quarta-feira, 2 de novembro de 2022

Sinagoga Israelita Paulista e a busca por mais informações

Casamento do bisavô de João Buk,
Lipot Buk (Leopold Buk)
com Erzebét Herman (Elizabeth Buk)

A busca por informações relacionadas às comunidades judaicas paulistas e suas respectivas sinagogas permanece. Neste sentido, em 26 de setembro de 2022 recebi, através do formulário de contato do blog, um comentário da sra. Edith Lucia Miklos Vogel, com o seguinte texto: “Sou filha de húngaros e frequentei a sinagoga, com minha mãe e demais familiares. Tenho fotos e posso contribuir com lembranças e dados sobre húngaros que frequentavam a sinagoga, A festa de meu casamento foi realizada no salão da sinagoga. Atenciosamente, Edith Lucia Miklos Vogel”.   

Conversei com sra. Edith Lucia Miklos Vogel, advogada aposentada, no final do mês de setembro de 2022, a respeito do comentário recebido. Sra. Edith contou que o pai, sr. Miklos, nasceu em 1902 e saiu da Hungria em 1919 rumo à Áustria, tendo chegado ao Brasil em1925. Não frequentava a sinagoga dos húngaros, em São Paulo. Já a mãe, sra. Iolanda Hermann chegou ao Brasil em 1935, frequentando tal sinagoga, juntamente com as duas irmãs e o cunhado. 

Erwin Tomy Buk, 
avô de João Buk

Sra. Edith, que ia com a mãe a esta sinagoga, lembra-se do salão da Rua General Osório, acessível por uma escadaria. Àquela época a sinagoga não possuía um rabino, somente um uma pessoa praticante, que conduzia as rezas. Quanto ao espaço, o salão era dividido por uma tela, sendo que as mulheres se sentavam na parte de trás. As mulheres eram muito ativas, realizando diversos eventos, arrecadavam fundos, inclusive destinados à Europa do pós-II Guerra. A imigração judaica húngara, como comentou, ocorreu em diversos momentos, tanto no pré-Guerra, como nos períodos pós-Guerra, e pós-Revolução. E, esta comunidade, que aqui chegou, ou era muito religiosa, ou muito liberal. E muitos dos jovens frequentadores da sinagoga húngara acabaram por se dirigir à CIP. 

Erwin Tomy Buk à esquerda,
 com a mãe de João
em cima dos ombros dele

Comentou sobre diversas famílias, entre elas do tio materno, sr. Américo Fischer, do primo sr. Roberto Scherer, de sr. Tomaz Orban, sra. Judith Breuer, sras. Marion e Suzanne, os irmãos da família Weiner.   

Sra. Edith comentou sobre o neto de um primo, o qual busca mais detalhes da história da família e da comunidade judaica húngara. Este primo fez seu Bar-Mitzvah na sinagoga húngara, em São Paulo, em 1948. 

Após meu contato com sra. Edith, o neto de seu primo, João Buk de Araújo, entrou em contato por e-mail após ver o Blog que público, e o post sobre a Sinagoga Húngara. João contou: “Estou tentando realizar um documentário sobre a imigração dos judeus húngaros, durante o período do Holocausto, e ao mesmo tempo entrar mais em contato com minha cultura ancestral judaica, da qual, infelizmente, não tive muito acesso. Gostaria de realizar entrevistas com famílias judaicas que imigraram para o Brasil, e contar essa importante história da luta de muitos judeus que tiveram que vir e fugir para cá. E, como neto de uma família judia, estou na busca da documentação de Bar-Mitzvah de meu avô de origem judaica húngara, além de interessado em visitar Israel e a Hungria, para também captar imagens para o documentário.” 

Elizabeth,Yolanda e Irene

Sra. Edith Lucia Miklos Vogel está colaborando na busca de João Buk por essa documentação. João acrescentou: “Foi minha tia quem me confirmou sobre o Bar-Mitzvah de meu avô na sinagoga húngara do Brasil. Inclusive ela estava presente e tem fotos da festa”. 

Como João comenta, infelizmente não tem a documentação que comprove o Bar-Mitzvah, e está tentando entrar em contato com o responsável pela “Sinagoga Húngara”, ou com alguém que possa vir a ter esses registros e ajudá-lo com esta documentação. E complementa: “Se souber de alguém para recomendar, agradeço se puder passar o contato. Além disso, se tiver interesse de me ajudar a compor esse documentário, tenho certeza que você com seus conhecimentos seria de grande ajuda!”

O nome do avô era Erwin Tomy Buk, e podemos vê-lo na foto (o homem dos três à esquerda) com a mãe de João em cima dos ombros dele. A foto foi tirada em SP, com um primo e amigo do avô.

João compartilhou a foto do casamento do bisavô, Lipot Buk (Leopold Buk) com Erzebét Herman (Elizabeth Buk) em 1929, e a fotografia de casamento com a família inteira, onde, infelizmente, poucos deles sobreviveram. Encaminhou também a foto do casamento dos bisavós paternos, da bisavó Ezter Goldstein.  


Casamento  na Hungria

Como João escreveu, infelizmente eles foram assassinados em Auschwitz, em 1944.

Em relação à foto da bisavó Elizabeth, cujo diminutivo e apelido era Bozsi, e suas irmãs Yolanda e Irene, contou que conseguiram imigrar para o Brasil, junto com outro irmão delas, o Alexandre. Porém outros dois irmãos, os quais João não sabe o nome, foram assassinados a beira do Danubio. As irmãs sobreviveram. Há também a foto da família húngara no Brasil, onde a sra. Edith Vogel aparece. 

Vale ressaltar que atualmente a Sinagoga da Rua Augusta segue a linha Chabad.  

Família no Brasil

Você teria alguma informação relacionada à Sinagoga Israelita Paulista, ou sinagoga da comunidade judaica húngara em São Paulo? Conhece alguém que eventualmente esteve presente, ou possui fotos do Bar-Mitzvah acima citado, ocorrido em 1948? João solicitou que compartilhasse o e-mail dele: joaobuk.cinema@gmail.com .

Pergunto também se você teria alguma informação sobre a comunidade judaica da capital e das cidades do interior paulista. Fotos, memórias, documentos? Histórias de sua família, quando chegaram e o porquê da escolha da cidade em que se estabeleceram, como era a comunidade judaica e sua integração com a comunidade local, as sinagogas, escolas, como e onde comemoravam as festas? 

Ezter Goldstein

Escreva para myrirs@hotmail.com . Vamos resgatar nossas raízes... 

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