Mapa da Província de São Paulo (Sociedade Promotora de Immigração de S. Paulo) linhas ferroviárias do Estado de São Paulo Império do Brasil - 1886. Domínio público |
Podemos verificar no site do Arquivo do Estado de São Paulo
que o desenvolvimento da política de núcleos coloniais ocorreu a partir do
final do Império, passando a ocorrer, no decorrer do tempo, variações de acordo
com as políticas em vigor. Teve início a partir de 1854, quando se criou
a “Repartição
Geral de Terras Públicas”, responsável pelo estabelecimento dos
núcleos coloniais e seu desenvolvimento. O primeiro
regulamento, de 1867, estabeleceu as normas para a criação destes núcleos, que
foram estabelecidos em locais de difícil acesso, gerando diversas dificuldades
para os produtores. Como consequência, em 1871, foi fundada a Associação
Auxiliadora de Colonização e Imigração, para que pudessem os
imigrantes se estabelecerem em melhores locais, e em 1884 estabeleceu-se uma
lei que possibilitasse subsídios a estes imigrantes. Desta forma, o governo
provincial pode "criar" até cinco núcleos coloniais próximos às estradas de
ferro.
Mappa da Província de São Paulo (Escritório Técnico da Companhia Mogyana) Criação entre 1800 e 1889 Domínio público/ Acervo Arquivo Naciaonal |
Podemos ver, neste mesmo site que na administração do presidente da
província, sr. Carlos Botelho, entre 1904 e 1908, foram
criados núcleos coloniais que contaram com o auxílio de iniciativa particular.
Cita-se que nos anos de 1885 e 1911 foram criados 25 núcleos coloniais no
estado de São Paulo, possibilitando a fixação dos imigrantes como mão-de-obra
para as fazendas de café. Ao imigrante recém-chegado na Hospedaria dos
Imigrantes em São Paulo, a ida a um Núcleo Colonial passava a ser uma opção
possível. Podia escolher o Núcleo a que iria se dirigir, preenchendo um requerimento de comprar de um lote de terra, de subsídios e ajuda. Informações
registradas em livros da administração do núcleo colonial permitem conhecer
um pouco mais sobre o cotidiano dos colonos, como os registros de matrícula com
dados pessoais dos colonos e suas famílias.
Mappa das Linhas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro Domínio público/Acervo do Museu Paulista da USP Coleção João Baptista de Campos Aguirra |
Em relação aos Núcleos Coloniais, o site
do Arquivo do Estado de São Paulo também dispõe de um banco de dados, com
documentação sobre imigração, reunida pela “Secretaria
de Agricultura, Comércio e Obras Públicas do Estado de São Paulo”, que, desde 1891, zelava por assuntos relativos à agricultura,
aos serviços de imigração e colonização, às terras públicas e particulares e
aos núcleos coloniais. Como citam, há conjuntos documentais, do final do
século XIX aos primeiros anos do século XX, relativos aos Núcleos Coloniais da
região de Campinas – Campos Sales, Nova Odessa e Nova Veneza: há ofícios,
requerimentos, processos, mapas, levantamentos de vias fluviais, relação de
despesas, de lotes vagos, designação de lotes provisórios, demarcações, guias
de pagamento de lotes, livros de registro civil de nascimentos, relação de
casamentos e de óbitos, matrícula de colonos, recenseamentos, livros-caixa, etc.
Como o site indica, é possível realizar a consulta por: "nome",
"nacionalidade", "colônia" ou "localidade". Veja
mais no site do Arquivo do Estado de São
Paulo: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/site/acervo/repositorio_digital/nucleos_coloniais
A história
de Nova Odessa, em relação ao período citado acima está registrada no site http://www.novaodessa.sp.gov.br/Historia.aspx
, onde podemos ler que “As propriedades
que originaram a formação do Núcleo Colonial Nova Odessa, foram: a Fazenda
Pombal, comprada pelo governo em 1905, a Fazenda Velha, comprada poucos meses
depois e o "engenho velho", da antiga Fazenda São Francisco. Outras
propriedades foram compradas pelo governo, entre 1909 e 1911, para fazerem
parte do núcleo colonial, cujas terras estão hoje no vizinho município de
Sumaré. Eram as fazendas Pinheiro, Paraíso e Sertãozinho. Cada uma dessas
fazendas passou a ser uma das seis seções do Núcleo Colonial Nova Odessa... Em 2 de agosto, desembarcaram em Santos, procedentes
de Southampton, trazidos pelo vapor Aragon, mais 379 judeus russos. Foram enviados
para vários núcleos, entre eles o de Campos Salles e o de Nova Odessa. Em fins de
1905, poucas famílias russas permaneciam no núcleo e o governo começou a fazer
diligências para a vinda de imigrantes letos, enviando João Gutmann a riga,
capital da Letônia, então província da Rússia. Datados de 8 de janeiro de
1906, encontramos ainda os processos de compra de lotes, em Nova Odessa, de
lvas Zuk (lote 24), Marck Pipman (lote 30), Mendel Bendernsky (lote 13) e Mark Shwarzman
(lote 31) ...”
O site relacionado a Corumbataí, no interior de São Paulo, também
cita os núcleos coloniais: “Durante o Mandato do governador Jorge Tibiriçá
entre os anos de 1904 e 1908, teve como meta a criação de núcleos coloniais para
fixação dos imigrantes estrangeiros em solo paulista , com a finalidade de
aumentar a produção agrícola, esta finalidade coincidia plenamente com os
planos e propósitos da Companhia da Pequena Propriedade...Dando continuidade a
implantação do Núcleo Colonial o Governo do Estado adquire metade da Companhia
da Pequena Propriedade, metade da Fazenda São José e dá início a processo de
loteamento e colonização da fazenda citada acima, sob o nome de “Núcleo
Colonial Dr. Jorge Tibiriçá”. Fonte: Oscar de Arruda Penteado - "Corumbataí -
Subsídio para sua história."
Vamos divulgar esta história pouco conhecida sobre a
imigração judaica no interior paulista, nos primeiros anos do século XX??? Você
faz parte desta história?? Escreva para mim... myrirs@hotmail.com
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