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A história de São Miguel
Paulista, bairro no extremo leste da cidade de São Paulo, remonta
ao século XVI, quando
a região era ocupada pela aldeia tupiniquim Ururaí, palavra
usada em referência ao rio Tietê.
Em 1560 o padre Anchieta reencontrou nesta região os índios
guaianases, que haviam abandonado as imediações do colégio jesuíta de São Paulo.
São Miguel era um
local estratégico, ponto de defesa da Vila de São Paulo contra a invasão de
Tamoios
do litoral norte paulista. Consta que esta região foi doada
aos índios através de carta de sesmaria em 12 de outubro de 1580. Uma
capela foi erguida para marcar a presença na aldeia, dando sequência à
catequização dos índios. Esta construção levou o nome de São Miguel Paulista.
Em 1622, a pequena edificação foi substituída por uma capela, e em 1965 a Igreja
Matriz foi inaugurada, desativando a velha capela ligada ao antigo tempo
colonial, já tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional.
No século XVII, São Miguel começou a perder
importância estratégica com a saída maciça de índios. Em 1779 elevou-se
a aldeia a Distrito de São Miguel e a carta de sesmaria passou
a ser desrespeitada. Recebeu também a denominação de São Miguel de Ururaí e em
1944, Baquirivu. Porém, em 1948, voltou a
ser São
Miguel Paulista. Atualmente, a área territorial do distrito
representa a porção remanescente da
sesmaria.
Itaquera e Lajeado (Guaianases)
que faziam parte do bairro, passaram a distritos autônomos, em 1920 e 1929 respectivamente. Em 1959 foi a vez de Ermelino Matarazzo, passando
São Miguel a restringir-se à área mais ligada à
capela. Itaim Paulista também chegou a fazer parte
de São Miguel Paulista.
Na
década de 1920 grande número de nordestinos começam a se
dirigir para São Paulo, instalando-se especialmente em São Miguel Paulista. No ano de 1924 foi construída a estrada São Paulo-Jacareí, em 1928 ocorreu a inauguração
da estrada de ferro Central do Brasil e em 1932, a linha variante
e a estação de São Miguel. Em 1930, teve início
a linha de ônibus Penha-São Miguel. Porém somente em 1952 a infraestrutura
viária começou a melhorar com a chegada do paralelepípedo. O asfalto viria anos mais tarde. Mesmo
assim, a região ainda dispõe de ruas de terra.
Por muito tempo, a principal
atividade econômica do município foi a indústria de cerâmica. A situação começou a ser alterada com a implantação
em 1935 da fábrica da Companhia Nitro Química Brasileira, a primeira do
mercado nacional de Nitrocelulose.
Criada por Wolf Klabin e Antonio Ermírio de Moraes, colaborou no
desenvolvimento de São Miguel, contribuindo para o crescimento do bairro na
primeira metade do século XX. Situa-se na avenida Dr. José Artur Nova. Em
1941 foi instalada em Ermelino Matarazzo, região que fazia parte de São Miguel Paulista, a Celosul, fábrica de
papel de propriedade do Grupo Matarazzo.
Nos anos
1950 o
Governo do Estado ativou o setor educacional, aumentando
o número de escolas
primárias e estabelecimentos de ensino secundário. Na área de
saúde o distrito de São Miguel abriga o Hospital Municipal Tide Setúbal
e o Hospital Jardim Helena, Hospital
São Miguel, Hospital Dia São Miguel,
entre outras clinicas.
site Prefeitura de São Paulo |
O centro de São Miguel, nos arredores da
Praça do Forró (Praça Padre Aleixo Monteiro Mafra), continua um importante polo
comercial e residencial. O bairro conta com diversas
lojas de departamento e dentre as suas principais ruas comerciais temos a Rua Salvador
de Medeiros, a Rua Serra Dourada, Rua Arlindo Colaço, Rua Miguel Ângelo Lapena
e a Avenida Marechal Tito.
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