sexta-feira, 29 de dezembro de 2023

Atividades no entorno do Bom Retiro e ações já realizadas no bairro

Jardim da Luz

Além das atividades e roteiros específicos para o Bom Retiro, em São Paulo, citadas no post anterior, há a possibilidade de serem incluídas atividades e visitas ao entorno deste bairro, como pontos de interesse, instituições e variedade de organizações culturais, ondenovas territorialidades estão emergindo nestas áreas refuncionalizadas que tiveram restauradas as formas tangíveis do patrimônio, mas excluíram os conteúdos sociais indesejáveis” (Paes-Luchiari, 2006).


Pinacoteca
Neste sentido, considera-se a Pinacoteca/Pina Contemporânea, Jardim da Luz, Sala São Paulo, Museu da Língua Portuguesa, Estação da Luz, Pina estação/Museu da Resistência, Museu de Arte Sacra, Arquivo Histórico Municipal, Museu de Saúde Pública Emílio Ribas, Museu da Obra Salesiana, Memorial do Holocausto, Casa do Povo, Sesc Bom Retiro, Museu das Favelas, Museu da Energia de São Paulo, Instituto Liceu Coração de Jesus, Jardim da Luz. Escola Marechal Deodoro, Colégio Santa Inês, Centro Paula Souza, Faculdade de Tecnologia do Estado de São Paulo, Instituto Dom Bosco, Escola Senai, Faculdades Oswaldo Cruz.

Ações anteriores já foram realizadas, vinculadas ao Bom Retiro, desde inventários, publicações, artigos, e iniciativas de políticas públicas. Como exemplos, tem-se:

1) Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) - Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC) : Inventário do Bairro do Bom Retiro, considerado um modelo de miscigenação e variedade étnica. Técnica do Iphan responsável pelo projeto, Simone Toji.

2) “Renovando, revitalizando e imaterializando: ações de reconhecimento cultural na região do Bom Retiro e Luz” - Simone Toji e Flávia Brito do Nascimento / IPHAN-SP

3) Bom Retiro de muitas etnias- Marcelo Spomberg – Estação TV - Vídeo produzido, para finalizar o trabalho de registro do bairro Bom Retiro, como Patrimônio Cultural Imaterial do País.

4) Koreatown: Entre a cidade de enclaves e a urbe cosmopolita – artigo de Simone Toji (2021)

5) “Little Seul” (2017), projeto de revitalização em parceria entre empresas sul-coreanas e a prefeitura de São Paulo

6) “Luz Cultural” (1984) privilegiou a instalação bens imóveis restaurados e reconvertidos.

7) Nos anos 2000, a prefeitura de São Paulo, propôs o programa de concessão pública “Nova Luz”.

8) VII Seminário da Associação Nacional Pesquisa e Pós-Graduação em Turismo 20 e 21 de setembro de 2010 – Universidade Anhembi Morumbi – UAM/ São Paulo/SP O Patrimônio Cultural Imaterial dos Imigrantes Coreanos no Bom Retiro/SP Rafael Galvão Monteiro                                          

9) MulticulturalBom Retiro tem 215 opções de patrimônio - 16/05/2009 - Folha de S. Paulo.

Como opção para se efetivarem as ações e propostas aqui apresentadas ressalta-se que existem Leis de Incentivo à cultura (incentivos fiscais), como instrumentos que podem induzir a população como um todo, e empresas privadas em particular, a utilizarem mecanismos de renúncia fiscal, por parte do Poder Executivo. Isto significa que recursos de pessoas físicas e empresas passam a ser destinados à proteção e ao estímulo e produção cultural e artística. Leis como Rouanet, Proac, Promac e de fomento, como as Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo. Ambos os projetos, o Guia das Sinagogas em São Paulo e a exposição das Sinagogas do Bom Retiro foram aprovados em Leis de Incentivo. O Guia das Sinagogas em São Paulo foi aprovado em Lei Federal (Lei Rouanet). Como complemento e particularização para uma região, o projeto de exposição das Sinagogas do Bom Retiro foi aprovado na Lei de Incentivo Municipal PROMAC - Programa Municipal de Apoio a Projetos Culturais instituído pela Lei nº 15.948/2013, regulamentado pelo Decreto nº 59.119/2019. O Projeto, aprovação e período de execução restringiu-se aos anos de  2021 e 2022.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

Referência:

PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Bom Retiro, diversas origens, diversas nacionalidades

Como publicado anteriormente, a proposta de realização de um roteiro cultural relacionado à comunidade judaica, em particular às sinagogas, engloba a elaboração de um guia, impresso e digital, além de uma exposição no bairro do Bom Retiro, de forma a revalorizar o patrimônio e bens culturais existentes. 

O perfil do Bom Retiro, formado por origens, nacionalidades e religiosidades diversas, permanece, hoje em dia, multicultural, evidenciando-se na convivência de famílias de imigrantes de variadas origens: espanhola, portuguesa, italiana, grega, armênia, coreana, boliviana, húngara, paraguaia, e judaica (provenientes do leste europeu). 

As potencialidades turísticas do bairro do Bom Retiro podem ser consideradas, principalmente, na proposta de execução da exposição. Um ponto de partida que pode ser replicado para cada comunidade, deste bairro ou não, independente de sua origem, imigrante ou não. Uma maneira de divulgar conhecimentos e saberes, partindo do ponto de vista de Belanciano, em que afirma: “Somos todos turistas. Mesmo os que não se sentem forçosamente identificados com aquilo que chamamos de turismo.” (Belanciano, 2015).  

Multicultural é o bairro, e diversas possibilidades de turismo se evidenciam. Como afirma Richards (2009) Junto com o patrimônio arquitetônico e das artes, alguns países incluem em sua definição, por exemplo, a gastronomia, o esporte, a educação, as peregrinações, o artesanato, a contação de estórias, e a vida na cidade”. O bairro, com sua diversidade de identidades de imigrantes, possibilita um percurso de turismo cultural, de experiências, criativo, de forma a relacionar os espaços com seus territórios e roteiros culturais, identificando “motivações culturais” e o “fazer contato com moradores do local e aprender mais sobre a sua cultura” (Richards, 2009).

É possível propor para o Bom Retiro, além da exposição citada, roteiros diversos. Alguns exemplos:

1) Gastronômico: cafés, armazéns e restaurantes coreanos, italianos, gregos, judaicos, colombianos, entre outros. Acrópoles, Prato Grego, Shoshana Delishop, Ten Yad (Viena Kosher), Café Colombiano, La Bolivianita, Cantina Ouro Branco, Monte Verde, Tembi’u(paraguaia), Casa do Norte, Emporium Brasil Israel, Otugui, WaBar, etc.

2) Religioso: locais de culto cristão, judaico, umbandista, muçulmano, budista, espírita, etc.

3) Memória: Memorial do Holocausto, Memorial da Resistência, Rua Itaboca/Dr.Cesare Lombroso.

4) Turismo criativo: Casa do Povo, Oficina Cultura Oswald de Andrade. Justifica-se considerando o “Desenvolvimento distanciado de formas tradicionalmente passivas, direcionado para um envolvimento mais ativo dos turistas em termos da vida cultural dos lugares que estão visitando, ou o que se chama de “turismo criativo.” (Richards, 2009)”.

5) Arquitetônico: Arquivo Histórico Municipal, Casa do Povo, Oficina Cultura Oswald de Andrade, casas antigas até hoje existentes. Considera-se, neste tópico a “Refuncionalização, requalificação, revitalização, enobrecimento de patrimônios edificados, novas territorialidades urbanas centrais, revitalização, inclusão social, respeitando os usos tradicionais das populações locais, e o direito destas”. (Paes-Luchiari, 2006)

6) Atividades diversas: dança tradicional coreana, feira boliviana, procissão grega, palestras, exposições relacionadas às origens dos imigrantes, rodas de samba da Rua Mamoré, atividades sazonais dos barracões das escolas de samba Gaviões da Fiel e Tom Maior, ações artísticas do Teatro Popular União e Olho Vivo, da Cia. Pessoal do Faroeste, Casa do Povo, Cia. De Teatro Mugunzá.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

Referências:

BELANCIANO, Vitor. Todos somos Turistas. Revista 2, 2015. Disponível em: https://www.publico.pt/2015/12/20/economia/noticia/todos-somos-turistas-1717829

PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

 

RICHARDS, Greg. Turismo Cultural: padrões e implicações. In Turismo cultural: estratégias sustentabilidade e tendências. CAMARGO, Patricia e CRUZ, Gustavo (orgs). Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC: Ilhéus, 2009, pp. 25-48