segunda-feira, 16 de agosto de 2021

"Rua Paraguassú, 19, Santos” - texto de Roberto Strauss

Foto 1 - Santos - foto de Roberto Strauss

Rua Paraguassú, 19. Este era o endereço dos meus avós, Eugênio e Sidônia Strauss, em Santos.

Os sete irmãos Strausz, de Sopron, Hungria, emigraram para o Brasil e chegaram em Santos.

Seis vieram entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial: Eugênio (meu avô) veio primeiro, depois seus irmãos: Paulo, José, Francisco, Etus (Fodor) e Tereza (Bartos). Kalman veio depois, em 1956.

Alguns (entre eles meu avô) mudaram a grafia do nome para Strauss.

Cada irmão teve uma história.


Foto 2 - Santos - foto de Roberto Strauss

Meu avô Eugênio chegou em Santos e de lá nunca mais saiu. Trabalhou como inspetor de imigração no porto e mais tarde tornou-se chefe do posto de Imigração. Mandou vir de Sopron Sidônia Hesz, que se tornaria sua esposa e minha avó Sidônia Strauss. Tiveram três filhos: os gêmeos Jorge (meu pai) e Leopoldo, que vieram para São Paulo, e Silvio, que ficou em Santos a vida toda. Jorge casou-se com Vera Reiszfeld, minha mãe. Tiveram dois filhos, minha irmã Lia e eu. Leopoldo casou-se com Dora Rozenthal e não tiveram filhos. Silvio casou-se com Diva Enckin e tiveram uma filha, minha prima Rosana, que mora em Santos até hoje.


Foto 3 - Santos - foto de Roberto Strauss

Paulo, meu tio avô, casou-se com Elisabeth e tiveram uma filha, Alice, casada com Benjamin, e moram hoje nos Estados Unidos. Em São Paulo, Paulo foi presidente da Sinagoga Húngara da Rua Augusta. Abriu uma fábrica de móveis em São Caetano, a “Itá” e lá fabricou a famosa “Cadeira do Papai”, um ícone e sucesso de vendas na década de 60.  

Todos se tornaram torcedores fanáticos do Santos (assim como seus descendentes) e meu tio avô José, antes de se mudar para São Paulo, jogou como titular no Santos Futebol Clube (ficou conhecido como “Zé Hungarês”). Em Santos ele conheceu sua futura esposa, nascida em Santos, Amália Kauffmann. Tiveram três filhos, Jack, Milton e Rosa.

 

Foto 4 - Santos - foto de Roberto Strauss

Francisco, meu tio avô, casou-se com Francisca Freudensprung e não tiveram filhos.

Etus, minha tia avó, casou-se com Zsiga Fodor, tiveram seis filhos e emigraram para Israel, com a maior parte deles.

Tereza, minha tia avó,  casou-se com Eugenio Bartos, e não tiveram filhos.

Kalman, meu tio avô, permaneceu na Hungria, foi deportado para Auschwitz, sobreviveu, retornou a Sopron, casou-se com Francisca Lacina e tiveram um filho, meu primo Peter. Em 1956, ouviu boatos de que os russos iriam invadir a Hungria e decidiram vir para o Brasil. Os irmãos foram recebê-los no porto, em festa. 

 

Foto 7 - Santos - foto de Roberto Strauss

Os sete estavam juntos novamente e o ponto de encontro ficou sendo a casa dos meus avós, na Rua Paraguassú, 19.

Segue a descrição de cada foto compartilhada aqui, e enviada por Roberto Strauss:


FOTO 1: Casa da Rua Paraguassú. Eugênio (meu avô), Silvio, José, Paulo, Francisco, Leopoldo e Jorge (meu pai) Strauss.

FOTO 2: Casa da Rua Paraguassú. Jorge, Leopoldo, Sidônia e Eugênio Strauss.


Foto 5 - Santos - foto de Roberto Strauss
FOTO 3: Meu avô Eugênio na torcida dos Santos.

FOTO 4: Meu tio avô José, jogador titular do Santos.

FOTO 5: Minha tia avó Amália Kauffmann, meus primos Milton e Rosa e meu tio avô José na Rua Paraguassú.

FOTO 6: Meus tios, Diva (Enckin) e Silvio Strauss.

FOTO 7: A família reunida na casa da Rua Paraguassú.

FOTO 8: Carteira de Identidade do Santos de Eugênio Strauss.


Foto 6 - Santos - foto de Roberto Strauss

FOTO 9: Carteira de Inspetor de Imigração de Eugênio Strauss.  

O texto acima foi escrito por Roberto Strauss e encaminhado por e-mail, juntamente com as fotos da família. Agradeço muito por compartilhar com todos esta história.

E você, gostaria de compartilhar suas memórias e histórias sobre a comunidade judaica santista? Sua família fez, ou ainda faz parte da comunidade judaica da cidade? Possui fotos, documentos? Compartilhe aqui nos comentários, ou encaminhe o texto e fotos para myrirs@hotmail.com


Fotos 8 e 9 - Santos - fotos de Roberto Strauss




2 comentários:

  1. O mundo judeu é muito pequeno temos que contar nossa história de geração a geração.

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  2. Muita coincidência, o judaísmo santista conta com uma nova safra de gêmeos Jorge e Silvioos irmãos NASLAUSKI

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