A historia da minha familia está ligada ao bairro da Vila Mariana, às sinagogas do antigo "Lar dos Velhos"e á sinagoga da R. Madre Cabrini, ao grupo de jovens da comunidade judaica que meus pais frequentaram, ao colegio Peretz.
Casa da R. Leandro Dupre, 848 e 854 |
Minha mãe e meus avós maternos moraram desde 1948 na R. Joaquim Tavora.
Já meu pai, meus tios e avós paternos, depois de chegarem ao Brasil em 1947, e de morarem em Santo André, estabeleceram-se tambem na Vila Mariana.
Após o
casamento de meus pais, em 1957, foram morar na Av. Domingos de Moares e em
1959, na R.Leandro Dupre.
Ali, eu e meus irmãos passamos nossa infancia, adolescencia e parte de nossa vida adulta.
Ali, eu e meus irmãos passamos nossa infancia, adolescencia e parte de nossa vida adulta.
De forma
resumida, a historia do bairro inicia-se quando o governador Francisco da Cunha
Menezes concedeu em 1782 uma sesmaria a Lázaro Rodrigues Piques, entre o
ribeirão Ipiranga e a Estrada do Cursino, futuro bairro de Vila Mariana.
Originalmente foi chamado de Cruz
das Almas - em virtude das cruzes
colocadas no local por causa da morte de tropeiros por ladrões, na metade do sec.XIX, na continuação da "Estrada do Vergueiro" nova estrada para Santos.
Posteriormente passou a ser
conhecido por "Colônia" e finalmente por Vila Mariana, nome atribuído
pelo coronel Carlos Eduardo de Paula Petit, vereador e juiz de paz, a partir da
fusão dos nomes de sua esposa Maria e da mãe de sua esposa, Anna.
Estação da Vila Mariana |
Entre 1883 e 1886 foi construída a estrada de ferro até Santo Amaro , partindo da Liberdade e situava-se sobre o antigo Caminho do Carro para Santo Amaro, no trecho então conhecido como "Estrada do Fagundes". Alberto Kuhlmann foi o engenheiro responsável pela construção, e sua empresa, a Cia. Carris de Ferro de São Paulo a Santo Amaro. As chácaras existentes na região, assim, foram desmembradas.
Segundo uma versão, a uma das estações Kuhlmann deu o nome de sua esposa, Mariana, tal denominação passou para o local, e depois para todo o bairro.
No ano de 1887 começou a funcionar no bairro o
Matadouro Municipal, (atualmente a Cinemateca Brasileira) fator que ajudou
muito no povoamento de toda a região e o fez progredir. Com o aumento da população, instalaram-se as oficinas de
Ferro Carril, na rua Domingos de Moraes, assim como a fábrica de fósforos e a
Escola Pública de Dona Maria Petit, inaugurada na Rua Vergueiro”.
Por volta de 1891, José Antônio Coelho
comprou a chamada "Chácara da Boa Vista", na Vila Mariana, e a
loteou, abrindo ruas que tiveram nomes como "Central",
"Garibaldi", "dos Italianos" (hoje denominadas,
respectivamente, Humberto I, Rio Grande e Álvaro Alvim) e deu o nome oficial de
Vila Clementino, em homenagem ao Dr.Clementino de Souza e Castro.
Com a
chegada de muitos imigrantes, muitas famílias vieram morar nas ruas já
existentes. Outras ruas surgiram, foram construídas fábricas, como as de
cerâmica, armazéns, açougues, padarias, floriculturas, quitandas e um hotel foram
abertas.
O Instituto
Biológico, cuja construção teve inicio em 1928 pelo governo do Estado e
concluída em 1945, é um exemplo da prosperidade da época. Sua criação se deu
como resultado dos trabalhos desenvolvidos por uma comissão que buscava o controle
de uma praga que atingia os cafezais, e pretendia-se criar um instituto de
biologia a exemplo do que era o Instituto Oswaldo Cruz , no Rio de Janeiro.
No ano de 1929 teve inicio a
construção de diversas residências em estilo modernista, projetadas pelo arquiteto Gregori Warchavchik. A mais conhecida é a Casa Modernista da R. Santa Cruz tombada em 1986 pelo Condephaat.
Casamento dos meus pais na sinagoga do "Lar dos Velhos" |
A Vila Mariana ainda preserva algumas preciosidades, como o local a que chamávamos de “Moishev Zekenim, ou “Lar do Velhos” e atualmente denominado Residencial Israelita Albert Einstein.
No local funcionava a Sinagoga Cilly Dannemann. A respeito desta falarei mais adiante, assim como sobre a Sinagoga Rabino Mordechai Guertzenstein, ambas na Rua Madre Cabrini. O Beit Chabad da Vila Mariana situa-se atualmente no bairro.
Outros
exemplares de construções podem ser visualizadas em http://www.saopauloantiga.com.br/tag/historia-da-vila-mariana/
.
Você esqueceu de mencionar o Cemitério Israelita da Vila Mariana, lá na av. Lacerda Franco.
ResponderExcluirSr. Guilherme Faiguenboim, obrigada pelo comentario! Ainda não citei o Cemiterio Israelita da vila Mariana e o farei. E como execelente livro de consulta, peço licença de utilizar o livro que o senhor e Paulo Valadares publicaram. Observo que minha bisavó materna Ana Sarah Bergman Lafer(mãe de minha avó Ida Rebeca (Lafer) Rosenblit) esta enterrada neste cemiterio, assim como parte da familia
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