Bom Retiro(SP) e sinagogas do bairro
Particularizar e exemplificar roteiros turístico-culturais, indicar caminhos e percursos, interligados, a meu ver, torna-se possível no bairro do Bom Retiro, em São Paulo, considerando-se que uma boa parcela da comunidade judaica ali se estabeleceu a partir dos anos de 1910/1920, à época um bairro fabril e proletário, por facilidade de transporte, aluguel barato, na busca ou não de parentes ou amigos.
A dificuldade com o idioma, e de se conseguir emprego, resultaram na escolha da profissão como mascates, ou Klientelchik, além das possibilidades de trabalhos em confecções têxteis. Os que aqui chegaram, em decorrência da Segunda Guerra Mundial, acreditaram ser conveniente morar numa região onde já estava instalada parte da comunidade, com suas escolas, sinagogas, moradia e crédito. Organizaram-se, abriram lojas, fundaram sociedades de auxílio mútuo, organizações religiosas, sinagogas, escolas, publicaram jornais e revistas, construíram o cemitério.
Muitas famílias da coletividade judaica que moravam no Bom Retiro, a partir da década de 1960, começaram a migrar para bairros como Higienópolis e Jardins. Várias instituições judaicas permanecem em funcionamento (Ten-Yad, Memorial do Holocausto, Unibes, Escola Gani-Lubavitch, Yeshivót, Casa do Povo, diversas sinagogas), e outras encerraram suas atividades no bairro (Escola Talmud Thorá, Escola Scholem Aleichem, Taib, Linath Hatzedek, Cooperativa de Crédito Popular, Habonim Dror, Hashomer Hatzair, Bnei Akiva).
Bom Retiro, ou “bons retiros”, um bairro da região central da cidade de São Paulo, surgiu nos anos 1820, uma área nobre de sítios e chácaras de veraneio, como “Dulley”, “Sítio do Carvalho”, Chácara do Marquês de Três Rios, Solar do Marquês, e sr. Joaquim Egídio de Sousa Aranha.
O Jardim da Luz data de 1825. A Estação da Luz, de 1867, foi ampliada em 1901. A partir de 1870 a mudança na paisagem tornou-se evidente, com a primeira leva de imigrantes, e a presença de operários italianos. A proximidade com a estação ferroviária, indústrias, oferta de emprego, moradia barata, presente em todas as levas de estrangeiros no local, mudaram a paisagem local.
Com a urbanização, arruamentos e loteamentos das chácaras, o bairro saiu de seu isolamento: depósitos e olarias, como a Olaria de Manfred Meyer, forneceram tijolos para a transformação da cidade. Naquele momento, o bairro tornou-se um polo de indústrias, entre elas a Fábrica Anhaia (tecidos de algodão), a Cervejaria Germânia e a Ford do Brasil (1921).
A primeira Hospedaria de Imigrantes, situada no sobrado Bom Retiro, de 1882 a 1887, atendeu levas de imigrantes. Naquela data mudou-se para o Brás, ali permanecendo até a década de 1970. O sobrado, demolido, foi substituído pelo edifício do Desinfectório Central, à Rua Tenente Pena, 100, hoje Museu de Saúde Pública Emílio Ribas. Apesar das mudanças ocorridas no bairro, o Bom Retiro manteve, de uma maneira geral, suas edificações construídas ao longo de sua história.
Para conhecer o trabalho e estudo que vem sendo
realizado, entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com . E acompanhe as próximas postagens neste blog.
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judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior
paulista.
Adorei nossa história, mto obrigada Miriam,e uma delícia ler esse texto
ResponderExcluirAgradeço!! Teria histórias a contar sobre o Bom Retiro?
ExcluirMuito esclarecedora a sua postagem...publique mais...por favor cresci indo ao Bom Retiro fazer compras...
ResponderExcluirBoa noite!! Teria histórias a contar sobre o Bom Retiro?
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