A busca por mais informações
sobre a Sinagogas da Penha permanece, aguardo o encontro com Regina Igel, Bela
Turecki, Zilda Bun Calencautcy e demais frequentadores desta Sinagoga, e também
mais informações, através de novos contatos, novas entrevistas, da busca de
material, documentos e plantas no local aonde foi construída, ou até em
arquivos históricos e órgãos públicos.
E vou prosseguindo na pesquisa,
agora focando o bairro de Pinheiros, Sinagoga Israelita de Pinheiros Beth Jacob e a comunidade judaica do bairro.
|
Acervo Fotográfico do arquivo Histórico de São paulo
|
O bairro de Pinheiros está localizado na região oeste da
cidade de São Paulo, ao longo do rio Pinheiros. É limitada pelo Rio Pinheiros, Av. Prof. Frederico Herman
Júnior, R. Natingui, R. Heitor de Andrade, caminho de pedestres entre a R.
Heitor de Andrade e a R. Cristóvão de Burgos, R.Paulistânia, R. Heitor Penteado, Av. Dr. Arnaldo,
Av. Paulo VI, R. Henrique Schaumann, Al. Gabriel Monteiro da Silva, R.
Groenlândia, Av. Nove de Julho, Av. Cidade Jardim,
até chegar novamente ao Rio Pinheiros.
Há divergências sobre a origem do nome de 'Pinheiros'. Geralmente
aceita-se que seja às grandes extensões de pinheiros nativos (Araucaria
brasilienses) que ali existiam.
Entretanto, como podemos ler no site da Wikipedia, “João Mendes de
Almeida, em seu livro Dicionário
Geográfico da Província de S.Paulo discorda
dessa versão. Segundo ele, os índios tupi chamavam o rio de Pi-iêrê, que significa
"derramado", em alusão ao transbordamento das águas que alagava as
margens. Por corruptela, a palavra Pi-iêre teria se transformado em Pinheiros.
A existência dos pinheiros, segundo o autor, serviu só para operar mais
facilmente a corruptela".
|
Foto Gazeta de Pinheiros |
O bairro é considerado pela grande maioria dos
historiadores como o primeiro bairro de São Paulo, tanto por suas origens
indígenas quanto portuguesas. Surgiu em meados do século XVI e serviu por muito tempo como passagem dos tropeiros para a Região Sul do
Brasil.
Lemos ainda nos sites indicados abaixo que “após a chegada dos jesuítas ao planalto que
originaria a cidade de São Paulo,
um grupo indígena se
instalou, por volta de 1560, às margens do rio Grande, posteriormente conhecido como rio Pinheiros”. Estabeleceram, uma nova
aldeia onde atualmente fica o Largo da Batata (assim conhecido desde 1920,
quando abrigava um mercado municipal e um entreposto onde imigrantes japoneses
vendiam batatas), um local protegido das habituais inundações das margens do rio. Essa região habitada pelos indígenas tornou-se uma vila
conhecida como Farrapos, e para a catequese dos índios foi erguida uma igreja.
Vemos também na Wikipédia que “A área
de Pinheiros naquela época correspondia ao território que se estende desde o Butantã até
parte do Pacaembu.
Pertencia a uma sesmaria doada
por Martim Afonso de
Sousa a Pedro Góes em
1532 e que, a partir de 1584 passou a
pertencer a Fernão Dias
Paes. Este último foi um dos responsáveis pela expulsão provisória dos jesuítas
do local, pois como bandeirante não concordava com a postura jesuíta
contra a escravização dos índios...”
“A vila indígena,
que passou a ser conhecida como Aldeia dos Pinheiros, ficava isolada da vila
paulistana devido à topografia da região, porém era importante por
causa do estreitamento das margens do rio Pinheiros, o que facilitava muito sua
travessia e acabou tornando-se um trecho obrigatório de diversos caminhos que
cruzavam a região, sejam de indígenas ou bandeirantes. Sua importância
acentuou-se com a construção de mais vilas ao sul e de uma ponte que atravessa
o rio, construída apenas no
século XVIII, ligando a região às vilas de Parnaíba, Cotia, Itu e Sorocaba. Essa ponte foi muito utilizada nos
séculos seguintes e, por ser destruída regularmente devido às enchentes, foi
substituída por uma de metal em 1865... Além da ponte, os
moradores custeavam também a manutenção do Caminho de Pinheiros que
levava ao centro da vila de Piratininga, passando pela atual rua Butantã, Largo
de Pinheiros, rua Cardeal
Arcoverde e rua da
Consolação...”
|
Site Estadão-SP antiga |
No início do século XVII o Caminho de Pinheiros era um dos mais destacados da Vila de São
Paulo, por ser o único acesso à aldeia e a outras terras além do rio. O
desenvolvimento econômico e populacional do bairro posteriormente foi causado
pelo sítio do Capão, uma propriedade altamente produtiva que se
localizava nas terras da sesmaria, principalmente quando esta se encontrava sob
comando de Fernão Dias Paes Leme, neto do antigo dono da sesmaria.
A região de Pinheiros
possuía também uma boa quantidade de quilombos, os esconderijos e moradas dos escravos que
fugiam de seus senhores e lá se instalavam devido às boas condições oferecidas
pelo bairro com sua abundância de terrenos baldios e mato muito espesso.
Em 1786 iniciou-se a
construção de estrada ligando Pinheiros aos campos de Santo Amaro, o que hoje corresponde à Av.
Faria Lima. Posteriormente, a estrada foi estendida até a Lapa, e este novo trecho recebeu o nome de Estrada da Boiada, hoje Av. Diógenes Ribeiro de Lima. Esta
região foi pouco habitada ao longo do século XIX, chegando ao seu final com 200
casas. A primeira padaria foi
inaugurada em 1890 e a segunda em 1900.
Havia um pouso para tropeiros e a economia era baseada em agricultura, carvoarias e, devido à excelente argila, olarias. Nestas eram fabricados tijolos e telhas que
aos poucos foram substituindo o pau a pique nas construções de toda a cidade de São Paulo.
A linha de bonde ligando
Pinheiros ao centro da cidade foi iniciada em 1904 e chegava até o cruzamento
da rua Teodoro Sampaio com a Capote Valente. Como não havia
um pátio de manobras, os bancos do bonde eram
virados. O Largo de Pinheiros foi alcançado apenas em 1909, após drenagem e aterro em
toda a área entre os dois pontos. O Mercado de Pinheiros foi inaugurado em 1910
onde agricultores locais e de Cotia, Itapecerica da
Serra, Carapicuíba, Piedade, MBoy, comercializavam seus produtos.
A urbanização, o progresso e desenvolvimento econômico da
região tiveram seu início apenas na época do ciclo do café no Brasil, principalmente em São Paulo, entre o final do século XIX e o começo
do século XX, e foi
constituído com o dinheiro proveniente das exportações do produto. Ao final do século XIX a região recebeu um bom número de imigrantes
italianos e,
posteriormente, já no século XX, de japoneses.
O bairro começou a se firmar como uma região de classe média, com grande
presença de comércio e indústrias.
Por volta de 1920 foi fundada
a Sociedade Hípica Paulista, em 1915, foi firmado um acordo entre o governo do Estado de São Paulo e a Fundação
Rockefeller para a
construção da sede da Faculdade de Medicina e Cirurgia de São Paulo.
Acordo que previa a criação de um hospital para ser utilizado no aprimoramento
dos estudantes e ao mesmo tempo no atendimento da população mais carente da
capital paulista e até do interior do estado. Este hospital, o Hospital das
Clínicas foi inaugurado oficialmente em 19 de abril de 1944. O hospital ainda é um dos principais da cidade e é
considerado o maior complexo hospitalar da América Latina.
Pinheiros possui uma grande e diversificada rede comercial (roupas,
sapatos, móveis, comidas e bebidas, bancos, etc) e uma intensa vida cultural
(bibliotecas, livrarias, casas noturnas e bares, feira de artes e antiguidades,
academias de dança, etc).
Segundo o site da prefeitura de São Paulo,
“o bairro de Pinheiros possui duas bibliotecas municipais, a Biblioteca Alceu Amoroso Lima, que possui
um acervo da memória do bairro para consulta e a Biblioteca Álvaro Guerra, que reúne
depoimentos de moradores sobre suas histórias de vida e do bairro em sua Estação
Memória.”