terça-feira, 29 de outubro de 2019

Identificação do bairro: Higienópolis

Região de Higienópolis-Mapeamento Sara 1930
Mapa Digital da Cidade de São Paulo
GeoSampa Mapa-Prefeitura de São Paulo
http://geosampa.prefeitura.sp.gov.br/PaginasPublicas/_SBC.aspx#

Podemos ler em diversos sites sobre o bairro de Higienópolis, situado na região central da cidade, nos distritos da Consolação e Santa Cecília. Relatos indicam que sua história começa no século 16, com a sesmaria do Pacaembu (que englobava Higienópolis, Pacaembu e Perdizes), doação de Martim Afonso de Souza aos jesuítas, e dividida em Pacaembu de Cima(Higienópolis), do Meio e de Baixo. Correspondia a uma extensa região delimitada pelo caminho dos Pinheiros (atual rua da Consolação), Emboaçaba (atual avenida Dr. Arnaldo) e pelo córrego Água Branca. 

Através de determinação do Marquês de Pombal, os jesuítas foram expulsos em 1760, seus bens foram confiscados e vendidos, incluindo, entre estes, as sesmarias. Loteou-se a região, em chácaras, áreas urbano-rurais, que passaram a serem ocupadas por palacetes de destaque e com vastas áreas de jardins e pomares. Pode-se citar neste contexto a antiga residência da família Prado, construída em 1884, atual Clube São Paulo, localizado entre as Ruas Martinico Prado e D. Veridiana, hoje bastante descaracterizado. Ou então a conhecida Chácara Vila Maria, mansão de D. Veridiana Valeria da Silva Prado, filha do barão de Iguape, um dos locais preferidos dos intelectuais e da elite paulistana para seus encontros e discussões, como a Semana de 22. Instituições foram erguidas no período, como a Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, inaugurada em 1884; o Mackenzie, construído em 1874, no terreno de parte da antiga chácara de Dona Maria Antônia da Silva Ramos; e o Hospital Samaritano de São Paulo, de 1892.

Com o crescimento da cidade, as antigas terras do Barão de Ramalho, e do espólio do padre pernambucano Wanderley, foram compradas em 1893 por Martin Buchard e Victor Nothmann, dando início à construção de um loteamento planejado, e de alto-padrão na cidade, destinado especificamente para a elite paulistana. Inicialmente denominado "Boulevard Bouchard", acabaram por englobar também os já existentes sítios de Dona Veridiana e de D. Angélica. A publicidade do empreendimento, à época, ressaltava o fornecimento de água e esgoto, iluminação a gás, arborização, linhas de bonde, divulgando-o como o maior loteamento em extensão territorial e importância socioeconômica. O loteamento foi dividido em 2 fases, com lotes de 700 a 1000m², aberturas de vias como a Avenida Angélica, Rua Maria Antonia e D. Veridiana. As mansões do bairro reproduziam, no período, os modelos franceses, os móveis, o material de construção. Até a planta das casas provinham da Europa. Uma das mais conhecidas da época, a Vila Penteado, foi construída em 1902, no estilo art nouveau, projetada pelo engenheiro sueco Carlos Ekman.

O bairro foi ocupado por famílias ilustres e tradicionais da aristocracia paulistana, entre eles os fazendeiros, comerciantes estrangeiros, profissionais liberais, muitos deles antigos moradores da região dos Campos Elíseos.

Esta região foi uma das primeiras regiões da cidade a priorizar o saneamento e a higiene com encanamento de esgoto e fornecimento de água. Esse detalhe marcou o nome de Higienópolis (cidade ou lugar de higiene) devido às suas características.

Em 1900 inaugurou-se a linha de bonde elétrico da Vila Buarque, propiciando o desenvolvimento do bairro. O "bonde 25" atraía visitantes devido à arquitetura e ao luxo da área.

Com o processo de verticalização do bairro e a demolição de grande parte dos antigos casarões que o caracterizavam, um dos primeiros após o Centro Histórico da cidade, a região começou a assumir um caráter de destaque pelo qual se tornou conhecido, recebendo grande quantidade de investimentos imobiliários. Podemos citar o Condomínio Edifício Alagoas (1933, Construtora Barreto Xandi & Cia), o Edifício Santo André (de Francisco Matarazzo e de Jacques Pilon, na Rua Piauí esquina com Av. Angélica,o primeiro edifício a usar estacas tipo Franki em sua fundação), o Edifício Augusto Barreto, o D.Pedro II, o Edifício Santa Amália (1943, de Francisco Matarazzo Netto), o Edifício Higienópolis (1943), o Edifício Rubayat, o Edifício Teresópolis, o Edifício Louveira (1946, de Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi), Edifício Prudência(1944,de Rino Levi), D.João V (de Adolpho Lindenberg) Brasil Colonia, Brasil Império, Brasil República, Lindenberg, Mansão Orlandina Rudge Ramos, Mansão Michelangelo, Mansão Verlaine, Barão de Antonina, Barão de Jundiaí, Marquês de Três Rios, Solar do Conde, Príncipe de Galles, Professor Vilaboim, Paulistania, São Clemente, Lafayette, Bretagne(1959) e o Edifício Parque das Hortênsias (1957, ambos de de João Artacho Jurado), o Edifício Piauí (1949) e o Edifício Cinderela (1956, de Adolpho Lindenberg), os Edifícios Santa Francisca e Santa Cândida (1963)

No final de 1999 foi inaugurado no bairro o Shopping Pátio Higienópolis, surgiram estações de metrô próximas ao bairro (Estação Marechal Deodoro, República e Santa Cecília, Higienópolis-Mackenzie), e o bairro continua seu crescimento e ocupação.

O aumento na população neste bairro deve-se, também, à mudança de moradores de outros bairros de São Paulo, muitos deles profissionais liberais, funcionários, estudantes, comerciantes, industriais, assim como a uma parcela da comunidade judaica, proveniente do Bom Retiro, trazendo consigo colégio e sinagogas. Mesmo após a abertura de outros bairros de perfil elitizado, Higienópolis manteve-se como uma área valorizada.

A pesquisadora Lucia Chermont, em seu livro “Memória e Experiência de Judeus de Higienópolis e Arredores, São Paulo (1960-1970)” (Dissertação  de Mestrado em História- Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2011 Primeiro orientador: Peixoto, Maria do Rosário da Cunha, Educ-Annablume) relata sobre a migração judaica para o bairro, verificando as formas como esta ocupação se deu a partir da década de 1960, as diversas instituições judaicas que se transferiram para o bairro ou que escolheram tal local para construírem as suas sedes, os anos 1950 e 1970, com a chegada dos judeus egípcios e, posteriormente, sírios e libaneses, a mudança do Bom Retiro para Higienópolis...  
Você frequenta qual sinagoga no bairro de Higienópolis? Gostaria de compartilhar alguma história, memórias, possui fotos, documentos das sinagogas do bairro? Escreva para myrirs@hotmail.com !

Sites e fontes de consultas:
Higienópolis: grandeza de um bairro paulistano HOMEM, Maria Cecília Naclério. 2. ed. São Paulo: Edusp, 2011, 280 p. ISBN: 978-85-314-1292-9  www.revistas.usp.br/posfau/article/download/48318/52176/

domingo, 20 de outubro de 2019

Sinagoga da Sociedade Hebraico Brasileiro Renascença - Higienópolis


Torót da Sinagoga Renascença
O edifício do Renascença de Higienópolis foi inaugurado em 25 de outubro de 1981, à Rua São Vicente de Paula, porém desde o início da década de 1970 já se discutia a necessidade de um espaço próprio. Com terreno adquirido em 1973, e vários projetos propostos, em 1974 foi dada a entrada da planta na Prefeitura, sendo a construção do edifício iniciada em 1975. Realizou-se naquela época uma campanha de novos sócios e arrecadação de fundos. Em 1981 foi também adquirido um terreno à Rua Dr. Veiga Filho, destinado à instalação da pré-escola.

Após a inauguração do novo prédio do Renascença o projeto da sinagoga foi postergado, por ser necessária a obtenção de novos recursos financeiros. Sr. Leon Feuerstein foi escolhido como presidente da Comissão Sinagogal, sendo as Grandes Festas realizadas, naquele período, em espaço improvisado. Os serviços religiosos ficaram sob supervisão do Rabino Dr. Michael Leipziger, e posteriormente do sr. Eugenio Vineyard, até o ano de 1995. O sr. Abrão Oberman trabalhou como chazan nas cerimônias.

As obras da sinagoga tiveram início em 1983, tendo o engenheiro sr. Alexandre Wainberg acompanhado a construção. Sr. Isac Trejger, presidente na ocasião, e sr. Leon Feuerstein, vice-presidente, além do Muterat da escola buscaram angariar fundos para que a sinagoga se tornasse realidade. A pequena sinagoga foi concluída em 1985, local dos serviços religiosos diários. Já em 3 de outubro de 1986, ocorreu a inauguração da sinagoga na sede da escola da Rua São Vicente de Paula. Com a presença das crianças, colocou-se as mezuzót, chazan Oberman realizou o serviço religioso, e com o toque do shofar, introduziram os Sifrei Torah na sinagoga.

A partir de 1992, as cerimônias de Bat-Mitzva, antes realizadas no Bom Retiro, na CIP e no clube A Hebraica, passaram a serem realizadas na sinagoga do Renascença em Higienópolis.

As informações acima constam do livro “Renascença, 75 anos/1922-1977”, publicação realizada pela Sociedade Hebraico Brasileiro Renascença e Projeto e Coordenação Editorial de Roney Citrinowicz. A pesquisa histórica e a edição tiveram o apoio cultural do sr. Samuel Klein. 

O sr. Abrão Bernardo Zweiman  lembrou que as placas da Sinagoga da Penha e os Sifrei Tora se encontram na Sinagoga do Renascença. Quando a Sinagoga da Penha foi desativada os valores obtidos foram destinados ao Renascença com a condição de que os frequentadores da Sinagoga da Penha pudessem frequentar a Sinagoga do Renascença nos Iamim Noraim.

O artigo “Educação judaica no Brasil” de Jayme Pinky, publicado na Revista Shalom, (nº 97, ano VIII), apresenta o Renascença e a questão das sinagogas... “o Renascença não é apenas uma escola judaica. É uma escola judaica no Brasil... é preciso compreender o que ela vem representando e o que é essa comunidade que essa escola deve representar... Começa então a criar aqui as instituições que ele valoriza na Europa. A vida cultural fica centralizada em torno, evidentemente, da sinagoga. É fundamental a importância dessas sinagogas. Criam-se pequenas salas em primeiro lugar, onde os homens se reúnem. Depois constróem-se sinagogas nos padrões da Europa Oriental. Com o tempo, surge uma sofisticação e começa-se a construir sinagogas com característica físicas diferentes... Surge o problema educacional: “eu quero educar meu filho dentro dos padrões que eu considero válidos. Então eu coloco meu filho junto a uma Sinagoga”. E se formos verificar quase todas as escolas judaicas estão ligadas a uma sinagoga. Algumas, depois, desligam-se delas, mas outras, até hoje, estão ligadas...”  

Você frequenta ou frequentou a Sinagoga do Renascença? Possui fotos, documentos, memórias? Frequenta outra sinagoga da cidade? Compartilhe suas informações!!! Escreva para myrirs@hotmail.com

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Sinagoga Ahavat Reim -The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art


Sinagoga Ahavat Reim 
The Bezalel Narkiss Index of Jewish Art  
The Center for Jewish Art 
The Hebrew University of Jerusalem

District: Bom Retiro – São Paulo – SP – Brazil

Location:  Guarani Street

Founded: This synagogue was founded by immigrants from Poland (Lodz, Warsaw and region) about 80 years ago. Initially located on Prates Street, and then on Correia de Melo Street (for a short time), it was installed on Guarani Street, after the purchase of a land in 1944 and the construction of the building on the site. In 1945 the synagogue was already in operation, as an institution and as a very organized Community.

Description of the building: The building of this synagogue has the similar configuration, format and design of the other synagogues of the same period. A gate and walls separated the synagogue from the street, forming a small internal space. A distribution hall led to the male section and a ladder led us to the female sector. On the walls of this hall there was a mural of remembrance and homage to deceased patrons. This situation continues today. The roof of the synagogue, above the Bimah, was made of wood with glass, detail that provided natural light in the internal space of the synagogue throughout the day. In the male section, Aron Hakodesh stood in the middle of the hall, by the left wall of the person entering the room. The wooden benches, formerly, were lined up and facing this wall. There was a small ladder and rail in front of the Aron Hakodesh, which was flanked by pilasters. The floor was also made of wood. There were the Mazalots / Zodiac signs around the Aron Hakodesh, and some paintings on the walls, such as that of Kotel Hamaaravi. The lions next to the "Tables of the Law", Maguen David, and the "Ner Tamid" above the Aron Hakodesh were present, as well as details of the wall, in the women's gallery, with paintings in their frames, and which allowed visibility to the male sector.

Current state:  With the change of the majority of visitors to other districts, the participation in the synagogue decreased, making it difficult to maintain (from the 1980s to the 2000s), and even the formation of minians. The building of the Ahavat Reim Synagogue has been little changed, despite the reforms and modernizations it has undergone. An invitation to Rabbi Pessach Kauffman, the work he does there, the reform of the synagogue, with the donation of Mr. Samuel Klein and the Korn family, and among others, made it possible for the Ahavat Reim Synagogue to be built up to this day. Rabbi Kauffman said that he initially acted in this synagogue at the Great Holidays, reactivating it, however, from 2010, when it was possible to concretize a project to revitalize the space and its operation. A refurbishment of the electrical part, kitchen, toilets and air-conditioning was made possible by Mr. Samuel Klein. In 2012 a big party was held at the time of the donation of a new Sefer Tora by the family of dr. Reinaldo Klass and a new Sefer Torah was also donated by the Safra family. Nowadays the synagogue has 3 new Torót, and also maintains the oldest ones. In 2014 a new renovation was carried out, replacing the old wooden and worn floor with a new one. The interior of Aron Hakodesh has also been redone. At this time new banches were donated by the synagogue president, mr. Samuel Korn, considering that the old wooden benches had problems. The roof of the synagogue, above Bimah, is not currently wooden with glass. Several events over the years have been held. Former attendants and relatives of the founders continue to participate in the synagogue, but also young people and relatives previously unconnected to it began to attend it. The gate and the walls that separated the synagogue from the street have already been replaced by higher walls and new gates. 

Nowadays, a painted plate in the color blue, in the same color of the gates limits the vision of who walks by the Guarani Street. In the male section, the Aron Hakodesh remains in the same position at the time of construction, in the middle of the hall, on the wall to the left of who enters to the room. However, the seats are positioned towards the center of the room. The ladder and grate that lay ahead of Aron Hakodesh was removed, eliminating its separation from Bimah. The pilasters next to the Aron Hakodesh remain, now darker blue. The old Mazálot / zodiac signs are no longer present, as are some paintings on the walls. The lions that line the "Law Tables", Maguen David, and the "Ner Tamid" above of Aron Hakodesh, remain prominent. Details of the wall, in the women's gallery, remain, with paintings in their frames.


sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Rosh Hashana e Yom Kipur 5780 nas Sinagogas de São Paulo


Rosh Hashana e Yom Kipur de 5780 são celebrados nas Sinagogas de São Paulo e aqui compartilho algumas das divulgações feitas e compartilhadas em sites na internet, ou encaminhadas por e-mail...

Um ano doce, de muitas alegrias, de saúde, de paz, de ótimo sustento e união. Shnat Shalom, Shnat Achavá, Parnassá Tova VeBriut!

Que sejamos confirmados no Livro da Vida!

Shabat Shalom e Gmar Chatimá Tová!