segunda-feira, 21 de dezembro de 2020

A comunidade judaica paulista...Piracicaba, Ribeirão Preto, Novo Horizonte... e alguns comentários

Rua Ipiranga - Piracicaba
A sinagoga estava situada no terreno
onde vemos o muro de tijolos

Conversei com Roberto Weiser em 12 de dezembro de 2020, por indicação de Marcelo Brick, Corinne Brick Marian, Marcia Landen Burkinski e Alberto Kessel, que escreveram...“Ele deve saber de tudo por lá...”

Roberto contou que nasceu em Piracicaba, filho de sra. Ester Rosenthal e sr. Maks Weiser, e irmão de Glaucia e Marisa. Ester era filha de Anna e Pedro Rosenhtal, e irmã de Elias, Jayme, Mendel, Rosa e Paulina. Como comentou Roberto, sra. Ester era atuante tanto na comunidade judaica como fora dela, conhecida por suas ações beneficentes. Incentivava os filhos a participarem dos movimentos juvenis em São Paulo, e assim, a cada quinze dias, seguiam para a capital. Foi em uma destas viagens que sra. Ester e Glaucia faleceram em um acidente de automóvel. Roberto estava com elas nesta viagem e Marisa encontrava-se em Piracicaba, cidade em que continua morando até hoje, atuando como coordenadora pedagógica (como comentou pelo whatsapp). Roberto estudou em escola pública, e cursou engenharia civil, saindo da cidade somente depois de formado.

Em relação à Sinagoga de Piracicaba, Roberto escreveu no Facebook: “Eu frequentava essa sinagoga na minha infância, me lembro de muita coisa...” E relatou sobre a entrada, as cadeiras, a separação entre homens e mulheres, sobre o fato de comportar mais ou menos quarenta a cinquenta pessoas, e de ser frequentada e conduzida pelos mais velhos da comunidade judaica, pois os mais jovens não a frequentavam.... Comentou que a Torah, depois de desativarem a sinagoga, foi doada para o Kibutz Bror Chail, em Israel. Citou a família Merzel quando questionei sobre outras famílias da comunidade judaica que moravam na cidade.

Sr. Maks Weiser, pai de Roberto, que continua morando em Piracicaba, era filho de sr. Inacio, e possuía um posto de gasolina.

Diversos comentários continuam sendo publicados no Facebook, relativos à comunidade judaica de Piracicaba. Na página JewishBrasil, relacionado ao edifício da sinagoga, Marcelo Rosenthal, que continua morando na cidade, escreveu: “Consultei a ação judicial e o proprietário foi condenado em definitivo a reconstruir o prédio onde foi a sinagoga, com as mesmas características. Atualmente está sendo discutido de que forma isso será feito, sendo que além do Ministério Público, o Município de Piracicaba está envolvido no assunto... Nunca acompanhei ou fiz parte deste processo, por isso não sabia seu resultado. E é justamente isso que estão discutindo agora, ou seja, como fazer a reconstrução. Provavelmente usarão dados do processo de tombamento e fotos, mas é apenas um palpite. passei para a Fisesp acompanhar e ver se ajudam na reconstituição...sem dúvidas eles podem ajudar o MP no processo que mencionei acima”. Marcelo indicou o número do Processo, que está tramitando na 5a vara cível de Piracicaba. Aguardo retorno de e-mail enviado ao CODEPAC, Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Piracicaba, relativo ao Tombamento e das características do projeto de reconstrução da sinagoga, cujo projeto não havia sido aprovado pela Prefeitura. Considero muito interessante poder acompanhar este processo, e ver como irão prosseguir... De toda forma, indiquei  Roberta Sundfeld  e Linda Derviche Blaj, do Museu Judaico de São Paulo, para verem tantos detalhes desta conversa...

Em minha página do Facebook, Laurisa Cortellazzi “falou”: Uma tristeza só!!!!! Fui eu quem, como vereadora, no ano de 2001 pediu o seu tombamento! E na época, o dono do prédio, de uma noite para o dia, o colocou no chão!!!! E solicitei à Laurisa Cortellazzi mais informações do pedido de Tombamento, se saberia onde se encontram os documentos, as plantas e detalhes das fachadas da casa onde funcionava a sinagoga, se estariam na Prefeitura, se foram anexados ao processo de Tombamento aberto, se estão disponíveis em algum arquivo histórico?

Também no Facebook, Marcelo Brick escreveu, sobre foto publicada no Blog: “Meu avô Germano Brick Z'l, minha avó Clara Krascilshik Z'l, e as irmãs do meu pai (que não está na foto), tia Elisa Z'l e tia Mirinha (Miriam Brick) que hoje mora no Rio de Janeiro. Helena KannPaula BrickMyriam Krasilchik. Ao fundo, o famoso Salto de Piracicaba...  Roberto Weiser, ou Beto, Myriam está fazendo um trabalho incrível de recuperar a memória. Cheguei a marcar você numa publicação, mas acho que você não chegou a ver. Se tiver fotos do seu Bar-Mitzvah ou da sinagoga por fora, manda para ela!”

Mauro Krasilchik comentou: “Como é bom reviver todas essas estórias, fotos, e pessoas queridas da nossa família. Queria mencionar aqui o nome da Marina Becker, e da Dna. Zilda Becker, que respectivamente são filhas e esposa do Dr. Luiz Becker e talvez possam compartilhar mais estórias. Além disso o Dr. Luiz Becker Z'L foi amigo de infância do meu falecido pai Abram Krasilchik Z'L, e frequentaram o Colégio Piracicabano.

Bernardo Blumen também escreveu: “Conheci toda a família Brick, íamos muito nos finais de semana à noite, em sua residência. Conheci também o “Chuca Chuca”, que se casou com a Elisa, acho que era a filha mais velha”.

Corinne Brick Marian comentou: “Fiquei emocionada ao ver as fotos da minha família no seu blog. Trabalho lindo este que você está fazendo...” E compartilhou o comentário de sua tia Miriam, que mora no Rio de Janeiro: “Corinne, que ótima descrição, me lembro de muitas pessoas, professores, médicos de família, etc. Há um engano na foto onde estamos, eu, minha mãe, Elisa...foi no hotel Quitandinha, onde passamos umas férias visitando a Elisa e o Chuca, e não em Piracicaba. O outro casal na mesa é tio Jaime e tia Paulina, irmão e irmã de minha mãe. Vou procurar e ver se acho foto da Sinagoga. Obrigada”. E Miriam Brick comentou também: “Adorei o seu texto sobre Piracicaba”.

Em ArteSion Sionismo e Hasbará, após falarmos da fachada da sinagoga, Heleno Hazan escreveu: “Na Amazônia, nos interiores há muitos relatos de descendentes de judeus, que relatam sobre Pequenas Edificações, ainda de pé, onde funcionavam Sinagogas! Tem um documentário, Éretz Amazônia!”

Nos comentários da publicação Histórias da comunidade judaica de Piracicaba deste Blog, David Carlessi deixou um comentário:
“Muitas vezes, um trabalho que exige investigação, seleção de materiais, comparações, resumos, redações, pesquisas em arquivos, entrevistas e que é feito com muita, muita dedicação de energia, horas de trabalho, entre outras atividades, não recebe o devido reconhecimento oficial da comunidade e menos ainda incentivos financeiros para que a pesquisa tenha continuidade. Isso tem acontecido com a pesquisa das sinagogas de São Paulo, que se estendeu para o interior do Estado. Ao estender-se, aos poucos foram sendo descobertas comunidades que viveram, ou ainda vivem, nas mais diversas cidades. Algumas descobertas são surpreendentes. E algo inusitado, inesperado, aconteceu: ao citar as famílias dessas comunidades, pessoas começaram a se reconectar, a descobrir suas origens a identificar vizinhos, amigos de quem há muito não tinham notícia. Este trabalho de pesquisa, portanto, vai muito além da descoberta e descrição das sinagogas, como edifícios ou instituições. Conecta-se intensamente com seres humanos e isso, também é um milagre que ilumina as pessoas. Hanukah Sameah!

Já na publicação do Blog Comentários sobre as comunidades judaicas do interior paulista... Ribeirão Preto, Bragança Paulista, Atibaia, Batatais... Alberto Zeiger escreveu: “Maravilhoso este artigo. Quero o e-mail do autor(a) para, se necessário, trazer mais informações! Também agradeço a lembrança da fundação da SIRP que ocorreu na minha casa com a presença e o apoio da FISESP.  Hanukah Sameach!” E por e-mail, Alberto Zeiger comentou: “Cara Myriam, boa noite. Obrigado pelas referências elogiosas a mim e em especial ao meu saudoso pai Z´´L.  Desculpe a falha em não me identificar na mensagem do teu blog... agora corrigida! Estou à disposição para tudo que você precisar, também sou memorialista e defendo o resgate e a preservação da memória judaica e comunitária em geral (fui o primeiro diretor do MIS de Ribeirão). Hanukah Sameach... Muita luz neste seu trabalho maravilhoso! Todo meu acervo familiar está em Ribeirão, onde eu divido minha vida com S. Paulo. Lá tenho fotos e muito material que precisa ser classificado de forma mais metódica. De qualquer forma, vou te mandar um anexo sobre meu pai no contexto de Ribeirão. Também sugiro visitar o blog "Você Sabia?" do meu amigo Dr. Octavio Verri Filho, na "Plataforma Verri" (acesso pelo Google). Lá você encontrará por ordem alfabética tudo que precisar, você terá um vislumbre da trajetória da família e da nossa ida para Ribeirão Preto. Pode compartilhar todas as informações que você quiser, especialmente se for para perenizar a memória da comunidade!”

Na publicação do Blog Famílias da comunidade judaica em São Carlos, Jaboticabal, Novo Horizonte, Itu, Jacareí, Guaratinguetá, Tatuí, Bebedouro, Barretos, Cafelândia, Andradina, Piracicaba, Franca...Carlos Alberto Baldon escreveu: “Vi sua matéria na net sobre a família Goldfarb de Novo Horizonte. A minha família é árabe, EID, foi a maior família da cidade, e minha mãe disse que conheceu os Goldfarb, que moravam em frente à casa dos meus avós. Meus tios cresceram com os meninos, eram muito amigos. Minha mãe hoje tem 91 anos, e após se formar, saiu cedo de Novo Horizonte, portanto, não temos mais informações. Achei muito legal isso, essa convivência deles, porque eram muito próximos a ponto de almoçarem um na casa do outro, e a relação de amizade era grande entre as famílias. Acredito que você consiga mais informações no Cartório. Boa sorte. Infelizmente, meus tios já faleceram e poderiam ajudá-lo nesta reconstituição. Abraço.”

No Facebook, Ariel Eythan Guedj comentou: “Myriam, gostaria de te parabenizar por todos os artigos que vem escrevendo ao longo do tempo. Aos 36 anos me emociono muito lendo tudo que escreve. É perceptível e notório todo seu empenho e dedicação nestas obras magníficas em relação ao resgate de memórias inesquecíveis, e que certamente não estão perdidas com sua dedicação amorosa. Gosto da sua simplicidade e humildade para com todos. Desejo-lhe muitas bençãos, e que tudo que você fizer ou tocar as mãos seja ricamente próspero com muita saúde. Abraço fraterno.”

E você...qual a sua história relativa à comunidade judaica de São Paulo, tanto da capital como do interior paulista? Frequenta ou frequentava as sinagogas? Conheceu a sinagoga de Piracicaba, hoje demolida? Lembra-se de como era a planta, a disposição dos bancos, os espaços femininos e masculinos, o Aron Hakodesh, a Torah, a bimah? Possui fotos, documentos, memórias, histórias? Poderia compartilhar? Escreva para mim no e-mail myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas memórias e raízes!!!

4 comentários:

  1. Fico muito feliz que vcs tenham retomado a história da comunidade judaica de Piracicaba!!Espero do fundo do meu coração que este prédio seja reconstruído pq foi muita covardia te lo demolido na calada da noite!! Em reconhecimento a todos os judeus que ajudaram a construir a história de Piracicaba!! Com carinho esperança e fé Laurisa Cortellazzi draalizac@gmail.com

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    1. Ola Laurisa, muito obrigada pelo seu comentário!!! Você teria fotos, documentos, o processo de tombamento???

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  2. BARUCH HASHEM ...O GOV.DEVERIA AUTORIZAR A RECONSTRUÇAO...MUITO IMPORTANTE ISSO

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