quinta-feira, 11 de maio de 2017

Sra. Lea e sr.Muni...Mordeo...Marcos Vaidergorn...e a Sinagoga de Pinheiros


No inicio de maio de 2017 estive em contato com Silvia Fichmann, que comentou sobre o livro, “Minha vida, uma história”, escrito por seu pai, Marcos Vaidergorn, e ainda não publicado. Muito bonito, sensível, e de fácil leitura, o texto nos permite imaginar todo o cenário descrito pelo autor.

No prefácio deste livro podemos ler: “A pedido e insistência de minha filha, faço este relato esperando que fique como um registro de fatos vivenciados por mim e minha família...Tudo começou em Hotim, Bessarábia, Europa...”

Silvia Fichmann, na introdução do livro, afirma: “...A partir das primeiras páginas, me emocionei pelo fato de que só depois de 36 anos de minha vida, tive a oportunidade de conhecer com detalhes o que foi vivenciado por um ente tão querido...Espero que todos consigam entender o significado deste livro e que relembrem com carinho e admiração da pessoa maravilhosa que foi o Marcos, esposo, pai, avô e bisavô...”

Sr. Marcos, ao chegar a São Paulo com a mãe e a irmã Hanna, estabeleceu-se na casa da irmã Cecília no bairro de Pinheiros. 

Em um trecho do livro, relata: “Em Pinheiros, moravam muitas famílias judias e não havia nenhuma sinagoga. Em 1935, nos feriados religiosos, nós alugávamos uma sala grande em cima de uma loja e fazíamos a reza. Em 1936, alugamos um salãozinho na Rua Butantã para rezar e no ano seguinte organizamos uma comissão de moradores e compramos uma casa velha na Rua Arthur de Azevedo, com terreno de 7 m por 50 metros por 11 contos de réis. Fizemos uma reunião na casa de uma família idish, e cada um contribuiu com a sua parte. Derrubamos a casa, coletamos dinheiro para cada um dar a sua contribuição (tijolo), vendemos cadeiras cativas para os fundadores, meus irmãos e eu compramos e a coletividade de Pinheiros também. 

Enfim, construímos a sinagoga e demos o nome de Beit-Yacov. Elegemos o presidente do Schil o Sr Henrique Sancovsky, que ficou por muitos anos no cargo. Nos fundos dela construímos também quatro salas para iniciar ali a Escola Chaim Nachman Bialik. Ela começou com seis crianças. Algumas pessoas doaram a passadeira, o Aron Kodesh, e várias outras coisas. Fizemos rezas com o schil repleto. No andar de cima ficavam as senhoras em em baixo ficavam os homens. Na festa de Simchá Tora as crianças que já estavam frequentando a escola andavam cantando com bandeirinhas espetadas com maçã e velinhas. Em seguida, contratamos um diretor para a escola, o Prof. Carolinky, que dava aulas de hebraico e assim a escola continuou o seu curso...”

Para ler e conhecer um pouco mais sobre este livro, entrem em contato com SilviaFichmann  .

Dia 12 de junho de 2017 estive com a sra. Lea Vaidergorn, esposa do sr. Marcos, e com Silvia Fichmann, filha destes. Sra. Lea acrescentou vários comentários a respeito deste meu post. Um fato interessante é o de que a sogra juntos dinheiro e pode doar um Sefer Tora para a Sinagoga de Pinheiros, depois de 1947, ano de casamento da sra. Lea, e na época que a filha mais velha, Marli, já era nascida. Lembrou que a comunidade judaica do bairro era muito unida, encontravam-se inclusive nas ruas como a Teodoro Sampaio, quando circulavam a pé pelo bairro, ao irem ao mercado, à feira, às compras... Porém, ao encontrarem-se nas Grandes Festas, na sinagoga, cumprimentavam-se com um “Shaná Tová” de uma forma especial e alegre!!! A sinagoga ficava repleta e muitas mulheres acabavam por não conseguir sentar no interior da galeria do primeiro piso, destinado a elas. As crianças bricavam nestas ocasiões, assim como dançavam em Simchá Torá, com as bandeirinhas que incluíam uma maçã na ponta des cada uma destas.

Sra. Lea relembrou e questionou-me sobre as plaquinhas dos bancos da sinagoga, comentando que a primeira fileira da sinagoga era ocupada pelos irmãos Vaidergorn...E então, questiono...alguém saberia aonde estão tais plaquinhas?

4 comentários:

  1. Parabéns Myriam pelo seu excelente texto... Obrigada. BRços

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Obrigada Silvia!!! E agradeço por permitir divulgar o texto que seu pai escreveu!!!

      Excluir
  2. Boa sorte com o blog e vida longa ao mesmo e muitos leitores...

    ResponderExcluir

Agradeço o seu comentário. Anote seu nome e e-mail para receber um retorno...