quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Lançamento do livro “Coragem, trabalho e fé” de Anna Gedankien



No domingo 25 de agosto de 2019 foi realizada, no Clube A Hebraica, uma palestra de sra. Anna Gedankien com o lançamento do seu livro “Coragem, trabalho e fé - a história da comunidade judaica na região do ABC paulista”.  No evento pude ouvir detalhes e fatos contados por sra. Anna, como a de sr. Wolf Gordon, que nos anos 1920/1930, escolheu a cidade de Santo André para morar, ou da família Berger que optou por viver em São Bernardo. Famílias da comunidade judaica, e muitos solteiros vindos da cidade de Erexim, chegaram a São Caetano na mesma ocasião. A escola judaica de Santo André atraía as famílias, e mantinha a comunidade viva, assim como as entidades Wizo e Pioneiras, formadas por mulheres ativas da comunidade destas cidades. Com coordenação de sra. Anna Gedankien, texto de Eduardo Shor e Raquel Glezer, e pesquisa de Eliza Simon Leibruder e Mieille Lerner, o livro resgata memórias desde a chegada dos imigrantes judeus à região, e relata diversas histórias, sendo uma delas a de meu zaide(avô), minha bubili(avó), meu pai e meu tio.  

Ichiel Leib Szwarcbart, meu zaide,
shochet, professor e shammes
Santo André
No livro podemos ler que a sinagoga possuía um anexo para moradia do shammes, ou gabai, responsável por cuidar dos mais diversos assuntos da sinagoga. O primeiro a exercer tal função foi meu avô. E como lemos no livro, “Sobrevivente do Holocausto, vindo da Bélgica, era casado, tinha três filhos. Dava aulas de Bar-Mitzvah e hebraico, exercendo a função de shochet, o abatedor de animais, conforme as leis judaicas. Quem quiser saber sobre um fato curioso, ocorrido na sinagoga, durante o governo de Getúlio Vargas, que iniciou uma campanha de nacionalização, sugiro comprar o livro...Alguns anos depois minha família paterna mudou-se para São Paulo, para o bairro da Vila Mariana...

No dia da palestra também pude conhecer familiares que conheceram meu pai, tios e avós. Muitos ficaram surpresos, e contaram algumas histórias. Uma delas foi relatada por sr. Henrique Lindenbojn, relativo também ao fato curioso apontado acima. Já sr. Jayme Waisberg comentou que meu pai organizava as atividades dos jovens, em um salão, no piso superior da sinagoga. E meu pai e meu tio ensinaram sr. Jayme a apreciar música clássica. Iam a concertos em São Paulo, sempre de terno e capa de chuva...
Em relação à Sinagoga de Santo André escreverei mais adiante. Mas fica registrado, como citado no livro, que o projeto da primeira sinagoga andreense foi criado por Vittorio Corinaldi, inaugurado em 1948, com entradas tantos pela Rua Siqueira Campos como pela esquina desta rua.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Minian do Clube Luso, muitas sinagogas...muitas histórias a contar...


Diversos comentários foram feitos nas páginas do Fcaebook, encaminhados por mensagem ou e-mail, a partir do post sobre o Minian do Clube Luso. Outros relacionam-se às diversas sinagogas da cidade de São Paulo.

Por exemplo, em Rubin Editores, Guilherme Fleischman contou: “Eu morei no Bom Retiro há 45 anos, e lembro de muitas sinagogas abertas nessa época no bairro que era judeu”. 

Já em "Jewish Brasil - Comunidade Judaica do Brasil", Luiz Fernando Chimanovitch escreveu que Abrão Zweiman foi seu professor de Bar-Mitzvah, e Michelle Goldenfeld comentou: “Meu avô também rezou lá no Luso, e fazia parte da diretoria. Eu me lembro de quando era criança, nas Grandes Festas, ir rezar lá”. Ida Cohen ia no Clube Luso. Tania Bragarnick escreveu: “Minha avó Chaja Touba (Tereza) Loda rezava lá no Luso. E lembro também de ir, nas Grandes Festas, no Luso-Brasileiro. Eu era muito pequena, não tenho fotos. Não podia tirar fotos nas Grandes Festas, e nao tinha celular. Se eu não me engano tinha uma quadra esportiva onde todas as criancas ficavam brincando. Não me lembro de muita coisa. Éramos muito pequenos”. Patricia Schmiliver também passou a infância no Luso-Brasileiro, sua família fundou a sinagoga. Patrícia é neta de Pierre Schmiliver, bisneta de Max Schmiliver. Tania Bragarnick lembrou-se de Patricia Schmiliver: “É verdade!!! Acho ate que brincamos juntas, nossas mães eram amigas. Nao é?” Ronaldo, em post da mesma página relatou que  Abrão Bernardo Zweiman foi seu professor de Bar-Mitsvah, e de praticamente todas crianças da comunidade, sendo o responsável pela sinagoga no Renascença Bom Retiro. No Renascença todos os dias havia o Míniam, feito pelos alunos, com bolo e Giny no final , antes de irem para a aula. E completou: “Uma pessoa incrível!! Noemí Weksler Souccar afirmou: “Grande Abrão!”.

Na página de Shofar Tupiniquim, Henrique Moscovich falou que gosta muito da história das sinagogas, e quando vem a São Paulo, gosta muito de frequentar o Kabalat Shabat da CIP e da Shalom.

Em Guisheft Vendas e Anuncios, Miriam Herscovici contou que lembra-se no Luso.


Em Guisheft Anuncios, Mirta Roitburd escreveu: “Minha avó paterna morava no Bom Retiro e nós também íamos nas Grandes Festas no Clube Luso. Mulheres no andar de cima, cada família no seu quadradinho, homens embaixo e crianças na quadra. Tenho histórias que aconteceram comigo nos dias das Grandes Festas, e que foram antes ou depois de eu ir p sinagoga, mas nada relativo à sinagoga em si. Outra coisa que me lembro bem era o barulho de ranger das madeiras do piso do andar das mulheres e das escadas. Dizíamos que um dia ainda íamos todas cair lá de cima juntas! Por isso as crianças acabavam brincando na quadra. Subiam, cumprimentavam vovós, desciam. Não dava para pular nem correr lá em cima, além do barulho, "podia cair o andar"! Lembrei também que tinha tanto falatório que o rabino tinha de bater forte com a mão na mesa e pedir silêncio a cada
10 minutos!”

Edith Nekrycz Wertzner compartilhou o artigo publicado no Jornal Folha de São Paulo, relativo às Sinagogas em São Paulo. Escreveu: “Trabalho árduo e maravilhoso de pesquisa da arquiteta Myriam Szwarcbart”. Jaime Cimerman comentou: “Esperamos que não se esqueçam de uma Sinagoga que está ativa há mais de 32 anos, realizando diversas atividades inclusive as Grandes Festas. É pioneira em curso de Ulpan no Brasil há mais de 3 anos. Esta é a Sinagoga Renascença”. Aguardem as próximas publicações...

Por mensagem no Facebook, Guila contou que vem acompanhando o trabalho das sinagogas! Vi que estou pesquisando sobre a Sinagoga da Mamoré. E comentou: “Ela era do Rebe Beer, filho do falecido Rebe Yoel (o único tzadik enterrado no Brasil) da chassidut de Ratzfert. Ele fechou essa sinagoga, e agora reza na Tocantins dos húngaros. Ele e a a esposa dele recebem muitas pessoas, que até hoje o procuram para bracha e orientações. O Rebe Beer é cunhado do ruv (Rabino Horowitz). Aguardo o contato para podermos conversar... Haviam me informado que o filho do Rebe Beer tinha escritório na Sinagoga Machzikei Hadas...

Rodolpho questionou-me no instagram, e aqui compartilho, se alguém teria informações sobre sras. Carolina e Agatha Escher. Elas teriam feito parte da Sinagoga de São Miguel Paulista? Chegaram da Polonia nos anos 1940 e foram trabalhar na Nitro Química...

Quem mais possui informações sobre as sinagogas do Bom Retiro ou de São Paulo como um todo? Escrevam para myrirs@hotmail.com . Compartilhem fotos, histórias e documentos. Vamos divulgar nossas memórias e preservar as raízes da comunidade judaica de São Paulo!

terça-feira, 6 de agosto de 2019

O Minian da Linath Hatzedek no Clube Luso Brasileiro - Bom Retiro

Bom Retiro - Rua da Graça
esquina com Rua Silva Pinto e RuaTrês Rios

No final do mês de agosto de 2019 puder conversar com o professor Abrão Zweiman, que contou um pouco sobre o Minian do Linath Hatzedek, no bairro do Bom Retiro. Diretoria, familiares e pessoas ligadas à esta instituição reuniam-se somente nas Grandes Festas, no Clube Luso Brasileiro, na Rua da Graça. Não possuíam um chazan contratado, e quem conduzia as rezas era o Baal Tefilah, sr. Leib Bisker. A renda obtida com a venda de convites era revertida em prol da instituição. O sr. Meyer Storch, avô da esposa de Abrão, era cohen e também rezava ali. O Sefer Torah deste Minian, durante o ano, ficava guardado no Shil da Vila, e o Aron Hakodesh, na Chevra kadisha. 

Antes de começarem a celebrar as Grandes Festas no Clube Luso Brasileiro, quando o número de pessoas deste Minian ainda era pequeno, reuniam-se e rezavam na Rua Prates, na antiga casa da Chevra Kadisha. O Clube Luso, com amplos salões, era o local aonde ocorriam as festas de Bar-Mitzvah e de casamento da comunidade no bairro. Mas também, havia o acordo de que nas Grandes Festas ficavam reservados os salões para o Minian da Linath Hatedek...

No Livro “Unibes 1915-2000 - Uma História do Trabalho Social da Comunidade Judaica em São Paulo”, disponível para consulta no Centro de Memórias do Museu Judaico em São Paulo, lemos que a Sociedade Beneficente Linath Hatzedek foi criada formalmente em 15 de novembro de 1929, na residência do sr. Idel Tkatchouk. Foi fundada por Leon Elinger, Max Goldstein, Max Schmiliver, Simão Deutschman, Julio Kuperman, Idel Tkatchouk, Pier Schmiliver e Kuba Kuperman. Esta instituição considerou o crescimento da comunidade judaica à época, e teve como finalidade trazer auxílio, cuidado e acompanhamento para os doentes. Em 21 de novembro decidiram por alugar uma sede no Bom Retiro, e no dia 25 duas salas foram alugadas em eum edifício na Rua José Paulino...

Você teria alguma informação a acrescentar sobre o Minian da Linath Hatezedek? Escreva para myrirs@hotmail.com e conte um pouco suas memórias e histórias sobre os Minianim e Sinagogas  da cidade de São Paulo.