveis da Av. Conde Frco. Matarazzo, em São Caetano do Sul, fizeram parte da minian do meu filho mais novo. Em seguida a empresa me mandou a serviço pra vários países, e eu pouco parava no Brasil. Infelizmente eu perdi o contato. surpresa agradável do destino. Tentei puxar pela minha memória e não consigo me lembrar como cheguei até eles. Disso eu não tenho dúvidas. somos primos com certeza. Eu lamento profundamente, pois foram muito gentis e extremamente simpáticos. Foi com a presença deles que consegui compor a minian no Brit-Milah do meu filho mais novo, hoje com 43 anos".

Marcia Kagan Amsalem respondeu a Eliahou Kogan: "Com certeza devem ser irmãos do meu avô. Você não lembra o nome deles né?  Mas com certeza todos de São Caetano. Kogan eram parentes diretos!

Eliza Pelcerman: "Eliahau infelizmente todos os Kogan daquela já faleceram todos..."

Julio Buchmann: "Meu nome é Julio Buchmann, meu pai veio da Rumenia, Bessarabia de uma aldeia chamada Secoron que hoja fica na Ucrania..."

Alberto Fliguel indicou Fani S. Fliguel...

Você fez ou faz parte da comunidade judaica de São Caetano do Sul? De Santo André? De Santos? Frequentou, ou frequenta, as sinagogas? Gostaria de escrever um texto, para que eu compartilhe no Blog? Possui fotos, documentos?

Escreva para mim: myrirs@hotmail.com

 

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