sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Bom Retiro, diversas origens, diversas nacionalidades

Como publicado anteriormente, a proposta de realização de um roteiro cultural relacionado à comunidade judaica, em particular às sinagogas, engloba a elaboração de um guia, impresso e digital, além de uma exposição no bairro do Bom Retiro, de forma a revalorizar o patrimônio e bens culturais existentes. 

O perfil do Bom Retiro, formado por origens, nacionalidades e religiosidades diversas, permanece, hoje em dia, multicultural, evidenciando-se na convivência de famílias de imigrantes de variadas origens: espanhola, portuguesa, italiana, grega, armênia, coreana, boliviana, húngara, paraguaia, e judaica (provenientes do leste europeu). 

As potencialidades turísticas do bairro do Bom Retiro podem ser consideradas, principalmente, na proposta de execução da exposição. Um ponto de partida que pode ser replicado para cada comunidade, deste bairro ou não, independente de sua origem, imigrante ou não. Uma maneira de divulgar conhecimentos e saberes, partindo do ponto de vista de Belanciano, em que afirma: “Somos todos turistas. Mesmo os que não se sentem forçosamente identificados com aquilo que chamamos de turismo.” (Belanciano, 2015).  

Multicultural é o bairro, e diversas possibilidades de turismo se evidenciam. Como afirma Richards (2009) Junto com o patrimônio arquitetônico e das artes, alguns países incluem em sua definição, por exemplo, a gastronomia, o esporte, a educação, as peregrinações, o artesanato, a contação de estórias, e a vida na cidade”. O bairro, com sua diversidade de identidades de imigrantes, possibilita um percurso de turismo cultural, de experiências, criativo, de forma a relacionar os espaços com seus territórios e roteiros culturais, identificando “motivações culturais” e o “fazer contato com moradores do local e aprender mais sobre a sua cultura” (Richards, 2009).

É possível propor para o Bom Retiro, além da exposição citada, roteiros diversos. Alguns exemplos:

1) Gastronômico: cafés, armazéns e restaurantes coreanos, italianos, gregos, judaicos, colombianos, entre outros. Acrópoles, Prato Grego, Shoshana Delishop, Ten Yad (Viena Kosher), Café Colombiano, La Bolivianita, Cantina Ouro Branco, Monte Verde, Tembi’u(paraguaia), Casa do Norte, Emporium Brasil Israel, Otugui, WaBar, etc.

2) Religioso: locais de culto cristão, judaico, umbandista, muçulmano, budista, espírita, etc.

3) Memória: Memorial do Holocausto, Memorial da Resistência, Rua Itaboca/Dr.Cesare Lombroso.

4) Turismo criativo: Casa do Povo, Oficina Cultura Oswald de Andrade. Justifica-se considerando o “Desenvolvimento distanciado de formas tradicionalmente passivas, direcionado para um envolvimento mais ativo dos turistas em termos da vida cultural dos lugares que estão visitando, ou o que se chama de “turismo criativo.” (Richards, 2009)”.

5) Arquitetônico: Arquivo Histórico Municipal, Casa do Povo, Oficina Cultura Oswald de Andrade, casas antigas até hoje existentes. Considera-se, neste tópico a “Refuncionalização, requalificação, revitalização, enobrecimento de patrimônios edificados, novas territorialidades urbanas centrais, revitalização, inclusão social, respeitando os usos tradicionais das populações locais, e o direito destas”. (Paes-Luchiari, 2006)

6) Atividades diversas: dança tradicional coreana, feira boliviana, procissão grega, palestras, exposições relacionadas às origens dos imigrantes, rodas de samba da Rua Mamoré, atividades sazonais dos barracões das escolas de samba Gaviões da Fiel e Tom Maior, ações artísticas do Teatro Popular União e Olho Vivo, da Cia. Pessoal do Faroeste, Casa do Povo, Cia. De Teatro Mugunzá.

Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

Referências:

BELANCIANO, Vitor. Todos somos Turistas. Revista 2, 2015. Disponível em: https://www.publico.pt/2015/12/20/economia/noticia/todos-somos-turistas-1717829

PAES-LUCHIARI, Maria Tereza Duarte. Centros Históricos, Mercantilização e Territorialidades do Patrimônio Cultural Urbano. Revista GEOgraphia, ano 7, n. 14, 2006. Disponível em: https://periodicos.uff.br/geographia/article/view/13490/8690

 

RICHARDS, Greg. Turismo Cultural: padrões e implicações. In Turismo cultural: estratégias sustentabilidade e tendências. CAMARGO, Patricia e CRUZ, Gustavo (orgs). Editora da Universidade Estadual de Santa Cruz – UESC: Ilhéus, 2009, pp. 25-48

2 comentários:

  1. Shkoyach, Myriam! Nesse projeto todo, não deixem de contar com a segurança do DSC da Fisesp

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    1. Obrigada!!!! Importante e fundamental contar com a segurança do DSC da Fisesp!!!

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