quinta-feira, 20 de novembro de 2025

Visita ao Centro Israelita do Cambuci

Estive no dia 13 de novembro de 2025 visitando, por mais uma vez, o Centro Israelita do Cambuci, junto a um grupo que não conhecia esta sinagoga. Fomos recebidos por Sergio Goldenstein e Sergio Tomchinsky. Conversamos sobre o bairro, sobre a fundação da sinagoga, objetos presentes, mobiliário, as pinturas de mazalót (zodiaco). Compartilho aqui e nas próximas postagens algumas informações sobre o Cambuci, sua comunidade judaica e a sinagoga.

O bairro do Cambuci

O bairro do Cambuci, um dos mais antigos da cidade, conhecido desde o século XVI, recebeu tal nome a partir de uma árvore da região, de um córrego e também significando “pote” em tupi-guarani. No seu início, passava pela região uma trilha de acesso ao Caminho do Mar, utilizado por tropeiros para chegar a Santos.

Com o tempo, desenvolveram-se ao redor deste um pequeno comércio e algumas chácaras, sítios, plantações e fazendas. No passado, um córrego da região, na atual Rua do Lavapés, marcava a divisa entre a zona urbana e rural. Neste córrego, os tropeiros e viajantes tinham o hábito de lavar os pés e dar de beber aos animais, antes de seguirem para a cidade. Neste bairro, uma Capela foi erguida em 1870 e o Museu do Ipiranga em 1890. A construção de uma linha de bondes, ligando o centro ao Museu, valorizou a região. Baixada do Glicério – área alagadiça

Acompanhando a industrialização do país, toda a região serviu à instalação de diversas fábricas, e com a chegada de migrantes europeus, a maioria de italianos e sírio-libaneses, o limite urbano no Cambuci ampliou-se. Novas ruas surgiram, terrenos foram loteados, casas e fábricas começaram a ser instaladas na região, delineando-se, assim, algumas características do bairro preservadas até hoje, como alguns galpões fabris e sobrados.

A tomada da Igreja da Glória, ponto alto do bairro, por rebeldes durante a Revolução de 1924, marcou a história do Cambuci. Assim como o Brás e a Mooca, foi um dos bairros mais atingidos pela luta neste período.

A partir da década de 1970, as fábricas começaram a abandonar o bairro, seguindo a tendência de se mudarem para locais mais afastados. O bairro, aos poucos, mudou seu aspecto fabril para se tornar um bairro de serviços e comércio no eixo do Largo do Cambuci e da Avenida Lins de Vasconcelos. Com predominância de áreas residenciais, o bairro tornou-se foco das incorporadoras e construtoras no boom imobiliário paulista, por ser próximo ao centro, possibilitando diversos lançamentos de apartamento de classe média.

O artista plástico Alfredo Volpi (1996-1988), morador do Cambuci, retratou o bairro, que foi criado em 19 de dezembro de 1906, pela Lei 1040 B . O distrito é composto por Vila Deodoro, uma pequena parte da Mooca e Cambuci. 

A comunidade judaica do Cambuci 

De um modo geral, as comunidades judaicas de São Paulo, tanto na capital como no interior estabeleceram-se ao longo das estações das estradas de ferro, da linhas de trem.

A comunidade do bairro foi formada tanto por imigrantes judeus provenientes da Europa Oriental como por imigrantes judeus originários do Oriente Médio. Os que aqui chegaram da Europa fundaram e frequentaram o Centro Israelita do Cambuci. Já a comunidade judaica mizrahi, proveniente do Oriente Médio/Império Otomano permaneceu ligada ao bairro da Mooca e às suas sinagogas.

Consta da placa do Merkaz-Israel-de-Cambuci, no Centro Israelita do Cambuci, as datas de 1925-1965, o que aponta que a comunidade judaica estava presente no bairro muito antes da construção da sinagoga. Contém os nomes dos presidentes Miguel Blay, Sigismundo Spindel, Benjamin Lafer e Abrão Zaguer.

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Mooca Judaica, Unibes Cultural, Museu Judaico de São Paulo, sinagogas e o novo curso de CPF SESC


Um novo curso no Centro de Pesquisa e Formação terá inicio em 11 de novembro de 2025!

E estão previstas visitas à exposição “Mooca Judaica: histórias e memórias de uma comunidade”, na Unibes Cultural, visitas às sinagogas, visita ao Museu Judaico de São Paulo, ao Bom Retiro, incluindo a ‘Casa do Povo”, alguns dos diversos espaços de memória e de legado da historiada comunidade judaica em São Paulo.


Este curso, “Expressões da presença judaica no Brasil: comunidades, memórias e arquiteturas” será ministrado por Adriana Abuhab Bialski, Ernesto Mifano Honisgsberg, Maria Lúcia Guilherme e por mim e, como podemos ler no texto de divulgação do Centro de Pesquisa e informação do Sesc, tem como objetivo introduzir a diversidade cultural do judaísmo brasileito, as comunidades que se estabeleceram no país a partir do século XIX, apresentar os três principais grupos judaicos conforme sua origem - asquenazes, sefarditas e orientais -  e focar nas particularidades no contexto da imigração contemporânea, como o idioma, tradições, costumes, simbologias, literatura, artes.

 

As sinagogas, tema principal deste blog, serão exploradas não apenas como espaço de culto, mas também como espaços culturais e de encontro, representando o importante patrimônio arquitetônico judaico-brasileiro.

 

Não percam! Três aulas presenciais no Sesc e três aulas externas!

Façam suas inscrições no link: https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/atividade/expressoes-da-presenca-judaica-no-brasil-comunidades-memorias-e-arquiteturas