terça-feira, 14 de setembro de 2021

Recordações Santistas Parte II - Boris Dahis e comentários do Facebook

Familiares em Santos,
os meninos são
Pérsio Coifman e Jacques Coifman,
anos 1940
Foto enviada por Sérgio Waissmann

Sr. Boris Dahis encaminhou-me a segunda parte de seu texto, relativo à comunidade judaica de Santos, e aqui compartilho:

"Após uma reunião da diretoria do CCIB, veio a mim uma moça, apresentou-se como Valerie e disse-me que seu filho Arthur, atingira a idade de pré Bar-Mitzvá e que eu fora recomendado a fim de prepará-lo. O Sr. Izaac Alperovitch realizava a cerimônia religiosa na sinagoga, e eu preparava os Bar Mitvandos no hebraico e nas rezas. Era uma grande oportunidade de ensinar a Língua Sagrada, história judaica e falar sobre Israel, e da minha experiência ali vivida. 

Contou-me que era judia, tinha mais dois filhos Albert e uma menina Charlotte mais jovens. Valerie era francesa de nascimento, e recepcionista de um grande hotel em São Paulo, graças às línguas que falava. Valerie e seus pais moravam na França, onde nasceu, estudou e, em sua juventude, viajou para Israel como voluntária e o destino a trouxe ao Brasil. Era mãe dedicada, carinhosa e preocupada com seus filhos, inteligente e atualizada. Arthur iniciou seus estudos em minha residência, era inteligente, captava facilmente o estudo do hebraico e do cerimonial. No início, Valerie o trazia a mim, e após a aula conversávamos e relatou-me parte de sua vida. Criou-se uma bela amizade e convidou-nos a conhecer a sua residência e família

Vou relatar-lhes um fato inédito no judaísmo: neto e avô fazendo Bar Mitzvá no mesmo dia. Arthur estudou comigo alguns meses, estava bem preparado. Aproximava-se a data do Bar Mitzvá e por alguns dias vieram os pais de Valerie da França, sr. e sra. Berkovici, casal de meia idade, muito simpáticos e que nos foram apresentados.  O sr. Berkovici perdera os pais na 2ª. Guerra, teve que refugiar-se dos nazistas em uma aldeia no sul da França e nunca pôde fazer o Bar-Mitzvá.

Arthur fez questão que o avô fizesse o Bar-Mitzvá com ele. Tentei dissuadi-lo, disse-lhe que o tempo não permitiria ensiná-lo, mas Arthur era teimoso. Consultei o Sr. Alperovitch e ele disse-me que o Bar Mitzvá pode ser comemorado em qualquer idade. Chegou o dia. A sinagoga estava lotada. Colocamos sobre o Sr. Berkovic o talit, os tefilim da cabeça e braço, e ele recitou conosco as brachot. Foi chamado junto com Arthur à Torah e acompanhou todo a Parashá que Arthur leu. Foi emocionante. A festa foi memorável, no alto do Morro dos Barbosa. Mais tarde preparei Alberth, seu segundo filho para o Bar Mitzvá, e Valerie veio também estudar hebraico comigo.  Quando o marido de Valerie faleceu, resolveram então vender tudo e emigrar para Israel. Arthur ficou na França e estudou diplomacia, Alberth alistou-se no exército, Charlotte estuda na faculdade em Tel Aviv e é eximia pianista como o pai, e Valerie formou-se em Direito. Hoje estão todos juntos e unidos em Israel. Em minha última visita às minhas filhas e netos em Israel, Valerie encontrou-se comigo. Continua batalhadora como sempre, escreve artigos defendendo as justas causas. Acompanho a vida de todos eles pelo Facebook. São uma parte querida de meu passado".

Mais alguns comentários foram escritos no Facebook, relacionados às publicações sobre a comunidade judaica santista:

Silvio Naslauski:O Ely El Gadeh até hoje é o chazan da comunidade, com a idade de 83 anos. Avraham El Gadeh é filho do Ely, e pode te dar todas as informações. Hoje as sinagogas estão em processo de união, faremos o Rosh Shana na sefaradi e Yom Kipur na askenazi!”

Simone Fridman Assayag:Meus avós tinham uma pensão chamada Leonor. Envio inbox para você o contato da minha mãe, Sarita Steinic Fridman, para que você possa conversar com ela. Frequentei muito a pensão, íamos aos domingos, era no Gonzaga, Av. Ana Costa”. Entrarei em contato com sra. Sarita. E, a partir deste comentário, Fani Masch Simone Fridman Assayag escreveu: “Brinquei muito com sua mãe Sarita e suas tias, lssea e Rute”.

Sergio Goldbaum: “Tenho umas fotos de Santos que eram do meu avô”.

Quanto à pensão Pensão Brickman, seguem também os comentários: 

Rosa Strauss:Era nosso "point" nas férias nos anos 60!!!”

Marisa Roitman:Meus avós paternos”

Eva Litvak Vaie:Que saudades das nossas férias no Hotel Brickman...”

Mauro Zolko:A minha familia quando chegou da Alemanha em 1933, ficou neste hotel

Rosely Zalcberg:Os meus avós frequentavam o hotel e minha mãe sempre falava do jardim com muitas arvores”.

Silvia Solon Wurcelman:Minha familia passava férias no Brickmam. Ficou uma doce lembrança.”

Celia Majtlis:Como chamava a pensão da Dona Eva? A filha chamada Berta?”

Lica Tal:Eu ia nas férias com meu pai ou com meu avô. Minha mãe tirava 15 dias de férias, e íamos para Lindoia, e meu pai tirava uma semana, e íamos para Santos no Brickman”.

Julio Zimerman:Comecei a frequentar quando ainda era Pensão Brickman. Saudades”.

Brenda Lichtenberg:Meu pai era de Santos, família Nolman”.

Eliane Pustilnik Broner “Deixou saudades. D.Rosa, me lembro que íamos para lá, ainda existe o prédio com esse nome”.

Jose Luiz Goldfarb: “Frequentei este hotel na minha infância. Que legal”.

Patricia Golombek: “Adorei a matéria!!! Vi que o pessoal veio de Yedenitz, como a minha família de parte de mãe, os Akermann. Nos anos 1960/70 íamos pra Santos, assim como amigos e familiares. Existia um hotel lá chamado Hotel Paulista e muita gente da colônia ia lá, ficava no José Menino, acabei de descobrir que a casa ainda está lá:

Sérgio Waissmann:Familiares em Santos, os meninos são Pérsio Coifman e Jacques Coifman, anos 1940”. E aqui divulgo a foto encaminhada por Sérgio.

Roberto Strauss:Cabe mencionar que a Diva, filha da Beila, casou-se com o arquiteto Abrāo Sanovicz, tambem de Santos, importante arquiteto moderno paulista, fui aluno dele na FAUUSP. Marcia Kagan Amselem respondeu: “Roberto Strauss, Abrāo Sanovicz, meu tio, e sou filha da Rivka (Regina) Diva Sanovicz”.

Maria Aparecida Duek:Os pais de meu esposo, família Duek vieram da Síria pelos anos de 1920 e se estabeleceram na cidade de Santos. Minha Sogra chegou no Brasil com seu primeiro filho e aqui nasceram mais dez filhos nove homens família Duek, maravilha, Shana Tova Umetuka”.

Flavia Szafir Zvi: Boris Dahis me ensinou hebraico. E mantenho a amizade com ele e sua esposa Aliza”.

Você faz parte da comunidade judaica santista? Frequenta ou frequentava as sinagogas? Compartilhe suas fotos, documentos, histórias. Vamos preservar nossas raízes, resgatando nossas memórias...Escreva paar myrirs@hotmail.com

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