Rabino Levi contou-nos que a maçonaria- Loja David Iampolski-
alugou um salão da sinagoga, e isto ajudou a mante-la por mais ou menos 20
anos. Pelo que pudemos verificar, o edifício da sinagoga já passou por algumas
reformas e pequenas alterações, como a instalação de aparelhos de
ar-condicionado e a execução recente de uma cozinha Kasher..
Em termos do projeto arquitetônico, esta
sinagoga assemelha-se às demais sinagogas de São Paulo, do mesmo período de sua
fundação, como as do Brás, Cambuci, Peretz, já comentadas neste blog. Possui um
piso para a ala masculina, ao fundo o Aron Hacodesh, sobre este dois leões em madeira ladeando os Luchót Habrit e a Bimá à frente. Um corredor central, com
fileiras de cadeiras laterais que substituem os bancos originais de antigamente.
Estes foram mantidos somente próximos ao Aron Hacodesh.
Duas galerias femininas,
nas laterias do primeiro piso, estão ocupadas por cadeiras conservadas. Uma
mureta, mais alta do que nas demais sinagogas já visitadas, impossibilita, de
alguma maneira, a visão de quem venha a ocupar tais lugares. Nos shabatot de
hoje em dia, a ala feminina situa-se na parte posterior do setor masculino,
separada apenas por uma divisória...a “mechitzá”.
Diferentemente dos edifícios das outras
sinagogas, o acesso à ala masculina faz-se diretamente pelo piso da entrada, e
não através de escadarias laterais. A porta de entrada desta ala, em arco e de
folha dupla, é feita em madeira e está bem conservada.
As janelas, retangulares ou em arco,
em vidro martelado, situam-se na lateral, porém é possível notar, na atual sala
do rabino, uma janela em arco com uma Maguen David. Um corredor lateral leva ao amplo salão para
kidush, situado ao fundo da sinagoga.
Neste dia de visita Rabino Levi mostrou-nos
as Torót, uma Meguila e um “yad” antigos que permanecem em uso, assim como o Ner
Tamid os candelabros com lâmpadas e quadros com algumas rezas como o Yzkor.
Um detalhe interessante é o fato de que aqui,
não estão presentes os Mazalót, nem as “plaquinhas” dos bancos, que poderiam identificar os
contribuintes na ocasião da fundação desta, como encontramos nas demais
sinagogas. O que vemos sim é uma ampla placa à entrada, com os nomes dos fundadores,
e uma placa da ocasião da reforma desta. Mas disto falaremos no próximo post...
Um detalhe interessante é o comentário de Mirella Rabinowicz, que escreveu-me...
Um detalhe interessante é o comentário de Mirella Rabinowicz, que escreveu-me...
“Bom dia
Myriam,
li com muito interesse seu blog,
principalmente o que se refere à sinagoga Beth Jacob de Pinheiros, aonde o meu
filho é o rabino. Apenas como curiosidade: Casei-me em janeiro de 1985 e residi até novembro na R.
Oscar Freire. Meu contrato era por apenas um ano. No final de novembro já
entrando no 9º mês nos mudamos para a R. Fradique Coutinho. E essa foi a primeira sinagoga que Rabino Levi frequentou. Moramos em Pinheiros até o início de 1993. Nos referíamos a ela para as crianças como
a sinagoga dos leões. Na
época o Baal Corê era o Yechiel Yossi Zajac e sempre depois da reza ele vinha
comer algo em casa. Depois
de 20 anos, Rabino Levi retornou pra a primeira sinagoga que frequentou... agora como
Rabino.”
Myriam. Tudo bem? Não mencionou as duas Sinagogas na Moóca, rua Odorico Mendes, as quais frequentei com meus pais nas décadas de 50/70, e pelas famílias, Mizrahi, Nigri, Menram, Politi e tantos outros. Todos judeus orientais vindos do norte de Israel especialmente da cidade histórica Saffed, Egito, Líbano, Síria. Leiam o livro de minha irmão Rachel relatando a vida desta comunidade.
ResponderExcluirOla, boa tarde! Grata pelo comentário! É verdade, desculpe-me, ainda não mencionei as Sinagogas da Moóca, mas irei faze-lo. Há ainda muitas sinagogas em São Paulo a serem pesquisadas.
ExcluirConheço o excelente livro de sua irmã Rachel, inclusive já conversei com ela a respeito desta pesquisa. Agradeço muito caso possa contar-me mais sobre estas duas sinagogas da Moóca. Voce possui documentos, fotos?? Aguardo...