quarta-feira, 13 de abril de 2022

Congregação Mekor Haim e a imigração judaica egípcia

 

Como já publicado anteriormente, os judeus provenientes do Egito chegaram a São Paulo no final da década de 1950, frequentaram, em um primeiro momento, a Sinagoga da Abolição e, posteriormente, acomodaram-se em uma casa cedida pela Congregação Israelita Paulista, na Rua Brigadeiro Galvão. A Congregação Mekor Haim foi fundada em 07 de junho de 1959, e sua sede, na ocasião, situava-se naquele endereço. A primeira diretoria era composta por Joseph Fahri(presidente), Raphael Horn e Ibram Salama(vice-presidentes), Elie Arias, Raphael Levy, Moise Cohen, Victor Lagnado, Edgard de Piccioto, David Douek, Albert Gomel, David Simhon, Izaac Carolla, Ezra Shammas, Zaki Cohen, Alexandre Ados e Moche Bigio. No mesmo ano de 1959, Joseph Farhi encabeçou a compra de um terreno de 700 m², em Higienópolis, lançando-se a Pedra Fundamental da Congregação Mekor Haim. Construíram, à Rua São Vicente de Paula, sua sede, inaugurando-a em Rosh Hashana de 1967. 

Rachel Mizrahi , em seu livro Imigrantes judeus do Oriente Médio: São Paulo e Rio de Janeiro (São Paulo, Ateliê Editorial, 2003 - Coleção Brasil Judaico; 1/ dirigida por Maria Luiza Tucci Carneiro) informa que a maioria dos imigrantes judeus provenientes do Egito, composta por um grupo de profissionais experientes, e provenientes de cidades como Cairo e Alexandria, instalou-se no centro da capital paulista. Diversas famílias, ao chegarem a São Paulo, contaram com o apoio da HIAS e da FISESP, ou foram encaminhadas à Hospedaria dos Imigrantes, como relata Rachel Mizrahi nas páginas 197 a 201 de seu livro, pois havia a proibição egípcia das famílias saírem com seus recursos, seus bens materiais e suas posses.  

Adriana Abuhab Bialski e eu, Myriam R. Szwarcbart, já pudemos verificar, em consulta ao acervo do Museu da Imigração do Estado de São Paulo, e relacionada ao nosso estudo sobre a imigração judaica, alguns “Registros de Matrícula” de "imigrantes israelitas" provenientes do Egito no ano de 1957, e que passaram pela Hospedaria dos Imigrantes. Consultamos, também a listagem de imigrantes dos navios, na qual, além dos nomes das famílias, há informações sobre a nacionalidade, idade, estado civil, profissão, religião, locais de última residência, portos de embarque e desembarque, nomes do vapor, data de desembarque.

Alguns comentários foram postados no Facebook, após compartilhar informações sobre a Congregação Mekor Haim. À pagina “Hebraica”, Luiza Benbassat Krausz comentou que o avô, Moise Cohen, trouxe a Torá e os livros de reza do Egito, e fundou a sinagoga Mekor Haim. Como escreveu, “não era tão ortodoxa como é hoje”. Em “Hasbará & Sionismo”, Davy Levy indicou Edu Cohen, e na minha página, Ana Llobet indicou Patricia Catran Martha Klein.

Você e sua família teriam informações sobre a Congregação Mekor Haim ou detalhes relacionados à Hospedraia dos Imigrantes, possuem fotos e documentos? Gostariam de relatar suas histórias e suas memórias, ou então, escrever um texto e enviar?

Vocês possuem objetos que contam, de alguma maneira, sua história e de sua família, relacionada a esta sinagoga ou à Hospedaria? Sua família frequenta ou frequentou a Mekor Chaim? Escreva para myrirs@hotmail.com

2 comentários:

  1. Miriam
    Sou Edu Cohen ,filho e neto de país e avós egípcios ,fiz meu BAR MITZVAH na MEKOR HAIM em 9 DE OUTUBRO 1980 ,frequentei muitos anos a sinagoga ,hoje menos ,mas sim tenho muita história da sinagoga ,inclusive minha mãe Becky Cohen ,até hoje trabalha no comitê de damas da MEKOR HAIM ,faz + de 50 anos,poucos sabem o que a MEKOR HAIM representou para a comunidade egípcia nos fins dos anos 50 até meados dos anos 80 ,não somente como sinagoga ,mas como uma entidade representativa social ,cultural e sionista e com uma visão muito além do seu tempo ,ouvi e conheci muitos judeus
    egípcios que deram muito do seu tempo e dinheiro para construi-la e mante-la, desde o envolvimento com a HIAS até assistência social governamental oficial ,tenho documentos sobre isso
    Foi participativa ou os seu diretos foram muitos participativos na comunidade sefaradi paulista ,brasileira e latino americana com importante presença na FESELA ( FEDERAÇAO SEFARADI LATINOAMERICANA)
    Há pelo menos 20 SEFER TORA trazidos por judeus egípcios que estavam nas sinagogas do Cairo e de Alexandria ,uma delas meu avô paterno Eduard Cohen trouxe com ele e eu tive a honra de no meu bar mitzvah ler a parashat NOAH ,Noé sobre a história do dilúvio
    Miriam
    Tem muito + histórias !!!!
    Estou a disposiçao para conversarmos

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    1. É emocionante seu comentário! E sinto o quanto você valoriza esta tradição, o que é muito importante, inclusive para as próximas gerações, para que saibam quem somos, de onde viemos, e o que foi possível construir. E assim valorizar estas histórias e resgatar memórias.
      Podemos conversar a partir de segunda-feira, por whatsapp ou telefone? Gostaria de encaminhar fotos que acredita que valha a pena compartilhar?

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