No inicio de maio de 2017 estive em contato com Silvia Fichmann, que comentou sobre o livro, “Minha vida, uma história”, escrito por seu pai, Marcos Vaidergorn, e ainda não publicado. Muito bonito, sensível, e de fácil leitura, o texto nos permite imaginar todo o cenário descrito pelo autor.
No prefácio deste
livro podemos ler: “A pedido e insistência de minha filha, faço este relato
esperando que fique como um registro de fatos vivenciados por mim e minha
família...Tudo começou em Hotim, Bessarábia, Europa...”
Silvia Fichmann, na introdução do livro, afirma:
“...A partir das primeiras páginas, me emocionei pelo fato de que só depois de
36 anos de minha vida, tive a oportunidade de conhecer com detalhes o que foi
vivenciado por um ente tão querido...Espero que todos consigam entender o
significado deste livro e que relembrem com carinho e admiração da pessoa
maravilhosa que foi o Marcos, esposo, pai, avô e bisavô...”
Sr. Marcos, ao chegar a São Paulo com a mãe e
a irmã Hanna, estabeleceu-se na casa da irmã Cecília no bairro de Pinheiros.
Em
um trecho do livro, relata: “Em Pinheiros, moravam muitas famílias judias e não
havia nenhuma sinagoga. Em 1935, nos feriados religiosos, nós alugávamos uma
sala grande em cima de uma loja e fazíamos a reza. Em 1936, alugamos um
salãozinho na Rua Butantã para rezar e no ano seguinte organizamos uma comissão
de moradores e compramos uma casa velha na Rua Arthur de Azevedo, com terreno
de 7 m por 50 metros por 11 contos de réis. Fizemos uma reunião na casa de uma
família idish, e cada um contribuiu com a sua parte. Derrubamos a casa,
coletamos dinheiro para cada um dar a sua contribuição (tijolo), vendemos
cadeiras cativas para os fundadores, meus irmãos e eu compramos e a coletividade
de Pinheiros também.
Enfim, construímos a sinagoga e demos o nome de Beit-Yacov. Elegemos o presidente do Schil o Sr Henrique Sancovsky, que ficou por muitos anos no cargo. Nos fundos dela construímos também quatro salas para iniciar ali a Escola Chaim Nachman Bialik. Ela começou com seis crianças. Algumas pessoas doaram a passadeira, o Aron Kodesh, e várias outras coisas. Fizemos rezas com o schil repleto. No andar de cima ficavam as senhoras em em baixo ficavam os homens. Na festa de Simchá Tora as crianças que já estavam frequentando a escola andavam cantando com bandeirinhas espetadas com maçã e velinhas. Em seguida, contratamos um diretor para a escola, o Prof. Carolinky, que dava aulas de hebraico e assim a escola continuou o seu curso...”
Enfim, construímos a sinagoga e demos o nome de Beit-Yacov. Elegemos o presidente do Schil o Sr Henrique Sancovsky, que ficou por muitos anos no cargo. Nos fundos dela construímos também quatro salas para iniciar ali a Escola Chaim Nachman Bialik. Ela começou com seis crianças. Algumas pessoas doaram a passadeira, o Aron Kodesh, e várias outras coisas. Fizemos rezas com o schil repleto. No andar de cima ficavam as senhoras em em baixo ficavam os homens. Na festa de Simchá Tora as crianças que já estavam frequentando a escola andavam cantando com bandeirinhas espetadas com maçã e velinhas. Em seguida, contratamos um diretor para a escola, o Prof. Carolinky, que dava aulas de hebraico e assim a escola continuou o seu curso...”
Dia 12 de junho de
2017 estive com a sra. Lea Vaidergorn, esposa do sr. Marcos, e com Silvia Fichmann,
filha destes. Sra. Lea acrescentou vários comentários a respeito deste meu
post. Um fato interessante é o de que a sogra juntos dinheiro e pode doar um
Sefer Tora para a Sinagoga de Pinheiros, depois de 1947, ano de casamento da
sra. Lea, e na época que a filha mais velha, Marli, já era nascida. Lembrou que
a comunidade judaica do bairro era muito unida, encontravam-se inclusive nas
ruas como a Teodoro Sampaio, quando circulavam a pé pelo bairro, ao irem ao
mercado, à feira, às compras... Porém, ao encontrarem-se nas Grandes Festas, na
sinagoga, cumprimentavam-se com um “Shaná Tová” de uma forma especial e
alegre!!! A sinagoga ficava repleta e muitas mulheres acabavam por não
conseguir sentar no interior da galeria do primeiro piso, destinado a elas. As crianças
bricavam nestas ocasiões, assim como dançavam em Simchá Torá, com as
bandeirinhas que incluíam uma maçã na ponta des cada uma destas.
Sra. Lea relembrou e
questionou-me sobre as plaquinhas dos bancos da sinagoga, comentando que a
primeira fileira da sinagoga era ocupada pelos irmãos Vaidergorn...E então,
questiono...alguém saberia aonde estão tais plaquinhas?
Parabéns Myriam pelo seu excelente texto... Obrigada. BRços
ResponderExcluirObrigada Silvia!!! E agradeço por permitir divulgar o texto que seu pai escreveu!!!
ExcluirBoa sorte com o blog e vida longa ao mesmo e muitos leitores...
ResponderExcluirObrigada sr. Jorge Magalhães!!!
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