sexta-feira, 11 de maio de 2018

Sinagoga da Abolição e “Era uma vez no Egito – Lembranças da Família Douek”

"Era uma vez no Egito - Lembranças da Família Douek"
presente de sra. Berta Kotler Douek e sr. Abramo Douek

O livro “Era uma vez no Egito – Lembranças da Família Douek”, um lindo presente que recebi de sra. Berta Kotler Douek e de sr. Abramo Douek, foi produzido e realizado em memória dos avós paternos Louna e Ibrahim Douek, dos avós maternos Rebeca e Nessim Holly, e dos pais de sr. Abramo, Aline e Josué Douek. É um relato, para as gerações futuras, de como a família Douek, que cresceu e viveu no Egito, de repente teve de largar tudo por causa das crenças religiosas. Sr. Abramo salienta, neste sentido, uma grande lição para a vida: “Meu pai sempre dizia: Temos que investir na educação dos filhos, porque o que entra na cabeça deles nenhum governo confisca, religião modifica ou dificuldade tira.” Esta publicação, rica em detalhes e lembranças, apresenta a vivência da família no Egito, a Árvore Genealógica, a história do patriarca, sr. Ibrahim, as diversas sinagogas do Cairo com sua arquitetura, a busca de um recomeço, o acolhimento no Brasil, a moradia na Bela Vista (pela proximidade de outras famílias egípcias e da sinagoga), a Sinagoga da Rua Abolição. E também, a nova sinagoga nos Jardins, como vemos abaixo.

Desde que chegaram ao Brasil, nos anos 1960, a família Douek participou e envolveu-se com as atividades da Sinagoga da Abolição, incluindo a responsabilidade administrativa da instituição. Encontraram nesta sinagoga um local para dar continuidade a seus valores, tradições, e vivência religiosa. Lembranças de Yom Kipur, com a sinagoga lotada, de Sucót, na sucá no terraço, de Simchah Torah, com a retirada dos Sifrei Torah do Hekhal, das brincadeiras das crianças, dos bate-papos no salão de festas, dos Bar-Mitzvót e de Brith-Milah dos descendentes da família.

Em relação à sinagoga que situava-se na Rua Abolição, podemos ler que com o passar do tempo e a alteração da região onde estava situada, e a mudança das famílias para outros bairros, a sinagoga passou a perder seus frequentadores. Esta situação, aliada à proposta de compra da área pelo Grupo Silvio Santos gerou a possibilidade de mudança do edifício para uma outra região, e o bairro dos Jardins foi a opção escolhida. Como podemos ler no post anterior, a sinagoga funcionou na Rua Abolição até 2003, momento em que os serviços religiosos passaram a acontecer na sede da B’nai Brith, na Rua Caçapava. Em 2005, o edifício da Abolição foi demolido, o local escolhido para a nova sinagoga foi a Rua Cravinhos. Inicialmente adquiriu-se um pequeno terreno e aos poucos, conseguiu-se completar um espaço de 1.100m². Com a mobilização da comunidade, foi possível obter os recursos para a construção do novo edifício de 2.705m². Em 21 de agosto de 2008, foi colocada a pedra fundamental do novo Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov e em 9 de maio de 2012, a sinagoga foi inaugurada, durante a celebração de Lag Baomer.

O Hekhal, ou Aron Hakodesh, da nova sede da Sinagoga da Abolição, contém dois Sifrei Tora trazidos do Egito pelo pai e pelo tio do sr. Abramo Douek. A construção possui uma sinagoga para 580 pessoas, outra menor, para 100 pessoas, um salão de festas para 500 pessoas, salas de ensino, centros de palestra, biblioteca, auditório e área de convivência, Instituto de Música, Kolel para jovens e programa “after school”. Os vitrais originais que faziam parte da sinagoga à Rua Abolição foram restaurados e utilizados nesta sede.

Seguem alguns comentários realizados no Facebook relativos à Sinagoga da Abolição: 
Em Jewish Brasil, Lucia Violet Sequerra contou: “Tenho tantas memórias da Abolição... festas de Simcha Tora, brincar nas escadas, procurar meu pai, o toque do shofar. Vou ver com meus pais quanto a fotos, mas fotos acho que não temos, sinto tanto que a Sinagoga da Abolição não exista mais... sinto falta até do pedaço da pizza que comíamos no bar da esquina depois de Yom Kipur, eu achava a pizza mais gostosa do mundo! Tem um grande significado, me sinto órfã!  Meu pai (já falecido), nascido na Holanda, era de origem portuguesa e minha mãe, egípcia...Salomão e Caludine Sequerra. Vou ver detalhes também com meus irmãos.” Em Jews, Elias Salgado comentou: “Show Myriam. Parabéns.Tenho acompanhado com grande interesse teu trabalho. Gostaria de te conhecer pessoalmente e trocar uma ideias.” Muito bom comentários e incentivos assim, que motivam a continuidade desta pesquisa! Já em minha página, Thais Soltanovitch Druker indicou Bruno Druker, Perola Ventura e Berta Kotler Douek. Perola Ventura agradeceu pela atenção, e escreveu:Que interessante... A historia daquela antiga sinagoga é interessante.” E Berta Kotler Douek comentou É sempre bom relembrar nossas histórias”. E também parabenizou-me pelo trabalho... Em SOS Patrimonio, Rita Sampaio questionou para onde foi a Sinagoga da Abolição e se o prédio ainda existe. Esclareci que a Sinagoga da Rua Abolição foi demolida em 2005, e uma nova foi construida e inaugurada em 2012 nos Jardins. Luciano Ferreira anotou:”Perfeito! Não sou judeu mas adoro vitrais: esses da rua Cravinhos podem ser visitados?” Alguém saberia dizer se uma visita à Sinagoga Templo Israelita Brasileira Ohel Yaacov” à Rua Cravinhos é possível? Podemos agendar?

Comente, divulgue, compartilhe detalhes sobre a Sinagoga da Rua Abolição...Você ou sua família frequenta ou frequentou esta sinagoga? Possui fotos, documentos, memórias, histórias para contar? Deixe seu comentários aqui ou envie-me um e-mail para myrirs@hotmail.com

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