quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Sociedade Religiosa Beit Haknesset Adat Ischurum - Shil da Vila



A Sociedade Religiosa Beit Haknesset Adat Ischurum, ou Shil da Vila, fundada em 1908 por judeus poloneses que chegaram a São Paulo no período anterior à I Guerra Mundial, situa-se à Rua Padre Edgar de Aquino Rocha, no Bom Retiro. Como o site da sinagoga http://www.shildavila.org.br/ informa, é uma congregação ashkenazi, que “dá toda a assistência à comunidade judaica em todos os seus momentos, com muita alegria e dedicação”.

Conversei, em 13 de agosto de 2018, com o professor Abrão Bernardo Zweiman, presidente da sinagoga, e que fez Alya para Israel. Compartilho aqui alguns detalhes, e solicito que me avisem no caso de incorreções. Professor Abrão informou que há fotos e documentos datados de 1912, e um convite de casamento de 1920. Inicialmente situada na Rua Itaboca, a sinagoga ocupou um pequeno espaço por vários anos: os homens rezavam em um cômodo, e compartilhavam o local como “uma família”. O primeiro Sefer Torá foi adquirido na década de 1920, trazido pela família Zaborowski, e, até os dias de hoje, encontra-se na sinagoga. Na década de 1930, com o crescimento da comunidade, mudaram-se para a Rua Prates, próximo à Rua Ribeiro de Lima, em um imóvel mais amplo. Neste imóvel, os homens passaram a ocupar 2 quartos, com as janelas voltadas para um pátio, havendo também um espaço para as mulheres. A casa possuía um porão, que abrigava as barricas para vinho de Pessach, para curtir pepinos, e um canto para o hering. Este imóvel pertencia a um casal, cuja senhora era judia. Foi alugado com a condição da sinagoga pagar somente a água, luz e impostos, despesas estas cotizadas entre os frequentadores. Com o falecimento da senhora judia, a casa foi retomada pelo proprietário. Desta forma, tiveram que buscar um novo espaço. Instalaram-se na então Vila Anibal, em uma casa pertencente a um senhor da comunidade judaica. Nesta, os homens ocupavam a sala e um quarto, as mulheres ocupavam o outro quarto, havia também uma cozinha... Na década de 1960 arrecadaram o suficiente para adquirir este imóvel. Compraram o imóvel, porém... com o falecimento do antigo proprietário, a casa foi solicitada... A questão foi resolvida a favor da sinagoga, com a presença inclusive do Munkatcher Rebe, que já possuía um lugar no Shil da Vila. Somente neste período foram elaborados os Estatutos da Sinagoga e a primeira Ata. Após um período a casa que ocupavam foi reformada. Nesta primeira reforma, fez-se o mezanino, e uma nova cozinha. Nos anos 1990 compraram a casa ao lado para a ampliação da sinagoga. Esta segunda reforma foi possível com a ajuda do sr. Samuel Klein. Durante o período de reforma, a sinagoga instalou-se provisoriamente em uma pizzaria vaga na Rua Prates...

Hoje em dia o Shil da Vila possui uma nova liderança religiosa, sob a responsabilidade de Sami Cytman.

Você conhece, conheceu, frequenta ou frequentou o Shil da Vila? Conhece a história desta sinagoga? Quais as suas memórias das festas, Shabatot ou outros eventos? Possui fotos, documentos, Atas, Ketubot? Casou ou fez Bar-mitzva nesta sinagoga? Faz parte das famílias dos fundadores? registre sua história, deixe seu comentário aqui ou encaminhe um e-mail para myrirs@hotmail.com 

domingo, 26 de agosto de 2018

Um folder da Sinagoga Comunidade Israelita - Kehilat Israel


Um antigo folder da Sinagoga Kehilat Israel, anterior à sua adaptação para tornar-se o Memorial da Imigração Judaica, divulgava que a mesma permanecia em atividade. Como podemos ver neste folheto,  que guardo até hoje, a “Sinagoga Comunidade Israelita (está) de cara nova, mas com a mesma Tradição!!! Nova estrutura interna, com novo salão de festas e maior estrutura de eventos... Venha fazer parte desta família... Informações: Priscila ou Prof. Carlos, Rua da Graça, 160 - Bom Retiro”. 

Você se lembra desta época e do momento em que esta sinagoga passou por reformas? Em qual ano ocorreu? Fez parte das atividades, das aulas, dos Shabatot? Conte aqui a sua história!

E por falar em história, Sueli Farber compartilhou, no "Dia do Objeto" do Centro de Memória do Museu Judaico em São paulo,  um projeto que realiza, de resgate de memória do avô, sr. Ione Krasilchik, que chegou ao Brasil em 1912, proveniente da Romenia/Bessarábia, como a maioria dos primeiros frequentadores e fundadores da Kehilat Israel, e um dos primeiros líderes da comunidade judaica. Como comentou em sua palestra, sr. ione era carpinteiro e construiu o Aron Hakodesh desta sinagoga, como já divulgado aqui neste Blog. Além de participar da fundação da Kehilat Israel, fundou também a Ezra e participou da Cooperativa de Crédito Popular do Bom Retiro. Sr. Ione faleceu aos 74 anos, em 1946. Sr. Isaac, pai de Sueli, também administrou a sinagoga. Caso você tenha mais informações, compartilhe aqui e encaminhe também para Sueli Farber.

Muitos comentários relacionados à Sinagoga da Rua da Graça foram compartilhados no Facebook nesta semana. Por exemplo, em “Thora, Judaismo e Sionismo”,
Jorge Bastos Furman escreveu: “Meu pai e família frequentaram essa sinagoga.”  Já em “Zeladores do Patrimônio Historico”, Viviane Comunale avisou que levou os alunos em junho de 2018 para conhecer o Memorialda Imigração Judaica. E comentou: “Foi uma experiência incrível”. Na página de “Memorias Paulistanas”, Nelson Marques enfatizou: “Um importante memorial!” E Wagner Daniel de Godoy contou: “Entre 1978 e 1982 eu trabalhei no Bom Retiro, e o prédio ficava ao lado dessa sinagoga. Há décadas não passo pelo local. Não sabia que a sinagoga recebe visitantes não-judeus. Eu via a sinagoga todos os dias (muitas vezes incluindo-se fins-de-semana e feriados), numa época em que o Bom Retiro ainda era o bairro judaico de SP. Naqueles tempos o local era muito tranquilo, andava-se tarde da noite sem (muito) medo. Jantava-se nos restaurantes do local, íamos e voltávamos a pé. Hoje sei que o local tem predominância coreana e boa parte do antigo comércio (incluindo-se as excelentes padarias) já fechou. Mas não deixa de ser uma opção de visita, agora com a família. Abraços...” Como divulgado, esta sinagoga, hoje em dia, é um Memorial, tanto da imigração judaica como sobre o Holocausto. Paulo Gil e Waldemar M. Blanco Filho  elogiaram este trabalho que realizo, e  Marli Cordioli comentou: “Cada vez que passo pela Rua da Graça (observe o nome da rua), tenho muita vontade de entrar nessa sinagoga. Ela deve ser muito bonita...” Em “Jews”, Jacqueline Sasson afirmou que vale a pena visitar, e Sonya Feldman escreveu: “Parabéns à todos, pelo trabalho documental de importância histórica, religiosa e humanista!!”

Vocês fizeram ou fazem parte de alguma sinagoga? Cresceram ou ainda moram no Bom Retiro? Vamos participar deste Blog?!? Conte suas histórias, compartilhe suas fotos, ajude a preservar a memória da comunidade judaica e das sinagogas em São Paulo!!!

quinta-feira, 23 de agosto de 2018

Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto na Sinagoga da Rua da Graça

Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto
Sinagoga Kehilat Israel
Foto agosto 2018

O projeto para criação do Memorial surgiu no ano de 2004, por iniciativa dos responsáveis pela Sinagoga Kehilat Israel com a intenção de preservar a memória e a história dos pioneiros e fundadores que construíram esta sinagoga. Para que esta idéia se concretizasse, Rabino David Weitman, propôs reunir livros, documentos, histórias e objetos da comunidade judaica, em seus diversos períodos de imigração para o Brasil. O projeto seguiu adiante, sendo a Pedra Fundamental lançada em 2012, na presença do então prefeito da cidade, Gilberto Kassab, e do grão-rabino de Israel, Ionáh Metzger.  Paralelamente, um trabalho de pesquisa era realizado, com a participação de historiadores do então Arquivo Histórico Judaico Brasileiro e da BASE7 Projetos Culturais, responsável pelo projeto arquitetônico e expográfico, e pelo Conselho Curador da entidade.

O Memorial da Imigração Judaica foi inaugurado em 23 de fevereiro de 2016, no edifício da Sinagoga da Rua da Graça, Kehilat Israel, fruto da dedicação de sua diretoria, de seus curadores, idealistas, patrocinadores e apoiadores. Na presença de lideranças da comunidade judaica, de autoridades e de descendentes dos imigrantes, relembrou-se o caminho percorrido pelos primeiros judeus. 
Frente da Sinagoga Kehilat Israel
ICON 0162
Acervo do Memorial da Imigração Judaica

Homenagens aos que permitiram a concretização desse Memorial foram realizadas na inauguração. Pode-se citar as famílias Steinbruch, Safra, Dayan e LeimanNa ocasião sr. Benjamin Steinbruch, falou em nome de sua família. Naquele momento, a Sinagoga Kehilat Israel foi renomeada em homenagem aos pais de sr. Benjamin: sra. Dora e ao sr. Steinbruch

Em 2017 inaugurou-se, no terceiro andar, uma exposição permanente sobre a Shoa, isto é, sobre o Holocausto ocorrido no período de 1933 a 1945 na Europa.

Em visita ao Memorial, no mês de agosto de 2018 pude conversar com Rab. Toive Weitman (Diretor Administrativo), com Prof. Dr. Reuven Faingold (Diretor Educacional) e com a Profa. Ilana Rabinovitch Iglick. Visitas monitoradas de escolas e ações educativas fazem parte do projeto museológico, assim como exposições, palestras, painéis tecnológicos e vídeos educativos e interativos.

Celebração da entrega da Torá na Sinagoga da Rua da Graça-1958
ICON 0263- Acervo do Memorial da Imigração Judaica

O material disponível e as fotografias que aqui compartilho fazem parte do acervo do Memorial da Imigração Judaica. A utilização das fotos, para que eu as divulgue nas mídias sociais e como fonte de minha pesquisa, foram autorizadas pelo Memorial e não são transferíveis a terceiros. Segue a relação destas fotos, que fazem parte do Acervo do Memorial da Imigração Judaica:

1) Solenidade de lançamento da Pedra Fundamental - ICON 0040
2) Solenidade de lançamento da Pedra Fundamental - ICON 0044
3) Solenidade de lançamento da Pedra Fundamental - ICON 0045
4) Celebração da entrega da Torá na Sinagoga da Rua da Graça - ICON 0263 (S. Paulo, em 1958)
Solenidade de lançamento da Pedra Fundamental da Kehilat Israel
1954 - Discurso do Rabino Munkatcher Rebe
ICON 0040- Acervo do Memorial da Imigração Judaica

O site do Memorial informa que fazem parte deste: Presidente de Honra, Benjamin Steinbruch; Presidente do Conselho Consultivo, Bruno Krasilchik; Curador-Mor, Prof. Fábio Magalhães; Conselho Curador do Memorial, Ary Diesendruck, Bernardo Lerer, Daniel Anker, Gershon Knispel, Guilherme Faiguenboim, Isser Korik, Joel Rechtman, Marcio Pitliuk, Maria Luiza Tucci Carneiro,  Paulo Valadares, Rachel Mizrahi, Reuven Faingold, Silvio Band, Terezinha Davidovich, Vera Frank e o Rabino Y. David Weitman. 


Solenidade de lançamento da Pedra Fundamental da Kehilat Israel- 1954
ICON 0045- Acervo do Memorial da Imigração Judaica

Fazem parte do Conselho Consultivo: Abramo Douek, Abram Szajman, Abrão Frankel, Adolfo Picciotto, Claudia Costin, Eduardo Fischer, Elias Victor Nigri, George Legman, Jacques Marcovitch, Jaime Blay, Jaky Diwan, Joseph Meyer Nigri, Marcos Arbaitman, Morris Dayan, Samuel Seibel, Raphael Horn, Raphael Klein e Walter Feldman.

O Memorial da Imigração Judaica e do Holocautso, em um edifício restaurado, ampliado e com suas fachadas preservadas, resgata a memória judaica e reune, hoje em dia, amplo acervo, os quais narram a história e a contribuição dos imigrantes judeus que chegaram no país. 

Solenidade de lançamento da Pedra Fundamental da Kehilat Israel-1954
ICON 0044- Acervo do Memorial da Imigração Judaica

A entrada no Memorial é gratuita e para visita individual, ou em grupo, é necessário o agendamento prévio pelo email: contato@memij.org.br

Fontes consultadas:
- Site do Memorial da Imigração Judaica: http://memij.com.br/
- Artigo: “Memorial da Imigração Judaica”, Revista Morashá, Ed. 91 - Abril de 2016Andre Nehmad e Lilian Knobel -  (http://www.morasha.com.br/brasil/memorial-da-imigracao-judaica.html )

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Sinagoga Kehilat Israel - terreno, edifício, construções, reformas...

Acervo Arquivo Histórico Municipal de São Paulo
(SMC/PMSP) 1907 - OP21
(compartilhamento da foto não autorizado)

Em consulta ao Acervo do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo (SMC/PMSP), no Bom Retiro, há o registro de dezembro de 1907 com um “Pedido de Alinhamento, relacionado a construção de um prédio constituído por armazém, açougue, e moradia, de uso misto”, solicitação de sr. Miguel Marzo, “Architecto-Constructor”, e proprietário não informado. Interessante notar que este pedido é acompanhado por uma planta da edificção à época. Observo aqui que este imóvel e terreno situam-se na esquina da Rua da Graça com Rua Correa dos Santos, exatamente o local adquirido pela Comunidade Israelita de São Paulo “Kehilat Israel”, em 1912, conforme detalhes constantes da Escritura de Compra e Venda. Aqui compartilho as 2 fotos que constam do Arquivo Histórico Municipal, OP21, autorizado pelo mesmo para divulgação neste Blog, no site https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ e no Facebook. Sendo assim, o compartilhamento das mesmas em quaisquer outros meios e locais não está autorizado.

Vale lembrar novamente que a primeira diretoria desta sinagoga foi composta por Isaac Tabacow, Bernardo Nebel, Adolfo Kauffman, R. Dranger, Ioine Krasilchik, YomTov Schneider, David Berezovsky, Jose Schwartzman e Jacob Nebel.

Acervo Arquivo Histórico Municipal de São Paulo
(SMC/PMSP) - 1907 - OP21
(compartilhamento da foto não autorizado)
O edifício inaugurado em 1957, assim como outras sinagogas da mesma época, possuía o primeiro piso para o setor masculino e o piso superior para o setor das mulheres, bancos e Aron Hakodesh em madeira, Torot, Bimah, Ner Tamid. Um detalhe a ser citado: a cúpula abobadada na parte superior, e que hoje em dia possui uma pintura que a destaca. Esta sinagoga e sua configuração podem ser vistas, hoje em dia, em uma visita ao Memorial de Imigração Judaica e do Holocausto.

O crescimento da comunidade judaica e a migração desta para novos bairros, levou o bairro do Bom Retiro a ter seu perfil alterado, como já comentado anteriormente.

Nos anos de 1990, sr. Samuel Klein apoiou e auxiliou a Sinagoga Kehilat Israel, que enfrentava uma redução em suas arrecadações. No ano de 2000, como cita Deborah Bregantino em seu artigo, os frequentadores do Ten Yad passaram a frequentar a sinagoga, que se manteve ativa. Um novo Sefer Torah foi doado pela família Safra, em 2003 novas reformas ocorreram e em 2004 teve início o projeto de criação do Memorial Judaico. com a proposta de se registrar e preservar a história, objetos, e o patrimônio histórico dos pioneiros da sinagoga Kehilat Israel. O edifício, assim, foi adaptado para comportar o Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, uma maneira de expor e homenagear a contribuição da comunidade judaica para a cidade e o país. Mais detalhes sobre o Memorial você poderá ler nas próximas publicações...

Adicionar legenda

Você gostaria de compartilhar alguma história, memórias, documentos, fotos, plantas sobre a Sinagoga Kehilat Israel ou outra sinagoga do Bom Retiro? frequentou ou frequenta alguma sinagoga no bairro? E em algum outro bairro da cidade de Sâo Paulo? Deixe seu comentário aqui ou encaminhe um e-mail para mim, Myriam Rosenblit Szwarcbart: myrirs@hotmail.com 

Faça parte desta história!

quinta-feira, 9 de agosto de 2018

A primeira sinagoga da cidade de São Paulo, no Bom Retiro


Móvel de autoria de sr. Ione Krasilchik
1914
A Comunidade Israelita de São Paulo “Kehilat Israel”, primeira sinagoga da cidade de São Paulo, era estruturada, praticamente desde o seu início, de maneira semelhante às sinagogas na Europa, sendo composta por sinagoga, escola, biblioteca, minianim, Torah, Aron Hakodesh, Bimah, alimentação kasher.

Como comentou Rabino David Weitman, o Sr. Ione Krasilchik, era marceneiro, sendo de sua autoria alguns dos móveis da Kehilat Israel, entre eles o Aron Hakodesh e a mesa do Chazan, constando destes, inclusive, a abreviatura de seu nome. Como podemos ler em “A primeira sinagoga da cidade”, de Deborah Bregantino, (em referência ao Livro “90 anos da Sinagoga Kehilat Israel”), artigo publicado na Revista História Judaica, ano III, n.15, com o crescimento da comunidade e o aumento da frequência desta sinagoga, sr. Ione apontava a necessidade de um espaço maior para o edifício inicial da Kehilat Israel. Somente após falecer, seus filhos e o sr. Leon Raw trabalharam para concretizar a idéia de uma sinagoga maior e mais ampla. O projeto e execução do edifício coube ao Escritório Tecnico de Engenharia Prumo, de Maurício Sznelwar e Aarão Raw, e a solenidade de lançamento da pedra fundamental teve lugar em 28 de novembro de 1954, contando inclusive com a preseça do Munkatcher Rebe, Rabino David Valt e Rabino Menachem Diesendruck. A nova sinagoga da Rua da Graça foi inaugurada em 1957, e em 1958, ocorreu a celebração de entrega da Torah. Reformas foram realizadas entre 1975 e 1978, com o apoio da própria comunidade e das famílias Tabacow e Rosset...

Em comentários do Facebook, sra. Sara Spuch escreveu que frequentava a sinagoga da Rua da Graça e da Rua Guarani. Já sra.Bela Tamezgui contou que desde que nasceu morou no Bom Retiro, na Rua da Graça, na Rua Newton Prado, Tocantins e General Flores, até 1981, quando mudaram de bairro. Sra. Bela, o marido e filhos estudaram no Talmud Torá. Trabalhou sempre no bairro, no escritório de Contabilidade Dawid Muller. Sr. Celso Fiszbeyn viveu a infância e adolescência no Bom Retiro, na Rua Correa dos Santos 91, hoje rua Lubavitch, próximo à Kehilat Israel. Sr. Celso complementou: “Hoje quando vou ao Bom retiro fico triste por ver que nada mais tem dos meus velhos tempos...”


Detalhe do Aron Hakodesh - autoria sr. Ione Krasilchik
Acompanhe as próximas postagens para conhecer um pouco mais, ou relembrar fatos, sobre a Sinagoga da Rua da Graça, Comunidade Israelita de São Paulo “Kehilat Israel”, 

Este é um blog colaborativo! Compartilhe suas histórias, memórias e lembranças, envie fotos das sinagogas e do bairro do Bom Retiro...participe você também!

segunda-feira, 6 de agosto de 2018

A Comunidade Israelita de São Paulo, “Kehilat Israel”

Rua da Graça esquina Rua Correa dos Santos
Mapa digital da cidade de São Paulo -  Prefeitura de S.Paulo
GeoSampa - Mapeamento 1930 - Sara

Nos primeiros anos da presença da comunidade judaica em São Paulo, as rezas e cerimônias eram realizadas em casas particulares, ou “Schtibalech”, como lembra sr. Isaac Sverner. A chegada de novos imigrantes à cidade, e o crescimento da coletividade, no início do século XX, implicaram na necessidade de organização desta e na construção de sinagogas, sendo, muitas delas, construídas no bairro do Bom Retiro...

A Comunidade Israelita de São Paulo, “Kehilat Israel” foi a primeira sinagoga a ser criada em São Paulo, fundada em 21 de janeiro de 1912, pela comunidade judaica proveniente da Bessarábia. Fizeram parte da diretoria fundadora sr. Bernardo Nebel (presidente), Isaac Tabacow (vice-presidente), Jaime Hotovitz (primeiro-secretário), Gabriel Katz (segundo-secretário), Saul Raichberg (tesoureiro) e Luiz Constantino (fiscal geral). Em 1913 instalaram-se em uma casa, à Rua da Graça, em sobrado adaptado, comprado através de uma hipoteca, apesar das dificuldades financeiras dos que ajudaram a fundá-la. A escritura definitiva foi lavrada em 19 de fevereiro de 1914, no Sétimo Tabelionato da Capital, sendo os vendedores Miguel Gentile e Carmella Gentile, e a compradora a “Communidade Israelita de S.Paulo”, representada pela diretoria composta por J.T.Hidal (presidente), J.Solitrenik (secretário) e Bernardo Nebel (tesoureiro), relativo a um “prédio sob numero vinte e seis, sito à Rua da Graça esquina da Rua Correa dos Santos, onde tem o numero um...”

Nesta edificação inicial, um sobrado de uso misto, o piso térreo era ocupado tanto pelos homens como pelas mulheres, tendo uma cortina como divisão do espaço. No porão, havia uma cozinha e acomodações para os imigrantes em busca de trabalho. Já no piso superior, o inicio da Escola Renascença. O edifício comportava, também, uma pequena biblioteca e aulas de idishe.

Com o aumento da frequência à sinagoga, um espaço maior passou a ser necessário. Nos anos 1950 estabeleceu-se como prioridade a construção de uma nova sinagoga...

As informações acima constam dos artigos “Como cantaríamos o canto do Senhor numa terra estrangeira?” da Dra. Anat Falbel(Unicamp/FCH) publicado no Boletim Informativo do AHJB, n.35 ; “A primeira sinagoga da cidade”, de Deborah Bregantino, com fonte “90 anos da Sinagoga Kehilat Israel”, publicado na Revista História Judaica, ano III, n.15; e “Kehilat Israel, A Primeira Sinagoga Paulistana(1912) - Origem e Fundadores, de Paulo Valadares e Guilherme Fainguenboim, em “Recordações dos Primórdios da Imigração Judaica em São Paulo, organizado por Maria Luiza Tucci Carneiro, Ed. Maayanot

Você ou sua família fez parte da Sinagoga Kehilat Israel, no Bom Retiro? E de outra sinagoga do bairro? Escreva contando suas memórias, histórias e fotos para myrirs@hotmail.com ... Agradeço desde já, Myriam Szwarcbart

quarta-feira, 1 de agosto de 2018

Templo Beth-El e site sinagogasemsaopaulo.wordpress.com


Abaixo, a postagem sobre a Congregação Israelita Askenazi - Templo Beth-El - Museu Judaico de São Paulo no site https://sinagogasemsaopaulo.wordpress.com/ :

Bairro: Bela Vista - São Paulo - Brasil         
Localização: Situava-se à Rua Martinho Prado, hoje em dia localiza-se à Rua Caçapava, nos Jardins
Fundação: 02 de junho de 1920
O lançamento da pedra fundamental ocorreu em 16 de dezembro de 1928.
Inauguração do edifício: 1929, primeira reza em 1932
Projeto: Samuel Roder

Descrição do edifício: O edifício da Sinagoga Beth-El, projetado e construído pelo arquiteto Samuel Roder, caracterizava-se, segundo o autor do projeto, como “arquitetura em estilo bizantino, tradicional, oriental” e foi erguido em um terreno adquirido da “Cia. City”. A construção possui sete lados na base da edificação, e tal detalhe repete-se em todas as torres. O projeto de Roder previa um edifício mais elaborado do que o que foi efetivamente construído, fato este, provavelmente, fruto da dificuldade em arrecadar verbas àquela época. As mulheres, como em muitas sinagogas da Europa, ocupavam um mezanino. Os homens ficavam no piso térreo. E abaixo do térreo, existia um grande salão. O Aron Hakodesh, em madeira escura, possui em sua parte superior, os leões ladeando as Tábuas da Lei. A Bimah, à frente, situa-se em um piso elevado. Segundo o autor do projeto a sinagoga nunca foi concluída. A disposição interna da sinagoga, assim, assemelha-se a muitas das sinagogas de São Paulo. Os bancos também em madeira escura, teriam sido realizados por Samuel Roder. Quanto à sua parte externa, as fachadas laterais possuem estreitas janelas em forma de arco e vitrais coloridos, torres e cúpulas. O edifício é descrito em detalhes no “Memorial Descritivo”, na época da construção: alicerces em sapatas de concreto armado, armaduras de vergalhões de ferro, paredes de tijolos assentados com argamassa de cal e areia, paredes internas com uma barra de dois metros de altura, revestidas em mármore, salas de aula com paredes em pintura à óleo e pisos em linoleum, janelas instaladas a permitir ventilação adequada e iluminação abundante. A construção é preservada pela prefeitura de São Paulo, com Processo de Tombamento, de 2013

Situação atual: Hoje em dia a Sinagoga Beth-El localiza-se à Rua Caçapava, nos Jardins. Os homens e mulheres ocupam o mesmo piso, no terreo, em um salao adaptado para este fim. Consideram-se “partidários do judaísmo inclusivo e pluralista, com um olhar que aceita distintas visões, acata diferentes opiniões e acolhe a todos”. O edifício da Rua Martinho Prado, antigo local do Templo Beth-El, em processo de reforma e modernização, sediará o Museu Judaico de São Paulo a partir de 2019. O projeto foi desenvolvido pela Botti Rubin Arquitetura (Simoni Waldman Saidon e Mauro Martins são os autores do projeto arquitetônico), vencedor do concurso realizado com o tema “Modernidade e Preservação”. O projeto propõe a integração e restauro dos elementos do projeto original de Samuel Roder às novas e modernas instalações necessárias para o pleno funcionamento do Museu.

District - Bela Vista - São Paulo - Brazil
Location: It was located at Martinho Prado Street, nowadays it is located at Caçapava, Street, in the district “Jardins”
Foundation: June 2, 1920. The foundation stone was laid on December 16, 1928.Inauguration of the building: 1929, first prays in 1932
Project: Samuel Roder (architect)

Description of the building: The Beth-El Synagogue, project and construction by the architect Samuel Roder, was, according to the author of the project, "Byzantine, traditional and oriental style". The building has seven sides at the base of the building, and this detail is repeated in all towers. The original design of the building was more elaborate than what was actually constructed, a fact probably due to the difficulty to get money at that time. The famale sector, as in many synagogues in Europe, occupied a mezzanine, and the men's sector was on the ground floor. Below to the ground floor, there was a large hall. The Aron Hakodesh, in dark wood, has in its upper part the lions flanking the “Tables of the Law”. The Bimah, at the front, is situated on a raised floor. According to the author of the project, the synagogue was never completed. The internal layout of the synagogue thus resembles many of the synagogues of São Paulo city. The benches also in dark wood, would have been made by Samuel Roder. As for its external part, the lateral facades have narrow arched windows, and colored stained glass, towers and domes. The building is described in detail in the "Descriptive Memorial" at the time of construction: foundations in reinforced concrete, iron rebar reinforcements, brick walls, classrooms with oil-painted walls and linoleum floors, windows installed to allow adequate ventilation and abundant lighting. The construction is preserved by the city of São Paulo, since 2013.

Current situation: Nowadays the Beth-El Synagogue is located at Caçapava Street, in the district “Jardins”, men and women occupy the same floor, on the ground, in a hall adapted for this purpose. They are considered "supporters of inclusive and pluralistic Judaism, with a view that accepts different views, accepts different opinions and welcomes all". The Martinho Prado Street building, former site of the Beth-El Temple, undergoing renovation and modernization, will host the “São Paulo Jewish Museum” from 2019. The project was developed by “Botti Rubin Arquitects” (Simoni Waldman Saidon and Mauro Martins are the authors of the architectural project), winner of the contest held with the theme "Modernity and Preservation". The project proposes the integration and restoration of the elements of Samuel Roder's original project to the new and modern facilities necessary for the full functioning of the Museum.