segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Sinagoga Cilly Dannemann, detalhes e a arquitetura do Lar dos Velhos

Reedito esta publicação, originalmente compartilhada no dia 26/09/2016, em 29/08/2017, agora com novas informações sobre a "Sociedade Religiosa Israelita Asilo dos Velhos", que constam do "Relatório do 1.Aniversário do Funcionamento" deste.  Este relatório resume os trabalhos das Diretorias nas reuniões ocorridas entre 24 de outubro de 1937 e 29 de maio de 1941(última reunião antes da inauguração do asilo). As informações aqui apresentadas constam do acervo do centro de Memória do Museu Judaico de São Paulo. Dêem uma olhada abaixo no novo texto...

Como já dito, o Asilo dos Velhos foi inaugurado em junho de 1941, no endereço à Rua Madre Cabrini, 506. Porém foi fundado em 24 de outubro de 1937 no salão do Talmud Tora Beth-Jacob, à rua Tocantins, 296.

O relatório do 1.Aniversário do Funcionamento aponta que "o terreno que está inserido este edifício e que mede cinco mil metros quadrados aproximadamente, foi adquirido no dia 4 de agosto de 1938...por intermédio do sr. Jose Teperman...a escritura era lavrada no primeiro Tabelião em 19 de setembro do mesmo ano". 

Durante os preparativos para a construção a diretoria convidou os srs. Gregorio Warschawchik e Henrique E. Mindlin, "pedindo a colaboração destes engenheiros arquitetos na elaboração de uma planta e dirigir e finalizar a construção". Estes prometeram apoio na construção e estudaram junto à diretoria planos e modelos de centros judaicos da Europa, América do Norte, Argentina e Israel.

Na primeira reunião de diretoria, em 28 de outubro de 1937, angariaram donativos, além de contribuições na comunidade e pessoas influentes nesta, formando um fundo que tornasse possível a obra.

A primeira assembléia ocorreu em 29 de maio de 1938, quando foi eleita a diretoria constituída por E. Mindlin, David Prouchan, José Teperman, Luiz Engel, Leão Kassinski, Boris Dannemann, Marcos Fuchs, Mauricio Feifer, Luiz Fleitlich, Nissim elias Nigri, Abraham Brickman, Abram Gorenstein, Jacques Grinberg, Simão Fleiss, Malvina Teperman, Fanny Mindlin, Berta Fleitlich.

Em 28 de maio de 1939, realizou-se a cerimonia. da pedra fundamental. 

Em fevereiro de 1940 teve inicio a construção do Asilo, sob a direção do Sr. Berti Levi, sendo o sr. Gregorio Warschawchik autor da planta e sr. Henrique E. Mindlin o responsável pela fiscalização da obra.

Em maio de 1940 enterrou-se um pergaminho contendo o nome dos fundadores e doadores. Detalhe: o pergaminho encontra-se enterrado aonde situava-se a sinagoga “original”. Já em outubro de 1940 realizou-se a festa de cobertura.

No inicio de 1941 a direção da construção foi entregue aos srs. Luis Engel e  Leão Kassinski, porém este veio a falecer em abril de 1941. Em 8 de junho de 1941 ocorreu a inauguração do asilo.

Este relatório está disponível para consulta no Centro de Documentação e Memória do Museu Judaico, assim como diversas fotos e outros documentos , tanto do Asilo dos Velhos, como de outras instituições, escolas, e arquivos familiares. Vale uma visita...

Podemos ler ainda sobre o Asilo dos Velhos que em um terreno de 11.000 m², tinha por objetivo “dar abrigo à velhice desamparada, sem distinção de nacionalidade ou origem, prestar assistência médica aos internados, manter um ambulatório, manter um templo para a prática do culto e efemérides religiosas”, como podemos ler na Enciclopédia Judaica. A capacidade do imóvel seria para 300 pessoas, com possibilidade de ampliação, áreas de jardim, e outras instalações...dispõe de uma sinagoga com o nome de Cilly Dannemann, auditório, biblioteca, refeitório e cozinha casher, gabinetes médicos e odontológicos, sendo, em 1966 mantida por 5.500 sócios, por doações e empreendimentos promovidos pela diretoria.

O registro do nome Sociedade Religiosa Israelita Asilo dos Velhos deu-se em 1942, e após décadas, o nome usado passou a ser Lar dos Velhos...

Foto Enciclopédia Judaica

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

A familia Dannemann e alguns detalhes sobre o Lar dos Velhos...

Relacionada à história do Lar do Velhos temos a familia Dannemann, como já mencionado.

Ao publicar sobre quem teria alguma história para contar, a senhora Clara Kochen entrou em contato. Contou-me que era amiga da filha da sra. Cilly, Margot Allalouf, que vive em Israel, e encaminhou a ela algumas fotos que enviei. A filha da sra. Margot, Cilly, Shochet, nos agradeceu...

Como comentei com a sra. Clara Kochen, "é de grande importancia divulgar como foi fundamental a realização da familia Dannemann, e de tantas outras que consrtuiram as bases de nossa comunidade, em São Paulo. Resgatar esta memória, através das historias de pessoas, e tambem das edificações de tantas sinagogas que aqui foram construidas, é fundamental para sabermos, inclusive, para onde caminhamos."

Vemos ao lado a foto da sra. Clara Kochen, e a placa em homenagem à familia Dannemann.


Ha anos atras, estive no Arquivo Histórico Judaico Brasileiro (AHJB), hoje pertencente ao Museu Judaico de São Paulo, ao qual retornei em julho de 2106. Sobre o "Asilo dos Velhos" consultei o relatório e resumo histórico apresentado e lido no primeiro aniversário do funcionamento do Asilo dos Velhos em 1° de agosto de 1942. Neste, vê-se o cuidado na referência à preservação do judaísmo que, no entanto, é declarado explicitamente: entre os serviços oferecidos aos 60 asilados, está a “observação do rito religioso nesta casa, de acordo com os hábitos culturais e tradições religiosas dos velhos e velhas, tendo também uma biblioteca, jornais e livros sagrados" (Sociedade Religiosa Israelita Asilo dos Velhos — Fundo Alfred Hirschberg — Caixa 6/Acervo do AHJB. Sobre a história das entidades assistenciais...).

domingo, 18 de setembro de 2016

E então, quais são as sinagogas em São Paulo? Quantas são?

Algumas sinagogas em São Paulo (site saopauloantiga)
Neste final de semana me perguntaram..."e então, quantas são as sinagogas da cidade de São Paulo?" 

Havia feito aqui uma pausa para relacionar as sinagogas ainda ativas, sinagogas que foram demolidas, alteraram o endereço, foram alugadas, mudaram o uso...E sugerido, a quem pudesse, que completasse a listagem.  Agradeço a todos que o fizeram.

Atendendo a um pedido de um departamento da Fisesp, e em respeito a esta, retiro a listagem deste post. E espero que esta minha atitude seja parte de uma ação conjunta da entidade, com o comprometimento de outros que tambem divulgam tais listagens...

Quem tiver interesse em obter a lista, solicitem-me por favor.

Aos leitores que viram e curtiram este post, peço desculpas.

Aguardem as novidades sobre as Sinagogas em São Paulo, sua arte e arquitetura, resgate de memorias, muitas historias...

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Bar Mitzvá do sr. Jacky Kirsch e a Sinagoga do Lar dos Velhos


Uma vez, em um Shabat na Sinagoga do Morumbi, sr. Jacky e sra. Mira Kirsch comentaram que tinham fotos do meu zaide, na sinagoga do Lar dos Velhos, por ocasião do Bar-Mitzvá de sr. Jacky, nos anos 1950.

Estava muito curiosa para poder ver estas fotos. 

Combinamos, então, de marcar um encontro, um horário ...E, este encontro, super agradável, aconteceu na terça-feira, 13/09/2016, justamente no momento em que estou postando um pouco sobre esta sinagoga.


Sr. Jacky Kirsch comentou que os pais emigraram da Alemanha em 1938, moraram na Bolívia e vieram posteriormente ao Brasil. Foram morar no Lar dos Velhos, aonde a mãe trabalhou. O sr. Jacky cresceu no Lar dos Velhos, aonde aprendeu idish com os residentes. E, fato interessante, contou que meu zaide também morou no Lar do Velhos, ao chegar a São Paulo.

Naquela época, o Lar compreendia somente o edifício térreo da R. Madre Cabrini, aonde situava-se a sinagoga. Esta não era ampla, como viria a ser posteriormente, e neste espaço aconteciam também as recepções, como podemos ver nas fotos do Bar-Mitzvá de Jack, ao lado... 
Bar-Mitzvá do sr. Jacky., com a mãe à direita 
Chiel Leib(meu zaide) à esquerda


Com o passar dos anos, a sinagoga foi ampliada, e novos espaços para os residentes foram construídos...

E você, sabe de algo sobre a Sinagoga do Lar dos Velhos? Conheceu a sinagoga que hoje não mais existe? Que lembranças tem? Gostaria de contar algo? Possui fotos, documentos? Então, entre em contato comigo, como já fizeram a sra. Clara Kochen, Clarice Tetner Rosenthal, Cleide Chusyd, Milton Naparstek, Sergio Jankelovitz, David Aschenbrenner, Clara Back, Beatriz Cohen, e que comentarei em novos posts...

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Família Szwarcbart e a sinagoga Cilly Dannemann

A história de minha família, Szwarcbart, está ligada à sinagoga Cilly Dannemann.

Casamento de Maurice e Dora Szwarcbart
Em 1957, meus pais, Maurice Szwarcbart e Dora Dina Rosenblit Szwarcbart casaram-se ali, em uma cerimonia feita pelo Munkacher Rebe, como podemos ver nas fotos ao lado. No mesmo local aconteceu o Bar-Mitzva de meu irmão, Bernardo, em 1977, e o casamento de meu tio, Philippe Szwarcbart. Era a sinagoga aonde meu zaide, meu avo paterno, Chiel Leib, conduzia as rezas (até 1966, quando ele faleceu). Minha bubili, Lea, mãe do meu pai, sentava-se na segunda fileira. E nós??? Sentávamos aonde havia lugar, perto da bubili sempre que possível ou até ao fundo...
Meu pai Maurice Szwarcbart com meu primo Jorge,
no jardim interno do Lar dos Velh


Em Rosh Hashaná e Yom Kipur, quando éramos crianças, na década de 1960, todo o espaço do Lar dos Velhos era pura diversão. Gostávamos de brincar, assim como várias outras crianças, nos cordões próximos da Bimah, ou pulando do tablado, corríamos pelos corredores e escadarias do Lar, brincando de esconde-esconde, e parávamos grande parte das vezes para conversar com os residentes. O jardim interno, com grande quantidade de gatos, possuía uma jabuticabeira imensa (será que era imensa mesmo?) e um pé de amoras, “inimiga” de nossas roupas brancas. 



Em Simchát Tora, dançávamos em roda, com as bandeirinhas de Israel e uma maçã na ponta.

Familias Lerner, Back, Dzialowski, Tetner, Chusyd, Jankelovitz, e tantas outras, tambem faziam parte da comunidade judaica da Vila Mariana e frequentavam a Sinagoga do Lar dos Velhos. Comentarei em novos posts.

Assim como muitas famílias, íamos da sinagoga do Lar para a do Peretz e vice-versa... Meu zaide e bubili ficavam sempre na sinagoga do Lar. Meus avós maternos, sempre na sinagoga do Peretz.

Havia também um salão, em frente à sinagoga, para kidush.

Estas são histórias passadas...

Contam que a frequência à sinagoga, com o passar dos anos, foi diminuindo, levando o Residencial a desativar esta sinagoga, criando uma outra, em um espaço menor. Hoje em dia, o local aonde funcionava a Sinagoga Cilly Dannemann, é utilizado como setor administrativo do Residencial Israelita Albert Einstein, como me foi informado...

domingo, 11 de setembro de 2016

A “Sinagoga do Lar dos Velhos”

Continuarei escrevendo sobre a Sinagoga Mordechai Guertzenstein, mas aqui inicio postagens sobre mais uma sinagoga...

Quando postei no facebook o texto abaixo, muitas famílias que frequentaram a “Sinagoga do Lar dos Velhos” também entraram em contato comigo.

Relembrando, o texto era o seguinte:

“Alguem de voces frequentou a sinagoga do "Lar dos Velhos" ou do Peretz, na Vila Mariana?? Tiveram aulas com meu zaide, Chiel Leib(schochet)? Possuem fotos? Documentos? Projetos? Histórias para contar? 

Citando algumas famílias: Szwarcbart, Rosenblit/Roisenblatt, Dzialowski, Bloch, Schapira/Schapiro/Szapiro, Blinder, Feldman, Fred, Maier, Klinger, Yagudin, Levitas, Chocid, Lafer, Dratcu/Dratwa, Guertzeinstein, Orenstein, Lerner, Tarasoutchi, Smaletz, Grunebaum, Kirsch, Scharff, Vaidergorn, Aizemberg, Fraiman, Sancovsky, Peceniski, Chapaval, Charak, Galantier. Quem mais??? Se quiserem, me passem uma mensagem inbox.” 

Em  Memorial- Sra. Cilly Dannemann-AHJB

A "Sinagoga do Lar dos Velhos" recebeu o nome de Sinagoga Cilly Dannemann em homenagem à sra. Cilly, esposa do sr. Boris Dannemann, um dos fundadores do Lar e da primeira diretoria deste, e que faleceu durante a construção do primeiro edifício.


A Sociedade Religiosa Israelita Asilo dos Velhos foi inaugurada em junho de 1941, porém foi criada formalmente em outubro de 1937, com endereço à Rua Madre Cabrini, 506.


Bimá e Aron Hakodesh-
Sinagoga Cilly Dannemann
(Livro Caminhos do Envelhecimento
Edith G.Hojda)

A Sinagoga ocupava um amplo salão, situado à direita de quem entrava no corredor do então edifício térreo, após percorrer um caminho ajardinado, a partir da portaria do Moishev Zekenim, como era conhecido... 

Diferentemente da Sinagoga Mordechai Guetrzenstein, possuía piso único, as mulheres sentavam-se à esquerda de quem entrava, e os homens à direita. Não havia uma divisória entre homens e mulheres, todos sentavam-se em cadeiras simples e enfileiradas lado a lado. Não existiam bancos de madeira, nem armarinhos com portinholas para se guardarem os sidurim. 

O Aron Hakodesh e a Bimá, à frente de todos, situavam-se em um “tablado” revestido e cercado por grossos cordões, como podemos visualizar na foto ao lado. As portas, de duas folhas, eram feitas de madeira escura e vidro martelado. Amplos janelões na lateral, próximos às cadeiras masculinas, permitiam saber quem chegava à sinagoga...

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Familias Boieras, Smaletz, Iacher(Yakir), Vaidergoren, Lafer na Vila Mariana

Como muitos já comentaram, a comunidade judaica da V. Mariana era como uma “grande família”, famílias interligadas por parentesco ou não...

Entrei, outro dia, em contato com Joel Boieras (Juca) por indicação do Sergio Grinberg. Descendente de Lituanos(Litvacks), que como conta, formavam uma bela comunidade na Vila Mariana, estudou no Liceu Pasteur, e fundaram naquela época a AMI, Associação da Mocidade Israelita. Morou na Rua Estado de Israel até se casar, em 1970. O pai, alfaiate, possuía uma alfaiataria na R. Sen. Feijó. 


Joel encaminhou mensagem ao primo Salomão Yakir

Ao encontrar a cronica "Onze primos e uma vila", escrito por Salomão, também entrei em contato. 

Esta crônica, que conta um pouco sobre algumas famílias da comunidade judaica, no bairro da V. Mariana: Smaletz, Vaidergoren, Boieras e Iacher, que quando crianças, reuniam-se na vila da R. do Tanque, 89, no quarteirão entre as ruas Cel. Lisboa e Marselhesa. 

Como descreve, no início dos anos 40 o bairro da V. Clementino estava em seu estágio inicial de crescimento. E as ruas, de terra batida, nos meses chuvosos tornavam-se intransponíveis e inundações eram comuns. Poucas casas em meio a matagais e terrenos baldios.

A estreita vila, continha tres casas modestas, duas casas maiores, e mais tres casas (ao lado de uma destas maiores), todas da família Sancowsky, como cita “ricos comerciantes israelitas provenientes da Bessarábia”. Numa das casas morava a família Scharff, e “num sobrado distante 50 metros da vila, morava a família Chapaval". 


Nos anos 1940, na casa n.1 da vila moravam Ezequiel e Clara Iacher, na casa central os idosos Chaimowicz e na casa n.3 o casal Mendeliz e Sara Boieras. A mãe idosa de Clara e Sara, Freida Smaletz, viúva, morava num quarto separado da entrada da vila, e em frente desta a família de Bernardo e Fany Vaidergoren e suas filhas Shirley, Lea e Ety... 

Vejam o link desta crônica: http://www.saloyakir.com/Onzeprimos_5.html

Agradeço muito a Salo Yakir ao afirmar: “não vejo problema nenhum em que você possa utilizar o artigo "Onze primos e uma vila". Fico muito feliz em colaborar com você...”

Também conversei com Keila Matalon, que postou no blog, e contou ter estudado na primeira turma, de onze alunos, do Colegio I.L.Peretz, ter frequentado por vezes a Sinagoga Mordechai Guertzenstein e ter morado na Av. Domingos de Moraes. O avo, da família Lafer, possuía uma loja de moveis. O avo foi um dos fundadores da Sinagoga do Cambuci... Comentaremos sobre este fato em outro momento, ao postar sobre esta sinagoga...

Obs: fotos da R. Estado de Israel, antiga R. do Tanque, hoje em dia- GoogleStreet View 

terça-feira, 6 de setembro de 2016

As plaquinhas dos bancos da Sinagoga Mordechai Guertzenstein

Quem lembra das plaquinhas de metal, fixas às cadeiras, e que identificavam os proprietários dos lugares, vitalícios, na Sinagoga Mordechai Guertzenstein? 

Lembro que muitas foram substituídas, em um certo momento, por outras...não sei qual o real motivo...

Estas plaquinhas, hoje já retiradas das cadeiras, estão guardadas e necessitam de limpeza. 

Fiquei muito feliz quando, outro dia, localizei a de minha mãe, Dora Dina Rosenblit Szwarcbart e a da minha tia, Rachel Dzialowski. Ainda não localizei as de meus avos maternos e de meu pai, Maurice Szwarcbart, que também possuíam lugares.


É Impressionante! Apesar da sinagoga não mais existir como edifício, alguns objetos foram guardados quando, após a sinagoga antiga ser demolida, também deixaram de ser utilizados no novo edifício do Peretz. 

Como exemplo, a placa ao lado, da familia Peceniski, continua pendurada na Menorah, que ficava ao lado do Aron Hakodesh.


Como já comentei, algumas Torót já possuem um destino, outros objetos estarão disponíveis para doação, com a saida do Colegio I.L.Peretz do local aonde se encontra, à R. Madre Cabrini, 195.

A memória de uma época, do período em que a Sinagoga Mordechai Guertzenstein existiu, permanece...

domingo, 4 de setembro de 2016

E com a colaboração de muitos da comunidade...


Este blog vem sendo realizado com a colaboração de muitos da comunidade, que venho citando aos poucos, das histórias que vem sendo lembradas, de fotos e documentos que estão sendo encaminhados a mim, de conversas e entrevistas...

Agora compartilho com voces, que aqui leem os posts, a minha linha de pensamento e planejamento deste blog. 


Não há, a princípio, data para finalização. Pretendo escrever enquanto encontrar material e pessoas dispostas a contar suas histórias e memórias.

Segue abaixo minha proposta... 

Como tema geral, considero "As Sinagogas em São Paulo, a arte e arquitetura Judaica". Compreende um estudo das sinagogas em São Paulo, a preservação de nossa memória e do patrimônio histórico, artístico, cultural e arquitetônico que possuímos. A origem, sua história, os fatos de época, a documentação, a comunidade local, sua realidade sócio-economica.

Estas sinagogas fazem parte de nosso patrimônio ambiental urbano. 

Voce pode estar se perguntando...patrimonio ambiental urbano...como assim?  Em um breve momento falarei rapidamente sobre o que vem a ser isto, a relação do passado-presente-futuro e sobre valorização dos edifícios. Sempre podemos aprender com o passado e respeitar a história como pontos de partida indispensáveis para construir o presente e projetar o futuro. Temos memórias e raízes, certo?

Para começar, já falei sobre a história das sinagogas em postagens anteriores. Se voce quiser, de uma olhada...escrevi alguns textos sobre a definição e origem das sinagogas, história e arquitetura, partido arquitetônico e tipologia dos edifícios. 

Em um contexto mais amplo, as informações sobre a presença judaica no Brasil pode ser vista através de uma linha do tempo, a partir de 1500.

A história da Comunidade Judaica em São Paulo já foi descrita como um breve relato desde os tempos iniciais da imigração, até os nossos dias. Mas poderemos ver ainda um pouco sobre a expansão e evolução urbana da cidade...


Quanto à história de cada sinagoga em São Paulo, este sim o foco do blog, está sendo feita a identificação de cada bairro, sua expansão e evolução urbana, a história da comunidade judaica local, sua realidade sócio-econômica e cultural. 

A fundação e criação dos edifícios, historias e cronologia, fatos da época, documentação produzida por cada entidade, correspondências, publicações, atas de reunião, fotografias (do bairro, do edifício, da comunidade), entrevistas. Como estão as Torót, o Aron HaKodesh, Bimah, Keter, Menorót? 


Iniciei esta história pelo bairro da Vila Mariana, por ser parte da minha história pessoal e familiar...e caminharemos pelos demais bairros, aos poucos...

Particularizando, e tendo em vista a arquitetura e tipologia dos edifícios das sinagogas, ainda busco o projeto de cada edifício, qual a técnica construtiva, o padrão construtivo, estado de conservação (caso ainda existam, certo?), uso e ocupação do solo atual, mapas, plantas, fachadas, cortes, alvará de licença de funcionamento, documentos...Será possivel encontrar estes projetos???

E então, como podemos reunir material para este levantamento e documentação?

Venho realizando entrevistas e contatos com as familias. Desta forma está sendo possivel realizar uma pesquisa histórico-cultural, como uma homenagem aos que, em qualquer época, participaram de cada sinagoga, seus presidentes, mantenedores, diretores, funcionários, e frequentadores da sinagoga. Um trabalho de coleta de material disponível, seleção e avaliação de informações é fundamental...

Enfim, é possivel restaurar, renovar, revitalizar e reutilizar tais edifícios. 

Além disto, a organização de arquivo de cada sinagoga torna possivel o resgate da memória destas. E podemos divulgar tal pesquisa através de exposições, "Museus de Rua", folhetos, palestras, publicação de livros, e-book ou CD...


E então, vamos continuar participando?

quinta-feira, 1 de setembro de 2016

Resgatando memórias, várias histórias...


Em julho de 2016, postei no facebook, e aqui no blog, um texto em busca de um pouco mais de informações sobre a comunidade judaica da Vila Mariana, e sobre as Sinagogas do Peretz e do Lar dos Velhos.

Como comentei, várias pessoas me retornaram, muitas indicando conhecidos ou parentes. Seguem algumas das postagens...

Logo que inclui o texto no facebook, David Aschenbrenner, que estudou com minha prima EstherDzialowsky, entrou em contato comigo. Ele me contou que teve aulas de Bar-Mitzva com meu zaide, por 6 meses, quando estava com 12 anos e estava com nefrite. Meu zaide ia na casa dele, subia as escadas, e ele, acamado, estudava. Comentou, também, que sua  família tinha lugar vitalício na Sinagoga Mordechai Guertzenstein. Sugeriu-me várias fontes a procurar, para "aumentar o acervo de minha pesquisa", de resgate da memoria da nossa comunidade. Procurar o historiador Guilherme Faiguenboim, a Chevra Kadisha, a família Blinder, o Cemiterio da V. Mariana, AHJB, Roney Cytrinoviwcz. Lembramos da D.Elisa, primeira diretora do Peretz, sobre o fim das sinagogas da V. Mariana, e sobre o mobiliário da Sinagoga Mordechai Guertzenstein

Também Anita Hitelman, (Anita Alterman na época da Sinagoga da Vila Mariana), postou no facebook, em um comentário, que estudou no Colégio Estadual de S.Paulo (ex Roosevelt, uma referência na época). Frequentou a Sinagoga do Peretz, visitava sempre a do Lar dos Velhos, carregou “muitas bandeirinhas com maçã na ponta, em Simchat Torah”, e participou do Dror, assim como minha mãe. As reuniões aconteciam nos imensos jardins da casa do Guertzenstein.” Tambem frequentou o grupo de jovens da comunidade judaica da V.Mariana, reunindo-se no salão da “futura” Sinagoga Mordechai Guertzenstein. Foi vizinha de minha mãe na R. Joaquim Tavora, aonde moraram de 1948 até 1958 na casa n. 709.

Milton Naparstek também contou que o sr Francisco Aizemberg, um dos que fundaram a Sinagoga Mordechai Guertzenstein, era seu tio avô...irmão do avô materno e de outro tio, Leiba. Lembrou que ele veio primeiro da Polônia e depois vieram os irmãos. Os avós moravam na Cel. Lisboa, em frente ao Lar dos Velhos. E frequentavam a sinagoga do Lar. O seu tio Francisco (Schie), que era alfaiate, morava na pracinha em frente ao Lar dos Velhos.

A família de Branca Vaidergorn frequentou algum tempo a sinagoga do Peretz. Também tinham lugares lá, pois tanto a família do pai da Branca, quanto da mãe eram da Vila Mariana.


Maurice, Dora, Clarissa, Bernardo e Myriam Szwarcbart
na casa da R. das Camélias


Rosalia Lerner lembrou que seu pai “admirava demais meu zaide, e lembra-se da minha mãe...Nos anos 60, algumas famílias da comunidade judaica reuniam-se na Rua das Camelias, na casa de meu tio Moisés e minha tia Rachel Dzialowsky, irmã de meu pai...


Silvia Galantier Krasilchik, que sempre frequentou a “Sinagoga do Peretz”, foi quem me colocou em contato com seu pai, Dr. Mauricio Galantier, sobre quem já falei em algumas postagens.



Denise Scharff, por sua vez, entrou em contato e comentou que o pai Rafael, que teve loja de roupas da Av.Domingos de Moraes, tem “muitas memórias da época da Sinagoga e adora falar daqueles tempos”. O avô da Denise teve loja de móveis na região...



O apoio da LuciaChermont, do AHJB (hoje ligado ao Museu Judaico) tem sido muito importante. Inclusive tem compartilhado as minhas postagens no facebook. Através dela conheci Bia Blay, também do Museu Judaico. Com estes contatos feitos, comecei a participar, de forma voluntária, na catalogação das fotos do Colegio I.L.Peretz, que encerrará suas atividades na R.Madre Cabrini, 195, no final de 2016, fundindo-se com o Alef, tornando-se Alef-Peretz em 2017.

Foi através das postagens compartilhadas no facebook, e de um comentário da Lucia Chermont, que conheci Beto e Lea SingerBarzilay, e assim a Sinagoga do Cambuci, que falarei em outro momento.

Ricardo Sitzer contou que o tio-avo, Elias Wolf Sitzer, foi bem ativo nos primeiros passos do Colegio I.L. Peretz “antigo”, e era ligado a ensino. E perguntou se alguém teria algum material sobre o tio-avo.

Outro dia questionei ao Sergio Grinberg, ao comentar ser  sobrinho do sr. Bernardo Guertzenstein (tio da mãe), se possuía material sobre a sinagoga...

Cecília Schapira Bursztyn, filha da sra. Sara e sr. Irmo, frequentou a Sinagoga da Vila Mariana, como contou. O avô foi um dos fundadores... ela espera achar algum documento ou foto...

Hilton Barlach, Joe Diesendruck, viram o blog e comentaram no facebook.  

Delia Guelman lembrou que os Klabin eram donos dos maiores terrenos da Vila Mariana e o Lar dos Velhos está em um terreno doado pela família.

Diversas pessoas estão indicando conhecidos, amigos ou parentes: Marta Hepner Tkacz, Delane Schapira Wajman, Carlinha Chisman, Gabriela Rottgen , Roberta Sundfeld , Raquel Grunkraut que sugeriu Melanie Grunkraut e  Annik Chut, que indicou Jairo Gawendo. Eduardo Alcalay indicou Gilberto Rosenchan, que, em uma reunião, me passou diversos contatos de várias sinagogas.

Aos poucos novas postagens e comentários vem surgindo...contribuindo para que este blog tome forma e seja possível resgatar e registrar as Sinagogas de São Paulo, sua arte e arquitetura, a história da comunidade judaica em diferentes épocas e em diferentes regiões de São Paulo...

E assim, em 5 de junho de 2017, Arnaldo Dratwa deixou-me uma mensagem no facebook, e um comentário no blog, aonde escreveu:


“Myriam boa tarde. Nem sei como cheguei no seu Blog mas estou adorando! O meu avô paterno, Sr. Micea Dratcu (Zeide Moishe) de abençoada memória, participou da fundação da Sinagoga Mordechai Guertzenstein, e até os seus últimos dias de vida em 1978, foi o Gabai da Sinagoga. A minha Tia Maika Milner é a única filha viva do Sr. Moishe Dratcu. Ela está finalizando um livro sobre a vida dela na Besarabia, sobre os judeus de Rotin,  e acho que ela seria de grande valia para resguardar a memória da Sinagoga do I.L.Peretz. Caso tenha interesse, entre em contato comigo. Abraço, Arnaldo Dratwa”. Entrei em contato com a sra. Maika, mas ainda não tivemos a oportunidade de conversar...