Foto de Celia Cenciper
Rosh Hashana 2020
Conversei, no mês de abril de 2021, com sr. Sami Althman e com sua irmã, sra. Ada Althman Coulicoff. Sr. Sami contou que nasceu em São Caetano do Sul, e veio para a capital somente aos 25 anos. O pai, sr. Adolfo, era o Chazan da sinagoga, e foi um dos fundadores desta. Doou um livro de rezas que, como comentou sr. Sami, é usado até os dias de hoje. A mãe, sra. Charlotte Sarah, fazia parte das Pioneiras, e em sua casa ocorriam as reuniões. Moraram na Rua Rio Grande do Sul, 146, em uma casa assobradada construída pelo seu pai. Na parte inferior moraram seus avós maternos e, na parte superior, sr. Sami, os pais e a irmã. Antes disto, o pai morou na Rua Baraldi. Todos da comunidade judaica da cidade moravam próximos, eram unidos. Sr. Adolfo possuía uma loja de eletrodomésticos na Rua João Pessoa, a “Casa Popular”, próximo de onde moraram. Antes, trabalhou como klientelchik, assim como o amigo, sr. Isac Goldberg, que posteriormente foi proprietário de uma loja de móveis. O pai do sr. Sami era de origem russa, e a mãe, chegou da Alemanha no último navio antes da II Guerra. Em relação à sinagoga, sr. Sami relatou que permanece muito semelhante à época em que a frequentavam, e que estudou na escola desta sinagoga com o moré Marcos Smaletz. Ao ser questionado sobre as famílias da comunidade que moravam em São Caetano, citou a família Gleboka, sr. Simão e sra. Ruth Kagan, sra. Olga Kagan, sra. Clara Kleinman, Alberto e Fany Fliguel, sr. Isac Goldberg e as filhas Bela, Judith e Heidy, e citou o atual presidente da sinagoga, Hilton Goldenberg.
Sra. Ada Althman Coulicof comentou sobre o primo sr.
Bernardo Ber, que ajudou e colaborou no livro de sra. Anna Gedankien,
assim como contou que a comunidade judaica de São Caetano era “como uma família”,
muito unida, moravam muito próximos, e perto da sinagoga. Em relação ao pai,
contou que chegou da Russia, sozinho, fugindo dos pogroms, e rumou para
Pernambuco, morando em Recife. Por questões de saúde mudou-se para São Paulo,
indo morar na casa de sra. Esther e sr. Boris, em São Caetano do Sul. A mãe,
sra. Charlotte, veio para o Brasil, pois a irmã e o cunhado haviam conseguido
visto para o país, e os pais dela haviam conseguido ir para os EUA, porém,
posteriormente, se mudaram para o Brasil. Os pais foram apresentados por um tio.
Comentou também sobre a loja, sobre o local em que residiram, assim como o fato
de os avós terem morado no piso térreo da casa da rua Rio Grande do Sul. Em relação
às famílias da comunidade, citou sra. Anita e sr. Luis Gleboka, e sra. Sulamita
e sr. Marcos Spitzcovsky, famílias Tvorevsky, Timerman, Klein, Ostrovsky.
Também contou sobre as aulas do moré Marcos Smaletz, na escola de
hebraico da sinagoga, e lembrou que comemoravam todas as festas judaicas.
Foto de Celia Cenciper
Rosh Hashana 2020
Quanto ao edifício da sinagoga, comentou: ao lado
direito da entrada, havia uma sala para os livros, e, do lado esquerdo, os
banheiros. Uma escadaria perto da entrada conduzia ao piso superior, um salão
para as aulas. Em relação ao espaço da sinagoga, ao fundo situava-se um palco com
escadas laterais, e o Aron Hakodesh. Os homens e mulheres ocupavam o
mesmo piso, não havendo uma galeria, como encontrado em diversas sinagogas da
mesma época, na capital. Sendo assim, as mulheres sentavam-se do lado esquerdo,
e os homens, do lado direito. Há uma placa com o nome dos que colabaram na
fundação e construção da sinagoga. Na parte posterior, havia uma casa de
caseiro e um salão.
Sobre São Caetano, sua comunidade judaica e sinagoga, os comentários no Facebook continuam, e contribuem para a continuidade deste estudo. Sra Sara Gawendo escreveu que tem boas lembranças de São Caetano e da família Strauch, e indicou Josue Gawendo e Janette Gawendo, e “marcou” a sra. Paulina Janete Ber. E relatou: “a família Gawendo era muito amiga da família Strauch. Nós morávamos na Vila Prudente, bairro de São Paulo próximo a São Caetano. Sempre passávamos o primeiro Seder de Pessach na casa da família do sr. Samuel Strauch z'l. Meus irmãos Janette Gawendo e Josue Gawendo e eu temos fortes lembranças destas cenas da nossa infância e juventude. Nesta época sempre nos lembramos da Paulina Janete Ber e Eliezer Strauch z'l cantando "Hagadia" e "Echad mi iodea". Também frequentávamos o Shil de São Caetano e o Shil do Ipiranga”.
Já Cipora Rubinsztejn comentou: “Sara Gawendo minha cunhada é de São Caetano, nome de solteira Sczupak. Eu fui em casamento, nas nossas Festas, na época que meu irmão morou lá a sinagoga ficava cheia de gente...era divertido”.
No Netshuk, Celia Cenciper compartilhou 3 fotos e escreveu: “Linda por dentro...Pode
compartilhar as fotos! Foram tiradas em Rosh Hashana
2020...Foto de Celia Cenciper
Rosh Hashana 2020
Eliza Besen também escreveu: “Recordações muito boas do tempo em que frequentava essa Sinagoga...” e Eny Evangelista relembrou: “Cidade linda maravilhosa fiquei por aí 12 anos”. Sheila Mermelstein comentou: “Eu adorei ver a matéria e o nome de meus avós e de muita gente querida. Eu vou preparar um texto e te mando...” Sergio Abramvezt indicou Paulo Blecher, e Bruno Blecher e escreveu: “Sergio Abramvezt, são meus primos, netos do Sr. Paulo Ostrowski, primeiro judeu morador de São Caetano. E perguntou: Quem tem fotos dos nossos avós? Paulo Blecher: “Me fez recordar momentos que vivi junto a minha família pioneira em São Caetano. Tempos que não voltam, mas deixam saudade...” Sharon Blecher contou: “O casal Paulo e Sofia Ostrovsky eram avós do meu marido!!!!”
Flavio Beni Duobles gostou da publicação anterior: “Muito
legal. Tenho algumas boas recordações desta sinagoga”. Gabriel Duobles Goldenberg
indicou Hilton
Goldenberg (Atual
presidente da sinagoga). E Iara Wajner Duobles falou: “Flavio Beni Duobles eu também tenho ótimas recordações. Toda infância
do Gabriel Duobles Goldenberg foi acompanhada por nós com
muita presença nesta sinagoga. Um orgulho saber que Hilton Goldenberg é o atual presidente”.
Saul Anusiewicz avisou que não tem fotos do
ABC: “pena não poder ajudar. Nome do tio: Mendel
Dutkiewicz, ele tinha a “Casa Mendes” do lado do cinema Foi genro da dona dos
colchões Sonia”.
Também no Facebook, Mario Filho indicou Guilherme Vasconcelos e Paulo
Blecher indicou Marcos
Gilbert e Milton Gilbert
Por e-mail, Bruno Blecher, escreveu: “Onde eu posso comprar o livro? Meus avós foram pioneiros em SCSul. Meus pais moraram lá. Eu nasci em 1953 e morei em SCS até 1970...” Eu espero que em breve seja possível publicar um livro...
Você frequenta ou frequentou a sinagoga de São Caetano
do Sul? Saberia dizer quem foram os autores do projeto e quem a construiu?
Possui a planta e detalhes construtivos? E quanto à comunidade judaica da
cidade, quem eram e quem são os familiares que a compõe? Possui fotos,
documentos? Gostaria de relatar suas memórias e histórias? Vamos resgatar as
raízes das comunidades judaicas da capital e interior paulita? Entre em contato
pelo e-mail myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com ou deixe seu relato aqui...
Parabéns! Linda matéria. Esta sinagoga faz parte das memórias da formação do bairro centro de são Caetano. É importante para o judeu e não judeu também descobrir estas histórias e perceber o quanto desta cultura há na formação de nossa cidade.
ResponderExcluirAgradeço muito o seu comentário!! Realmente estas histórias possibilitam perceber o quanto desta cultura há na formação da cidade de São Caetano do Sul.
ExcluirMe lembro do meu Bar Mitzva!!! Em Sao Caetano do Sul
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