domingo, 12 de março de 2017

O Bairro da Penha

A Penha tem suas raízes ligadas diretamente à história de São Paulo. Um dos bairros mais antigos da capital, foi por seus caminhos que, nos anos de 1600, os bandeirantes buscaram indígenas para escravizá-los.

A data da fundação da Penha, é incerta, mas a data mais citada é a de 5 de setembro de 1668, quando foi concedida uma sesmaria ao padre Mateus Nunes da Siqueira que já possuía uma fazenda no local e havia construído uma capela. O primeiro documento de 1667, refere-se a uma doação em testamento.

No século XVII, a região era passagem obrigatória para os viajantes que se deslocavam entre São Paulo, Vale do Paraiba e Rio de Janeiro.

Em 22 de março de 1796, a Penha foi elevada a categoria de freguesia, englobando regiões que hoje formam os bairros de Guaianazes, São Miguel, Ermelino Matarazzo e Vila Matilde. É deste período que data a Igreja N.S. do Rosário dos Homens Pretos, construída e destinada aos escravos. Com a manutenção de sua estrutura de taipa de pilão intacta, foi tombada pelo Condephaat em 1982, em detrimento da Igreja Matriz. 

A Penha, até o início do século 20, não passava de um pequeno vilarejo com algumas chácaras. Porém é interessante notar que em 9 de julho de 1924,  o bairro da Penha foi sede do governo estadual paulista quando Carlos de Campos, presidente do estado, foi forçado a abandonar o palácio dos campos Elisios, após ser atacado pelas forças revolucionárias durante a Revolução de 1924. 

Com a industrialização e urbanização da cidade, o bairro passou a receber parte da população operária, o que o caracterizou até meados da década de 60 como um bairro estritamente "dormitório". Já nos anos 70, o comércio local desenvolveu-se, e a inauguração da estação Penha do metrô, em 1986 impulsionou a modernização, proporcionando uma infra-estrutura auto-suficiente para região, com colégios públicos e particulares, um sistema de transporte, hospitais, parque e bibliotecas. 

O bairro residencial, aonde coexistem casas antigas e edifícios modernos, transformou-se também em um centro comercial para zona leste da cidade, possuindo além das já tradicionais lojas de rua, o Mercado Municipal da Penha, ou “Mercadão”, inaugurado em 1971, e um shopping center inaugurado em 1992. As principais ruas comercias do bairro são: Rua Padre João, Rua Dr. João Ribeiro, Avenida Penha de França, Praça 8 de Setembro e Largo do Rosário...

Como podemos ler nos links indicados abaixo, a Penha guarda ainda vários monumentos de sua história como igrejas, a ladeira da Penha, o prédio onde funcionava o cinema São Geraldo, o Conservatório João Paulo 2º, ruas e praças que levam nomes de personagens importantes do bairro como Maria Carlota - moradora que muito investiu no bairro nos seus primórdios - e Dona Micaela - famosa negra vendedora de doces da virada do século.

Um fato interessante pode ser lido no artigo "Os judeus de São Paulo", da Revista Morashá (Ed. 69 - Setembro de 2010): A política, até o começo do século XIX, proibia a entrada no pais de praticantes de outras religiões, que não a Católica Romana. Sendo assim, não viveram judeus em São Paulo até esta época, porém em alguns momentos, cristãos-novos judaizantes moraram na cidade. “Deles merece destaque o agricultor Teotónio da Costa Mesquita (1660–1686), morador em Santo Amaro, e o comerciante Miguel de Mendonça Valladolid (1694-1731), que viveu num sítio no bairro da Penha, ambos denunciados como praticantes ocultos do judaísmo, que foram julgados culpados de acordo com a legislação da época e queimados vivos por esta opção de vida.” ( http://www.morasha.com.br/brasil/os-judeus-de-sao-paulo.html


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