quinta-feira, 23 de abril de 2020

A comunidade judaica de Sorocaba e sua sinagoga...


Mais famílias que fizeram parte da comunidade judaica de Sorocaba vêm compartilhando suas histórias e memórias, resgatando de alguma forma as suas raízes. Tantas outras têm indicado amigos e familiares, para que possam contar um pouco sobre suas lembranças relacionadas à esta comunidade.

José Gilberto Cukierman, nascido em São Paulo, passou a infância em Sorocaba, cidade em que o pai foi trabalhar, tendo tido uma loja de máquinas de escrever. Nos anos 1970, a família retornou a São Paulo, onde a avó paterna morava, tendo feito Bar-Mitzvah na sinagoga da Rua da Graça. A avó materna, sra. Rosa (Lerman) Fiszman, brasileira, e o avô, sr. Motel, de origem polonesa, moravam em Sorocaba, a duas quadras da sinagoga, na Rua Dr. Braguinha, como muitos da comunidade e tiveram uma loja de roupas femininas. Sra. Muzia, mãe de José Gilberto, carioca, contou que chegou com os pais na cidade aos seis anos, incentivados por um tio que já trabalhava com klientelchik em Sorocaba. José Gilberto lembra-se bem da arquitetura interna da sinagoga e, também, das comemorações de alguns Chaguim, como Simcha Torah, quando todas as crianças dançavam segurando uma bandeirinha com uma maçã na sua ponta. A sinagoga, retangular, possuía uma escada em sua entrada. Ao lado direito, um quartinho, onde as crianças brincavam durante os serviços religiosos, possuía sofás e livros, e um “cheiro marcante”. Ao lado esquerdo, um recinto sempre permanecia fechado. Ao fundo, o salão com um palco, e no piso inferior, uma cozinha. Um corredor lateral também permitia o acesso a este salão.

Sra. Muzia, está com 81 anos, e permanece muito ativa, como comentou.  Noivou na sinagoga de Sorocaba aos 18 anos, e casou-se em São Paulo. Viveu em Sorocaba nos anos 1940/1950, retornou depois de casada, morou na Rua Br. do Rio Branco. Lembra-se das ocasiões em que comemoravam Simcha Torah e Bar-Mitzvot, assim como dos momentos em que sr. Abrão Kann vinha a São Paulo, de kombi, buscar matzót para a comunidade antes de Pessach. Os que moravam em Itu também participavam das comemorações na sinagoga. Estudou hebraico e idish, língua que falava em casa com os pais. O pai participava dos serviços religiosos, conhecia muito sobre religião e cantava nas Grandes Festas, no salão da sinagoga, ficando ao lado da Bimah. Sra. Muzia comentou que somente um casamento foi realizado na sinagoga de Sorocaba e lembrou-se das reuniões da Wizo, dos momentos em que as senhoras se encontravam para tomar chá, da mesa com bolos e de um samovár... Sra. Muzia e José Gilberto indicaram parentes para que possa conversar, a família Goldman, a qual tinha uma vidraçaria...sra. Muzia é prima da sra. Rose, as mães eram irmãs. Também comentaram sobre a sra. Berta Fiszman, irmã da sra. Rosa, que se casou com Julio Pavlovski...

Os avós de Sidney Epelman, sr. Samuel e sra. Fanny, fizeram parte da inauguração da sinagoga de Sorocaba e sempre a frequentaram. Sr. Samuel nascido na Bessarábia, na cidade de Briceva(Britchive), chegou a São Paulo em 1924, e sra. Fanny, nasceu na Argentina, nas Colonias do Br. Hirsch. Casados, moraram em Sorocaba, possuíam uma loja de roupas e eram muito próximos da família Kann, sr. Abrão e sr. Samuel eram muito amigos. Como comentou, as famílias da comunidade possuíam lojas e moravam na parte de trás destas, nas ruas Dr. Braguinha e Br. do Rio Branco. Sr. Moyses, pai de Sidney, teve uma loja de eletrodomésticos e morou em Sorocaba até 1987, época em que poucas atividades ocorriam na sinagoga. Nasceu, porém na cidade de São Paulo, em 1927. Sidney morou em Sorocaba, lembrou-se do avô e do sr. Abrão rezando, do sr. Openheim tocando shofar. Iam a pé de casa para a sinagoga, pois, como todos da comunidade, moravam próximos a esta. A festa de Simcha Torah era comemorada dançando-se com “bandeiras com maçã”, a comunidade era ativa e unida, a avó fazia parte da Wizo. O edifício da sinagoga possuía um amplo salão com um palco, uma cozinha em baixo. Era aconchegante e familiar. Sidney saiu de Sorocaba em 1976 para cursar a faculdade de Medicina. No entanto, voltava à cidade em Rosh Hashaná, ou no dia de Yom Kipur, inclusive depois de casado.

Sra. Bella Mitelpukt, irmã de Gladis Duek, nasceu nas Colônias do Barão Hirsch, casou-se em São Paulo e se mudou para Sorocaba, cidade em que o marido morava. Reside há 50 anos na cidade, disse se lembrar do sr. Abrão Kann rezando na sinagoga. O filho mora em itu e a filha em Sorocaba.

Como publicado na postagem anterior, os avós (o avô, sr. Max Goldberg) e a mãe de Alessandra Aronovich, Elisa Goldberg, fizeram parte da sinagoga de Sorocaba. Sra. Elisa comentou que nasceu em Limeira e o pai na Polônia. Porém o pai viveu na Alemanha e, ao chegar ao Brasil, residiu em Ponta Grossa. Posteriormente foram morar na cidade de Sorocaba, quando sra. Elisa tinha 4 anos. O pai foi proprietário de uma indústria de móveis e foi quem fez o Aron Hakodesh e a Bimah. Contou que a família Goldman, proprietária de uma vidraçaria, fez as janelas da sinagoga. Comentou também que as famílias da comunidade judaica em Sorocaba eram unidas. Saiu de Sorocaba em 1958...

Ricardo Krausz, por indicação de Edgar Lagus, contou que mora, há 6 anos, em Sorocaba, cidade de residência da família da esposa. Morou em Alphaville, onde fez parte da sinagoga. Para ir a uma sinagoga, hoje em dia, vai a São Paulo ou Alphaville.

A foto desta publicação, onde vemos as famílias Pinsky e Kann, e os filhos, foi enviada por Levi Kann.

Você, ou sua família, fizeram parte da comunidade judaica de Sorocaba? Frequentaram ou conheceram o edifício da sinagoga? Possuem fotos ou documentos? Poderiam compartilhar a sua história e de sua família, suas lembranças? Vamos resgatar um pouco da memória da comunidade judaica das cidades de São Paulo e suas sinagogas? Escrevam para mim: myrirs@hotmail.com

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