domingo, 17 de novembro de 2024

A Congregação Israelita Paulista e a Enciclopédia Judaica

A região da Consolação é um distrito da região central da cidade de São Paulo, compreendendo parte do bairro de Vila Buarque, parte do bairro de Cerqueira Cesar, Higienópolis, e Pacaembu. Permanece uma das regiões históricas e culturais mais importantes da cidade. Estas informações já foram divulgadas na postagem de 12 de janeiro de 2018.

O desenvolvimento deste distrito se deu a partir do Caminho de Pinheiros ou Caminho de Sorocaba, a atual Rua da Consolação, principal via do bairro. Em sua formação, constituía-se em uma região distante da cidade, com plantações de hortaliças e frutas. Somente por volta de 1779 que um pequeno povoado começou a se formar na região.  https://pt.wikipedia.org/wiki/Consola%C3%A7%C3%A3o_(distrito_de_S%C3%A3o_Paulo)

Na região da Consolação situam-se a Sinagoga Israelita Paulista, fundada em 1931, com o nome de Beneficência Israelita Húngara, a Sinagoga Beit Yaacov, ou Congregação Beneficente Sefardi Paulista, fundada em 1959, e a CIP, Congregação Israelita Paulista, fundada em 1936, e situada na Rua Antonio Carlos.

De acordo com a Enciclopédia Judaica, publicada em 1967 pela Editora Tradição do Rio de Janeiro (vejam o volume 1, página 351), a Congregação Israelita Paulista foi fundada em 4 de outubro de 1936, e o rabinato, à época da publicação da enciclopédia sob orientação de Fritz Pinkuss, foi instalado em 1937. “Compunham a primeira diretoria  Luiz Lorch (presidente) Alberto Hofman (vice-presidente), Ernesto Wachtel, Robert Salomon Theodor Rotschild, Leo Seideman, Celina Levi, G.P. Krausz, Salo Wissman, Frederico Zausner e o rabino Fritz Pinkuss”. Pode-se ler, também, que predominavam os israelitas de origem alemã, contando, em 1967, com 2.200 sócios-família. “A Sinagoga da Congregação Israelita Paulista de rito ortodoxo tem o nome de Sinagoga ‘Adass Israel’, enquanto a de rito liberal tem a denominação de Sinagoga ‘Etz-Chayim’.”

A foto desta publicação apresenta a mesa diretora por ocasião do décimo aniversário da Congregação Israelita Paulista, em 1946, e faz parte da Enciclopédia Judaica, volume 1, página 351. No entanto não cita os nomes dos que compõem a mesa. Você reconhece alguém desta mesa?

E pergunto também: você ou sua família frequentaram ou frequentam a CIP e suas sinagogas, o movimento juvenil, o departamento de ensino, ou participam de alguma atividade? Seus familiares fizeram parte de sua fundação? Deixe um comentário aqui no blog, ou escreva para mim no e-mail myrinhars@gmail.com

sexta-feira, 1 de novembro de 2024

A comunidade judaica em São Paulo é diversa, assim como suas sinagogas

bancos de diversas sinagogas em São Paulo

A comunidade judaica em São Paulo é diversa, formada por imigrantes que aqui chegaram em diferentes períodos, e que se estabeleceram tanto na capital como no interior paulista. Fundaram instituições beneficentes e de ajuda mútua, banco de crédito, sociedade de damas, organizações culturais, clubes, escolas, movimentos juvenis, e também sinagogas. 

Estes imigrantes, reunidos inicialmente em grupos, de acordo com seus locais de origem, muitas vezes em pensões ou em residências, construíram suas sinagogas, onde puderam manter não só sua identidade cultural e religiosa, seus ritos e melodias, mas também a arquitetura e a arte que remetiam às cidades ou aos países de procedência. Detalhes como a  configuração do edifício, a disposição dos bancos, o Aron Hakodesh/Hekhal ou a Bimá/Tebah, os rimonim (enfeites da Torá), a capa da Torá, o partido arquitetônico adotado na construção evidenciaram, e ainda hoje evidenciam, as diferenças e semelhanças entre os membros desta comunidade.

Informações sobre as diversas sinagogas paulistas (shil, knis, esnoga) podem ser encontrados neste Blog.

A pesquisa sobre as sinagogas permanece, assim como o estudo sobre as diferentes imigrações judaicas a São Paulo, sejam elas ashkenazim, sefardim, mizrahim, italkim, seja qual for o período que aqui chegaram.

Desta forma, questiono: você, que faz parte da comunidade judaica paulista, é imigrante, filho ou neto de imigrantes? Em que ano você, ou a sua família, chegou a São Paulo? De onde vieram e qual o motivo que os fez vir ao Brasil? Passaram pela Hospedaria dos Imigrantes? Em que bairro moraram, onde estudaram? E também: qual sinagoga frequentam ou frequentaram? Qual sua lembrança em relação às famílias, ao edifício da sinagoga, ao seu interior, à disposição do espaço interno, janelas, bancos, vitrais, mazalot, menorót, ner tamidt, Torot?

Vamos resgatar nossas memórias e raízes. Cada história é única, e ao mesmo tempo cria um sentido de pertencimento, cria vínculos, identidades, conexões. Permite que percebamos que não estamos aqui por acaso. Estamos sim porque nossos antepassados aqui chegaram, construíram uma vida e nos permitiram atingir o ponto em que estamos hoje, o nosso momento atual.

Conte um pouco sobre sua história, crie um texto, escreva para mim nos comentários, ou encaminhe um e-mail para myrinhars@gmail.com


terça-feira, 27 de agosto de 2024

A família Naslauski em Santos - por Jorge Naslauski

O texto abaixo foi escrito por Jorge Naslauski , e encaminhado por seu irmão, Silvio Naslauski. O compartilhamento da publicação foi autorizada.

“Arão Naslauski nasceu no Rio de Janeiro no dia 1º de setembro de 1.910, mesmo dia da fundação do clube mais judaico do Brasil, Corinthians, porém era santista de coração, cidade e time, e viveu quase toda sua vida em Santos.

Aron cursava engenharia civil no Instituto Presbiteriano Mackenzie mas, no auge da crise cafeeira em 1930, seu pai, um pequeno comerciante de móveis, passa por imensa dificuldade e consegue a transferência para o Instituto Politécnico de Engenharia, que mais tarde seria incorporado à USP.

Começa a trabalhar em empresa de construção civil, participando do projeto e construção do hospital das clínicas em SP.

Mais tarde, entra na Repartição Saneamento de Santos (RSS) e muda-se para a cidade. A RSS é extinta, incorporando-se à SABESP. Na década de 1940, participou da reforma da ponte pênsil.

Na Repartição, desenvolve uma luta pelo custo da água, brigando pelo uso sem lucro deste bem humano. Esta luta lhe custa muitas brigas internas e na década de 1970 se transfere para a Secretaria do Trabalho do Estado de São Paulo, onde se aposenta.

Judeu secular toma conhecimento da religiosidade após o casamento, inclusive fazendo o Bar-Mitzvah uma semana antes. Foi o primeiro presidente da B’nai B’rith de Santos, entidade de cunho social com ênfase nos direitos humanos, dos quais foi árduo defensor.

Arão Naslauski completou sua vida em Santos, em 8 de fevereiro de 1982, aos 71 anos de idade”.

Você faz parte das famílias que frequentavam ou que ainda frequentam as sinagogas em Santos? 

Você teria mais informações, histórias, memórias das famílias das comunidades judaicas que ali chegaram e se estabeleceram? Conte um pouco, inclusive sobre o edifício, a construção, o espaço interno, como todos comemoravam as festas e o Shabat. Você possui fotos, documentos? Encaminhe um e-mail para mynhars@gmail.com ou deixe um comentário neste blog.



segunda-feira, 15 de julho de 2024

A Sinagoga Beit Sion em Santos

A fundação da Sinagoga Beit Sion, ou Synagoga Israelita de Santos, ocorreu em 28 de junho de 1934, de acordo com os seus “Estatutos e Regulamento Interno”, publicado em 1935. Como informado anteriormente neste blog, ainda na época da pandemia, em 2021, esta seria a primeira sinagoga da cidade de Santos. E tal informação pode ser considerada, ao se verificar o regulamento interno destes Estatutos: “Cada pessoa da Colônia Israelita de Santos que costuma reunir-se todos os annos, terá direito a uma cadeira reservada...” A reunião de uma comunidade, assim como a existência e permanência de uma sinagoga, anterior à construção de um edifício, ou aos seus registros oficiais, regulamentos, atas e estatutos, ocorreu em diversas comunidades judaicas, em várias cidades do Estado de São Paulo.

A Beit Sion foi formada pela comunidade judaica sefardi, imigrantes que chegaram à cidade de Santos nas primeiras décadas do século XX, provenientes do então Império Otomano, de cidades como Izmir (Esmirna), Antióquia, Ancara, Beirute e Yafo. Em Santos, além de trabalharem como mascates, atuaram no comércio e na praça cafeeira, como comissários, corretores, classificadores, assim como no Porto, muitos permanecendo na atividade ligada ao café até os dias de hoje. Pode-se citar as famílias Abuhab, Homsi, Sion, Eliezer, Curiel, Roditti, Rosa, Levy, Gammal, Carmona, Sarfati, Hazan, entre outras. 

Visitei esta sinagoga em julho de 2024, acompanhada por Adriana Abuhab Bialski, Carlos Homsi e Roberto Coelho, Carlos e Roberto são frequentadores da Beit Sion.

Carlos Homsi nos informou que o edifício foi construído em apenas trinta dias, e se mantém praticamente igual ao ano de sua construção. O jardim interno e a edificação são limitados por um muro branco (com duas faixas azuis e uma Estrela de David), que os separa da calçada. A fachada da sinagoga, nas cores branca e azul, segue estilo próprio, sendo composta por um vitrô em formato de Maguen (Estrela) David , inserido acima de uma porta azul, de duas folhas e de borda superior arredondada. Dois vitrôs verticais ladeando a porta complementam a fachada.

O acesso à sinagoga, através desta porta dupla, conduz o frequentador ao setor masculino. 

O espaço interno, composto pela Bimah/Tebah (púlpito com duas “mesas”), em um piso elevado e situado à frente do Aron Hakodesh/Hechal (armário com as Torót), não segue o modelo tradicional das sinagogas sefardim, comportando, no entanto, em suas extremidades, rimonim, objetos de enfeite das Torot. O Aron Hakodesh/Hechal em madeira escura, e com duas portas de correr, possui uma parochet (cortina) azul, bordada, em seu interior, a qual “protege” as Torot. Uma destas Torot, com capa marrom e com bordados dos nomes da família Curiel e da data de 1935, foi trazida de Izmir. Um entalhe em madeira, simbolizando as “Tábuas dos Dez Mandamentos”, situa-se acima do Aron Hakodesh, e é ladeado por colunas douradas, que aparentam dar suporte a diversos arcos, os quais circundam uma Maguen David. 

Esta Estrela possui a inscrição Beit Sion em letras hebraicas. Luminárias pendentes do teto, e janelas laterais iluminam o interior.

Neste piso, atualmente em granito, os bancos de madeira, bem conservados, foram mantidos. O mesmo ocorre no setor feminino, localizado no piso superior, em uma galeria ao redor da ala masculina, de onde é possível acompanhar as rezas.

Uma placa afixada na parede lateral esquerda do Aron Hakodesh datada de 1935 homenageia os beneméritos desta sinagoga: famílias Sion, Curiel, Hazan, Eliezer, Rosa, Roditti, Runes e Homsi.

Você faz parte das famílias que frequentavam ou que ainda frequentam a Sinagoga Beit Sion ou a Beit Jacob, em Santos? Você teria mais informações, histórias, memórias das famílias das comunidades judaicas que chegaram a Santos e ali se estabeleceram, e que gostaria de compartilhar? Conte um pouco, inclusive sobre o edifício, a construção, o espaço interno, como todos comemoravam as festas e o Shabat. Você possui fotos, documentos? Encaminhe um e-mail para myrinhars@gmail.com ou deixe um comentário neste blog. 

Aguarde novas fotos desta sinagoga


terça-feira, 9 de julho de 2024

A cidade de Santos e a Sinagoga Beit Jacob

O Estado de São Paulo recebeu imigrantes judeus de várias procedências, línguas e costumes.  A existência e a permanência da comunidade judaica deram-se, muitas vezes, a partir da fundação de sinagogas, criadas por conterrâneos da mesma aldeia ou cidade, e não por afinidade de correntes religiosas.

Na cidade de Santos há duas sinagogas, a Beit Jacob e a Beit Sion, ambas em funcionamento e frequentadas atualmente tanto por ashkenazim como sefardim.

Compartilho aqui detalhes sobre a Sinagoga Beit Jacob, alguns já publicados anteriormente, mas agora com informações recentes, e em que divulgo novas fotos, após uma visita realizada em julho de 2024.

A Sinagoga Beit Jacob, à Rua Campos Sales, na Vila Mathias, foi fundada em 1928 por judeus ashkenazim, procedentes da Europa Oriental. Essa sinagoga funcionou primeiramente na Rua Campos Mello, mudando-se para outro local, no mesmo endereço, junto à “escola ydish”. Já em 1946, a sinagoga transferiu-se para a Rua Campos Sales, endereço atual. “A casa foi comprada, reformada e depois de um ano demolida, para que fosse construída a sinagoga que existe até hoje. 

A primeira diretoria era presidida por sr. Samuel Ciocler, e tinha, como vice-presidente, sr.Jaime Cymryng, que chegou ao Brasil em 1928, trabalhando na cidade como mascate; o secretário, sr.Isaac Alperovitch; e tesoureiro, sr.Samuei Gandelman”. Estas informações constam do artigo “Histórias e Lendas de santos- Os imigrantes A colônia judaica” texto de Beth Capelache de Carvalho Equipe de A Tribuna. Mais detalhes em https://www.novomilenio.inf.br/santos/h0150.htm . 

O edifício da sinagoga, posicionado no limite da calçada, possui, em seu piso térreo, um amplo salão de festas. Na parede ao lado da entrada está afixada uma placa do Centro Cultural Israelita Brasileiro, fundado em março de 1946, escrita em idish, e em memória aos seis milhões de judeus mortos na II Guerra Mundial.

O acesso ao primeiro piso, o setor masculino, dá-se por um lance de escadas, ainda com o revestimento original em granilite verde. Neste setor, o piso em madeira, bem conservado, foi mantido, porém os bancos originais foram substituídos por cadeiras plásticas. 

Bimah (“púlpito”) ao centro, em um patamar elevado, é cercada por divisória em madeira, com desenhos formando “Estrelas de David”, e, em cada um de seus quatro cantos, há um candelabro. Aron (armário) Hakodesh situado na parede à frente da Bimah, guarda as Torót e Haftarót em seu interior. Destacam-se na parede acima desta as “Tábuas da Lei” ladeadas por leões, e os arcos em relevo. A galeria para as mulheres no piso superior é cercada por uma mureta, onde se podem ver os mazalót (signos do  zodíaco) pintados.

Boris Ber acrescentou a informação de que, através de intenso trabalho conseguiu junto a Moisés Safra um Sefer Tora novo para a Sinagoga, pois o original foi corroído pelos cupins com o passar dos anos, espero que esteja cuidado... E Fani Masch do Facebook (Fani Faingezicht) acrescentou um comentário após este post ser compartilhado: “Meu pai, tios e meu sogro foram fundadores, casei na Beit Jacob, em 1967. Meus pais Szapsa Aron Faingezicht e Sura Hopengarten Faingezicht, nascidos na Polônia, meu pai em Irena Denblim e minha mãe, Varsóvia.

Você teria detalhes das sinagogas santistas? Saberia dizer de quem são os projetos destas sinagogas, e quem pintou os mazalót da Sinagoga Beit Jacob, da Rua Campos Sales?

Escreva para myrinhars@gmail.com  , e conte sua história, relacionada à comunidade judaica santista,  e, também, de outras cidades do interior paulista.


quinta-feira, 18 de abril de 2024

Um vídeo sobre o estudo das sinagogas e comunidades judaicas paulistas

Este vídeo foi criado em abril de 2018, e conta com 2.860 visualizações. Compartilhar o vídeo no Youtube foi uma das formas que encontrei, naquela época, para divulgar um estudo que realizava, e que continuo realizando, relacionado às comunidades judaicas e respectivas sinagogas em São Paulo, a fim de resgatar as memórias e também preservar as raízes desta comunidade.

Meu nome é Myriam, e iniciei esta pesquisa há mais de 15 anos, quando ainda não havia facilidade de acesso a informações, e contatos pela internet e redes sociais, como nós temos hoje.

Retomei este estudo em 2016, a partir da Vila Mariana, o bairro onde nasci e em que vivi por um bom tempo. Minha família fazia parte da comunidade deste bairro, frequentávamos a Sinagoga Cilly Dannemann, conhecida como a sinagoga do Lar dos Velhos e também a Sinagoga Mordechai Guertzenstein que era a sinagoga vinculada ao colégio Peretz, onde estudei. Meu avô Chiel Leib era o schochet e professor de Bar-Mitzva nos anos 1950/60. Cursei a FAU, e formei-me arquiteta. Pensando no nosso passado, no nosso presente e também no nosso futuro, esta é uma ótima oportunidade de conhecermos o nosso patrimônio histórico, artístico, cultural e também arquitetônico.

Sendo assim, continuo divulgando histórias, lembranças, fotos e documentos em meu blog e também no Facebook e tenho contado com a participação das pessoas que frequentaram, ou que ainda frequentam, as sinagogas em São Paulo, muitas vezes em entrevistas gravadas de história oral. Sempre que possível, agendamos uma visita a estas sinagogas.

Continuo em busca de material sobre as diversas sinagogas paulistas e suas comunidade, além, de desenvolver projetos relacionados à imigração judaica,

 Visitem meu blog: artejudaicasaopaulo.blogspot.com


quinta-feira, 28 de março de 2024

O bairro do Bom Retiro, em São Paulo, alguns detalhes

O Bom Retiro, bairro em que se estabeleceu uma parcela da comunidade judaica ao chegar a São Paulo em diferentes momentos, possui, ou possuía, diversas sinagogas. Muitas permanecem ativas, outras mudaram de uso, mudaram de bairro, ou foram desativadas.


Relacionado a este bairro, podemos verificar uma informação sobre o Clube Luso-Brasileiro, um salão em que, durante anos, o Minian da Linat Hatzedek celebrava as Grandes Festas: o “Luso-Brasileiro era local de apresentação de vários tipos de espetáculos, inclusive exibições cinematográficas. Foi inaugurado, em dezembro de 1908 e situava-se à Rua da Graça, 116”, Estes detalhes constam do site http://www.cinemasdesp2.com.br/2008/02/luso-brasileiro-sao-paulo-sp.html”. A fonte de pesquisa informada neste site é o livro “salões, circos e cinemas de São Paulo”, de Vicente de Paula Araújo, Editora Perspectiva, 1981. Sobre este mesmo local, o site “História do Futebol”, https://historiadofutebol.com/blog/?p=35397, diverge nas informações e registra que o “Grupo Dramático e Musical Luso Brasileiro do Bom Retiro é uma agremiação da cidade de São Paulo. O clube foi fundado no dia 13 de Maio de 1900após uma reunião na Rua Mamoré, por um grupo de desportistas, e a sua sede localizava-se à Rua da Graça, 608 (antigo 144) no bairro do Bom Retiro. Fica a dúvida: qual o endereço correto do Clube Luso, onde o Linat Hatzedek realizava as cerimônias de Rosh Hashanah e Yom Kipur? Estiveram localizados em dois endereços?

Quanto às sinagogas do Bom Retiro compartilho alguns comentários públicos e disponibilizados, há algum tempo, tanto no Facebook, como no próprio blog.

Jimão Guaeca contou que estudou no Talmud Torah do Bom Retiro até o fim do ginásio, e os seus irmãos fizeram o Bar-Mitzvah no salão da sinagoga, sendo que o dono do caitering era o Sr Abrão. Sobre a "Synagoga Centro Israelita de São Paulo", neste blog, podemos ler: “Fico feliz de ver aqui a menção de meu avô Elias Amstein, que participou ativamente da administração desta sinagoga, chegando a ser seu Presidente entre as décadas de 1950/60”. E agradeço ao apoio e incentivo de Theo, em "Comunidade judaica paulista e roteiro turístico cultural temático", em que escreve “Myriam, seu blog é um primor! Já o acompanho há muito tempo e acabou se tornando uma referência pra mim”, e de pessoas que não se identificaram: “Muito esclarecedora a sua postagem, publique mais, por favor, cresci indo ao Bom Retiro fazer compras”, e “Adorei nossa história, muito obrigada, é uma delícia ler esse texto”.

Você, ou sua família, moraram no Bom Retiro, em São Paulo? Frequentaram alguma(s) das sinagogas do bairro? Vinham visitar familiares, fazer compras? Ou frequentavam sinagogas de outros bairros da capital e interior paulista? Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidades judaicas da cidade de São Paulo, como das cidades do interior paulista.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails  myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com , e visite também o site  https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ 

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

O resgate de memórias e raízes de uma comunidade

O resgate de memórias e raízes de uma comunidade, especificamente a comunidade judaica, através de roteiros turístico-culturais ao longo da cidade de São Paulo, e em especial no bairro do Bom Retiro, onde grande parte desta coletividade se estabeleceu, como apresentado, através do Guia das Sinagogas em São Paulo, e de uma exposição, além de roteiros temáticos no bairro em questão, revaloriza o patrimônio e bens culturais existentes dos que aqui chegaram como imigrantes e se inseriram na realidade existente, como legado para as futuras gerações.  

Possibilita o acesso à localização das edificações das cerca de setenta sinagogas paulistanas, mesmo as já demolidas, ou refuncionalizadas, e o conhecimento de suas histórias, para a população como um todo, considerando não só o passado e o presente, mas também olhando para o que esta por vir, descrevendo parte do próprio desenvolvimento da cidade, naquilo que tem de mais característico e valioso: sua diversidade étnica, religiosa e cultural. Visando, inclusive, o uso do patrimônio cultural pelo turismo e a inserção destes roteiros em circuitos turísticos mundiais.

Como referências de leitura, seguem algumas indicações:

1) DAVIES, Olllie. Conheça os Museus Comunitários do Rio https://rioonwatch.org.br/?p=11941

2) INSTITUTO BRASILEIRO DE MUSEUS. Museus e Turismo: estratégias de cooperação. Brasília, DF: IBRAM, 2014. Disponível em https://www.museus.gov.br/wp-content/uploads/2015/01/Museus_e_Turismo_Ibram2014.pdf

3) PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

4) RICHARDS, Greg. Turismo Cultural: padrões e implicações. In Turismo cultural: estratégias sustentabilidade e tendências. CAMARGO, Patricia e CRUZ, Gustavo (orgs). Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC: Ilhéus, 2009, pp. 25-48

5) GUIA DAS SINAGOGAS DE SÃO PAULO - Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) - PRONAC: 184242 – Projeto e aprovação em novembro de 2018, previsto para execução em 2019 e 2020 - Publicação do “Guia das Sinagogas de São Paulo”, aprovada em parceria com Alberto Guedes e Roberto Strauss. Síntese relacionada às quase setenta sinagogas de São Paulo, com fotos e texto resumido. Proposta de retratar a realidade sociocultural e a preservação do patrimônio histórico da comunidade judaica paulistana.  http://versalic.cultura.gov.br/#/projetos/184242.

6) EXPOSIÇÃO DAS SINAGOGAS DO BOM RETIRO - Lei de incentivo municipal PROMAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais instituído pela Lei nº 15.948/2013, regulamentado pelo Decreto nº59.119/2019 . Projeto, aprovação período de execução em 2021 e 2022: Proposta de realização da exposição “As Sinagogas do Bom Retiro - Resgate de memórias e histórias, na Oficina Cultural Oswald de Andrade no Bairro do Bom Retiro Protocolo (nº ISP): 2021.04.06/02185. Os incentivadores poderão contribuir por meio da renúncia de até 20% de ISS e/ou IPTU. Renúncia fiscal de 100%: todo o valor destinado ao projeto é restituído como desconto de imposto. http://smcsistemas.prefeitura.sp.gov.br/promac/

7) SITES E INTERNET:

https://artejudaicasaopaulo.blogspot.com/ 

https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ 

https://www.instagram.com/sinagogasemsaopaulo/ 

https://www.youtube.com/watch?v=i9tTWRP80Go  

https://www.youtube.com/watch?v=js6_mxwRW0w 

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails  myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com .  Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

segunda-feira, 15 de janeiro de 2024

Sinagogas do Bom Retiro como pontos de memória - a proposta de uma exposição:

O projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro, aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC, pode ser uma oportunidade de se conhecer as sinagogas como pontos de memória, relatar suas histórias e origens, alinhando-se com o objetivo de proteger, preservar e difundir, para a população como um todo, suas expressões culturais de um dos grupos inseridos no pluralismo da cultura brasileira, seu patrimônio histórico, artístico, cultural e arquitetônico. 

Como parte dos objetivos, a apresentação à população da cidade e, mais especificamente, à do bairro, dos valores da comunidade estudada, desenvolvendo a consciência e o respeito a estes valores, pode estimular estudos, iniciativas, produção e difusão semelhantes nas diversas expressões culturais.

No programa proposto para a exposição pode-se extrapolar a citação de Ollie Davies ao apresentar os Museus Comunitários do Rio: “[...] a comunidade como um ‘monumento turístico’ e museu territorial [...]” e a ideia em que se “[...] compila e documentam as experiências e memórias dos moradores mais velhos [...]” (DAVIES, Olllie. Conheça os Museus Comunitários do Rio https://rioonwatch.org.br/?p=11941 ). Há a necessidade de se divulgar e refletir sobre a importância das diversas memórias na construção do patrimônio cultural material e imaterial de uma comunidade, no caso, a comunidade judaica, assim como na construção de sua identidade em um país, em um primeiro momento, desconhecido aos imigrantes.

Realizar entrevistas com pessoas ligadas à história das sinagogas, organizando-se questionários e roteiros, visitas e entrevistas nas sinagogas, registrar em fotos as sinagogas do Bom Retiro, organizar o conteúdo pesquisado até hoje em formato amigável e acessível para o público em geral, realizar debates sobre a história das sinagogas do bairro, preservação de patrimônio cultural, memória e resgate de raízes de diferentes comunidades permitem o envolvimento da população moradora do bairro, independente de suas origens, e contribuem para o apagamento de estereótipos.

Contrapartidas foram apresentadas aos potenciais incentivadores do projeto, quando este foi aprovado, como marketing da marca, impressão da logomarca em todos os materiais de divulgação impressos e virtuais do evento. Com entrada gratuita, alcance previsto de duzentos espectadores nas palestras, transmissão da palestra ao vivo (com possibilidade de alcance ilimitado de espectadores), plano de assessoria de imprensa e divulgação da exposição em meios de mídia, e impacto social, o local inicialmente proposto para a exposição um dos espaços da Oficina Cultural Oswald de Andrade, foi escolhido propositadamente por estar no coração do Bom Retiro, e localizado próximo à estação de metrô, além de ser acessível, também, ao público com deficiência motora.

Como metodologia de trabalho, a elaboração e produção para esta exposição prevê pesquisa, elaboração de texto, registro fotográfico, tratamento de imagens, visitas às sinagogas, entrevistas de história oral com frequentadores e familiares das sinagogas, rodas de conversa, coleta de informações, realização de palestras, coleta de fotos e documentação, pesquisa bibliográfica, material existente e em entidades judaicas e órgãos públicos municipais e estaduais e levantamento de plantas e projetos. Quando possível, analisar os edifícios em suas semelhanças, fatos e detalhes comuns, ou em suas diferenças, identificar a história das sinagogas e comunidades, e a forma como os frequentadores e a comunidade se relacionavam.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as postagens neste blog, inclusive as anteriores, para conhecimento  da proposta da exposição aprovada anteriormente no PROMAC.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

A respeito do projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro, aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC

O projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro foi aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais instituído pela Lei nº 15.948/2013, regulamentada pelo Decreto nº 59.119/2019. O Projeto, aprovação e período de execução restringiram-se aos anos de 2021 e 2022.

Para uma melhor compreensão dos termos utilizados para a exposição, relacionados aos objetos, mobiliários, origem e arquitetura, as sinagogas também são conhecidas como Beth Haknesset, Beit Midrash, local de reuniões, de orações, culto, estudo, centro comunitário, social, “scuola”, “schul”, “schil”, “knis”, “esnoga”, assembleia, congregação. Existentes desde o período bíblico do patriarca Jacob, as sinagogas, como casas de culto, surgiram após a destruição do Primeiro Templo, no Exílio da Babilônia (sec. VI a.e.c). Foram adaptadas aos locais e costumes ao redor do mundo, influenciadas pelo entorno, momentos históricos, e ambientes culturais (cultura grega, árabe, bizantina, medieval, moderna, contemporânea).

Como arte construtiva judaica, possui características próprias: separação de homens/mulheres, Aron Hakodesh ou Hekhal (armário), Parochet (cortina), Bimah ou Tevah (púlpito), Torah (rolo com os cinco primeiros livros da Biblia), livros de reza, castiçais, chama eterna (Ner Tamid), de lembrança (Ner Zikarón), bancos, Leões, Dez Mandamentos, Mazalót (Zodíaco), edificações sempre voltadas para Jerusalém.

A situação atual em São Paulo, e, em particular no Bom Retiro, onde muitas sinagogas já deixaram de existir, migraram de bairro, deixaram de ser frequentadas, mudaram de uso ou foram desativadas, favorece a realização desta exposição com o envolvimento da comunidade como um todo.

Citando exemplos, no Bom Retiro, a antiga “Sinagoga Kehilat Israel” abriga hoje em dia, o Memorial do Holocausto (Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto), assim como a “Sinagoga Knesset Israel” (Centro Israelita de São Paulo) sedia a Instituição Beneficente Ten Yad. Outra sinagoga do bairro, a “Sinagoga Talmud Torah”, possui uma placa da época da fundação da Sinagoga da cidade de Bauru,  quando esta foi desativada,

A exposição, bilíngue (português - inglês), apresentando as diversas sinagogas do Bom Retiro e suas histórias, prevê, em sua proposta apresentada ao Promac, a duração de dois meses, entrada gratuita para o público em geral, realização de duas palestras/debates com a pesquisadora em formato presencial e com transmissão online, com tradução para LIBRAS (uma palestra inaugural, a outra ao longo da duração da exposição).

Acessível com recurso de áudio-descrição, e prevista para ocorrer inicialmente na Oficina Cultural Oswald de Andrade (Bom Retiro), a exposição aprofunda a pesquisa acerca das sinagogas desativadas e das ainda existentes no Bom Retiro, expondo fotos do passado, registros fotográficos atuais e contando suas histórias. Sendo apresentada em cerca de trinta painéis, o formato banner, em estrutura metálica rollup, dobrável e desmontável, possibilita o reaproveitamento de material, para que a mesma possa ocorrer em novos espaços futuramente. 

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

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