quinta-feira, 22 de junho de 2023

Narrativas e memórias da comunidade judaica paulista e suas sinagogas

Sinagoga União Israelita Paulista

O resgate de raízes das comunidades judaicas que chegaram ao Estado de São Paulo, assim como detalhes das sinagogas, tanto da capital como do interior paulista, está sendo possível, em grande parte, através de narrativas e história oral de diversas famílias, imigrantes e migrantes, que tem se disposto a compartilhar suas memórias.

Compartilho aqui o relato inicial feito pelo Dr. Jaques Nigri, por indicação de sra. Esther Fuerte Wajman, ambas famílias frequentadoras das sinagogas do bairro da Mooca. Dr. Jaques morou à Rua Barão de Jaguara quando criança, aos noito e nove anos. A mãe, sra. Esther Nigri,  proveniente de Beirute, e o pai, sr. Carlos J. Nigri, proveniente de Seida, saíram do Líbano, já casados e chegaram ao Brasil, através do porto de Gênova, devido à Primeira Guerra Mundial, e à situação daquele momento, no Império Otomano. A família de Dr. Jaques frequentou ambas as sinagogas da Mooca, além da Sinagoga da Abolição e a do Brás. Dr. Jaques contou que estudou na Escola Israelita do Cambuci, estudou posteriormente odontologia, e formou-se na mesma turma do irmão de sra. Esther Fuerte Wajman, sua prima de segundo grau.

Atualmente aposentado, lembrou-se de diversas famílias da comunidade judaica do bairro da Mooca, entre elas as famílias Memran, Hadid, Politi e Simantob. Não possui fotos da época em que morou na Mooca, pois quem as guardava eram suas três irmãs mais velhas, hoje já falecidas.

Em breve uma visita à Sinagoga União Israelita Paulista será agendada, quando poderei revê-la, após alguns anos, e quem sabe, relatar novas histórias e compartilhar fotos.

Faça parte do resgate das memórias familiares, compartilhando fotos, documentos e objetos, tanto das sinagogas e comunidade judaica da Mooca, como dos demais bairros da capital e cidades do interior paulista.

Encaminhe um relato, ou entre em contato comigo, através dos e-mails myrirs@hotmail.com ou myrinhars@gmail.com

domingo, 4 de junho de 2023

Uma nova visita à Sinagoga Israelita Brasileira, na Mooca

No dia 04 de junho de 2023 foi realizada uma nova visita à Sinagoga Israelita Brasileira, situada no bairro da Mooca. Neste dia tive a oportunidade de perceber que, em seu interior, a sinagoga permanece praticamente igual à de cinco anos atrás, época em que realizei o desenho ao lado. 

A Bimah/Tevah, em madeira, onde se realizam as leituras da Torah (rolo com os primeiros cinco livros da Bíblia) e da Haftarah (Profetas) permanece conservada. Da mesma forma, o Aron Hakodesh/Hekhal, o armário que guarda em seu interior as Torot e a Haftarah acondicionadas em caixas de madeira, também está preservado. O mesmo pode ser verificado na cortina vermelha que protege o Aron Hakodesh (Parochet), nos rimonim (enfeites das Torot) apoiados na Bimah/Tevah, nas menorot (candelabros) fixos nas paredes, na pintura destas, no piso frio, nos tapetes ali presentes e nos mesmos bancos de plástico, e respectivas mesas.

A fachada desta sinagoga, e da Sinagoga da Sociedade União Israelita Paulista permanecem, de certa forma, inalteradas. Estas duas sinagogas, como já publicado anteriormente, fazem parte da história da comunidade judaica da Mooca.

Sobre a comunidade, sinagoga e histórias, conversei, em maio de 2023, com a sra. Esther Fuerte Wajman, por indicação de sra. Betti Epelbaum. Sra. Esther morou na Mooca, estudou na Escola Estadual Firmino de Proença e frequentou com a família a Sinagoga Israelita Brasileira. O pai, Yehudá Fuerte (Leon), nascido no Libano e a mãe, sra. Adelia, originária de Tzfat, conheceram-se no Rio de Janeiro, na Ilha de Paquetá, e rumaram, depois, para a capital paulista. Sra. Adelia era costureira, e chegou a costurar diversos vestidos de noiva para a comunidade judaica da Mooca. Sra. Esther, pianista, concertista e cantora, continua atuando.  E seus filhos, Luciano e Fabio, são médicos.

A Mooca também acolheu algumas famílias de origem ashkenazi, a exemplo da família de minha mãe, como divulgado na ultima postagem, assim como a de Leizer Susskind (Luiz) e sua esposa Raquel, que moravam no fundo de sua loja, na Rua da Moca 2292, a “Casa Ritz”. Esta informação foi encaminhada pelo sobrinho, sr. Marcos Susskind, em e-mail enviado em maio de 2023. Sr. Marcos contou que viveram dezenas de anos. Escreveu: “Meu outro tio, primo dele, Elias Susskind, viveu na Rua da Mooca esquina Rua Orville Derby. Também ele tinha uma loja: “Casa Jung”. Era casado com Caia Susskin (Clara) e lá viveram seus quatro filhos: Gerszin, Elusa, Zina e Débora”.

Nas páginas do Facebook podemos ler os comentários relacionados à comunidade judaica da Mooca. Alguns exemplos: 

Carlos Adissi: Linda historia, meus pais conheciam a família Chatah, que tinham uma loja na Mooca”.

Lili Muro: “Também estudei com a Dorinha no Grupo Escolar Eduardo Carlos Pereira. Era linda a construção, tinha acabado de se inaugurado, no ano de 1946. Passei por lá alguns anos atrás, nem parece o mesmo prédio. Feio e velho. Que pena!”

Regina Zeituna:Nós morávamos na Rua Coronel Cintra”

Leandro Brudniewski indicou Moyses Chatah e Carla Spach indicou Elia Chatah, deixando um comentário: “Conheci bem a familia há algumas décadas. O Elia é o filho do meio da dona Lorice Chatah, que, infelizmente, já faleceu. Encaminhei sua mensagem a ele”.

Suzete Scenegaglia Zeituna: “Eu conheci a tia Lorice, como eu a chamava, ela era tia de um grande amigo, muita saudades, e eu, às vezes, ia à sinagoga da Rua Odorico Mendes”.

Washington F. Londres: “O grupo é basicamente formado pelos mesmo que também inauguraram o Templo Sidon, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, que está em atividade até hoje”.

Carlos Da Rosa: “A sinagoga do meu avô! Eu cheguei a conhecer”.

Você, ou seus familiares, gostariam de compartilhar informações, escrever um texto para divulgar aqui no blog? Frequentaram ou frequentam as sinagogas da Mooca, ou a Monte Sinai em Higienópolis, moraram na região da Mooca, ou em bairros próximos?

Teriam alguma informação sobre as comunidades judaicas da capital e das cidades do interior paulista? Fotos, memórias, documentos? Escrevam para myrirs@hotmail.com . Vamos compartilhar as histórias, resgatando nossas raízes...