terça-feira, 8 de junho de 2021

A comunidade judaica de Santo André e a segunda sinagoga

Meu pai, Maurice Szwarcbart,
que morou em Santo André,
 junto com os pais e o irmão,
está nesta foto...
É o segundo do lado direito, braços cruzados.
Quem mais vocês reconhecem?

Como vocês vem acompanhando, a sra. Anna Gedankien nos traz em seu livro diversas informações sobre a comunidade judaica de Santo André e sua sinagoga. E informa que, com o desaparecimento da geração pioneira, a manutenção da sinagoga e seus minianim, as dificuldades aumentaram. Salomão Waisberg assumiu a Arisa, e instituiu uma mensalidade para os sócios da sinagoga, o que possibilitou melhorias no edifício. Em 1987 o Rabino Shmai Ende, foi indicado pelo Beit Chabad, para atuar na sinagoga da cidade, e trabalhar com a comunidade. Mudou-se, assim, para Santo André com a esposa e filha.

Em relação ao edifício da sinagoga em si, a primeira construção começou a se deteriorar após mais de 40 anos de atividade. No ano de 1994, um pouco antes das Grandes Festas, decidiu-se pelo fechamento e interdição do prédio da Rua Siqueira Campos, a venda deste, e a demolição das duas casas onde funcionava a escola. A proposta era de que neste local, seriam construídos um centro comunitário e a nova sinagoga. E assim ocorreu: no mês de novembro foi lançada a pedra fundamental, e, em 1995, mesmo com a obra inacabada realizaram os serviços das Grandes Festas. A conclusão da obra deu-se em nove meses, sendo paga tanto com o valor resultante da venda do prédio da antiga sinagoga, como com valores de contribuições. A comissão para conseguir recursos e a de trabalho reuniram-se durante o período da obra. Sra. Anna Gedankien cita a artista plástica Mireille Lerner, e a família Bass (Hermes, Simão, Marli), e os engenheiros Yudel Wajsfeld, Isidoro Goldfarb, Charles Wasserman, os arquitetos Mauro Klecz e Eliana F. Omena.

A fachada da sinagoga possui dois detalhes: as letras da palavra Chai  e uma Chanukiah. Alguns detalhes da primeira sinagoga foram reproduzidos na parte interna da nova sinagoga, como a frase sobre o Aron Hakodesh.  E este Aron Hakodesh também o mesmo, tendo sido trazido e reposicionado. O Parochet foi refeito. Em termos de disposição, assemelha-se às outras sinagogas encontradas na capital paulista: a ala masculina, a Bimah sobre um tablado, poltronas que ladeiam o Aron Hakodesh, prateleiras com os livros de rezas, portas largas em madeira na entrada, salas de aula/dormitórios para visitantes, escritórios e cozinha, espaço para refeições e kidush, uma escadaria que conduz ao primeiro andar, onde se situam o mezanino/galeria para as mulheres, o salão de festas, cozinha, e o apartamento para os rabinos e caseiros. Quanto ao espaço externo, há um tanque para o tashlich e um pé de romã, além de um forno a lenha, e uma área para a construção da Sucá.

Em 1994, Rabino Shamai Ende assumiu a direção da Yeshiva Tomchei Tmimim Lubavitch, e os próprios frequentadores passam a conduzir as cerimônias religiosas. Em 2001 o Rabino Josef Tawil é contratado pela Arisa.

A sinagoga de Santo André permanece ativa, e continua sendo frequentada por familiares de antigos frequentadores, apesar de muitos terem se mudado para São Paulo e outras cidades ou feito Aliah.

Conversei com Bernardo Rojz por whatsapp. Bernardo comentou que inicialmente sua família foi para Cafelândia, próximo a Bauru e Marília, mudando-se posteriormente para Santo André. Contou também que as décadas entre 1950 e 1980 foram as décadas do auge da comunidade, sendo que na década de 1990 muitos se mudaram para a capital paulista. Foi presidente da Arisa por quatro anos. Primo de Fabio Waisberg, faz parte de uma geração “mais nova”: sra. Malvina, avó de Malvina Waisberg, era irmã do pai de Bernardo. Indicou a sra. Fani Koifman, e sr. Jaques Waisberg, irmão mais novo do Fabio, para conversarmos. Um bate-papo já está agendado para a segunda quinzena de junho de 2021.

Entrei em contato com sra. Fani Koifman em 08 de junho. Sra. Fani lembrou-se do meu zaide(avô) Ichiel (Chil) Leib, e contou que suas lembranças e histórias de infância a remetem à sinagoga velha, e á época em que mais de 400 pessoas faziam parte da comunidade judaica. A região de Santo André englobava a estação da estrada de ferro e diversas ruas que pertencem ao centro da cidade. Muitas famílias da comunidade tinham lojas nesta região e durante o período das Grandes Festas esta área ficava praticamente fechada. Questionei sobre seus pais. Sra. Fani contou que a avó materna tinha uma pensão na Rua dos Italianos, e o pai, imigrante, e órfão ao chegar ao Brasil morou na pensão. Casados, foram inicialmente para o interior e depois, mudaram-se para Santo André. Dois dos filhos atualmente moram em São Paulo e três no exterior, porém fizeram Bar-Mitzvah em Santo André, ainda na época da primeira sinagoga. Sra. Fani faz parte do coral Kadosh, o qual une participantes de Santos e de Santo André. A Naamat e a Wizo não estão mais presentes, mas a Federação mantém um departamento, atuante, de pequenas comunidades. Antes da pandemia a sinagoga mantinha a frequência de 50 a 60 pessoas. Em relação à sinagoga, contou que a primeira Ata da Arisa, data somente de 1955, comentou que o pai de Fabio Waisberg era o líder comunitário, citou sr. Froim, e recordou-se da escola, que teve início no antigo prédio da sinagoga, no primeiro piso, com aulas do meu zaide, aulas de hebraico e de Bar-Mitzvah. Posteriormente tornou-se escola primária, e mais tarde, o Externato Oswaldo Aranha.  Sra. Fani irá procurar por fotos, para que eu possa compartilhar.

Como vemos no livro da sra. Anna Gedankien, sra. Fani foi a última diretora do Externato Oswaldo Aranha, que fechou em 1987. No livro lemos que sra. Fani nasceu em Santo André, e era filha de sr. Hersch Kilinsky e sra. Shendel Prist, das primeiras famílias imigrantes que chegaram a Santo André. Já professora, casou-se em 1966 com sr. Jaime Koifman. Advogada e atuante na comunidade, era secretária e vice-presidente da Arisa.

Vejam mais detalhes no livro da sra. Anna Gedankien...e se puderem, identifiquem as pessoas que aparecem na foto que aqui compartilho. Meu pai, Maurice Szwarcbart, que morou em Santo André junto com os pais e o irmão, está nesta foto... Quem mais vocês reconhecem?

Na próxima postagem, leiam mais detalhes sobre Santo André, e a história de sra. Mathel Jacob Engel.

Vocês, ou suas famílias, fazem ou faziam parte da comunidade judaica de Santo André? Frequentaram a antiga sinagoga e/ou a atual? Possuem fotos, documentos? Deixe seu comentário, encaminhe um texto com suas memórias, para o e-mail myrirs@hotmail.com

3 comentários:


  1. Parabéns. Conhecendo mais sobre a cidade que nasci.

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    1. Obrigada, e que ótimo que está conhecendo um pouco mais sobre a cidade em que nasceu!!

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  2. Estou procurando fotos do antigo colegio externato Oswaldo aranha de Santo André, meu pai estudou lá, e ele sempre quer ver fotos mas não acha, vcs tem alguma??? Me manda no WhatsApp se tiver ele ficará muito emocionado,,,gratidão

    031 99278-0318

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