No domingo 25 de agosto de 2019 foi realizada,
no Clube A Hebraica, uma palestra de sra. Anna Gedankien com o lançamento do seu
livro “Coragem, trabalho e fé - a história da comunidade judaica na região do
ABC paulista”. No evento pude ouvir
detalhes e fatos contados por sra. Anna, como a de sr. Wolf Gordon, que nos
anos 1920/1930, escolheu a cidade de Santo André para morar, ou da família
Berger que optou por viver em São Bernardo. Famílias da comunidade judaica, e
muitos solteiros vindos da cidade de Erexim, chegaram a São Caetano na mesma
ocasião. A escola judaica de Santo André atraía as famílias, e mantinha a
comunidade viva, assim como as entidades Wizo e Pioneiras, formadas por mulheres
ativas da comunidade destas cidades. Com coordenação de sra. Anna Gedankien, texto
de Eduardo Shor e Raquel Glezer, e pesquisa de Eliza Simon Leibruder e Mieille
Lerner, o livro resgata memórias desde a chegada dos imigrantes judeus à
região, e relata diversas histórias, sendo uma delas a de meu zaide(avô),
minha bubili(avó), meu pai e meu tio.
Ichiel Leib Szwarcbart, meu zaide, shochet, professor e shammes Santo André |
No livro podemos ler que a sinagoga possuía um
anexo para moradia do shammes, ou gabai, responsável por cuidar
dos mais diversos assuntos da sinagoga. O primeiro a exercer tal função foi meu
avô. E como lemos no livro, “Sobrevivente do Holocausto, vindo da Bélgica, era
casado, tinha três filhos. Dava aulas de Bar-Mitzvah e hebraico,
exercendo a função de shochet, o abatedor de animais, conforme as leis judaicas.
Quem quiser saber sobre um fato curioso, ocorrido na sinagoga, durante o governo
de Getúlio Vargas, que iniciou uma campanha de nacionalização, sugiro comprar o
livro...Alguns anos depois minha família paterna mudou-se para São Paulo, para
o bairro da Vila Mariana...
No dia da palestra também pude conhecer familiares
que conheceram meu pai, tios e avós. Muitos ficaram surpresos, e contaram algumas
histórias. Uma delas foi relatada por sr. Henrique Lindenbojn, relativo também ao
fato curioso apontado acima. Já sr. Jayme Waisberg comentou que meu pai organizava
as atividades dos jovens, em um salão, no piso superior da sinagoga. E meu pai e
meu tio ensinaram sr. Jayme a apreciar música clássica. Iam a concertos em São Paulo,
sempre de terno e capa de chuva...
Em relação à Sinagoga de Santo André escreverei
mais adiante. Mas fica registrado, como citado no livro, que o projeto da
primeira sinagoga andreense foi criado por Vittorio Corinaldi, inaugurado em
1948, com entradas tantos pela Rua Siqueira Campos como pela esquina desta rua.
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