quarta-feira, 26 de abril de 2017

Visita à Sinagoga de Pinheiros Beth Jacob

Conheci a Sinagoga de Pinheiros Beth Jacob nos anos 1980. Pudemos revê-la, David e eu, nesta segunda-feira, 24 de abril de 2017. Fomos recebidos pelo Rabino Levi Yitschac Fishel Rabinowicz, à frente desta sinagoga há mais ou menos 5 anos. Contou-nos que, antes disso, participava dos Shabatót, como Baal Kore desta sinagoga.

Rabino Levi contou-nos que a maçonaria- Loja David Iampolski- alugou um salão da sinagoga, e isto ajudou a mante-la por mais ou menos 20 anos. Pelo que pudemos verificar, o edifício da sinagoga já passou por algumas reformas e pequenas alterações, como a instalação de aparelhos de ar-condicionado e a execução recente de uma cozinha Kasher..

Em termos do projeto arquitetônico, esta sinagoga assemelha-se às demais sinagogas de São Paulo, do mesmo período de sua fundação, como as do Brás, Cambuci, Peretz, já comentadas neste blog.  Possui um piso para a ala masculina, ao fundo o Aron Hacodesh, sobre este  dois leões em madeira ladeando os Luchót Habrit e a Bimá à frente.  Um corredor central, com fileiras de cadeiras laterais que substituem os bancos originais de antigamente. Estes foram mantidos somente próximos ao Aron Hacodesh.  

Duas galerias femininas, nas laterias do primeiro piso, estão ocupadas por cadeiras conservadas. Uma mureta, mais alta do que nas demais sinagogas já visitadas, impossibilita, de alguma maneira, a visão de quem venha a ocupar tais lugares. Nos shabatot de hoje em dia, a ala feminina situa-se na parte posterior do setor masculino, separada apenas por uma divisória...a “mechitzá”.

Diferentemente dos edifícios das outras sinagogas, o acesso à ala masculina faz-se diretamente pelo piso da entrada, e não através de escadarias laterais. A porta de entrada desta ala, em arco e de folha dupla, é feita em madeira e está bem conservada. 

As janelas, retangulares ou em arco, em vidro martelado, situam-se na lateral, porém é possível notar, na atual sala do rabino, uma janela em arco com uma Maguen David. Um corredor lateral leva ao amplo salão para kidush, situado ao fundo da sinagoga.

Neste dia de visita Rabino Levi mostrou-nos as Torót, uma Meguila e um “yad” antigos que permanecem em uso, assim como o Ner Tamid os candelabros com lâmpadas e quadros com algumas rezas como o Yzkor.

Um detalhe interessante é o fato de que aqui, não estão presentes os Mazalót, nem as “plaquinhas” dos bancos, que poderiam identificar os contribuintes na ocasião da fundação desta, como encontramos nas demais sinagogas. O que vemos sim é uma ampla placa à entrada, com os nomes dos fundadores, e uma placa da ocasião da reforma desta. Mas disto falaremos no próximo post...

Um detalhe interessante é o comentário de Mirella Rabinowicz, que escreveu-me...
“Bom dia Myriam, li com muito interesse seu blog, principalmente o que se refere à sinagoga Beth Jacob de Pinheiros, aonde o meu filho é o rabino. Apenas como curiosidade: Casei-me em janeiro de 1985 e residi até novembro na R. Oscar Freire. Meu contrato era por apenas um ano. No final de novembro já entrando no 9º mês nos mudamos para a R. Fradique Coutinho.  E essa foi a primeira sinagoga que Rabino Levi frequentou. Moramos em Pinheiros até o início de 1993. Nos referíamos a ela para as crianças como a sinagoga dos leões. Na época o Baal Corê era o Yechiel Yossi Zajac e sempre depois da reza ele vinha comer algo em casa. Depois de 20 anos, Rabino Levi retornou pra a primeira sinagoga que frequentou... agora como Rabino.”

2 comentários:

  1. Myriam. Tudo bem? Não mencionou as duas Sinagogas na Moóca, rua Odorico Mendes, as quais frequentei com meus pais nas décadas de 50/70, e pelas famílias, Mizrahi, Nigri, Menram, Politi e tantos outros. Todos judeus orientais vindos do norte de Israel especialmente da cidade histórica Saffed, Egito, Líbano, Síria. Leiam o livro de minha irmão Rachel relatando a vida desta comunidade.

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    1. Ola, boa tarde! Grata pelo comentário! É verdade, desculpe-me, ainda não mencionei as Sinagogas da Moóca, mas irei faze-lo. Há ainda muitas sinagogas em São Paulo a serem pesquisadas.
      Conheço o excelente livro de sua irmã Rachel, inclusive já conversei com ela a respeito desta pesquisa. Agradeço muito caso possa contar-me mais sobre estas duas sinagogas da Moóca. Voce possui documentos, fotos?? Aguardo...

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