quarta-feira, 10 de março de 2021

A comunidade judaica de São Bernardo e migrações no Estado de São Paulo

Capa do livro "Coragem, trabalho e fé"
A história da Comunidade Judaica
na Região do ABC paulista
Anna Gedankien

Como tem sido possível verificar ao longo do tempo, neste trabalho de pesquisa e de busca de informações sobre as comunidades judaicas de São Paulo e suas sinagogas, por diversos momentos, e também por variados motivos, ocorreram deslocamentos e mudanças de cidade, por parte destas comunidades, dentro do Estado de São Paulo. Estas migrações levaram, muitas vezes ao encolhimento da comunidade judaica no interior paulista e ao fechamento de suas sinagogas.

A busca e divulgação de detalhes sobre comunidades judaicas de cidades ainda não citadas no Blog permanece. Por exemplo, Bruno Blanco lembrou que a professora Eva Blay citou, numa live, que o pai frequentava uma Sinagoga em Jau SP nos 1920-1930. Como Bruno escreveu, “Jau fica um pouco antes de Bauru (Essa fica uns 100 km distancia de Marilia)”. Noa Leal questionou se há alguma notícia sobre Leme.

No livro “Coragem, trabalho e fé - a história da comunidade judaica na região do ABC paulista”, de sra. Anna Gedankien, a autora cita a família Berger, que optou por viver em São Bernardo, em 1944, após morar em Catanduva. E nos conta que o sr. Marcos Berger foi a primeira pessoa da comunidade judaica a chegar na cidade.

A cidade de São Bernardo, talvez por carecer de uma estação ferroviária, foi a cidade do ABC que menos recebeu os imigrantes judeus, não formando, também, uma sinagoga. Sra. Anna enfatiza que “seu número nunca ultrapassou duas dezenas, de modo que os residentes de São Bernardo, logo se uniram à comunidade de Santo André”. A autora também nos informa que sra. Acácia, esposa do sr. Marcos, escreveu dois livros autobiográficos. “Em Álbum de Família, a vida nas cidades de S. J. do Rio Preto e Catanduva é descrita em detalhes, assim como o período em que viveu em São Bernardo, entre 1945 e 1960”.

Parentes da família Berger também moraram na cidade, as famílias Kriwat, Plat, Shuster. Sr. Simão Leidbruder mudou-se para São Bernardo, proveniente de Santos e sr. David Hunovitch viveu na cidade na década de 1970, originário de Birigui. A família Goldfarb transferiu-se para São Bernardo em 1954, após morar em Novo Horizonte, cidade para a qual sr. Moishe Goldfarb seguiu ao chegar ao Brasil, em 1928.

Dr. Ramiro Stelmach, e sua esposa dra. Miriam estabeleceram-se na cidade, na década de 1950, ao se mudarem da Bahia, e dr. Aron Galante, nascido em Santos, atuou como médico em São Bernardo, exercendo também a presidência da Câmara Municipal, após ser o vereador mais votado em 1976. Sua esposa sra. Eni, foi eleita deputada estadual em 1987. Dr. Saul Goldenberg também trabalhou como médico em Diadema, na época em que era um distrito de São Bernardo.

Como informa o site da Prefeitura de São Bernardo do Campo (nome oficial), a cidade ficou, inicialmente, conhecida como a “capital dos móveis” pelo grande número de indústrias moveleiras que ajudaram a desenvolver a cidade no início do século XX, ramo em que muitos da comunidade judaica atuaram. Somente mais tarde passou a ser considerada o berço da indústria automobilística nacional.Quanto à data de fundação da cidade, vemos no site que “Conforme tradição oficializada no século XX, a idade de São Bernardo é contada a partir de 08 de abril 1553, data da fundação da Vila de Santo André da Borda do Campo por João Ramalho, que foi nomeado Alcaide (cargo semelhante ao de Prefeito)... Em 12 de Março de 1889, a lei n.38 foi sancionada pelo Presidente da Província, Pedro Vicente de Azevedo, oficializando-se assim a criação do Município de São Bernardo...”

Vamos compartilhar histórias das comunidades judaicas do ABCD paulista? Você, ou sua família, fazem ou fizeram parte destas, e de suas sinagogas? Possuem histórias, memórias, fotos a compartilhar? E em relação às demais cidades do Estado de São Paulo? E quanto à capital, alguma informação, documentos, fotos? Vocês fizeram parte, por exemplo, da sinagoga do Bnei Akiva? E de outras sinagogas do Bom Retiro...ou de outros bairros da capital? Vamos compartilhar nossas memórias etambém histórias da comunidade judaica e de suas sinagogas em São Paulo? Deixem um comentário aqui, ou escrevam para myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com

Um comentário:

  1. O Dr. Ramiro era o médico da família da minha mãe. Cuidava de todos muito bem.

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