segunda-feira, 27 de março de 2017

Quem de voces frequentou a Sinagoga da Penha/ Tatuapé?? Fizeram parte da comunidade judaica do bairro?

Da mesma forma como questionei quem frequentou as sinagogas da Vila Mariana, do Cambuci e do Brás, assim o fiz com a comunidade judaica da Penha...

Assim, postei no Facebook: “Quem de voces frequentou a Sinagoga da Penha/ Tatuapé?? Fizeram parte da comunidade judaica do bairro? Possuem fotos? Documentos? Projetos? Histórias para contar? Citando algumas famílias: Vaiser, Acherboim, Rof, Sapojnik, Dortdorchik, Wainer, Wasong, Fischman, Greller, Gorman, Cushnir, Igel, David, Fischbein, Gampel, Schnaider, Taim, Schorr...Quem mais??? Se quiserem, me passem uma mensagem inbox ou deixem um comentário aqui!!”


Inicialmente posto a foto ao lado, disponivel na Enciclopédia Judaica (da Editora Tradição, edição de 1967), aonde temos o Lançamento da Pedra Fundamental da Sociedade Religiosa Israelita da Penha. Nesta foto vemos Henrique Waisman, Salo Wismann, Pinchas Schorr, Rebe de Muncack, Boris Sapojnik, Arthur Cuschnir.

Em relação aos comentários enviados, Denise Salama Feltrim indicou Zilda Bun Calencautcy . Na terça-feira, 21 de março de 2017 ZildaBun Calencautcy e eu pudemos bater um papo a respeito da Sinagoga da Penha. Segue um pouco do que conversamos e caso haja alguma correção a fazer, solicito que me informem.

Zilda contou que tres irmãos da família Bun (Henrique, Marcos e Isidoro), Arão David e Zacarias Gampel construíram uma casa no Tatuapé, que viria a ser a Sinagoga. Zacarias Gampel morava em uma casa em frente à esta. Também faziam parte desta Jacob Grinspan, famílias Wasong e Acherboim. Quando a frequência à sinagoga começou a diminuir, inclusive em Shabatot e o alto custo de manutenção, a instituição passou para o Renascença, “pensando nos jovens e no futuro destes”. Uma das várias lembranças é a de que havia grande respeito entre todos. E diz Sai da Penha com 17anos pra casar. Minha familia junto com mais algumas construiram o Shil da Penha.(que epoca boa)”


Eliana Vaiser já havia informado que frequentava a Sinagoga do Tatuape perto do Hospital Cristo Rei. Lembra-se que o pai do Silvio Acherboim e da Flavia Acherboim, sr. Michel, foi quem construiu a sinagoga do Tatuapé.

Julio Pelcerman indicou a sra.Flora Sheila Grinspan. A sra.Flora Sheila Grinspan contou que sr. Jacob, sra. Elisa e sr. Léo Grinspan fizeram parte da sinagoga. Comentou: “Inclusive o Sr.Jacob foi um dos fundadores da sinagoga do Tatuapé, que hoje está no Colégio Renascença. Sei que eles frequentaram lá e não tenho fotos. Família tradicional da Penha. Vou tentar ver se acho algo e te falo. Talvez o bar- mitzva do Léo Grinspan z"l parece que foi lá. Tenho o álbum posso verificar e te falar. Preciso ver o álbum tirar foto e te mandar p confirmar o local”. Assim, aguardamos novidades a respeito.

Nilton Schnaidman lembrou que o avô, Moisés Schnaidman, era ativo na sinagoga e acha que foi um dos fundadores... “Foi lá meu bar-mitzvá. Mas ali é Tatuapé. Passei lá depois de algum tempo...tinha virado uma clínica. Não tenho fotos infelizmente...”

Ivone Herzig  e a família de Silvio Ciocler tambem frequentaram a sinagoga, assim como sr. Alberto Tofic Simantob . Sr. Alberto frequentou esta sinagoga desde pequeno. “O pai foi um dos que inaugurou o Templo novo e também participou de muitas festas no antigo, em cima de uma loja”.

Sueli Farber indicou Bela Turecki, Hinda Potolski, Marilu Wasong, David Gampel, Silvia Gampel como famílias frequentadoras da sinagoga. Lembra-se do “Pidion a Bem” de Ricardo, pois os pais foram padrinhos. E lembra... “quantas boas celebrações nessa sinagoga e na casa dos Wasong...”

Bela Turecki  Morava em frente da Sinagoga e o pai foi um dos fundadores, Bencion Wasong.Passamos toda nossa infância e adolescência frequentando a Sinagoga. Estou emocionada de poder ler esta materia.
Tantas recordações!!!”



Helio Pilnik afirmou: "Vamos colaborar: Pilnik, Kupper, Bloch, Raw, Tarnovsky, Woiller, Portugueis, Mutchnic. ...se lembrar outras famílias além das citadas terei o maior prazer de informa-la". Quanto a fotos e documentos sugeriu contatar a família David, cujo patriarca, Sr.Aron David, foi durante muitos anos diretor da sinagoga. Seus descendentes, segundo falou, foram José David e Daise David. Estou com o contato...vamos conversar...

Conversei com a sra. Habibe Simantob, em 26 de junho de 2017, por indicação do sr. Helio Pilnik, que me avisou qe possui fotos e documentos. Os pais e avós fizeram parte da fundação da Sinagoga da Penha/Tatuapé, e eram frequentadores assíduos desta sinagoga. O avo, sr. Srul Gutman, ao chegar da Europa ao Brasil, foi inicialmente para Franca e posteriormente para São Paulo, indo morar no Bom Retiro. Ao casar, sr. Srul e esposa foram para a MoocaEm Franca havia aproximadamente 40 famílias judias, entre elas Tabacow e Steinberg. Sr. Moyses Simantob, pai da sra. Habibe, fazia parte da comunidade judaica da Mooca. Sra. Habibe cita algumas famílias que fizeram parte da Penha/Tatuapé, entre elas famílias Igel, Cuchnir, Fischbein, Schnaider, Taim, Schor.
Por sua vez, sra. Habibe indicou o irmão, José Simantob Netto, para conversarmos. Sr. José lembrou que a comunidade judaica do bairro era unida, e, quando criança, muitos iam juntos para a sinagoga. Diz possuir, também, documentos. Citou o sr. Sansão Woiler, sr. Yaco Bitelman, Moises Fischman e Regina Igel, de quem já pude estar em contato por e-mail e publicar as histórias que me passou.

Quando questionei quem morou ou mora no bairro da Penha e ainda possui fotos do edificio da antiga Sinagoga/Sociedade Religiosa Israelita da Penha, Ulisses Vidal , no Facebook indicou-me Flávio, da Gazeta Penhense. Contato que ainda necessito fazer...

domingo, 19 de março de 2017

Sociedade Religiosa Israelita da Penha

Rua Raul da Rocha Medeiros, 97- GoogleMaps-Street View-out2015

Sociedade Religiosa Israelita da Penha, segundo dados da enciclopédia Judaica, foi fundada em 12 de outubro de 1953. Localizava-se na Rua Antonio de Barros, transferindo-se, em 1956 para sua sede na Rua Raul da Rocha Medeiros, 97/99. 

Mantinha uma sinagoga e atividades culturais.

Rua Raul da Rocha Medeiros, 97-GoogleMaps


A primeira diretoria era composta por Moises Rof, Boris Sapojnik, Wolf Dortdorchik, Mordechai Wainer, Bension Wassong, Yehuda Fischman, Berel Greller, Moises Gorman, Arthur Kushnir, Moises Igel, Aron David, Ovsej Fischbein, Isachar Gampel, Herman Schnaider, Sara Taim, Pinchas Schorr.

Em agosto de 2016, o sr. Helio Pilnik comentou que "ainda existe o prédio da sinagoga do Tatuapé na Rua Raul da Rocha Medeiros, travessa da Av. Celso Garcia.No início deste ano passei por lá e fiquei admirando-a por alguns instantes . É mais um prédio para ter a sua arquitetura estudada...O prédio foi construído com o objetivo de abrigar a comunidade do Tatuapé e da Penha. Está desativada desde a década de 70, e o prédio foi vendido pela Fisesp. O prédio atualmente está ocupado com objetivos comerciais."


Foto do livro "A História dos Judeus em São Paulo"
 de Henrique Veltman- Ed. Expressão e Cultura- pg.38
O sr. Abrao Bernardo Zweiman  lembrou que as placas da Sinagoga da Penha e os Sifrei Tora se encontram na Sinagoga do Renascença. Quando a Sinagoga da Penha foi desativada os valores obtidos foram destiandos ao Renascença com a condição de que os frequentadores da Sinagoga da Penha pudessem frequentar a Sinagoga do Renascença nos Iamim Noraim.

Lucia Chermont no artigo "Migração judaica na cidade de São Paulo (1960 – 1970)  do XXVII Simposio Nacional de Historia-ANPUH-2013, relata que "a Sra. Póla Antonieta Bergel Cohen...depois de casar foi morar no bairro da Penha, não porque escolheu, mas porque não encontrou nada para alugar nos bairros de Perdizes e Pompeia e porque seu marido, que era dentista, tinha um consultório naquele bairro. Quando relatou o porquê de sua saída da Penha, disse que...o motivo principal foi a educação dos filhos. Ela traz várias informações sobre a vida social judaica no bairro. Conta que as famílias judaicas tinham uma comunidade, também judaica, organizada e constituíram território com sinagoga e uma pré-escola. Sua filha mais velha fez só o pré- primário numa escola da região, pois não havia na sinagoga..."

Já Rachel Mizrahi Bromberg em seu livro “Imigrantes Judeus do Oriente Medio: São Paulo e Rio de Janeiro” comenta: "Rebecca Simantob casou-se com Toufic Simantob e a família fixou residência na Penha, passando a frequentar a Sinagoga Ashkenazi do bairro, só indo para a Mooca nas Grandes Festas...” https://books.google.com.br/books?isbn=8574801623

domingo, 12 de março de 2017

O Bairro da Penha

A Penha tem suas raízes ligadas diretamente à história de São Paulo. Um dos bairros mais antigos da capital, foi por seus caminhos que, nos anos de 1600, os bandeirantes buscaram indígenas para escravizá-los.

A data da fundação da Penha, é incerta, mas a data mais citada é a de 5 de setembro de 1668, quando foi concedida uma sesmaria ao padre Mateus Nunes da Siqueira que já possuía uma fazenda no local e havia construído uma capela. O primeiro documento de 1667, refere-se a uma doação em testamento.

No século XVII, a região era passagem obrigatória para os viajantes que se deslocavam entre São Paulo, Vale do Paraiba e Rio de Janeiro.

Em 22 de março de 1796, a Penha foi elevada a categoria de freguesia, englobando regiões que hoje formam os bairros de Guaianazes, São Miguel, Ermelino Matarazzo e Vila Matilde. É deste período que data a Igreja N.S. do Rosário dos Homens Pretos, construída e destinada aos escravos. Com a manutenção de sua estrutura de taipa de pilão intacta, foi tombada pelo Condephaat em 1982, em detrimento da Igreja Matriz. 

A Penha, até o início do século 20, não passava de um pequeno vilarejo com algumas chácaras. Porém é interessante notar que em 9 de julho de 1924,  o bairro da Penha foi sede do governo estadual paulista quando Carlos de Campos, presidente do estado, foi forçado a abandonar o palácio dos campos Elisios, após ser atacado pelas forças revolucionárias durante a Revolução de 1924. 

Com a industrialização e urbanização da cidade, o bairro passou a receber parte da população operária, o que o caracterizou até meados da década de 60 como um bairro estritamente "dormitório". Já nos anos 70, o comércio local desenvolveu-se, e a inauguração da estação Penha do metrô, em 1986 impulsionou a modernização, proporcionando uma infra-estrutura auto-suficiente para região, com colégios públicos e particulares, um sistema de transporte, hospitais, parque e bibliotecas. 

O bairro residencial, aonde coexistem casas antigas e edifícios modernos, transformou-se também em um centro comercial para zona leste da cidade, possuindo além das já tradicionais lojas de rua, o Mercado Municipal da Penha, ou “Mercadão”, inaugurado em 1971, e um shopping center inaugurado em 1992. As principais ruas comercias do bairro são: Rua Padre João, Rua Dr. João Ribeiro, Avenida Penha de França, Praça 8 de Setembro e Largo do Rosário...

Como podemos ler nos links indicados abaixo, a Penha guarda ainda vários monumentos de sua história como igrejas, a ladeira da Penha, o prédio onde funcionava o cinema São Geraldo, o Conservatório João Paulo 2º, ruas e praças que levam nomes de personagens importantes do bairro como Maria Carlota - moradora que muito investiu no bairro nos seus primórdios - e Dona Micaela - famosa negra vendedora de doces da virada do século.

Um fato interessante pode ser lido no artigo "Os judeus de São Paulo", da Revista Morashá (Ed. 69 - Setembro de 2010): A política, até o começo do século XIX, proibia a entrada no pais de praticantes de outras religiões, que não a Católica Romana. Sendo assim, não viveram judeus em São Paulo até esta época, porém em alguns momentos, cristãos-novos judaizantes moraram na cidade. “Deles merece destaque o agricultor Teotónio da Costa Mesquita (1660–1686), morador em Santo Amaro, e o comerciante Miguel de Mendonça Valladolid (1694-1731), que viveu num sítio no bairro da Penha, ambos denunciados como praticantes ocultos do judaísmo, que foram julgados culpados de acordo com a legislação da época e queimados vivos por esta opção de vida.” ( http://www.morasha.com.br/brasil/os-judeus-de-sao-paulo.html