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terça-feira, 1 de setembro de 2020

Jundiaí e comunidade judaica

Fazenda cafeeira Mont Serrat - Itupeva
Foto Myriam R. Szwarcbart

No livro de Anna Gedankien, “Coragem, trabalho e fé - a história da comunidade judaica na região do ABC paulista” (abril, 2019), a autora relaciona a importância das estradas de ferro não somente “no levar e trazer cargas”, mas, também, no estabelecimento dos imigrantes no território brasileiro. No caso paulista a importância destas estradas ia além do escoamento do café e de outros produtos, desempenhando papel fundamental na recepção e fixação da mão-de-obra nas áreas em expansão e na ocupação de novas regiões. 


Através da construção e inauguração da Estrada de Ferro São Paulo Railway Company, em 1867 (após 1946, passa a ser denominada Estrada de Ferro Santos-Jundiaí), a ligação do porto às áreas produtoras de café no interior de São Paulo tornou-se menos demorada e mais eficiente. Particularmente, na cidade de São Paulo e seu entorno, como já descrito em publicações anteriores, o imigrante estabeleceu-se, principalmente, ao logo das estações criadas, como Santo André, Brás, Mooca, Luz...

 

Fazenda cafeeira Mont Serrat - Itupeva
Foto Myriam R. Szwarcbart

O artigo “O bairro da Luz: das origens aos tempos atuais”, de José Geraldo Simões Junior e Roberto Righi, no Livro “Um Século de Luz”(São Paulo: Ed.Scipione, 2001- Coleção Mosaico: ensaios e documentos, vários autores) apresenta a mesma questão: em meados do século XIX a cultura cafeeira atinge o interior paulista, passando por Jundiaí e Campinas, ficando condicionada às limitações de transporte existente, realizado por tropas de mulas. Era necessário modernizar a maneira de escoar a produção, encontrando-se a solução com a construção de estradas de ferro. A primeira uniu o porto de Santos à cidade de Jundiaí, então centro da produção cafeeira do interior paulista. Jundiaí, Itupeva e cidades do entorno, com suas fazendas e café, puderam se desenvolver. (Nas fotos, alguns detalhes de uma destas fazendas, a Mont Serrat). A partir desta época, novas companhias foram organizadas: Sorocabana, Ituana, Mogiana, Bragantina. A Paulista, por exemplo, foi organizada pelos fazendeiros de café das regiões de Campinas, Rio Claro, Limeira, Araras, como cita Sergio Silva em seu livro “Expansão cafeeira e origens da indústria no Brasil” (São Paulo, Ed. Alfa-Omega, 1976).

 

A Confederação Israelita do Brasil, Conib, registra que “...no interior do Estado de São Paulo, comunidades judaicas foram estabelecidas em várias cidades: Santos, São Caetano, Santo André, São José dos Campos, Mogi das Cruzes, Sorocaba, Jundiaí, Campinas, Ribeirão Preto, Franca, especialmente em torno do comércio no eixo das ferrovias que serviam à economia do café. Em dezenas de outras cidades, existiram núcleos formados por algumas pequenas famílias...” Como cita sra. Anna Gedankien, a vida era mais barata e carecia de comércio, permitindo que imigrantes se estabelecem como clientelchiks (“mascates”) vendendo diversos produtos, (também trabalharam nas lavouras dos Núcleos Coloniais - imigração russa -1905), e estando presentes em mais de 35 municípios paulistas.

Relacionada a uma destas cidades do interior paulista, e dando continuidade à busca de informações das comunidades judaicas e sinagogas que ali se estabeleceram, em 12 de junho de 2020, Sheila Zilberman Bulis Strausas escreveu um comentário, tanto neste blog como por e-mail. Sheila contou que os avós fizeram parte da fundação da sinagoga de Jundiaí: “Infelizmente, a comunidade foi-se mudando, outros falecendo e, finalmente, a sinagoga foi fechada. As Torot foram doadas à sinagoga da Penha. Sou descendente da família Zilberman (materna) e da família Bulis (paterna). Infelizmente meus pais, que se casaram na sinagoga de Jundiaí, já faleceram e não sei maiores informações...Infelizmente, com o falecimento recente de minha mãe, acabamos de nos desfazer de uma série de fotos e documentos. Mas talvez um de meus irmãos tenha guardado algo. Complementando, lembro-me da família Conchester, pois eram sócios de meu avô e pai de uma loja "Lojas Carioca".

Naftuli Levin, ao conversarmos, também lembrou da existência da comunidade judaica de Jundiaí, além de Itupeva, Indaiatuba, Itu...

De acordo com o Censo do IBGE, em 2010, 108 pessoas declararam-se como sendo de religião judaica em Jundiaí, como nos informa o site Wikipédia, sobre a cidade.

Em meados do século XX, o Kibuiz-Hachshará Ein Dorot (centro de treinamento agrícola), uma fazenda em que os membros do “movimento kibutziano” ficavam por um período, ganhando experiência agrícola antes de fazerem Aliá, esteve localizado perto de Jundiaí. Alguém saberia dizer se mantinham contato com a comunidade judaica da cidade?

Você ou sua família fez parte, ou teria mais detalhes, sobre a comunidade judaica de Jundiaí??? Saberia informar onde se localizava a sinagoga? Teria fotos, documentos, memórias a compartilhar? Famílias Zilberman, Bulis, Liberman, Koiffman, Garovitz fizeram parte da comunidade judaica da cidade? Escreva para mim... myrirs@hotmail.com

terça-feira, 21 de maio de 2019

Sinagoga Talmud Thora - Sefer Torah doado pelo casal Arbaitman

Flyer de divulgação do evento

No ano de 2017, em um domingo, dia 10 de dezembro, a comunidade judaica participou, na Sinagoga Talmud Thora/ Escolas Gani-Lubavitch, da cerimônia de entrega de um novo Sefer Torah (Hachnassat Sefer Torah), doado pelo casal Elisabete e Marcos Arbaitman.
Naquele dia, na sinagoga, o Sefer Torah foi finalizado, sendo as últimas linhas preenchidas, completando, assim, a sua escrita. Após o término da escrita, todos seguiram até a rua, para festejarem este evento, com muita alegria, músicas e dança. No local estiveram o cônsul de Israel Dori Goren,  o diretor das Escolas Gani Talmud Thorá e Lubavitch Rabino Moti Begun, Daniel Bialski, Abram Szajman, Abramo Douek, Bernardo e Célia Parnes (presidente da UNIBES), entre tantos outros presentes.
Para mais detalhes da cerimônia vejam os links: http://glorinhacohen.com.br/?p=40952

quarta-feira, 21 de novembro de 2018

“Lançamento da Pedra Fundamental”-Sinagoga Beith Itzchak Elchonon



A sede da Sinagoga Religiosa Israelita Beith Itzchak Elchonon situada à Rua Prates, 706, foi inaugurada em 1957, como informado no post anterior.

Com projeto de “Sznelwar e Raw”, como vemos, ao lado, na foto da maquete, o “Lançamento da Pedra Fundamental” ocorreu em 29 de janeiro de 1956, 16 de Shvat de 5716. Nas fotos, que constam de um álbum da sinagoga, podemos ver a solenidade com a presença da comunidade. Antes da inauguração, as rezas e reuniões aconteciam na casa do Rabino Valt, que ficava quase ao lado da atual padaria SanRemo, também na Rua Prates. Esta informação foi fornecida pelo sr. Isaac, frequentador da sinagoga, ao Gilson Suckeveris.

Paulo Valadares encaminhou dados por e-mail relativo ao sr. Henrique Suckeveris, citado na publicação anterior, ou Naftalis-Hercas Suckeveriene, de acordo com a Ficha Consular de Qualificação, da seção consular de Helsinki, de 5 de julho de 1939. 

Nascido em Germanskis, nacionalidade lituana, desembarcou em Santos em 15 de agosto de 1939, da embarcação Highland Patriot. Fixou residência à Rua Silva Pinto de acordo com tal documento. Paulo Valadares informa que o navio que o Sr. Henrique chegou no Brasil foi afundado perto de Glasgow em 1940.

Através de diversos comentários feitos no Facebook, com a participação de familiares frequentadores desta sinagoga e e-mails encaminhados a mim é possível conhecer um pouco mais sobre a história do Litvischer Shil.  


Sr. Saul Sotnik contou que fez Bar-Mitzvah neste shil e o avô, sr. David Fligel Z´L, foi um dos fundadores. Paula Shafirovits Goldfarb comentou que a família frequentava e sra. Lea Burdman informou que tem fotos do próprio casamento nesta sinagoga. Já Marcia Cytman escreveu: “Saudades, meu pai Z´L frequentava esta sinagoga dia-a-dia.”

Daniel Sirota marcou, em seu comentário, Denis Duhovni e contou: “Nossos avós/bisavós foram fundadores e o Valdo Duhovni frequenta até hoje. Por sua vez, Sueli Miriam Duhovni comentou: “Meu marido frequenta sempre.


Beti Chertman escreveu: “Meu pai, Isaac Diamandi, frequentava. Saudades...Meus tios Bolik Diamandi e Jaime Lewin. Meu irmão Ari Diamandi ainda reza lá...” Pricila Kahan Heliszkowski lembrou: “Litfiche shil”.

Marta Hepner Tkacz também contou: “O avo do meu marido foi um dos fundadores. Vou ver se meu marido tem algum documento”. E André Leibl lembrou: “Meu filho fez Bar-Mitvzvah lá. Boas lembranças!

No próximo post divulgarei um pouco mais os comentários e textos recebidos! E você, fez ou faz parte desta sinagoga? Gostaria de divulgar alguma história ou compartilhar memórias? Participe você também!!!

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Sinagoga Knesset Israel em documentos do Acervo do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo


 Os documentos originais aqui apresentados pertencem ao
Acervo do Arquivo Histórico Municipal  
Secretaria Municipal de Cultura 
Prefeitura do Município de São Paulo
Compartilhamento por terceiros não autorizado

O Arquivo Histórico Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Municipio de São Paulo, possui documentos relacionados à Sinagoga Knesset Israel. 

Estes documentos nos mostram a solicitação datada de 26 de dezembro de 1916, do sr. Adelardo Soares Caiuby, ao Exmo. Sr. Dr. Prefeito de São Paulo, que “devidamente autorizado pela Directoria do Centro Israelita de São Paulo”  vem requerer a aprovação do projeto da sua sinagoga no terreno da Rua Capitão Matarazzo, 18 e seja concedido o respecitivo alvará de licença depois de pagos os devidos emolumentos...

Podemos verificar também o informe do Tesouro Municipal de São Paulo para o pagamento da taxa dos emolumento, também em dezembro de 1916. 

  Os documentos originais aqui apresentados pertencem ao
Acervo do Arquivo Histórico Municipal
Secretaria Municipal de Cultura 

Prefeitura do Município de São Paulo
Compartilhamento por terceiros não autorizado
O memorial descritivo da construção é detalhado, apontando alvenaria em tijolo, revestimento de reboco com cal e areia, soalho e vigamento em peroba, esquadrias da porta de entrada em Cabreúva e demais em pinho de riga, degraus das escadas externas em mármore. 

Em nota, há uma observação que este edifício destinava-se exclusivamente a servir de templo da religião israelita. A Prefeitura na ocasião retornou com observações à solicitação de aprovação e a detalhes do memorial descritivo, sendo alguns detalhes esclarecidos e outros alterados, até janeiro de 1917. 

Nesta postagem podemos ver também as plantas do edifício da sinagoga. A partir desta consulta realizada no Arquivo Histórico Municipal, retifico o nome que havia postado anteriormente: neste arquivo consta o nome do sr. Adelardo Soares Caiuby...

Fica registrado que os documentos originais aqui citados e apresentados pertencem ao Arquivo Histórico Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo, e não podem ser compartilhados por terceiros em nenhuma hipótese...

Divulgo também alguns comentários postados no Facebook relativos ao já publicado sobre a Sinagoga Knesset Israel:

Em “Thora, Judaismo e Sionismo”, Abrao Segal perguntou se ainda tem "Minian" nesssa sinagoga. Carlos Dimant Chone Zelik informou que sim, tem "Minian"...Rezam todos dias. Abrao Segal ficou feliz em saber que o Ten Yad esta la. E completou: “Assim sei que os fundadores (Z"L) estão contentes. Pois a sinagoga nao está vazia”. Artur Wasserfirer contou que fez seu bar mitzva nesta sinagoga...rezou com pai e o professor de idish e Tora também... Delcides S. Bim escreveu: “Ai esta o orgulho do povo Judeu”.

Já em “Memórias Paulistanas” Onélia Eugênia Valdir comentou:” Maravilhosa!Fotos lindas!Lugar sagrado”. E Waldemar M. Blanco Filho também escreveu: “Lindas fotos e narrativa”. Arlete Santiago Maia  Antonio Ambrosio Francisco Kluwen e Izer Budet compartilharam uma das publicações sobre esta sinagoga... 

E você, qual sinagoga frequenta ou frequentou no Bom Retiro? Conte um pouco suas lembranças, compartilhe suas memórias, fotos e documentos! Vamos preservar nossa história, da comunidade judaica em São Paulo e as sinagogas da cidade... Este blog é colaborativo e você também pode participar!!! Aguardo sua participação e até a próxima...

segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Sinagoga Adat Ischurum e Vila Anibal

Rua Pde Edgar de Aquino Rocha- Antiga Vila Anibal

Ao publicar um dos posts do Shil da Vila neste blog, e como já divulgado, Francisco Gioney Marques Rodrigues comentou no Facebook: “A casa vizinha era do Sr. Samuel e Sra. Ana Rycer, avós de Sueli Raquel Duobles BogomoltzFlavio Beni Duobles e Marli Duobles!! E o engenheiro Milton Birman participou do projeto dessa Sinagoga também!” Atualmente o sr. Szaja Akkerman tem mais de 90 anos e foi um dos pioneiros da acústica no Brasil.

No dia 30 de setembro de 2018 conversei pelo Messenger com Sueli Raquel Duobles Bogomoltz, que elogiou este trabalho, e escreveu: 

“Cresci na vila...Tem tudo a ver com minhas raízes. Muita lembrança recheada de sabores e sensações...sonhos. O idish é a coisa mais linda que existe. Temos muitas fotos!! Ter crescido naquela vila foi um privilégio. Meus avós, alfaiates, com oficina de costura num quartinho. Tchulent todo sábado. A casa tinha um porão..."

Os documentos originais pertencem
ao Arquivo Historico Municipal da
Secretaria Municipal de Cultura -
Prefeitura do Municipio de São Paulo
Compartilhamento por terceiros não autorizado
Sueli completa o comentário: "Imagina!! Minhas fantasias, e medo. Meu zeide e minha avó materna permanecem fortemente vivos dentro de mim. Vai ser uma delicia esse momento de pegarmos as fotos da nossa infância.... Pena q a minha mãe se foi em 2016. Ela era apaixonada por álbuns de família!! Uma pessoa muito rara, muito do bem...Vamos marcar um dia na casa de meu pai, que mora no Bom Retiro ainda, e onde estão todos os álbuns...Fiquei muito orgulhosa por meus avós terem sido citados e lembrados.” Sueli indicou o irmão Flavio e a irmã caçula, Marli, para que participem da conversa, pois poderão contribuir...

Busquei informações sobre esta vila, antigamente denominada Vila Anibal, e citada por Abrão Bernardo Zweiman e por Sueli Raquel Duobles Bogomoltz.  No início do século XX, a Rua Padre Edgar de Aquino Rocha, endereço da Sinagoga Adat Ischurum nos dias de hoje, era uma vila particular, situada à Rua Prates no então n.16. O Arquivo Histórico Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Municipio de São Paulo, possui os documentos, em que podemos ver que o sr. Anibal Rodrigues, em fevereiro de 1911, apresenta uma solicitação ao Exmo. Sr. Prefeito Municipal, desejando construir dez casas e, anexando a planta, solicita que a mesma seja aprovada. Através de diversos comunicados entre sr. Anibal e a prefeitura, alterações são realizadas. 

Os documentos originais pertencem
ao Arquivo Historico Municipal da
Secretaria Municipal de Cultura -
Prefeitura do Municipio de São Paulo
Compartilhamento por terceiros não autorizado
Em outubro de 1911, nova solicitação, de aumento da construção e de construção de mais uma casa. Alterações na numeração da Rua Prates estão também registradas neste Arquivo, em livros relacionados ao emplacamento... Fica registrado que os documentos originais aqui citados e apresentados pertencem ao Arquivo Histórico Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura do Município de São Paulo, e não podem ser compartilhados por terceiros em nenhuma hipótese...

E você, possui documentos, fotos, histórias, memórias do Shil da Vila ou da Vila Anibal? Vamos compartilhar e divulgar???

terça-feira, 9 de outubro de 2018

Synagoga Centro Israelita de São Paulo


A Sinagoga Knesset Israel, foi fundada em 02 de novembro de 1916, com a denominação de Synagoga Centro Israelita, numa pequena sede, onde as famílias e outros membros da coletividade judaica podiam frequentar e realizar os festejos da comunidade. Conta-se que uma cisão da Sinagoga Kahalat Israel levou à fundação desta sinagoga... 

Como já divulgado, localizava-se à Rua Capitão Matarazzo, 18, atual Rua Newton Prado, 76, no Bom Retiro. Assim que a sociedade foi fundada, efetivou-se a aquisição, por escritura lavrada em 19 de dezembro de 1916, de um terreno de 7,50m de frente. 

O lançamento da pedra fundamental deste empreendimento recebeu, na época, destaque da imprensa. A fundação ocorreu em 1916, porém a Sinagoga ficou pronta somente em 1918, contando com 300 sócios

No ano 1929, o edifício já não comportava o aumento do número de imigrantes. Agregou-se ao terreno e edifício existente um novo terreno, também de 7,50m de frente, por aquisição feita em 03 de abril de 1929.
Durante muitos anos, esta área permaneceu como jardim e área de lazer da Sinagoga. Pretendia-se demolir o edifício existente, visando a construção de um novo. O projeto do novo edifício, que não foi executado, previa comportar mais de 500 sócios, seria em concreto armado, possuiria uma biblioteca, salão, e variados espaços.

Uma ampla reforma ocorreu em 1936, na gestão do sr. Luiz Fridman, cuja execução ficou a cargo de uma comissão construtiva composta por Aron Barmack, Mauricio Zaitz e Elias Amstein. Uma pequena sinagoga para as orações diárias e um salão para festas e reuniões foram adicionados ao espaço existente. Nesta época passou a ser conhecida como “Groisse Shil”.

Ao longo do tempo, foi liderada por proeminentes rabinos da cidade, sendo o Munkatcher Rebe o último de uma época, até sua mudança para Israel há mais de 50 anos.

Em Assembléia de 08 de novembro de 1966, presidida por Sr. Abraham Idel Portnoi, confirmou-se a necessidade de ampliar as dependências, pra atender seus sócios, famílias e outros membros da coletividade. O edifício antigo foi demolido, dando lugar à nova sinagoga, com amplo salão e vitrais, passando a oferecer lugar para mais de mil pessoas, além de outras espaços, projeto encomendado a Mauricio Tuck Scneider. Os membros da Sinagoga nesta época eram: Presidente Moisés Dejtiar; Vice-presidente Pejsach Zaterka; Secretário-geral Isaac Timoner; primeiro-secretário Abrão Rosemberg e David Vaie; Tesoureiro-geral Alfredo Fichman e Motel Kogan; primeiro-tesoureiro José Coin e Isaac Zaitz.

A inauguração oficial deu-se em 1981. Afirmaram, na época, o “propósito em prosseguir com o engajamento de gente nova, manter e desenvolver um ativo centro comunitário, agrupando e educando os jovens”, reforçando o art.4 dos Estatutos Sociais da época: “zelar e difundir os princípios que regem a religião israelita, de acordo com suas tradições, dentro das normas vigentes no país”.

Crédito: as fotos pertencem à Sinagoga Knesset Israel.

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

“Templo Beth-El: de Sinagoga a Museu”


A exposição “Templo Beth-El: de Sinagoga a Museu” pode ser visitada até 31 de dezembro de 2018 no Centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo, localizado no bairro Pinheiros. 

Esta exposição nos permite acompanhar a história de uma das primeiras sinagogas da cidade, conhecendo seu acervo de fotos, documentos, maquetes, entrevistas e memórias que marcaram a história da comunidade judaica. O cartaz da exposição informa que o Templo Beth-El abrigou casamentos, Bar-Mitzvót, corais e cerimônias judaicas, e em breve abrigará um museu, a ser inaugurado em 2019, como já divulgado aqui neste blog. 

Atualmente o edifício da sinagoga, tombado, passa por por um processo de restauro, revitalização e modernização de suas instalações com implementação de condições ideais de luz, temperatura, umidade, reforço estrutural e redimensionamento dos espaços. 

Visite a exposição e faça também uma visita às obras. Faça parte desta história você também!!!

terça-feira, 29 de maio de 2018

Uma visita ao Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov - Sinagoga da Abolição



Visitamos em 28 de maio de 2018 o Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov, atualmente situado no bairro dos Jardins. Fomos recebidos pela sra. Juliette Douek, que nos acompanhou e apresentou os diversos espaços deste edifício, como a ampla sinagoga, a sinagoga menor utilizada no dia-a-dia, o salão para Kidush, o salão para festas e a quadra esportiva no último piso.

A sinagoga atual, projeto de Itamar Berezin e Louna Douek e Miro Construtora Ltda.nos remete à sinagoga que se situava à Rua Abolição, com sua organização interna e seus amplos vitrais restaurados. 

Os bancos, novos, estão dispostos nas laterais e na parte posterior, no setor masculino situado no pavimento térreo. O posicionamento dos bancos da galeria feminina, localizada no primeiro piso, permite uma excelente visão de todo o espaço da sinagoga. O Hechal e a Bimah assemelham-se também à antiga sinagoga, e estão de acordo com a tradição sefaradi. Muito bem iluminada, foi projetada para que seja possível a abertura do teto em uma celebração de um casamento. A sinagoga utilizada para o dia-a-dia, menor, também recebeu parte dos vitrais e a Paróchet da Sinagoga da Abolição. 
As placas em homenagem ao sócios que se destacaram na reconstrução da sinagoga, e da diretoria no ano de 1961, foram cuidadosamente afixadas próximo ao hall de entrada. Da mesma maneira, placas com detalhes semelhantes aos dos vitrais, afixadas na entrada, no hall e nos corredores do diversos pisos, homenageiam colaboradores, doadores, patronos, beneméritos, diretoria, comissões e conselhos deste novo edifício inaugurado em Lag Baomer, 17 de Iyar de 5772, 9 de maio de 2012. 
Vemos também a placa em que consta  projeto da arquiteta Cristina G.A.Antonelli e Trino Construtora Ltda.
Como já postado, o edifício de 2.705m² situa-se em um terreno de 1.100m², possui uma sinagoga para 580 pessoas, outra menor, para 100 pessoas, um salão de festas para 500 pessoas, salas de ensino, centros de palestra, biblioteca, auditório e área de convivência, Instituto de Música, Kolel para jovens, programa “after school”. 

Em 25 de fevereiro de 2018 ocorreu a festa de inauguração da quadra e abertura do “Bnei Akiva dos Jardins” na Ohel Yaacov.

No dia da visita conversamos com Rabino Samy Pinto sobre a pesquisa que realizo, relativa às sinagogas em São Paulo. Rabino Samy Pinto enfatizou que as sinagogas e suas edificações nos mostram, e permitem compreender a migração da comunidade judaica nos diversos momentos de nossa história nesta cidade. 

Realmente, tem sido possível acompanhar e observar, através das postagens deste Blog, o estabelecimento, as mudanças e os deslocamentos da comunidade judaica em São Paulo, e a construção de suas sinagogas, nos mais diverso bairros da cidade...

Assim, pergunto novamente...voce teria alguma informação sobre as sinagogas da cidade? Gostaria de compartilhar? Alguma foto, documento, histórias e memórias, inclusive de familiares, relacionadas aos bairros onde a comunidade de estabeleceu e sobre as sinagogas nos bairros de São Paulo?

Então entre em contato comigo deixando seu comentário, ou envie-me um e-mail para myrirs@hotmail.com



quinta-feira, 12 de abril de 2018

Os primeiros tempos da Sinagoga Israelita Paulista


Sr. Tomaz Kovari encaminhou as fotos da “Introdução” do Rabino Jolesz Karoly, em dezembro de 1960, na Sinagoga Israelita Paulista. Antigos frequentadores, muitos pais, avós e provavelmente bisavós da geração atual da comunidade judaica...Talvez, quem sabe, alguém se reconheça nas fotos? Rabino Jolesz Karoly, foi para Israel....Quem gostaria de comentar? 

Sr.Tomaz reuniu este material e o texto abaixo, muitíssimo interessante, e encaminhou-me por e-mail. Como comenta, “uma parte deve ser da Ata em húngaro, ou alguém contou, ou a partir de algum diário, ou saiu num jornal...”

Aqui transcrevo o texto:
“Os judeus húngaros foram convocados para o dia 29 de novembro 1931, um domingo, no Sportklub, sito à rua Brigadeiro Tobias, para participar da assembleia de fundação da Congregação Húngara. Compareceram József Fürst, Lajos Nébel, Vilmos Steiner, József Boros, Károly Gábor, Dezsö Gábor, Zsigmond Pollák, Zsigmond Havas, Ernö Balázs, Alfréd Krausz, Bernát Róth, Géza Zsupnik, Jenö Vágó, Bernát Borgida e Éliás Altschüler.  Proclamaram a fundação da Congregação Israelita Húngara e elegeram a primeira diretoria. Presidente: Jenö Spivák; secretário: Alfréd Krausz; escrivãos: Lajos Nébel e Richard Tolnai; tesoureiro: Jenö Vágó; gabes: Élias Altschüler e Jenö Klein. Membros do conselho deliberativo: Bernát Róth, Károly Gábor e Bernát Slamovitch. 

Sem saber, os fundadores da Congregação Israelita Húngara representavam uma coletividade bastante numerosa. Assim que se espalhou a notícia que a Congregação acabara de ser fundada, houve manifestações de apoio e pedidos de ingresso por parte de pessoas de quem nem se sabia que eram judeus. A recém eleita diretoria também foi à luta para arregimentar novos sócios, obtendo grande êxito. Não se sabe o número certo dos novatos, mas o número que constava da carteirinha de sócio de Lajos Nébel era o nº 83. Ou seja, havia no mínimo oitenta e três sócios pagantes. Quem conhece a história das congregações judaicas húngaras sabe que muitas congregações florescentes contavam com um número menor do que esse de membros pagantes. 

Os primeiros tempos...

Faltava ainda encontrar uma sede, mesmo que provisória. O sr. Bernát Borgida ofereceu um quarto em sua residência situada à rua dos Andradas, à Sociedade Religiosa Húngaro-Brasileira, razão social da Congregação Israelita Húngara.
Em 1932 foi alugado o salão de um clube, num prédio caiado de amarelo, localizado em frente ao edifício do jornal “A Gazeta”.
A mudança da congregação para uma casa no outro lado da rua, à rua dos Andradas nº40, não trouxe grandes modificações à administração da congregação. (Hoje o quarteirão inteiro é ocupado pelo prédio arredondado da Secretaria de Segurança do Estado de São Paulo. N. do Org.) 

Em 1933 os serviços religiosos das grandes festas foram realizados novamente num salão alugado, dessa vez à rua Ribeiro de Lima, antigo nº9, nas velhas dependências do Clube Macabi. Pelos mesmos motivos, em 1934 as festas também ocorreram ainda “fora de casa”, no salão de ginástica do Clube de Ginástica Turnerschaft, à rua Couto Magalhães nº40. Porém, a festa já ganhou em majestade, pois o serviço religioso, celebrado pelo senhor Mermelstein, contou com a participação de um coral de oito vozes. 
Finalmente, em 1935 a situação foi solucionada. A congregação alugou todo o primeiro andar, em cima do cinema (o Cine Central), do prédio localizado à rua General Osório nº182...”

Reedito o post acrescentando novas informações, relativas à fotos publicadas!!!

Judit Breuer contou que, abaixo da Chupa, no meio, Rabino Jolesz, na esquerda dele Nebel Luiz, atrás é Emmerich Neufeld. Perto do Sr. Nebel sentado Sr.Csillag.
Paulo Valadares informou: o Rabino era natural de Poroszlo (04/10/1914), filho de Joszef e Etelka (Frank) Jolesz. Chegou ao Brasil em 16/09/1958 e apresentpi-se como "israeliano" e "comerciário". Trocou para "Rabino-mor" da SIP em 29/10/1962.
Suzana Yara Guttmann escreveu: “Sim, Judit Breuer- também reconheci os mesmos, e entre as mulheres, minha mãe Boriska- tias e tios... Acho importante esse resgate, e gostaria pode trocar nossas histórias! Bela iniciativa da Miriam Szwarcbart.” E completou: “Casei em 1961- com o Rabino Jolesz- sendo seu primeiro casamento!
Judit Breuer respondeu: “Parabéns a Myriam pelo trabalho. Suzana voce sabe mais, conhece melhor do que eu”
Roberto Strauss comentou “Na foto das mulheres, a terceira da esquerda para a direita, de blusa preta e colar branco, braço cruzado, minha tia-avó Baby Strausz, mulher de meu tio avô Paulo Strausz. Na Quinta foto, em primeiro plano, terno escuro, quipá e óculos, olhando para direita, acho que é meu avô, Dr. Francisco "Feri" Reiszfeld. Ao fundo a direita, chapeu e batendo palmas, o Neufeld?
E Lili Muro Zaitoune Muro comentou:"Exatamente este Rabino que realizou meu casamento-Karol Yoles
E você, gostaria de comentar, contar algo a respeito???

terça-feira, 3 de abril de 2018

Video: As Sinagogas em São Paulo - The Synagogues in São Paulo

Criei um vídeo para compartilhar, aqui, o que talvez muitos de vocês já saibam: Uma pesquisa sobre as Sinagogas em São Paulo está sendo realizada, há um tempo, como uma forma de resgatar as memórias e também preservar as raízes da comunidade judaica desta cidade. Vejam o link no Youtube: https://youtu.be/i9tTWRP80Go 

https://youtu.be/i9tTWRP80Go 
Meu nome é Myriam Szwarcbart, e iniciei esta pesquisa há mais de dez anos, quando ainda não havia facilidade de acesso a informações, e contatos pela internet e redes sociais, como nós temos hoje...

Retomei este estudo em 2016, a partir da Vila Mariana, o bairro onde nasci e em que vivi por um bom tempo. Minha família fazia parte da comunidade deste bairro, frequentávamos a Sinagoga Cilly Dannemann, conhecida como a sinagoga do Lar dos Velhos e também a Sinagoga Mordechai Guertzenstein que era a sinagoga vinculada ao colégio Peretz, onde estudei. Meu avô Chiel Leib era o schochet e professor de Bar-Mitzva nos anos 1950/60. Cursei a FAU, e formei-me arquiteta.

Pensando no nosso passado, no nosso presente e também no nosso futuro, esta é uma ótima oportunidade de conhecermos o nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e também arquitetônico.

Sendo assim, venho divulgando histórias, lembranças, fotos e documentos em meu blog e também no Facebook e tenho contado com a participação das pessoas que frequentaram, ou que ainda frequentam, as sinagogas em São Paulo. Sempre que possível, agendamos uma visita a estas sinagogas.

Continuo em busca de material sobre a Sinagoga Israelita Paulista, as Sinagogas da Mooca, da Lapa, de São Miguel Paulista, do Cambuci, Brás, Penha, Ipiranga, Pinheiros, Vila Mariana, das quais já divulguei alguns detalhes. Também busco informações relativas às outras sinagogas da cidade.

Vocês possuem alguma informação, algum material, fotos, histórias, memórias??? Vamos compartilhar?? Divulguem aqui nos comentários e anotem o e-mail de vocês para receberem novidades!

Participem! Façam parte desta história!!

I made this video to share, here, what many of you already know: A study of the synagogues in São Paulo is being made, some time ago, as a way to rescue the memories of the Jewish community of this city.

My name is Myriam Szwarcbart, and I started this research more than ten years ago, when there was still no easy access to information, and Internet contacts and social networks, as we have today ...

I started this study in 2016, from Vila Mariana, the neighborhood where I was born and lived for a long time. My family was part of the community of this neighborhood, we were frequenters at the Cilly Dannemann Synagogue, known as the "Home of the Old" synagogue and also the Mordechai Guertzenstein Synagogue which was the synagogue of Peretz College, where I studied. My grandfather Chiel Leib was the schochet and Bar-Mitzva teacher in the 1950s and 1960s. I studied FAU, and I became an architect.

Thinking about our past, our present and also our future, this is a great opportunity to get to know our historical, artistic, cultural and also architectural patrimony.

So, I've been divulging stories, memories, photos and documents on my blog and also on Facebook, with the participation of people who were frequenters, or who are frequenters of synagogues in São Paulo. Whenever possible, we schedule a visit to these synagogues.

I continue to look for material on the Israelite Paulista Synagogue, the Synagogues of Mooca, Lapa, São Miguel Paulista, Cambuci, Brás, Penha, Ipiranga, Pinheiros, Vila Mariana, of which I have already divulged some details. I also look for information regarding the other synagogues in the city.

Do you have any information, some material, photos, stories, memories ??? Let's share?? Disclose here in the comments and note your e-mail to receive news!

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