segunda-feira, 25 de julho de 2016

Vida Judaica na Vila Mariana...alguns comentarios...

Considerando a vida judaica na Vila Mariana, e neste caso, a vida judaica em São Paulo como um todo, é importantíssimo citar o Cemitério Israelita da Vila Mariana, como comentou o sr. Guilherme Faiguenboim que, juntamente com Paulo Valadares e e Niels Andreas, escreveu o livro Os Primeiros Judeus em São Paulo-Uma breve história contada através do Cemitério Israelita da Vila Mariana . 

Sobre o Cemitério Israelita da Vila Mariana, várias questões são apresentadas: Por que um cemitério israelita exatamente na Vila Mariana? Quem foram os primeiros judeus na cidade e de onde vieram? Por que somente em 1919 foi fundado (A Chevra Kadisha surge em 1923), considerando que havia judeus em S.Paulo já no seculo XIX? 

Mais detalhes? A sugestão que dou é lerem o livro!!!

Ida Rebeca (Lafer) Rosenblit
e Ana Bergman Lafer 

Situado na Av. Lacerda Franco, 2080, em terreno doado por Mauricio Klabin, e inicialmente com 5 mil m², o Cemitério Israelita da Vila Mariana possui um Memorial no antigo local da Casa da Tahará(purificação). 


Neste cemitério estão enterrados, além de personalidades famosas como Lasar Segall, Gregory Warchavchik, José Mindlin, Mauricio Klabin, a minha bisavó materna Ana (Sarah)Bergman (ou Berkman) Lafer.



Como já citei, a Vila Mariana, em meados dos anos 1940, foi um dos bairros para onde ocorreu a emigração judaica, a partir do Bom Retiro.  Como vemos no livro "Peretz Quarenta Anos", "...a maioria dos judeus do bairro procedia da Polonia e fixou-se no comércio. Chaegava-se á Vila Mariana com o bonde 27, que saia da Ponte Grande..." Muitos da comunidade judaica trabalharam como alfaiates, muitos com lojas de móveis...

A partir daquele momento novas instituições foram criadas, como podemos ver:

Em junho de 1941 foi inaugurada em São Paulo a Sociedade Religiosa Israelita Asilo dos Velhos, conhecida por Lar dos Velhos ou Moishev Zekenim. Criada formalmente em outubro de 1937, localiza-se, ainda hoje, à R. Madre Cabrini, 506. 

A  antiga Sinagoga do Lar dos Velhos, e que hoje não mais existe, recebeu o nome de Cilly Dannemann, falecida durante a construção, como uma homenagem prestada por Sr. Boris, um dos fundadores do Lar.

Em 20 de dezembro de 1948, foi fundada a Associação Cultural Religiosa Brasileira Israelita da Vila Mariana - Acrelbi, cujos objetivos iniciais eram preservar a religião, manter um curso de ensino religioso e realizar reuniões culturais.

Já a Sinagoga Rabino Mordechai Guertzenstein foi fundada em 9 de setembro de 1951 e estava sediada à Rua Madre Cabrini, 195. Este edifício da sinagoga não mais existe...O registro oficial da sinagoga Mordechai Guertzenstein aconteceu em 9 de dezembro de 1951.

A sede inicial do Colegio I.L.Peretz, tambem à R. Madre Cabrini, 195, foi inaugurada em 15 de novembro de 1959. 

Mais detalhes sobre estas Sinagogas da Vila Mariana??? Acompanhem as próximas postagens...

quarta-feira, 20 de julho de 2016

O bairro da Vila Mariana, sua historia e suas sinagogas

A historia da minha familia está ligada ao bairro da Vila Mariana, às sinagogas do antigo "Lar dos Velhos"e á sinagoga da R. Madre Cabrini, ao grupo de jovens da comunidade judaica que meus pais frequentaram, ao colegio Peretz.

Casa da R. Leandro Dupre, 848 e 854


Minha mãe e meus avós maternos moraram desde 1948 na R. Joaquim Tavora. 

Já meu pai, meus tios e avós paternos, depois de chegarem ao Brasil em 1947, e de morarem em Santo André, estabeleceram-se tambem na Vila Mariana.

Após o casamento de meus pais, em 1957, foram morar na Av. Domingos de Moares e em 1959, na R.Leandro Dupre.

Ali, eu e meus irmãos passamos nossa infancia, adolescencia e parte de nossa vida adulta.


De forma resumida, a historia do bairro inicia-se quando o governador Francisco da Cunha Menezes concedeu em 1782 uma sesmaria a Lázaro Rodrigues Piques, entre o ribeirão Ipiranga e a Estrada do Cursino, futuro bairro de Vila Mariana.

Originalmente foi chamado de Cruz das Almas - em virtude das cruzes colocadas no local por causa da morte de tropeiros  por ladrões, na metade do sec.XIX, na continuação da "Estrada do Vergueiro" nova estrada para Santos.

Posteriormente passou a ser conhecido por "Colônia" e finalmente por Vila Mariana, nome atribuído pelo coronel Carlos Eduardo de Paula Petit, vereador e juiz de paz, a partir da fusão dos nomes de sua esposa Maria e da mãe de sua esposa, Anna.

Estação da Vila Mariana

Entre 1883 e 1886  foi construída a estrada de ferro até Santo Amaro , partindo da Liberdade e situava-se sobre o antigo Caminho do Carro para Santo Amaro, no trecho então conhecido como "Estrada do Fagundes". Alberto Kuhlmann foi o engenheiro responsável pela construção, e sua empresa, a Cia. Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro. As chácaras existentes na região, assim, foram desmembradas. 

Segundo uma versão,  a uma das estações Kuhlmann deu o nome de sua esposa, Mariana, tal denominação passou para o local, e depois para todo o bairro.

No ano de 1887 começou a funcionar no bairro o Matadouro Municipal, (atualmente a Cinemateca Brasileira) fator que ajudou muito no povoamento de toda a região e o fez progredir. Com o aumento da população, instalaram-se as oficinas de Ferro Carril, na rua Domingos de Moraes, assim como a fábrica de fósforos e a Escola Pública de Dona Maria Petit, inaugurada na Rua Vergueiro”.

Por volta de 1891, José Antônio Coelho comprou a chamada "Chácara da Boa Vista", na Vila Mariana, e a loteou, abrindo ruas que tiveram nomes como "Central", "Garibaldi", "dos Italianos" (hoje denominadas, respectivamente, Humberto I, Rio Grande e Álvaro Alvim) e deu o nome oficial de Vila Clementino, em homenagem ao Dr.Clementino de Souza e Castro.

Com a chegada de muitos imigrantes, muitas famílias vieram morar nas ruas já existentes. Outras ruas surgiram, foram construídas fábricas, como as de cerâmica, armazéns, açougues, padarias, floriculturas, quitandas e um hotel foram abertas.

O Instituto Biológico, cuja construção teve inicio em 1928 pelo governo do Estado e concluída em 1945, é um exemplo da prosperidade da época. Sua criação se deu como resultado dos trabalhos desenvolvidos por uma comissão que buscava o controle de uma praga que atingia os cafezais, e pretendia-se criar um instituto de biologia a exemplo do que era o Instituto Oswaldo Cruz , no Rio de Janeiro.

No ano de 1929 teve inicio a construção de diversas residências em estilo modernista, projetadas pelo arquiteto Gregori Warchavchik. A mais conhecida é a Casa Modernista da R. Santa Cruz tombada em 1986 pelo Condephaat.

Casamento dos meus pais na sinagoga do "Lar dos Velhos"

A Vila Mariana ainda preserva algumas preciosidades, como o local a que chamávamos de “Moishev Zekenim, ou “Lar do Velhos” e atualmente denominado Residencial Israelita Albert Einstein. 

No local funcionava a Sinagoga Cilly Dannemann. A respeito desta falarei mais adiante, assim como sobre a Sinagoga Rabino Mordechai Guertzenstein, ambas na Rua Madre Cabrini. O Beit Chabad da Vila Mariana situa-se atualmente no bairro.


Outros exemplares de construções podem ser visualizadas em http://www.saopauloantiga.com.br/tag/historia-da-vila-mariana/ .

quinta-feira, 14 de julho de 2016

Final do século XX e inicio do século XXI


No estado de São Paulo, os judeus se engajaram, a princípio, no comércio e na indústria, mas hoje, a comunidade judaica atua nos mais diversos setores, incluindo-se as artes e a cultura, as profissões liberais, além de ter um papel bastante destacado no terceiro setor e no de serviço social. Hoje em dia a comunidade judaica de São Paulo concentra-se especialmente na Capital mas, também está presente em Santos, Guarujá, São Vicente, Praia Grande, Alphaville, Campinas, Valinhos, Vinhedo, Americana, Santo André, São Caetano do Sul, São Bernardo, Mauá, Vale do Paraíba ( São José dos Campos, Jacareí, Taubaté, Ubatuba, Guaratingueta), Ribeirão Preto, São Carlos, Sorocaba, Itu, Araçoiaba da Serra, Boituva, São José do Rio Preto e Araraquara...

terça-feira, 12 de julho de 2016

Comunidade Judaica ate os anos 1980

A partir dos anos 1960, parte da comunidade judaica em São Paulo passou a trabalhar como profissional liberal: médicos, administradores, engenheiros, psicólogos, jornalistas, arquitetos, dentistas e outras profissões.

Noivado de Dora Dina Rosenblilt e Maurice Szwarcbart

Em 1957, Dora Dina Rosenblit casou-se com Maurice Szwarcbart, na Sinagoga do então "Lar do Velhos", na Vila Mariana, em cerimonia realizada pelo Munkatecher Rebe, rabino ortodoxo na cidade de São Paulo. 

Jose Rosenblit, meu avo, e Maurice Szwarcbart, meu pai, estabeleceram a empresa "Enxovais Rex", no estado de São paulo. Vendiam, parceladamente, baus com os enxovais de casamento, escolhidos pelos noivos. Uma carta-patente autorizava-os a sortear brindes e presentes

sede aonde funcionou Enxovais Rex-
R. Libero Badaró, 336/2.andar
amplo salão , tabuas corridas,
janelões, esquadrias em madeira
Até os anos 1970, apesar de uma aculturação e integração crescente na sociedade, jovens e adultos tenderam a manter sua filiação a instituições. Não ficou evidente o processo de assimilação, mas o conteúdo tradicional ou os valores judaicos pouco sobreviveram naquele período.

A comunidade, nos anos 1970, foi estimada em 57.600 judeus em São Paulo. 

Para uma comunidade que, durante muitos séculos, se definiu através de seu estilo de vida ancorado em valores religiosos, o processo de secularização dos costumes ameaçou as próprias bases de coesão grupal - adotaram estilo de vida típico de sociedade de consumo, perdendo a capacidade de transmitir a seus filhos uma formação judaica. O esvaziamento de conteúdo judaico específico, na vida diária e nos lares, tornou difícil a tarefa das escolas, que deviam assumir as funções de transmissão da cultura judaica face à omissão da casa e da família.

A este período de progresso econômico, sucedeu-se um período de estagnação. A volta dos judeus à comunidade  pôde ser entendida como reflexo da situação geral, nem sempre de forma consciente e clara.

Já nos anos 1980 a situação inverteu-se: Muitos profissionais liberais desistiram da profissão e tornaram-se, novamente industriais ou comerciantes, gerando um enriquecimento da comunidade judaica. 

quinta-feira, 7 de julho de 2016

Pós II Guerra e anos 1950: a Comunidade Judaica em São paulo

Pós II Guerra e anos 50:


Após a II Guerra na Europa, “embora o conflito já houvesse terminado, centenas de milhares de sobreviventes judeus não tinham como retornar a seus países de origem [onde suas casas e propriedades haviam sido destruídas ou mesmo tomadas pelos antigos vizinhos, que se recusavam a devolvê-las, chegando mesmo a matar os judeus que insistiam em retomar o que era seu], e assim permaneceram na Alemanha, Áustria ou Itália em Campos de Deslocados pela Guerra (DPs) criados pelos Aliados para os sobreviventes. A maioria dos deslocados de guerra judeus preferiu emigrar para o então vigente Mandato Britânico... Outros tentaram emigrar  principalmente para as Américas, em especial Argentina, Brasil e Estados Unidos, mas todos tiveram que permanecer naqueles campos até conseguirem sair da Europa. https://www.ushmm.org/outreach/ptbr/article.php?ModuleId=10007737


Parte destes judeus, que chegaram ao Brasil, vieram para São Paulo.

A fase mais intensa da imigração para São Paulo coincidiu com transformações da estrutura social e econômica do país: a industrialização. De sociedade rural - tradicionalista para urbana- industrial (ocorrido após a II Guerra), oportunidade de empregos e mão-de-obra qualificada. Ocorreu a absorção e integração dos judeus em diferentes setores da sociedade, principalmente nas grandes cidades (pólos de atração), o que contribuiu também para superar diferenças de origem entre os próprios judeus, mesclando-se entre eles.

Rachel, Lea, Philippa, Chiel Leib e Maurice,
provavelmente na França durante a II Guerra
Nesta época, mais precisamente em 1947, chegaram ao Brasil Chiel Leib e Lea (Wajsfelner) Szwarcbart, juntamente com Rachel, Maurice (meu pai)  e Philippe. Chegaram ao porto do Rio de Janeiro, vindos da Italia, após passarem a II Guerra Mundial, fugindo, encondendo-se e após serem obrigados a abandonar Antuerpia, na Belgica. 
Ficaram em quarentena na Ilha das Flores, seguiram para São Paulo, para Santo André, aonde meu avó atuou como "schochet", e retornaram a São Paulo, estabelecendo-se, ao final, no bairro da Vila Mariana.

Com a queda de Vargas e a criação do Estado de Israel, iniciou-se um período de desenvolvimento de numerosas escolas e associações culturais.


Para termos uma ideia, “nos anos que se seguiram à criação de Israel, em 1948, cerca de 900 mil judeus que viviam no mundo muçulmano foram forçados a abandonar os países onde viviam, deixando para trás séculos de história e bilhões de dólares em patrimônio. Comunidades que existiam por mais de dois milênios simplesmente desapareceram...” como podemos ler na Ed.87 da revista Morasha de março de 2015 Parte desta população chegou ao Brasil, em especial a São Paulo." http://www.morasha.com.br/historia-judaica-moderna/judeus-dos-paises-arabes-a-historia-nao-contada.html

Assim, as formas organizacionais e atividades das instituições (educação, serviço social, sinagogas, atividades culturais) sofreram modificações profundas: tendo sido criadas para atender pequenos grupos, de mesma origem geográfica, foram obrigadas a adaptar-se às necessidades das estruturas em mudança. Passaram a corresponder a padrões e aspirações de uma população judaica heterogênea nascida e educada no novo ambiente sociocultural. Esta população, embora tivesse os caminhos abertos na vida profissional e social, preferiu manter  sua identidade cultural e religiosa, conservando suas escolas, clubes, associações juvenis e esportivas.


Neste período houve uma diversificação econômico social dos judeus. Muitos tornaram-se industriais (roupas), surgindo também uma geração de profissionais liberais, por exemplo, na área da construção civil. Este fato permitiu a ascensão social de parte da comunidade: donos de pequenas oficinas tornaram-se industriais, Klientelchikes tornaram-se donos de loja, “pai trabalhador- filho profissional liberal”.

segunda-feira, 4 de julho de 2016

A Comunidade Judaica em São Paulo de 1920 ate o final da II Guerra Mundial

Os anos 1920 -1930 :

Jose Rosenblit, meu avo
A comunidade judaica teve seu trabalho voltado para o artesanato (alfaiates, sapateiros, marceneiros), a manufatura de roupas em pequenas oficinas e a “clientela” (mascates) - Klientelchekes, como pode ser visto na foto ao lado, o meu avo, Jose Rosenblit  (Yossef Rafael).

Quando os ashkenazim reuniram condições para tentar um empreendimento de maior vulto, as brechas de entrada no setor cafeeiro haviam se reduzido bastante. Assim, não houve significativa colonização judaica de terras em São Paulo. Além disso, a crise de 1929 afastou-os dessa atividade.
Na foto, Jose Rosenblit e seu irmão,
e alguns locais em S.paulo em 1931
Em 1927 chegaram a São Paulo, vindos da Bessarabia, meu avo materno Jose, os irmãos Jacob, Boris e Sara, e os pais destes DovBer (Berel) e Clara Rosenblit (ou Roizenblit/ Rosenblatt) 

Os imigrantes judeus vindos da Bessarabia (hoje Moldavia), ou bessarabers, começaram a emigrar, primeiro para os EUA, depois para a Argentina e o Brasil. Eles são provenientes, em sua maioria, do distrito de Hotin, de um pequeno espaço geográfico formado pelas aldeias de Iedenitz, Securon, Ataki, Britchon e Soroka, todas bem próximas entre si.

Na epoca eram comuns fotos/cartões de Rosh Hashana (Ano Novo), incluindo familias e os lugares da cidade. 

Ja em 1933, fugindo do nazismo na Alemanha, e com uma "carta-de-chamada" da familia Lafer-Klabin chegaram a São Paulo Ana Berkman Lafer, minha bisavó materna, e 2 dos 4 filhos: Ida Rebeca (minha avó) e Horácio Horst.

Na foto ao lado os irmãos Fany (Lafer) Sosnovick, Ida Rebeca (Lafer) Rosenblit, Horacio Horst Lafer e Rubin Lafer

A história dos sefaradim assemelhava-se e, ao mesmo tempo, diferenciava-se da história dos judeus ashkenazim, e começaram a chegar ao Brasil em meados da década de 20. Nos dois casos, a atividade inicial como mascate parece ter sido relevante como fonte de “acumulação primitiva” de recursos. A partir daí, os caminhos se separaram. Essa separação tem relação com a época em que cada um dos grupos chegou ao Brasil. 

Em São Paulo, distribuídos por diversos bairros, os sefaradim tinham, inicialmente, dificuldade de se reunir para realizar as cerimônias religiosas. Já havia templos ashquenazim, mas os sefaradim não se sentiam atraídos em participar de seus rituais . Dispersos espacialmente, a solução encontrada foi construir uma sinagoga própria. O domínio do francês e dos hábitos ocidentais fez com que este  grupo assumisse profissões e atividades comuns aos brasileiros de média e alta posição social. Os judeus orientais da Mooca, ao contrário, construíram duas sinagogas, em uma mesma rua. O pequeno número de imigrantes procedentes de comunidades diferentes não justificava a existência de duas sinagogas no bairro. Entretanto, o forte regionalismo das famílias libanesas provocou uma certa divisão comunitária.

A situação da comunidade judaica até  final da II Guerra Mundial:

Os judeus ashquenazim até este período não possuíam boa situação econômica. A segunda onda migratória judaica aconteceu durante a Segunda Guerra Mundial, forçada pela perseguição nazista.

Em maio de 1939 nasceu em S. Paulo, Dora Dina Rosenblit Szwarcbart, minha mãe, filha de Jose Rosenblit e Ida Rebeca (Lafer) Rosenblit (familia na foto ao lado)

Em meados dos anos 40 , ocorreu massiva emigração judaica para fora do Bom Retiro e esvaziamento da vida social e cultural do bairro.

Os destinos escolhidos foram os bairros de Higienópolis, Jardins e V. Mariana. Esta emigração acompanhou o que acontecia na economia e sociedade brasileiras do período: surto industrial, fruto da suspensão do comércio exterior durante a Guerra e da substituição das importações. 


Av. Domingos de Moraes, V.Mariana em 1951

Tais condições favoráveis, encontradas pelos imigrantes após 1940,  facilitaram os passos iniciais, a integração ao sistema econômico do país e o ingresso na sociedade em seus setores mais dinâmicos e desenvolvidos.

Durante a época do Estado Novo, até meados da década de 50, predominando na política a orientação nacionalista contrária à autonomia cultural dos imigrantes, as atividades comunitárias foram bem restritas (relativas, por exemplo , à educação e cultura judaicas).