quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

A comunidade judaica proveniente da Alsácia-Lorena, em São Paulo, estava organizada e construiu uma sinagoga?


https://pixabay.com/pt/illustrations/mapa-da-fran%C3%A7a-1290907/
A comunidade judaica proveniente da Alsácia-Lorena, em São Paulo, estava organizada e construiu uma sinagoga? Esta questão não está clara, e venho buscando informações a respeito, ao mesmo tempo em que busco mais detalhes, não só das sinagogas de Higienópolis, mas também das demais sinagogas em São Paulo.

Durante uma conversa, em 08 de março de 2018, Rabino Shimon Brand, como já publicado numa postagem deste Blog, comentou sobre alguns minianim e/ou sinagogas em São Paulo. E comentou que houve uma situada à Rua Cubatão, “dos franceses”, citando a família Danek. 

Assim, já no começo deste post pergunto: você faz parte da família Danek? Sua família fez parte da imigração judaica proveniente da região da Alsácia-Lorena, ocorrida na segunda metade do século XIX? Poderia compartilhar informações, histórias, alguma memória? Em qual região da cidade de São Paulo estabeleceram-se? Constituíram uma sinagoga? Um minian? Possuem fotos, documentos? Conhece alguém da comunidade proveniente daquela região?

Algumas informações podem ser encontradas no livro do sr. Henrique Veltman, “A História dos Judeus de São Paulo” (2.edição, revista e ampliada, Rio de Janeiro, Ed. Expressão e Cultura, 1996). No capítulo IV, página 27, lemos que “Judeus franceses trazem o bom gosto no vestir e introduzem as primeiras casas de joias. São de judeus alemães e alsacianos as primeiras companhias de seguros, os estúdios de fotografia, as lojas de calçados e de fazendas. Destacam-se na importação, de uma forma geral e sobem socialmente, por exemplo, de Victor Nothman e de Frederico Glete. Em 1881, os judeus franceses organizam-se na “Sociedade 14 de julho”. É dali que surge Alexandre Levy...” Lemos também que Dr. Samuel Edouard da Costta Mesquita chegou ao Brasil em 1860, exercendo a profissão de cirurgião-dentista e foi o primeiro rabino de São Paulo. Seu túmulo, assim como da família, encontra-se no Cemitério dos Protestantes (enterrado em 13 de janeiro de 1894). Também vemos que, assim como os alemães e húngaros, os judeus alsacianos instalaram-se em São Paulo e partiram para o interior, participando inclusive da implantação de ferrovias e da agricultura. Sr. Veltman cita as famílias Maylasky, Wille, Baumann, Frank...E no início deste capítulo, percebemos um pouco o sentido desta busca por informações que venho realizando: “Com o correr do tempo, judeus e seus descendentes perdem a lembrança de suas origens. Ainda assim, pode-se seguir os passos de muitos deles...”. No mesmo livro, à página 55, há mais detalhes sobre a comunidade judaica paulistana no século XIX: “Onde eram realizadas as cerimônias? Na edição de 3 de setembro de 1897, o Allgemeine Zeitung des Judenthums, que circulava em Lepzig, na Alemanha, noticiava: foi constituída em São Paulo uma congregação israelita, a qual ultimamente recebeu permissão de estabelecer o seu próprio cemitérios. Essa mesma informação foi reproduzida em jornais judaicos da França, Inglaterra e Estados Unidos. Nada, porém, foi encontrado a respeito da sede dessa organização (que incluiria, é claro, uma sinagoga e muito menos sobre o cemitério israelita. O cemitério da Vila Mariana foi inaugurado somente em 25 de fevereiro de 1923". Sobre este, leiam o livro “Os Primeiros Judeus de São Paulo - Uma breve história contada através do Cemitério Israelita da Vila Mariana” (Paulo Valadraes, Guilherme Faiguenboim, Niels Andreas- Rio de janeiro, Ed. Fraiha, 2009). Na página 25 deste livro, com o título “Os judeus alsacianos em São Paulo", há a informação de que não se tem registro do primeiro judeu paulistano. Os judeus provenientes da Alsácia-Lorena aqui chegaram não só atraídos pela riqueza gerada pelo café, mas também motivados pela derrota da França na Guerra Franco-Prussiana. Assim, aqui vieram suprir a população abastada da cidade com artigos de luxo. Na mesma página, há uma foto da família Worms, judeus franceses, em 1916, em que vemos Bertha e Fernand, sendo este sobrinho do Dr. Samuel Edouard da Costa Mesquita, acima citado.

No livro “Estudos sobre a comunidade judaica no Brasil” (Fiesp, São Paulo, 1984), Dr. Nachman Falbel apresenta detalhes sobre a imigração judaica da região da Alsácia-Lorena: “”...Os judeus franceses trouxeram à cidade de São Paulo o bom gostos no vestir e também o consumo do supérfluo estabelecendo na capital paulista casas de jóias e afins...Outros eram importadores de alto vulto e acabaram ascendendo na sociedade paulistana pela sua riqueza e iniciativas sociais...”. Dr. Falbel aponta o livro “São Paulo de outrora”, de Paulo Cursino de Moura, em que este lembra os franceses e sua contribuição para a cidade, na moda e na elegância, na arte na música. E organizaram a sociedade “14 Julliet”, fundada por volta de 1881, tendo entre seus membros a família Cahen Levy. Sr. Falbel cita ainda na área da música Henry Levy, Louis e Alexandre Levy e Edgard Levy, e a pintora Bertha Worms. Descreve também sobre Dr. Samuel Edouard da Costa Mesquita, preenchendo a função de rabino ao oficiar as rezas nas festas judaicas...

Leiam no próximo post mais informações que foram publicadas e também disponíveis na internet sobre os judeus da Alsácia-Lorena que chegaram a São Paulo no século XIX.

E aqui pergunto novamente: como era organizada e constituída, em São Paulo, a comunidade judaica na segunda metade do século XIX, conforme foi publicado e noticiado no Allgemeine Zeitung des Judenthums, em Lepzig, e reproduzida em jornais judaicos da França, Inglaterra e Estados Unidos, e particularmente os provenientes da Alsácia-Lorena?

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Sociedade Religiosa Kehilat Achim Tiferet Lubavitch


A Sociedade Religiosa Kehilat Achim Tiferet Lubavitch situa-se à Rua Dr. Veiga Filho, em cima de uma padaria. Pude visitá-la, e conversar com Alberto Savoia, presidente desta sinagoga, no dia 26 de novembro, antes do horário de Minchá e após o horário de estudos dos meninos do Colel.

Uma escadaria conduz ao espaço da sinagoga. O setor masculino possui cadeiras situadas próximas à Bimah e ao Aron Hakodesh, que guardam as Torót. O setor feminino, separado, situa-se na parte posterior. Um terraço coberto comporta o salão do Kidush, que, na Festa de Sucót, abriga a Sucá. Cozinha e banheiros mantêm o aspecto original, da época da construção do edifício, não foram modernizados. Um ventilador, um relógio e alguns quadros ocupam as paredes.

Esta sinagoga originou-se em 1972, a partir da Sinagoga Tiferet. Com a saída de muitos jovens que a frequentavam e que mudaram de sinagoga, hoje em dia é formada principalmente pelos senhores mais velhos, que se reúnem para completar o minian das rezas diárias. Podemos citar que três sobreviventes do Holocausto participam da sinagoga, sr. Abraão Bem Meir, sr. Moisés Levi e sr. Ishartiel (corrijam-me os nomes, caso eu tenha informado erroneamente). O pai do Rabino Sobel, sempre que vinha ao Brasil, rezava no Shil da padaria, como esta sinagoga é conhecida. 

Em um determinado momento, pensaram em fechá-la, mas como Alberto Savoia comentou, vêm mantendo-a ativa, e conservada. Hoje em dia quem conduz as rezas é o Rabino Berlinov...

 Você teria mais informações sobre o Shil da Padaria? E sobre a Congregação Monte Sinai? Compartilhe mais detalhes, suas memórias, histórias, lembranças, fotos, documentos. Deixe uma mensagem aqui ou escreva para myrirs@hotmail.com

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Congregação Monte Sinai...mais informações...

Vitral da sinagoga
Foto disponivel no Centro de Memória
do Museu Judaico de São Paulo 

A diretoria da Congregação Monte Sinai, formada em 2014/2015 era composta, entre outros, por sr. Daniel Alberto Mansur como presidente, sr. Nathan Victor Peres como vice-presidente e sr. Moises Hasbani como 1. Secretário. Estas informações estão disponíveis no livro de rezas editado pela Congregação, conforme apresentou sra. Guigui Srur, em conversa no dia 26 de novembro de 2019. A família de sra. Guigui, Sawaya, chegou ao Brasil no final de dezembro de 1959/início de 1960, proveniente de Beirute. Moraram na Mooca, ao lado da Sinagoga Israelita Brasileira e posteriormente no Bom Retiro. Ao se mudarem para este bairro começaram a frequentar a sinagoga da Rua Piauí, ampla, com vitrais e construída pela família Nigri e Khalili. Sra. Guigui conversará com Rab. Azulay para que possamos conversar e para agendarmos uma visita à Sinagoga.
Ao questionar quem frequenta ou frequentou a Congregação Monte Sinai, e solicitar a quem pudesse que compartilhasse suas histórias, suas memórias, suas fotos, seus documentos, alguns comentários foram postados no Facebook. Por exemplo, em Em Guisheft Vendas e Anuncios,  sr.Moishe Waintraub indicou sr. David Salim Cohen, e escreveu que são frequentadores desta sinagoga. Em Jewish Brasil, Lilian Schreiner Módolo indicou Luiz Augusto Módolo, e Lili Muro Zaitoune Muro escreveu que o pai, Ibrahim Zaitoune, assim como outros que conheciam bem a Torá, eram Chazanim na Sinagoga Monte Sinai(Sinagoga Israelita Brasileira, no caso) na Mooca, pois nao havia um Rabino na Sinagoga.
E você, frequenta ou frequentou a Congregação Monte Sinai??? Compartilhe suas histórias, suas memórias, suas fotos, seus documentos... 

domingo, 17 de novembro de 2019

Centro de Memória do Museu Judaico e a Congregação Monte Sinai

Congregação Monte Sinai-
Foto do Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo
(compartilhamento somente com autorização do Centro de Memória)

Em busca de informações sobre a Congregação Monte Sinai, estive no dia 12 de novembro de 2019 no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo. Algumas fotos, estão disponíveis, assim como três vídeos relacionados ao Projeto Memória, iniciado em 1992. O livro “O Brasil como destino- Raízes da imigração judaica contemporânea para São Paulo ” da Profa. Dra. Eva Alterman Blay (Editora Unesp, 2010) também pôde ser consultado. Neste, a Profa. Dra. Eva Alterman Blay apresenta o depoimento do sr. Assalam Nigri, membro fundador da Congregação Monte Sinai. Inicialmente a família de sr. Assalam Nigri, originária da cidade de Sidon, no Líbano, morava na Mooca e rezava na Sinagoga Israelita Brasileira. Posteriormente mudaram-se para o Ipiranga. E com a transferência da maioria das famílias para a região de Higienópolis, fundaram a sinagoga da Rua Piauí. E explica, como vemos no livro, o nome da sinagoga, remetendo-o ao já existente Grêmio Monte Sinai, na Mooca. A geração fundadora trabalhava de forma voluntária, com boa vontade.
A Revista Morasha, Edição 70, de dezembro de 2010, também faz referência à Congregação Monte Sinai, informando que esta sinagoga sefaradita em Higienópolis foi fundada por judeus de origem libanesa oriundos de Sidon e também de Israel, Egito e Turquia. Originou-se como uma migração dentro da cidade de São Paulo, pois seus membros, antes morando na Mooca, deslocaram-se para a região da Paulista e Higienópolis. Tal fato dificultou o deslocamento para a sinagoga de origem. Desta forma, compraram um terreno e fundaram em 1971 a Congregação Monte Sinai, à Rua Piauí.
E você, frequenta ou frequentou a Congregação Monte Sinai??? Compartilhe suas histórias, suas memórias, suas fotos, seus documentos...

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

A Congregação Monte Sinai e o livro “Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro”

Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro
 Rachel Mizrahi -São Paulo, Ateliê Editorial, 2003 - 
Coleção Brasil Judaico; 1/ dirigida por Maria Luiza Tucci Carneiro

O livro Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro, de Rachel Mizrahi (São Paulo, Ateliê Editorial, 2003 - Coleção Brasil Judaico; 1/ dirigida por Maria Luiza Tucci Carneiro) apresenta, entre as várias sinagogas de origem dos judeus do Oriente Médio, a Congregação Monte Sinai (página 213 a 218).
Rachel Mizrahi relata que "no final da década de 1960, apesar da compra do terreno na Mooca, evidenciava-se aos dirigentes da Sinagoga Israelita Brasileira que um novo templo não seria erguido no bairro... Projetos de construção de uma sinagoga em Higienópolis ganhou apoio da maioria dos participantes". A autora escreve que, em julho de 1971, concretizou-se a compra de um terreno à Rua Piauí, com a colaboração de Assilam, Marco, Joseph e Alberto Nigri; David e Marco Cohen; Assilam e Esther (viúva deToufic) Kalili, Elias Politi, Salim Zeitune. Os Estatutos foram elaborados em reuniões semanais, à Rua Itambé. Com a posse do terreno, mobilizaram-se para a arrecadação de fundos para o início das obras, contando inclusive com a ajuda da sra. Esther Dana Kalili em jantares-jogo. No lançamento da pedra fundamental ausentaram-se Nassim Nigri e demais fundadores da Sinagoga Israelita Brasileira, da Mooca. A sinagoga, ampla e moderna, foi inaugurada em 1974, ainda em obras, na festa de Pessach, e os serviços religiosos foram realizados com livros e Sifrei Torah emprestados pelo Templo Israelita Ohel Yaacov. Em 1982, a condução dos trabalhos diretivos da Monte Sinai foi transmitida aos filhos dos fundadores, das famílias Nigri, Politi, Zeitune, Mansur, Simantob, Peres. Já em julho de 1984, novos Estatutos foram aprovados, Meyer Yehuda Nigri assumiu a presidência e Luiz Simantob a secretaria. 
No livro de Rachel Mizrahi podemos ler ainda que os chazanim Jacoube Cohen e Lazaro Setton passaram a conduzir os serviços religiosos. No mesmo período, Assilam Nigri convidou Alberto Savoia para ajudar na condução das rezas, preocupado em manter as tradições judaicas da Mooca. Os novos dirigentes, na ocasião, buscaram um rabino profissional. Em junho de 1985 Isaac Michaan, de origem síria, família natural de Alepo, aceitou o cargo. Estudou no Colégio Beith Chinuch e era ligado ao Chabad. Na Monte Sinai propôs o ensino sistemático da Torah, adquiriu livros de estudos da religião, organizou cursos, palestras... Aos poucos os participantes da sinagoga, embora saudosos da época da Mooca, aceitaram o caminho que Rabino Michaan adotou...
Aguardem mais informações sobre a Congregação Monte Sinai, em Higienópolis... Você gostaria de compartilhar alguma foto, dados, histórias sobre esta sinagoga??? Deixe seu comentário aqui!

segunda-feira, 4 de novembro de 2019

A Congregação Monte Sinai em Higienópolis

Página do site da Congregação Monte Sinai
http://www.montesinai.org.br/

A Congregação Monte Sinai situa-se à  Rua Piauí, 62, em Higienópolis. De acordo com a Enciclopédia Judaica, data de 2 de junho de 1971, tendo sido a primeira diretoria composta por Assilan M. Nigri, Elias Kalili, Elias Politi, Marco Nigri, Albert M. Nigri, Aslan Kalili.

Recordando, em dezembro de 2017 visitei a Sinagoga Israelita Brasileira acompanhada de David Carlessi, Rachel Mizrahi, Linda Zeitoune, Haim Zeitoune e Victoria Hadid e pudemos conversar com o sr. Jamil Sayeg e seu filho, Isaac Sayeg. Naquela ocasião, Sr. Jamil nos contou que esta sinagoga foi fundada em 1930 pela coletividade síria sefaradi de São Paulo, sendo os fundadores o sr. Isaac Sayeg (pai do sr. Jamil) e o sr. Nassim Nigri. Noventa por cento da coletividade israeli síria residia na Mooca. Sr. Jamil havia relatado que a sinagoga tinha alta frequência, inclusive de sábado, não só nas Grandes Festas. A sinagoga ficava sempre lotada, não havia cadeiras vazias, sempre com muitos cohanim. Com o crescimento da comunidade judaica do bairro, cogitou-se a construção de uma sinagoga maior, em um terreno à rua Barão do Jaguara. A frequência nesta sinagoga, com o tempo, começou a diminuir, inicialmente aos sábados, com a “migração” dos frequentadores para Higienópolis, motivada, entre diversas razões, por problemas como as enchentes no bairro da Mooca, e com o enriquecimento desta coletividade. Parte dos frequentadores, optou, assim, pela construção de uma nova sinagoga à Rua Piauí, denominada Congregação Monte Sinai... Sr. Jamil contou-nos que muitos estão hoje nesta sinagoga...são os descendentes. A Sinagoga Israelita Brasileira mantém-se, no entanto, ativa e continuam em atividade. Isaac, filho do sr. Jamil afirmou naquele encontro: “prometemos ao meu avô que não iriamos fechar!!” 
Para a construção da sinagoga da Congregação Monte Sinai, em Higienópolis um grupo organizou-se para a compra de um terreno à Rua Piauí, o qual se concretizou em 1971. Elaborados os Estatutos e com a compra do terreno efetivada, passou a ser necessário a arrecadação de fundos para a construção do edifício. Em Pessach de 1974, a Congregação Monte Sinai foi inaugurada, tendo como primeiro presidente o sr. Assilan Meyer Nigri.

No site da Congregação Monte Sinai podemos ler que atualmente a sinagoga tem à frente de seus serviços religiosos os Rabinos David Azulay e Yossef Sisro e, como presidente da instituição, o Sr. David Salim Cohen. Também vemos que oferecem vários serviços à comunidade, entre eles o Projeto Chessed, de visita a doentes e idosos em suas residências e/ou clinicas de repouso; atividades em suas dependências para senhoras, bingo, coral e chá da tarde. Possui também aulas de judaísmo, ministradas pelas Rabanit Simcha e Shoshi, rezas diárias, Bar- Mitzvah, hebraico, almoços com shiurim, shiurim diários de manhã, entre Minchá e Arvit, aula de Guemará e Colel. No Shabat oferecem serviço de recreação para crianças a partir de 3 anos de idade, com monitoria especializada.

Você frequenta a Monte Sinai? Já frequentou? Conhece quem a frequenta? Possui fotos, memórias ou documentos que gostaria de compartilhar? Sabe de algum acervo? Quem foi o autor do projeto arquitetônico? Saberia dizer onde estão arquivadas as plantas deste projeto? Compartilhe suas informações. Deixe um comentário ou escreva para myrirs@hotmail.com 

Para a criação deste post foram consultadas as seguintes referências bibliográficas:

·      MIZRAHI, Rachel: Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro, São Paulo, Ateliê Editorial, 2003 – (Coleção Brasil Judaico; 1/ dirigida por Maria Luiza Tucci Carneiro)
·      MIZRAHI, Rachel: Diversidade Cultural dos Imigrantes Sefaraditas e Judeus em São Paulo” In Recordações dos Primórdios da Imigração Judaica em São Paulo, organizadora por Maria Luiza Tucci Carneiro, São Paulo, Ed. Maayanot, 2013
·      ENCICLOPÉDIA Judaica, Rio de Janeiro, Ed. Tradição, 1967
·      Site da Prefeitura de São Paulo - Prefeitura Regional da Mooca: http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/regionais/mooca/historico/index.php?p=435 

terça-feira, 29 de outubro de 2019

Identificação do bairro: Higienópolis

Região de Higienópolis-Mapeamento Sara 1930
Mapa Digital da Cidade de São Paulo
GeoSampa Mapa-Prefeitura de São Paulo
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Podemos ler em diversos sites sobre o bairro de Higienópolis, situado na região central da cidade, nos distritos da Consolação e Santa Cecília. Relatos indicam que sua história começa no século 16, com a sesmaria do Pacaembu (que englobava Higienópolis, Pacaembu e Perdizes), doação de Martim Afonso de Souza aos jesuítas, e dividida em Pacaembu de Cima(Higienópolis), do Meio e de Baixo. Correspondia a uma extensa região delimitada pelo caminho dos Pinheiros (atual rua da Consolação), Emboaçaba (atual avenida Dr. Arnaldo) e pelo córrego Água Branca. 

Através de determinação do Marquês de Pombal, os jesuítas foram expulsos em 1760, seus bens foram confiscados e vendidos, incluindo, entre estes, as sesmarias. Loteou-se a região, em chácaras, áreas urbano-rurais, que passaram a serem ocupadas por palacetes de destaque e com vastas áreas de jardins e pomares. Pode-se citar neste contexto a antiga residência da família Prado, construída em 1884, atual Clube São Paulo, localizado entre as Ruas Martinico Prado e D. Veridiana, hoje bastante descaracterizado. Ou então a conhecida Chácara Vila Maria, mansão de D. Veridiana Valeria da Silva Prado, filha do barão de Iguape, um dos locais preferidos dos intelectuais e da elite paulistana para seus encontros e discussões, como a Semana de 22. Instituições foram erguidas no período, como a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, inaugurada em 1884; o Mackenzie, construído em 1874, no terreno de parte da antiga chácara de Dona Maria Antônia da Silva Ramos; e o Hospital Samaritano de São Paulo, de 1892.

Com o crescimento da cidade, as antigas terras do Barão de Ramalho, e do espólio do padre pernambucano Wanderley, foram compradas em 1893 por Martin Buchard e Victor Nothmann, dando início à construção de um loteamento planejado, e de alto-padrão na cidade, destinado especificamente para a elite paulistana. Inicialmente denominado "Boulevard Bouchard", acabaram por englobar também os já existentes sítios de Dona Veridiana e de D. Angélica. A publicidade do empreendimento, à época, ressaltava o fornecimento de água e esgoto, iluminação a gás, arborização, linhas de bonde, divulgando-o como o maior loteamento em extensão territorial e importância socioeconômica. O loteamento foi dividido em 2 fases, com lotes de 700 a 1000m², aberturas de vias como a Avenida Angélica, Rua Maria Antonia e D. Veridiana. As mansões do bairro reproduziam, no período, os modelos franceses, os móveis, o material de construção. Até a planta das casas provinham da Europa. Uma das mais conhecidas da época, a Vila Penteado, foi construída em 1902, no estilo art nouveau, projetada pelo engenheiro sueco Carlos Ekman.

O bairro foi ocupado por famílias ilustres e tradicionais da aristocracia paulistana, entre eles os fazendeiros, comerciantes estrangeiros, profissionais liberais, muitos deles antigos moradores da região dos Campos Elíseos.

Esta região foi uma das primeiras regiões da cidade a priorizar o saneamento e a higiene com encanamento de esgoto e fornecimento de água. Esse detalhe marcou o nome de Higienópolis (cidade ou lugar de higiene) devido às suas características.

Em 1900 inaugurou-se a linha de bonde elétrico da Vila Buarque, propiciando o desenvolvimento do bairro. O "bonde 25" atraía visitantes devido à arquitetura e ao luxo da área.

Com o processo de verticalização do bairro e a demolição de grande parte dos antigos casarões que o caracterizavam, um dos primeiros após o Centro Histórico da cidade, a região começou a assumir um caráter de destaque pelo qual se tornou conhecido, recebendo grande quantidade de investimentos imobiliários. Podemos citar o Condomínio Edifício Alagoas (1933, Construtora Barreto Xandi & Cia), o Edifício Santo André (de Francisco Matarazzo e de Jacques Pilon, na Rua Piauí esquina com Av. Angélica,o primeiro edifício a usar estacas tipo Franki em sua fundação), o Edifício Augusto Barreto, o D.Pedro II, o Edifício Santa Amália (1943, de Francisco Matarazzo Netto), o Edifício Higienópolis (1943), o Edifício Rubayat, o Edifício Teresópolis, o Edifício Louveira (1946, de Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi), Edifício Prudência(1944,de Rino Levi), D.João V (de Adolpho Lindenberg) Brasil Colonia, Brasil Império, Brasil República, Lindenberg, Mansão Orlandina Rudge Ramos, Mansão Michelangelo, Mansão Verlaine, Barão de Antonina, Barão de Jundiaí, Marquês de Três Rios, Solar do Conde, Príncipe de Galles, Professor Vilaboim, Paulistania, São Clemente, Lafayette, Bretagne(1959) e o Edifício Parque das Hortênsias (1957, ambos de de João Artacho Jurado), o Edifício Piauí (1949) e o Edifício Cinderela (1956, de Adolpho Lindenberg), os Edifícios Santa Francisca e Santa Cândida (1963)

No final de 1999 foi inaugurado no bairro o Shopping Pátio Higienópolis, surgiram estações de metrô próximas ao bairro (Estação Marechal Deodoro, República e Santa Cecília, Higienópolis-Mackenzie), e o bairro continua seu crescimento e ocupação.

O aumento na população neste bairro deve-se, também, à mudança de moradores de outros bairros de São Paulo, muitos deles profissionais liberais, funcionários, estudantes, comerciantes, industriais, assim como a uma parcela da comunidade judaica, proveniente do Bom Retiro, trazendo consigo colégio e sinagogas. Mesmo após a abertura de outros bairros de perfil elitizado, Higienópolis manteve-se como uma área valorizada.

A pesquisadora Lucia Chermont, em seu livro “Memória e Experiência de Judeus de Higienópolis e Arredores, São Paulo (1960-1970)” (Dissertação  de Mestrado em História- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011 Primeiro orientador: Peixoto, Maria do Rosário da Cunha, Educ-Annablume) relata sobre a migração judaica para o bairro, verificando as formas como esta ocupação se deu a partir da década de 1960, as diversas instituições judaicas que se transferiram para o bairro ou que escolheram tal local para construírem as suas sedes, os anos 1950 e 1970, com a chegada dos judeus egípcios e, posteriormente, sírios e libaneses, a mudança do Bom Retiro para Higienópolis...  
Você frequenta qual sinagoga no bairro de Higienópolis? Gostaria de compartilhar alguma história, memórias, possui fotos, documentos das sinagogas do bairro? Escreva para myrirs@hotmail.com !

Sites e fontes de consultas:
Higienópolis: grandeza de um bairro paulistano HOMEM, Maria Cecília Naclério. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2011, 280 p. ISBN: 978-85-314-1292-9  www.revistas.usp.br/posfau/article/download/48318/52176/

domingo, 20 de outubro de 2019

Sinagoga da Sociedade Hebraico Brasileiro Renascença - Higienópolis


Torót da Sinagoga Renascença
O edifício do Renascença de Higienópolis foi inaugurado em 25 de outubro de 1981, à Rua São Vicente de Paula, porém desde o início da década de 1970 já se discutia a necessidade de um espaço próprio. Com terreno adquirido em 1973, e vários projetos propostos, em 1974 foi dada a entrada da planta na Prefeitura, sendo a construção do edifício iniciada em 1975. Realizou-se naquela época uma campanha de novos sócios e arrecadação de fundos. Em 1981 foi também adquirido um terreno à Rua Dr. Veiga Filho, destinado à instalação da pré-escola.

Após a inauguração do novo prédio do Renascença o projeto da sinagoga foi postergado, por ser necessária a obtenção de novos recursos financeiros. Sr. Leon Feuerstein foi escolhido como presidente da Comissão Sinagogal, sendo as Grandes Festas realizadas, naquele período, em espaço improvisado. Os serviços religiosos ficaram sob supervisão do Rabino Dr. Michael Leipziger, e posteriormente do sr. Eugenio Vineyard, até o ano de 1995. O sr. Abrão Oberman trabalhou como chazan nas cerimônias.

As obras da sinagoga tiveram início em 1983, tendo o engenheiro sr. Alexandre Wainberg acompanhado a construção. Sr. Isac Trejger, presidente na ocasião, e sr. Leon Feuerstein, vice-presidente, além do Muterat da escola buscaram angariar fundos para que a sinagoga se tornasse realidade. A pequena sinagoga foi concluída em 1985, local dos serviços religiosos diários. Já em 3 de outubro de 1986, ocorreu a inauguração da sinagoga na sede da escola da Rua São Vicente de Paula. Com a presença das crianças, colocou-se as mezuzót, chazan Oberman realizou o serviço religioso, e com o toque do shofar, introduziram os Sifrei Torah na sinagoga.

A partir de 1992, as cerimônias de Bat-Mitzva, antes realizadas no Bom Retiro, na CIP e no clube A Hebraica, passaram a serem realizadas na sinagoga do Renascença em Higienópolis.

As informações acima constam do livro “Renascença, 75 anos/1922-1977”, publicação realizada pela Sociedade Hebraico Brasileiro Renascença e Projeto e Coordenação Editorial de Roney Citrinowicz. A pesquisa histórica e a edição tiveram o apoio cultural do sr. Samuel Klein. 

O sr. Abrão Bernardo Zweiman  lembrou que as placas da Sinagoga da Penha e os Sifrei Tora se encontram na Sinagoga do Renascença. Quando a Sinagoga da Penha foi desativada os valores obtidos foram destinados ao Renascença com a condição de que os frequentadores da Sinagoga da Penha pudessem frequentar a Sinagoga do Renascença nos Iamim Noraim.

O artigo “Educação judaica no Brasil” de Jayme Pinky, publicado na Revista Shalom, (nº 97, ano VIII), apresenta o Renascença e a questão das sinagogas... “o Renascença não é apenas uma escola judaica. É uma escola judaica no Brasil... é preciso compreender o que ela vem representando e o que é essa comunidade que essa escola deve representar... Começa então a criar aqui as instituições que ele valoriza na Europa. A vida cultural fica centralizada em torno, evidentemente, da sinagoga. É fundamental a importância dessas sinagogas. Criam-se pequenas salas em primeiro lugar, onde os homens se reúnem. Depois constróem-se sinagogas nos padrões da Europa Oriental. Com o tempo, surge uma sofisticação e começa-se a construir sinagogas com característica físicas diferentes... Surge o problema educacional: “eu quero educar meu filho dentro dos padrões que eu considero válidos. Então eu coloco meu filho junto a uma Sinagoga”. E se formos verificar quase todas as escolas judaicas estão ligadas a uma sinagoga. Algumas, depois, desligam-se delas, mas outras, até hoje, estão ligadas...”  

Você frequenta ou frequentou a Sinagoga do Renascença? Possui fotos, documentos, memórias? Frequenta outra sinagoga da cidade? Compartilhe suas informações!!! Escreva para myrirs@hotmail.com

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Sinagoga Ahavat Reim -The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art


Sinagoga Ahavat Reim 
The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art  
The Center for Jewish Art 
The Hebrew University of Jerusalem

District: Bom Retiro – São Paulo – SP – Brazil

Location:  Guarani Street

Founded: This synagogue was founded by immigrants from Poland (Lodz, Warsaw and region) about 80 years ago. Initially located on Prates Street, and then on Correia de Melo Street (for a short time), it was installed on Guarani Street, after the purchase of a land in 1944 and the construction of the building on the site. In 1945 the synagogue was already in operation, as an institution and as a very organized Community.

Description of the building: The building of this synagogue has the similar configuration, format and design of the other synagogues of the same period. A gate and walls separated the synagogue from the street, forming a small internal space. A distribution hall led to the male section and a ladder led us to the female sector. On the walls of this hall there was a mural of remembrance and homage to deceased patrons. This situation continues today. The roof of the synagogue, above the Bimah, was made of wood with glass, detail that provided natural light in the internal space of the synagogue throughout the day. In the male section, Aron Hakodesh stood in the middle of the hall, by the left wall of the person entering the room. The wooden benches, formerly, were lined up and facing this wall. There was a small ladder and rail in front of the Aron Hakodesh, which was flanked by pilasters. The floor was also made of wood. There were the Mazalots / Zodiac signs around the Aron Hakodesh, and some paintings on the walls, such as that of Kotel Hamaaravi. The lions next to the "Tables of the Law", Maguen David, and the "Ner Tamid" above the Aron Hakodesh were present, as well as details of the wall, in the women's gallery, with paintings in their frames, and which allowed visibility to the male sector.

Current state:  With the change of the majority of visitors to other districts, the participation in the synagogue decreased, making it difficult to maintain (from the 1980s to the 2000s), and even the formation of minians. The building of the Ahavat Reim Synagogue has been little changed, despite the reforms and modernizations it has undergone. An invitation to Rabbi Pessach Kauffman, the work he does there, the reform of the synagogue, with the donation of Mr. Samuel Klein and the Korn family, and among others, made it possible for the Ahavat Reim Synagogue to be built up to this day. Rabbi Kauffman said that he initially acted in this synagogue at the Great Holidays, reactivating it, however, from 2010, when it was possible to concretize a project to revitalize the space and its operation. A refurbishment of the electrical part, kitchen, toilets and air-conditioning was made possible by Mr. Samuel Klein. In 2012 a big party was held at the time of the donation of a new Sefer Tora by the family of dr. Reinaldo Klass and a new Sefer Torah was also donated by the Safra family. Nowadays the synagogue has 3 new Torót, and also maintains the oldest ones. In 2014 a new renovation was carried out, replacing the old wooden and worn floor with a new one. The interior of Aron Hakodesh has also been redone. At this time new banches were donated by the synagogue president, mr. Samuel Korn, considering that the old wooden benches had problems. The roof of the synagogue, above Bimah, is not currently wooden with glass. Several events over the years have been held. Former attendants and relatives of the founders continue to participate in the synagogue, but also young people and relatives previously unconnected to it began to attend it. The gate and the walls that separated the synagogue from the street have already been replaced by higher walls and new gates. 

Nowadays, a painted plate in the color blue, in the same color of the gates limits the vision of who walks by the Guarani Street. In the male section, the Aron Hakodesh remains in the same position at the time of construction, in the middle of the hall, on the wall to the left of who enters to the room. However, the seats are positioned towards the center of the room. The ladder and grate that lay ahead of Aron Hakodesh was removed, eliminating its separation from Bimah. The pilasters next to the Aron Hakodesh remain, now darker blue. The old Mazálot / zodiac signs are no longer present, as are some paintings on the walls. The lions that line the "Law Tables", Maguen David, and the "Ner Tamid" above of Aron Hakodesh, remain prominent. Details of the wall, in the women's gallery, remain, with paintings in their frames.


sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Rosh Hashana e Yom Kipur 5780 nas Sinagogas de São Paulo


Rosh Hashana e Yom Kipur de 5780 são celebrados nas Sinagogas de São Paulo e aqui compartilho algumas das divulgações feitas e compartilhadas em sites na internet, ou encaminhadas por e-mail...

Um ano doce, de muitas alegrias, de saúde, de paz, de ótimo sustento e união. Shnat Shalom, Shnat Achavá, Parnassá Tova VeBriut!

Que sejamos confirmados no Livro da Vida!

Shabat Shalom e Gmar Chatimá Tová!

quinta-feira, 26 de setembro de 2019

Gregori Warchavchik, Asilo dos Velhos e a Sinagoga Cilly Dannemannn

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)

Buscando informações sobre possíveis projetos de Gregori Warchavchik para sinagogas em São Paulo, postei no Facebook a pergunta: “Você conhece os projetos e croquis de Gregori Warchavchik relacionados às Sinagogas em São Paulo? Gostaria de compartilhar alguma informação??? Possui fotos, histórias a contar? Eu já havia compartilhado alguns detalhes, tanto sobre o projeto para o “Lar dos Velhos”, como a existência de um projeto de Warchavchik para o Beth-El, que por fim não foi executado. 


Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
Conversei, a partir desta busca, com Paulo Mauro M. de Aquino, responsável pela organização do acervo do arquiteto desde 2004, autor do último texto compartilhado neste Blog.

Busquei mais detalhes, fotos e plantas do projeto para o Lar dos Velhos, no dia 18/09/2019, por mais uma vez, no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo, e que aqui compartilho.... Edificação única, de linha retas e grandes janelões... 

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
Saliento que o relatório abaixo, assim como as fotos ao lado, e outros documentos, tanto do Asilo dos Velhos, como de outras instituições, escolas, e arquivos familiares, estão disponíveis para consulta no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo. Vale uma visita... Solicito que não compartilhem tais fotos, pois fazem parte do Acervo do Centro de Memória.

Reedito aqui postagens antigas relacionadas ao Asilo dos Velhos, ou Lar do Velhos, ou ainda “Moishev Zekenim”, da Vila Mariana...

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)

O relatório do “Primeiro Aniversário do Funcionamento” aponta que "o terreno que está inserido este edifício, e que mede cinco mil metros quadrados aproximadamente, foi adquirido no dia 4 de agosto de 1938...por intermédio do sr. Jose Teperman...a escritura era lavrada no primeiro Tabelião em 19 de setembro do mesmo ano".  Durante os preparativos para a construção a diretoria convidou os srs. Gregori Warchavchik e Henrique E. Mindlin, "pedindo a colaboração destes engenheiros arquitetos na elaboração de uma planta e dirigir e finalizar a construção". 

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
Estes prometeram apoio na construção e estudaram junto à diretoria planos e modelos de centros judaicos da Europa, América do Norte, Argentina e Israel. Na primeira reunião de diretoria, em 28 de outubro de 1937, angariaram donativos, além de contribuições na comunidade e pessoas influentes nesta, formando um fundo que tornasse possível a obra. A primeira assembléia ocorreu em 29 de maio de 1938, quando foi eleita a diretoria constituída por E. Mindlin, David Prouchan, José Teperman, Luiz Engel, Leão Kassinski, Boris Dannemann, Marcos Fuchs, Mauricio Feifer, Luiz Fleitlich, Nissim elias Nigri, Abraham Brickman, Abram Gorenstein, Jacques Grinberg, Simão Fleiss, Malvina Teperman, Fanny Mindlin, Berta Fleitlich. 

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
Em 28 de maio de 1939, realizou-se a cerimônia da pedra fundamental.  Em fevereiro de 1940 teve inicio a construção do Asilo, sob a direção do Sr. Berti Levi, sendo o sr. Gregori Warchavchik autor da planta e sr. Henrique E. Mindlin o responsável pela fiscalização da obra. Em maio de 1940 enterrou-se um pergaminho contendo o nome dos fundadores e doadores. Detalhe: o pergaminho encontra-se enterrado aonde situava-se a sinagoga “original”. Já em outubro de 1940 realizou-se a festa de cobertura. No inicio de 1941 a direção da construção foi entregue aos srs. Luis Engel e Leão Kassinski, porém este veio a falecer em abril de 1941.  Em 8 de junho de 1941 ocorreu a inauguração do asilo. 

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
O registro do nome Sociedade Religiosa Israelita Asilo dos Velhos deu-se em 1942, e após décadas, o nome usado passou a ser Lar dos Velhos... Diversas reformas foram feitas, e com a diminuição da frequência a esta Sinagoga, mudou-se o uso do espaço, atualmente ocupada pela Eretz.Bio.

Contam que a frequência à sinagoga, com o passar dos anos, foi diminuindo, levando o Residencial a desativar esta sinagoga, criando uma outra, em um espaço menor. A história de minha família Szwarcbart está ligada à Sinagoga do Asilo dos Velhos, denominada Cilly Dannemann. 

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
Em Rosh Hashaná e Yom Kipur, quando éramos crianças, na década de 1960, todo o espaço do Lar dos Velhos era pura diversão. Gostávamos de brincar, assim como várias outras crianças, nos cordões próximos da Bimá, ou pulando do tablado, corríamos pelos corredores e escadarias do Lar, brincando de esconde-esconde, e parávamos grande parte das vezes para conversar com os residentes. 

O jardim interno, com grande quantidade de gatos, possuía uma jabuticabeira imensa (será que era imensa mesmo?) e um pé de amoras, “inimiga” de nossas roupas brancas. 

Foto do Acervo do Centro de Memória
Museu Judaico de São Paulo (favor não compartilhar)
Em Simchát Tora, dançávamos em roda, com as bandeirinhas de Israel e uma maçã na ponta. Familias Lerner, Back, Dzialowski, Tetner, Chusyd, Jankelovitz, e tantas outras, tambem faziam parte da comunidade judaica da Vila Mariana e frequentavam a Sinagoga do Lar dos Velhos. 

Havia também um salão, em frente à sinagoga, para kidush. Assim como muitas famílias, íamos da sinagoga do Lar para a do Peretz e vice-versa... 

Meu zaide e bubili ficavam sempre na sinagoga do Lar. Meus avós maternos, sempre na sinagoga do Peretz... lembranças, memórias, histórias...

Na foto ao lado vemos a planta do edifício do Asilo dos Velhos, da Vila Mariana, de autoria de Gregori Warchavchik, foto também disponivel no acrevo do Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo....

Aqui pergunto novamente...e você, qual a sua história? Quais são as sinagogas de São Paulo que você frequentou ou que ainda frequenta? Possui informações? Compartilhe! Participe deste estudo!!! Deixe seus comentários...