Há um bom tempo questionei quem faz parte das famílias da
comunidade judaica que moraram no interior paulista. Famílias que se
estabeleceram em cidades como Sorocaba, Bauru, Garça, Galia, Pompéia, Marília,
Assis, Lins, Ourinhos, Ipauçu, Araraquara, Piracicaba, São Carlos, Presidente
Prudente, Catanduva, Barretos, Itapetininga, Jaboticabal, Franca, Campinas,
Itu, Rio Claro, Guaratinguetá, e tantas outras. A busca por detalhes de como
eram estas comunidades, qual a origem destas famílias que lá se estabeleceram,
quando chegaram, como se relacionavam, em que trabalhavam e se havia sinagoga
no local, permanece.
Por exemplo, quando pude conversar com sr. Jayme Kopelman sobre a cidade de Marília e sua comunidade judaica, Sr. Jayme contou que, nas Grandes Festas, as famílias de Garça, Vera Cruz e Lins vinham para Marília, e ali se reuniam.
Lins, uma destas cidades, situada na região centro-oeste do Estado de São Paulo, de acordo com o portal do município https://www.lins.sp.gov.br/portal/servicos/1017/historia-de-lins surgiu no início do século XX, como povoado de Santo Antônio de Campestre, no cruzamento de uma antiga trilha de índios, localizada nas proximidades dos Rios Tietê e Dourado, e a Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. “Em 16 de fevereiro de 1908, o então presidente da república Afonso Pena inaugurou um trecho contendo quatro estações da ferrovia mencionada. Dentre estas estações, estava a do quilômetro 152, conhecida por "Estação Campestre", próxima ao córrego homônimo. Esta estação foi batizada "Albuquerque Lins". Em 1913, o povoado de Santo Antônio do Campestre foi elevado à categoria de distrito de paz do município de Bauru, sendo transferido em 1914 para o município de Pirajuí, ocorrendo sua emancipação política em 21 de abril de 1920".
Sobre a comunidade judaica de Lins, recebi, por e-mail, algumas informações de sr. Antonio Florentino, que aqui compartilho:
“Gostaria
de saber sobre a sinagoga que existia na cidade de Lins, interior de São Paulo.
Em 1995 estive nesta cidade, e coletei nomes de ilustres judeus que viviam
nesta cidade do interior de São Paulo, conheci uma família, que também residia
nesta cidade, e que hoje reside em São Paulo. Conheci esta família
pessoalmente, família Arditti. Caso possuam histórias sobre essa sinagoga que
havia em Lins, interior de São Paulo, eu gostaria de saber mais a respeito.”
Ao questioná-lo sobre mais detalhes, relatou: “Quando estive na cidade de Lins, entrei na Biblioteca Municipal Nicolau Zarvos e encontrei três livros que falavam sobre a imigração estrangeira nesta cidade, sobre as famílias judias que existiram, e que possuíam comércios de armarinhos nas ruas principais. São elas: família Bettis, família Arditti (Moises Arditti Z'L deu aula no Colégio Americano de Lins, era professor de francês), família Fridmann, família Metrovich, família Traiman (Paulo Traiman era professor, deu aula no Colégio Americano, se ainda estiver vivo ele é formado em Medicina em Porto Alegre). O antigo templo ficava na Rua Campos Sales. Antes do templo grego ortodoxo, funcionava o templo judaico, era outro nome, não me recordo no momento, mas era o templo dos judeus. Minha mãe se lembra: de 1937 até 1940, ela era levada pela minha avó, quando criança, a este templo, Anteriormente era apenas Templo. Em 1956, se tornou templo da igreja ortodoxa grega, e hoje em dia foi tombado como patrimônio histórico. Dr. Mauricio Arditti Z'L nos contou tudo em detalhes, e toda a sua família, pertence, atualmente, à Sinagoga Mekor Haim. Isso é tudo o que eu pude saber, mas gostaria de saber muito mais sobre a história de todos os judeus de Lins, e do antigo templo”. E sr. Antono, através do Facebook, completou: “Estou esperando que a Biblioteca da cidade me forneça o nome dos livros que diz respeito à presença judaica naquela cidade”.
Não tenho detalhes a respeito da história contada por sr. Antonio. Você teria alguma informação relacionada a esta história? E sobre à comunidade judaica
de Lins e demais cidades do interior paulista? Escreva para myrirs@hotmail.com e relate a sua
história...
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