Sinagoga Abolição-Perspectiva de projeto-Sr. Nelson Benbassat e detalhes dos vitrais (publicação Templo Israelita Brasileiro Ohel Yaacov) |
A necessidade de ampliação do espaço da sinagoga levou à
reconstrução desta no mesmo endereço. Como já descrito, sr. Nelson Benbassat foi
o arquiteto que projetou e construiu o segundo edifício da Sinagoga da Rua
Abolição, após vencer um concurso de projetos em 1958. Em 1959, ocorreu o
lançamento da “pedra fundamental” da reconstrução da sinagoga. O nome desta sinagoga foi sendo alterado ao longo dos
anos. Inicialmente denominado Templo da Comunidade Israelita Sefaradi de São
Paulo, mudou o nome para Templo Israelita do Rito Português em 1946. Em 1959,
sob o nome de Sha’ar Hashamaim, teve o nome alterado para Templo Israelita
Brasileiro Ohel Yaacov em 1964, nome que permanece até os nosso dias. Esta
segunda construção, ampliada com a ajuda de novos imigrantes, como a família
Safra, passou a ser frequentada, em sua maioria por judeus procedentes do
Egito...
Sra. Esther Ascher Reichhardt contou, quando pudemos
conversar, que ainda na primeira sinagoga, a sra. Aida Albahary tocava órgão
nos casamentos e entre os fundadores desta sinagoga podemos citar a família
Algranti. Comentou que esta nova edificação passou a ocupar, também, o quintal
antes existente, a fachada situava-se no limite da calçada e grandes vitrais coloridos,
criados por Conrado, iluminavam o interior da sinagoga. Os bancos desta segunda
sinagoga ficavam posicionados como em outras sinagogas sefaradim, voltados para
o corredor central, e eram demarcados com nomes dos seus frequentadores. Por um
ou dois anos(1950/1960) durante a reconstrução do edifício, ocuparam a
Sinagoga da Beth-El. Sra. Esther enfatizou que a Sinagoga da Abolição agregou e
acolheu imigrantes da comunidade judaica das mais diversas origens, além dos provenientes
da Turquia: iugoslavos, búlgaros, alemães e italianos, como sr. Enzo Ventura.
Sr. Enzo havia estudado para ser Rabino, e, como Chazan, formou um coro que cantava
na sinagoga.
Como escreveu Rachel Mizrahi, em artigo publicado na Revista
Morashá e já citado em outro post deste blog (tema do artigo é parte do trabalho
acadêmico de Rachel Mizrahi, para o Depto de História da USP, apoiado pelo
CNPq), além dos marroquinos de Belém e Manaus, como o sr. Isaac Athias,
procedentes de Marrocos, Alemanha, Itália, Bulgaria, Grécia, Portugal, Espanha,
sefaradim ou ashkenazim, foram recebidos na Sinagoga da Abolição. Nos anos
1950, imigrantes de Alepo, Damasco, Beirute, Cairo e Alexandria também foram
recebidos por esta sinagoga, e lá permaneceram até o momento em que ergueram as suas próprias
sinagogas...
No Facebook, por Messeger, Joe Diesendruck escreveu “Uma história: Em 1956 chegou a
primeira leva de sefaradim do Egito e, evidentemente, não falavam a língua do
novo país. Rodolfo Reichardt e Arnold Z'L, meu pai, voluntariaram-se, e deram
aulas de português aos imigrantes recém chegados. Outra história: Houve uma
reforma que modernizou a sinagoga ainda na Rua da Aboliçao e vitrais
maravilhosos, de quase 11 metros de altura cada um, foram instalados. Esses
mesmos vitrais foram cuidadosamente aproveitados na atual Ohel Yaacov, na Rua
Cravinhos, são um espetáculo - merecem ser visitados! A Ohel Yaacov tem quase
30 Sifrei Torah. Poucas sinagogas no mundo tem tantos. Uns mais bonitos do que
outros, todos no estilo sefaradí, com a caixa cilíndrica! O Gabay de décadas era
o Sr. Elias Mizrahi, homem bom e inesquecível!” Louiza Paskin Szenkier ficou feliz com
a publicação em que havia citado sr. Nelson Benbassat: “Que orgulho do meu tio. Leu, Paula Benbassat?” Sami Paskin elogiou o trabalho.
Na página “THORA JUDAISMO E SIONISMO” também do Facebook,
Marta Maite Sevillano contou: “Meus pais se casaram nessa sinagoga, tenho as fotos mas não frequentei a sinagoga. Infelizmente
meus pais já são falecidos bem como meus tios. Meus pais tinham grande carinho
pelo rabino Diesendruk tanto que até hoje quando vou ao cemitério rezo no
túmulo dele. Vou procurar os álbuns e te
contato. Minha mãe adoraria que a história fosse preservada. Aliás tenho fotos dos meus
bisavós em campo de concentração tb estou pensando em compartilhar, afinal
apesar de tudo nós - eles venceram - continuamos aqui judeus e contribuindo
para um mundo melhor... conversei com meu irmão e ele também concordou,
se vocês acharem interessante, disponibilizar fotos do casamento dos meus pais,
que foi em 1964”. Já Luiz Camera Rodrigues comentou: “Era também conhecida como: Sinagoga dos Portugueses.
Onde meu avô, provavelmente, congregava, na década
de 1920”
Em “Guisheft Anuncios Compra e Venda” Evani Fridlin Levy “marcou” Natan
Levy e Lior Malki Kritsberg escreveu: “Trabalhei 12 anos na
sinagoga da Abolição, de 1993 à 2005, fui o último porteiro de lá, até se
mudarem para os Jardins...”
Você pode estar se perguntando... e sobre a mudança para os Jardins, e o lindo
livro “Era uma vez no Egito - Lembranças da Família Douek”, presente do sr.
Abramo Duek e sra. Bertha Kotler Duek??? Acompanhe no próximo post!!!!
Meu pai Moyses Oheb Sion foi o sefaradi vogal na fundaçao da sinagogavda Aboliçao
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