terça-feira, 9 de julho de 2024

A cidade de Santos e a Sinagoga Beit Jacob

O Estado de São Paulo recebeu imigrantes judeus de várias procedências, línguas e costumes.  A existência e a permanência da comunidade judaica deram-se, muitas vezes, a partir da fundação de sinagogas, criadas por conterrâneos da mesma aldeia ou cidade, e não por afinidade de correntes religiosas.

Na cidade de Santos há duas sinagogas, a Beit Jacob e a Beit Sion, ambas em funcionamento e frequentadas atualmente tanto por ashkenazim como sefardim.

Compartilho aqui detalhes sobre a Sinagoga Beit Jacob, alguns já publicados anteriormente, mas agora com informações recentes, e em que divulgo novas fotos, após uma visita realizada em julho de 2024.

A Sinagoga Beit Jacob, à Rua Campos Sales, na Vila Mathias, foi fundada em 1928 por judeus ashkenazim, procedentes da Europa Oriental. Essa sinagoga funcionou primeiramente na Rua Campos Mello, mudando-se para outro local, no mesmo endereço, junto à “escola ydish”. Já em 1946, a sinagoga transferiu-se para a Rua Campos Sales, endereço atual. “A casa foi comprada, reformada e depois de um ano demolida, para que fosse construída a sinagoga que existe até hoje. 

A primeira diretoria era presidida por sr. Samuel Ciocler, e tinha, como vice-presidente, sr.Jaime Cymryng, que chegou ao Brasil em 1928, trabalhando na cidade como mascate; o secretário, sr.Isaac Alperovitch; e tesoureiro, sr.Samuei Gandelman”. Estas informações constam do artigo “Histórias e Lendas de santos- Os imigrantes A colônia judaica” texto de Beth Capelache de Carvalho Equipe de A Tribuna. Mais detalhes em https://www.novomilenio.inf.br/santos/h0150.htm . 

O edifício da sinagoga, posicionado no limite da calçada, possui, em seu piso térreo, um amplo salão de festas. Na parede ao lado da entrada está afixada uma placa do Centro Cultural Israelita Brasileiro, fundado em março de 1946, escrita em idish, e em memória aos seis milhões de judeus mortos na II Guerra Mundial.

O acesso ao primeiro piso, o setor masculino, dá-se por um lance de escadas, ainda com o revestimento original em granilite verde. Neste setor, o piso em madeira, bem conservado, foi mantido, porém os bancos originais foram substituídos por cadeiras plásticas. 

Bimah (“púlpito”) ao centro, em um patamar elevado, é cercada por divisória em madeira, com desenhos formando “Estrelas de David”, e, em cada um de seus quatro cantos, há um candelabro. Aron (armário) Hakodesh situado na parede à frente da Bimah, guarda as Torót e Haftarót em seu interior. Destacam-se na parede acima desta as “Tábuas da Lei” ladeadas por leões, e os arcos em relevo. A galeria para as mulheres no piso superior é cercada por uma mureta, onde se podem ver os mazalót (signos do  zodíaco) pintados.

Boris Ber acrescentou a informação de que, através de intenso trabalho conseguiu junto a Moisés Safra um Sefer Tora novo para a Sinagoga, pois o original foi corroído pelos cupins com o passar dos anos, espero que esteja cuidado... E Fani Masch do Facebook (Fani Faingezicht) acrescentou um comentário após este post ser compartilhado: “Meu pai, tios e meu sogro foram fundadores, casei na Beit Jacob, em 1967. Meus pais Szapsa Aron Faingezicht e Sura Hopengarten Faingezicht, nascidos na Polônia, meu pai em Irena Denblim e minha mãe, Varsóvia.

Você teria detalhes das sinagogas santistas? Saberia dizer de quem são os projetos destas sinagogas, e quem pintou os mazalót da Sinagoga Beit Jacob, da Rua Campos Sales?

Escreva para myrinhars@gmail.com  , e conte sua história, relacionada à comunidade judaica santista,  e, também, de outras cidades do interior paulista.


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